Filipe II de Espanha (21 de Maio de 1527 - 13 de Setembro de 1598) foi Rei de Espanha, entre 1556 e a sua morte, e Rei de Portugal, como Filipe I a partir de 1580. É conhecido em Portugal pelo cognome de O Prudente.
Filho do Imperador Carlos V e de Isabel de Portugal, governou um vasto território integrado por Aragão, Castela, Catalunha, Ilhas Canárias, Maiorca, Navarra, Galiza e Valência, Roussillon, Franco-Condado, Países Baixos, Sardenha, Córsega, Sicília, Milão, Nápoles, além de territórios ultramarinos na África (Orão, Túnis e outros), na América e na Ásia (Filipinas).
Em termos de política externa, obteve uma significativa vitória contra os turcos-otomanos na Batalha de Lepanto (1571).
A 25 de Julho de 1554, tornou-se Rei de Inglaterra através do seu casamento com Maria I de Inglaterra. O projecto de união pessoal dos dois países falhou com a morte de Maria em 1558, antes de ter tido um filho de Filipe.
Em guerra contra a França, obteve vitórias nas batalhas de Saint-Quentin (1557) e Gravelines (1558).
Em 1580, a morte do Cardeal-Rei D. Henrique permitiu-lhe, após luta armada com seu primo D. António (que já reinava em Portugal e apesar da Legitimidade de D. António), anexar Portugal (e territórios ultramarinos) às suas já vastas possessões,pois descendia do rei Manuel I, através da sua mãe, a princesa Isabel de Portugal, filha do rei D. Manuel. Filipe não procurou intervir na política interna de Portugal e entregou o governo do país a um português de sua confiança.
Interesses económicos e religiosos levaram a guerras contra os Países-Baixos, conduzindo à emancipação da Holanda, da Zelândia e do restante das Províncias Unidas. O mesmo ocorreu com relação à Inglaterra, vindo a perder a Invencível Armada (1588), golpe de que a Espanha não se recuperaria.
Exemplo de monarca absolutista, o seu governo era exercido com o recurso de Conselheiros e de Secretários Reais, baseados em uma administração fortemente centralizada, marcada por um rigoroso fiscalismo. No plano religioso, recorreu à Inquisição contra o protestantismo em seus domínios.
Sob seu governo foi erigido um dos mais importantes monumentos da Espanha - o mosteiro do Escurial, perto de Madrid, que conta com valioso acervo artístico.
Em 1559, terminava a guerra de sessenta anos com a França com a assinatura da Paz de Cateau-Cambrésis. Parte do processo de pacificação passou pelo seu casamento com Elizabeth de Valois (1545-1568), filha de Henrique II de França, que por sinal tinha sido prometida ao seu filho Carlos, descendente do seu primeiro casamento com Maria Manuela. Elizabeth deu-lhe apenas duas filhas, permanecendo o rei sem descendentes masculinos. Seria apenas com o seu quarto casamento, com Ana, filha de Maximiliano II do Sacro-Império, que nasceria o herdeiro ao trono, Filipe III de Espanha.
Descendência
De Maria Manuela, sua primeira esposa (1543):
- Carlos de Espanha (1545-1568)
De Maria Tudor, rainha de Inglaterra, com quem viria a casar em 1554, não deixou descendência
- Maria Clara Eugênia;
- Isabel Maria Eugênia;
De Ana, filha de Maximiliano II do Sacro-Império:
Ver também
- Ordenações Filipinas
- Árvore genealógica dos reis de Portugal
- Cornelis de Houtman - Espião holandês que esteve em Portugal durante o reinado de Filipe II, e que levou consigo informação sobre as rotas e mapas de navegação no Oriente.
- Madre de Deus o navio português que durante o reinado de Filipe, em 1592, foi capturado por corsários ingleses ao largo dos Açores