𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Língua havaiana

Havaiano

‘Ōlelo Hawai'i

Falado(a) em: Predefinição:US-HI
Total de falantes: ~18 mil
Família: Austronésia
 Malaio-polinésia
  Malaio-polinésia centro-oriental
   Malaio-polinésia oriental
    Oceânica
     Oceânica Centro-Oriental
      Oceânica Remota
       Pacífica Central
        Fijiano-polinésio Oriental
         Polinésia
          Nuclear
           Leste
            Central
             Marquêsico
              Havaiano
Escrita: Alfabeto havaiano
Alfabeto latino
Estatuto oficial
Língua oficial de: Predefinição:US-HI
Regulado por: Kulanui o Hawaiʻi
(Universidade do Havaí)
Códigos de língua
ISO 639-1: --
ISO 639-2: haw
ISO 639-3: haw
Hawaii in United States (zoom) (US50) (-grid).svg


Jornal do século XIX escrito em havaiano

O havaiano (ʻŌlelo Hawaiʻi, pronounciado [ʔoːˈlɛlo həˈvɐjʔi]) é uma língua polinésia da família das línguas austronésias, leva essa nome devido a Ilha Havaí, a maior do arquipélago havaiano. Junto com o inglês, o havaiano é uma língua oficial do Estado do Havaí.

A UNESCO atualmente classifica o havaiano como uma língua criticamente ameaçada, tomando como base o dado de quem em 2000 o idioma contava com apenas 1.000 falantes nativos. Esses números foram resultados da redução do número de falantes que se deu até o final do século XX, ocasionados pelo banimento da língua do ensino escolar em 1896, depois que o governo dos Estados Unidos derrubou ilegalmente o governo havaiano. Esse evento desencadeou uma veloz substituição do havaiano pelo inglês em quase todos os espaços públicos. Entretanto, nos últimos anos tem ocorrido um aumento gradual na atenção e promoção da língua. Em meados da década de 1980, o Departamento de Educação do Havaí permitiu a criação de pré-escolas públicas de imersão na língua havaiana, chamadas Pūnana Leo. Hoje, esse esforço resultou em 21 escolas de imersão da língua havaiana em todas as ilhas, além disso, agora a Universidade do Havaí oferece bacharelado, mestrado e doutorado em língua havaiana. Os esforços para reviver a língua resultaram, em 2013, na contagem de 18.610 falantes de havaiano no estado segundo o último censo americano.

História

Descoberta do arquipélago e início da documentação

Em 18 de janeiro de 1778, o explorador e capitão da Marinha Britânica James Cook, em missão com os navios Resolution e Discovery, descobre o arquipélago do Havaí, que de início recebe o nome de Ilhas Sandwich. Até essa data, a língua havaiana era totalmente oral. A primeira palavra em havaiano a ser registrada foi Atooi, que foi a forma como Cook compreendeu o nome da ilha Kauai, a ilha onde desembarcou, além dessa, o capitão também registrou algumas outras palavras, como Arei (atualmente alii, que significa chefe).

Nos anos seguintes, os europeus que desembarcaram nas ilhas usaram da grafia inglesa e de métodos nada sistemáticos para expressar a língua havaiana. A única exceção foi Archibald Campbell, que chegou à região em janeiro de 1810, e tornou-se amigo do Rei Kamehameha I. Em seu diário, registrou diversas palavras em havaiano, além de expressar a dificuldade de aplicação da ortografia inglesa para a língua havaiana. Foi responsável também pela compilação do primeiro vocabulário do idioma, contendo centenas de palavras e frases comuns do idioma, consolidado esse documento como o marco inicial para o registro sistemático das palavras em havaiano com a grafia em inglês.

Os missionários

Os missionários que chegaram ao arquipélago em 1820 foram responsáveis pela sistematização da língua havaiana, bem como pelo desenvolvimento de um sistema educacional e pela preparação de literatura para ser usada nas igrejas e escolas. Conseguiram tal feito a partir da transformação da língua nativa oral à escrita e a uma subsequente impressão dela, que de início seguiu o que era feito até então, ou seja, uma grafia de imitação e invenção. Isso só mudou com a chegada de livros de "gramáticas da Nova Zelândia", em janeiro de 1822, uma vez que essas línguas possuíam diversas semelhanças. Essa gramática permitiu aos missionários a escrita e a primeira impressão feita no Havaí, a qual teve como primeira publicação um livreto de oito páginas contendo o alfabeto, algumas lições de ortografia e seleções para leitura. Partes da Bíblia em havaiano foram publicadas aos poucos ao longo de vinte anos, tendo como alvo o público criado pelas escolas missionárias. Além disso, a impressão permitiu o registro escrito da história e cultura do povo havaiano.

O declínio

O uso da língua havaiana teve um declínio acelerado, ocasionado pelo golpe que derrubou a monarquia havaiana existente e também pela substituição das escolas missionárias que lecionavam em havaiano pelas que usavam o inglês. Em 1833, a Oahu Charity School foi estabelecida em Honolulu como a primeira escola inglesa, mas voltada apenas para a educação de filhos de estrangeiros. Já em 1840, foi inaugurada uma escola para crianças da família real havaiana, na qual as aulas eram instruídas em inglês. Rapidamente, essas escolas começaram a abranger um público maior, desenvolvendo o interesse local pelo inglês, de modo que, em 1874, 25% dos alunos estudavam essa língua. A escola Punohou, fundada em 1883, era voltada para a educação dos filhos de missionários. Durante o reinado de Kalakaua (1874-1891), as escolas comuns conduzidas em havaiano foram praticamente extintas. O inglês se tornou a língua do comércio, dos assuntos governamentais e das instituições de ensino, assim como o principal idioma em praticamente toda a comunicação do arquipélago.

Alfabeto havaiano

O alfabeto havaiano, chamado ka pī‘āpā Hawai‘i em havaiano, é uma variação do alfabeto latino criada no século XIX e usada para escrever na língua havaiana. Compõe-se de 12 letras e um símbolo, o que o torna um dos alfabetos mais curtos do mundo (o alfabeto rotokas tem uma letra a menos; a língua pirahã tem dois fonemas a menos, mas não possui forma escrita). É composto das consoantes /p/, /k/, /‘/ ou /'/ (oclusão glótica ou ‘okina), /m/, /n/, /w/ (às vezes escrito como /v/), /l/, /h/, e as vogais /a/, /e/, /i/, /o/, /u/. O macron, chamado kahakō em havaiano, usado com vogais, marca uma vogal longa. Ao contrário da crença popular, ele não indica o acento tônico, embora, de acordo com as regras para determinar o acento tônico em havaiano, uma sílaba com uma vogal longa seja sempre tônica. Longa ou curta, a pronúncia das vogais não se modifica.

Referências gerais

  • Schutz, Albert J. 1994. "The Voices of Eden: A History of Hawaiian Language Studies." Honolulu: University of Hawai'i Press. ISBN 0-8248-1637-4 (em inglês)

Ligações externas

talvez você goste