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Batalha da Ponte Mílvia

Predefinição:Info/Batalha

A Batalha da Ponte Mílvia ou Ponte Mílvio (em latim: Pons Milvius; em italiano: Ponte Milvio) foi o último confronto travado no verão de 312, durante a Guerra Civil entre os imperadores romanos Predefinição:Lknb Predefinição:Nwrap e Magêncio Predefinição:Nwrap próximo a ponte Mílvia, uma das várias sobre o rio Tibre, em Roma. Precisamente teria ocorrido em 28 de outubro. Constantino seria o vencedor da batalha e passaria desde então a trilhar o caminho que levou-o a extinguir a Tetrarquia vigente e tornar-se o governante único do Império Romano. Magêncio, por outro lado, morreria afogado no Tibre durante o combate.

Segundo os cronistas do século IV Eusébio de Cesareia e Lactâncio, a batalha marcou o começo da conversão de Constantino ao Cristianismo. Eusébio de Cesareia relata que Constantino e seus soldados tiveram uma visão do Deus cristão prometendo-lhes a vitória caso eles exibissem o sinal do Chi-Rho, as duas primeiras letras do nome de Cristo em grego, em seus escudos. O Arco de Constantino, erigido para celebrar esta vitória, atribui em seus relevos e inscrições a intervenção divina.

Antecedentes

Desde 293, o Império Romano está dividido em duas metades, cada qual governada por um Augusto (imperador sênior) e um César (imperador júnior). Em 306, o Augusto do Ocidente Constâncio Cloro Predefinição:Nwrap falece em Eboraco (atual Iorque, Inglaterra)Predefinição:Harvref e seus soldados elevam seu filho Predefinição:Lknb Predefinição:Nwrap como seu sucessor.Predefinição:Harvref O Augusto do Oriente Galério Predefinição:Nwrap, no entanto, eleva Flávio Severo Predefinição:Nwrap à posição de Augusto, pois pelas prerrogativas do sistema tetrárquico vigente, sendo ele o César ocidental, deveria suceder o Augusto morto. Após algumas discussões diplomáticas, Galério demoveu Constantino para a posição de César, o que ele aceitou, permitindo assim que Severo assumisse sua posição.Predefinição:Harvref

Magêncio Predefinição:Nwrap, filho de Maximiano (r. 285-305; 310), o Augusto antecessor de Constâncio Cloro, com inveja da posição de Constantino, declara-se imperador na Itália com o título de príncipe e chama seu pai da aposentadoria para co-governar consigo. Por 307, ambos sofrem invasões de Flávio Severo, que é derrotado e morto, e Galério, que decide retirar-se.[1]Predefinição:Harvref Em 308, na Conferência de Carnunto convocada por Galério, o oficial Licínio Predefinição:Nwrap foi nomeado Augusto do Ocidente e deveria, portanto, lidar com o usurpador, porém nada fez.Predefinição:Harvref No mesmo ano, em algum momento antes da conferência, Maximiano tentara depor seu filho num fracassado plano, o que forçou-o a fugir para a corte de Constantino na Gália.[2]Predefinição:Harvref

Em 310, contudo, Maximiano também tentaria depôr Constantino, mas seria derrotado e forçado a suicidar-se.Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref No ano seguinte, Magêncio, conclamando vingança pela morte de seu pai, declara guerra a Constantino, que responde com uma invasão à Itália do Norte com 40 000 soldados;Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Zósimo alega que o exército invasor era de 90 000 infantes e 8 000 cavaleiros provenientes de germânicos e celtas subjugados e de parte do exército estacionado na Britânia.Predefinição:Harvref Após o cerco de Segúsio (atual Susa, Itália),Predefinição:Harvref Constantino dirige-se para o interior e depara-se com uma força de Magêncio acampada nas imediações de Augusta dos Taurinos (atual Turim).Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref

Ele derrota a nova ameaça e então dirige-se para Mediolano (atual Milão), que lhe abre as portas. Ele permaneceu na cidade até meados do verão e então prossegue marcha.Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Seu próximo combate ocorre nas imediações de Bríxia (atual Bréscia), onde um exército fora enviado pelo prefeito pretoriano Rurício Pompeiano, que estava estacionado em Verona, para bloquear seu caminho.[3] Constantino conseguiu rapidamente derrotar aqueles que obstruíam sua passagem e logo dirigiu-se contra a base veronesa de Magêncio.[4]Predefinição:Harvref Pompeiano opôs-se ao imperador invasor em dois confrontos consecutivos às portas da cidade. Rurício foi morto e seu exército destruído.Predefinição:Harvref Verona rendeu-se logo depois, seguida por Aquileia,Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Mutina (atual Módena)Predefinição:Harvref e Ravena.[4] Com isso o caminho direto para Roma abriu-se para ele.[5][6]Predefinição:Harvref

