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Jürgen Habermas

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Max Horkheimer (na frente, à esquerda), Theodor Adorno (na frente, à direita)e Jürgen Habermas no fundo, à direita, em Heidelberg, 1965.
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Jürgen Habermas (Düsseldorf, 18 de Junho 1929) é um filósofo e sociólogo alemão.

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Jürgen Habermas

Licenciou-se em 1954, com uma tese sobre Schelling (1775-1854), intitulada O Absoluto e a História. De 1956 a 1959, foi assistente de Theodor Adorno no Instituto de Pesquisa Social de Frankfurt. No início dos anos 1960, realizou uma pesquisa empírica sobre a participação estudantil na política alemã, intitulada 'Estudante e Política' (Student und Politik).

Em 1968, transferiu-se para Nova York, passando a lecionar na New Yorker New School for Social Research. A partir de 1971, dirigiu o Instituto Max Planck, em Starnberg, naBaviera. Em 1983, transferiu-se para a Universidade Johann Wolfgang von Goethe, de Frankfurt, onde permaneceu até aposentar-se, em 1994.

Continua, até o presente momento, muito prolífico, publicando novos trabalhos a cada ano, e freqüentemente participa de debates e atua em jornais, como cronista político.

Pensamento

Em geral considerado como o principal herdeiro das discussões da Escola de Frankfurt, Habermas procurou, no entanto, superar o pessimismo dos fundadores da Escola, quanto às possibilidades de realização do projeto moderno, tal como formulado pelos iluministas. Profundamente marcados pelo desastre da Segunda Guerra Mundial, Adorno e Horkheimer consideravam que houvesse um vínculo primordial entre conhecimento racional e dominação, o que teria determinado a falência dos ideais modernos de emancipação social.

Para recolocar o potencial emancipatório da razão, Habermas adota o paradigma comunicacional. Parte da ética comunicativa de Karl Otto Apel[1] , mas também do conceito de "razão objetiva" de Adorno, também presente em Platão, Aristóteles) e no Idealismo alemão, particularmente na idéia hegeliana de reconhecimento intersubjetivo. Assim, Habermas concebe a razão comunicativa e a ação comunicativa - a comunicação livre, racional e crítica, como alternativa à razão instrumental, como superação da razão iluminista - "aprisionada" pela lógica instrumental, que encobre a dominação - para assim recuperar o conteúdo emancipatório do projeto moderno. No fundo, Habermas está preocupado com o restabelecimento dos vínculos entre socialismo e democracia.

Considera duas esferas que coexistem na sociedade: o sistema e o mundo da vida. O sistema refere-se à 'reprodução material', regida pela lógica instrumental (adequação de meios a fins), incorporada nas relações hierárquicas (poder político) e de intercâmbio (economia).

O mundo da vida é a esfera de 'reprodução simbólica', da linguagem, das redes de significados que compõem determinada visão de mundo, sejam eles referentes aos fatos objetivos, às normas sociais ou aos conteúdos subjetivos.

É conhecido o diagnóstico habermasiano da colonização do mundo da vida pelo sistema e a crescente instrumentalização desencadeada pela modernidade, sobretudo com o surgimento do direito positivo, que reserva o debate normativo aos técnicos e especialistas.

Na ação comunicativa ocorre a coordenação de planos de dois ou mais atores via assentimento a definições tácitas de situação. Tem-se não raro uma visão reducionista deste conceito, entendido como mero diálogo. Mas de fato a ação comunicativa pressupõe uma teoria social - a do mundo da vida - e contrapõe-se à ação estratégica, regida pela lógica da dominação, na qual os atores coordenam seus planos no intuito influenciar, não envolvendo assentimento ou dissentimento. Habermas define sinteticamente a ação estratégica como "cálculo egocêntrico".

Seus estudos voltam-se para o conhecimento e a ética. Sua tese para explicar a produção de saber humano recorre ao evolucionismo de Charles Darwin, pois a racionalidade comunicativa é considerada 'aprendente'. Segundo Habermas, a falibilidade possibilita desenvolver capacidades mais complexas de conhecer a realidade, além de representar garantia contra regressões metafísicas, com possíveis desdobramentos autoritários. Evolui-se assim através dos erros, entendidos como falhas de coordenação de planos de ação.

Habermas defende também uma ética universalista, deontológica, formalista e cognitivista. Para ele, os princípios éticos não devem ter conteúdo, mas garantir a participação dos concernidos nas decisões públicas através de discussões (discursos), em que se avaliam os conteúdos normativos demandados naturalmente pelo mundo da vida.

Sobre sua teoria discursiva, aplicada também à filosofia jurídica, pode ser considerada em prol da integração social e, como conseqüência, da democracia e da cidadania. Tal teoria coloca a possibilidade de resolução dos conflitos vigentes na sociedade não com uma simples solução, mas a melhor solução - aquela que resulta do consenso de todos os concernidos.

Sua maior relevância está, indubitavelmente, em pretender o fim da arbitrariedade e da coerção nas questões que circundam toda a comunidade, propondo uma participação mais ativa e igualitária de todos os cidadãos nos litígios que os envolvem e, concomitantemente, obter a tão almejada justiça. Essa forma defendida por Habermas é o agir comunicativo que se ramifica no discurso.

Principais obras

  • Teoria da Ação Comunicativa
  • Entre a Filosofia e a Ciência - O Marxismo como Crítica
  • Reflexões Sobre o Conceito de Participação Pública
  • Mudança Estrutural da Esfera Pública
  • Teoria e Práxis
  • Lógica das Ciências Sociais
  • Técnica e Ciência como Ideologia
  • Conhecimento e Interesse
  • Entre os Fatos e as Normas
  • O Discurso Filosófico da Modernidade
  • A Inclusão do Outro - Estudos de Teoria Política
  • Direito e Democracia Entre Facticidade e Validade
  • Consciência Moral e Agir Comunicativo
  • Pensamento Pós-Metafísico
  • Escritos sobre Moralidade e Eticidade
  • Verdade e Justificação
  • História e crítica da opinião pública

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Ligações externas

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  1. [1]Ética da Razão Comunicativa

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