Batalha

Magêncio preparou-se para o mesmo tipo de guerra que travou contra Severo e Galério: ele permaneceu em Roma e preparou-se para um cerco.Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Ele ainda controlava os guardas pretorianos em Roma, estava bem abastecido com cereais africanos e estava cercado por todos os lados pelas aparentemente impenetráveis Muralhas Aurelianas. Ele ordenou que todas as pontas através do rio Tibre fossem cortadas, relatadamente sob conselho dos deuses,Predefinição:Harvref e deixou o resto da Itália Central indefesa; Constantino assegurou o apoio da região sem problemas.Predefinição:Harvref Constantino prosseguiu vagarosamente[6] através da Via Flamínia,Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref permitindo que a fraqueza de Magêncio suscitasse mais tumulto em seu regime. O apoio a Magêncio continuou a enfraquecer: nas corridas de biga em 27 de outubro, a multidão abertamente zombou de Magêncio, gritando que Constantino era invencível.[6]Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Magêncio, não mais certo que emergiria vitorioso de um sítio, construiu uma ponte flutuante temporária através do Tibre próximo a ponte Mílvia em preparação para uma batalha campal contra Constantino.Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Em 28 de outubro de 312, o sexto aniversário de seu reinado, ele se aproximou dos protetores dos Livros Sibilinos para conselho. Os protetores profetizaram que, naquele dia, "o inimigo dos romanos" morreria. Magêncio avançou para norte para encontrar Constantino em batalha.[7]Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref

Magêncio organizou suas forças — duas vezes maior que as de Constantino - em longas filas de frente para o campo de batalha, com suas costas para o rio.[8] O exército de Constantino chegou no campo portanto símbolos incomuns sobre seus estandartes ou sobre seus escudos.[9][10]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Segundo Lactâncio, Constantino foi visitado em sonho na noite anterior a batalha, no qual foi aconselhado a "marcar o sinal divino de Deus nos escudos de seus soldados ... por meio de uma letra inclinada X com sua extremidade superior arredondada em "P", ele marcou Cristo nos escudos deles."Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref

Afresco Visão da Cruz, representação da Escola de Rafael da visão de Constantino. 1520-1524
Afresco Batalha da Ponte Mílvia, representação da Júlio Romano. 1520-1524

Eusébio descreve outra versão, onde, enquanto marchando ao meio-dia, "ele viu com seus próprios olhos nos céus um troféu da cruz aparecendo da luz do sol, carregando a mensagem, In Hoc Signo Vinces ou 'Por este sinal vencerás'";[11]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref no relato de Eusébio, Constantino teve um sonho na noite seguinte, no qual Cristo apareceu com o mesmo sinal divino, e contou-lhe para fazer um estandarte, o lábaro, para seu exército naquela forma.[9]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Eusébio é vago sobre quando e onde estes eventos ocorreram,[12] mas sua narrativa ocorre antes da guerra contra Magêncio começar.Predefinição:Harvref Ele descreve o sinal como Qui (Χ) atravessado por (Ρ) ou , um símbolo representando as primeiras duas letras da grafia grega da palavra Cristo (Christos).Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref A descrição eusebiana da visão tem sido explicada como um "halo solar", um fenômeno meteorológico que pode produzir efeitos similares.[13]Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Em 315, um medalhão foi emitido em Ticino mostrando Constantino trajando um elmo brasonado com o Qui-Rô,[14] e moedas emitidas em Síscia em 317/318 repetem a imagem.Predefinição:Harvref A figura era de outra forma rara e é incomum na iconografia e propaganda imperial antes dos anos 320.[14]

Constantino dispôs suas próprias forças junto ao longo de todo o comprimento da linha de Magêncio. Ele ordenou que sua cavalaria atacasse, e eles conseguiram quebraram a cavalaria inimiga. Ele então enviou sua infantaria contra a infantaria inimiga, empurrando muitos deles para o Tibre, onde foram abatidos ou se afogaram. As tropas de Magêncio quebraram antes do primeiro ataque. Os cavalos da guarda e pretorianos de Magêncio inicialmente mantiveram suas posições, mas quebraram sob a força do ataque da cavalaria constantiniana. Magêncio fugiu com eles, e tentou cruzar a ponte flutuante, mas foi empurrado pela massa de soldados em fuga no rio e afogou-se.[9][15]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref

Rescaldo

Constantino entrou em Roma em 29 de outubro.[8]Predefinição:HarvrefPredefinição:Harvref Ele encenou um grande advento na cidade e deparou-se com grande júbilo popular.Predefinição:HarvrefPredefinição:HarvrefPredefinição:Harvref O corpo de Magêncio foi fisgado do Tibre e decapitado. Sua cabeça foi exibida através das ruas para todos verem.[10][16][8][15][17]Predefinição:Harvref Após as cerimônias, a cabeça decepada de Magêncio foi enviado para Cartago, o que teria encerrado a resistência na cidade.Predefinição:Harvref

Constantino entrou em Roma pouco depois, onde foi aclamado como o único Augusto ocidental. Ele teve creditada a vitória na ponte Mílvia à "Divindade" - ou a "uma Divindade" (na formulação deliberadamente ambígua escolhida pelo senado romano, simpatizante do paganismo, para ser colocada no seu arco do triunfo[18]), e ordenou o fim de todas as perseguições aos cristãos nos seus domínios, um passo que ele já tinha tomado na Britânia,na Gália e Hispânia em 306. Com o imperador como patrono, o cristianismo, que já era muito difundido no império, explodiu em conversões e poder.

Referências

  1. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Di1996b
  2. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Di1997a
  3. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Od103
  4. 4,0 4,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Mac71
  5. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Jo71
  6. 6,0 6,1 6,2 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Ba42
  7. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Cu67
  8. 8,0 8,1 8,2 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Od108
  9. 9,0 9,1 9,2 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Ba43
  10. 10,0 10,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Jo72
  11. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Od105
  12. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Dra113
  13. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Ba306
  14. 14,0 14,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Le71
  15. 15,0 15,1 Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Mac78
  16. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Le70
  17. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Ba44
  18. [1]

Bibliografia

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