𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Fortaleza de São João Batista de Ajudá

A Fortaleza São João Batista de Ajudá, também conhecida como Feitoria de Ajudá ou simplesmente Ajudá, ergeu-se na costa africana a cerca de 5 km de Leste ou Papós, entre os rios da Lagoa e Volta, no Daomé (hoje, Benin).

História

As costas da Mina e da Guiné foram percorridas por navegadores portugueses desde o século XV, que, com o tempo, aí passaram a desenvolver importante comércio, principalmente de escravos.

Capital do antigo reino sub-saariano do Daomé, Ajudá, na Costa da Mina, foi edificada numa vasta planície outrora muito povoada.

No século XVIII, para protegê-la, o rei D. Pedro II de Portugal (1667-1705) determinou erguer uma fortaleza (1681).

Outros autores preferem que a feitoria-fortaleza foi erguida no mesmo século, por traficantes brasileiros de escravos. Sua construção, a cargo do comerciante Joseph de Torres, foi financiada por um imposto, cobrado pelos comerciantes da Bahia, sobre os escravos africanos desembarcados na cidade de Salvador. Francisco Pereira Mendes foi o seu primeiro Governador, no período de 1721 a 1732. Funcionou como centro comercial para a região, trocando [[tabaco[[, búzios e aguardente brasileiros, e mais tarde, quando o esquema do tráfico se alterou, oferecendo produtos manufaturados europeus, contrabandeados do Brasil, uma vez que a Coroa portuguesa não permitia que tais itens fossem transportados em navios brasileiros.

No século XIX a região foi ocupada pelos ingleses, que ali estabeleceram importantes entrepostos, que passaram a ser defendidas pelas guarnições das fortalezas antes pertencentes a Portugal, entre as quais a de São João Batista de Ajudá. Desta determinação britânica resultou a deportação de um rei africano, que somente em 1934 teve autorização para retornar e viver o resto de seus dias na terra natal. Com outros governantes foram feitos acordos financeiros por eles aceitos a fim de evitar o massacre do seu povo. Entre estes estava o Príncipe Custódio Joaquim de Almeida de São João Batista de Ajudá que deixou sua terra na Costa da Mina em 1862 quando tinha 31 anos de idade.

Em 1876, a Grã-Bretanha terminou a ação que iniciara alguns anos antes, comprando a parte dos demais ocupantes, tornando, então, a Costa do Ouro inteiramente de propriedade dos ingleses, os quais também tiveram de entrar em acordo com os reis e príncipes negros que governavam o gentio.

A fortaleza contituía uma dependência da colónia portuguesa de São Tomé e Príncipe. Tendo sido invadida por forças do então Daomé (1961), o governo de Salazar ordenou ao último residente da praça que a incendiasse antes de a abandonar.

Relação de Governadores da Fortaleza de São João Batista de Ajudá


Início	Fim	Nome	Observações
1721 	1732 	Francisco Pereira Mendes 	
? 	1743 	João Basílio 	
? 	1746 	Pe. Martinho da Cunha Barbosa 	Interino 
1746 		Francisco Nunes Pereira 	Usurpou as funçöes 
1746 		Frei Francisco do Espírito Santo 	Interino 
1746 		Francisco Nunes Pereira 	Usurpou novamente as funçöes 
1746 	? 	Filipe José de Gouveia 	
1752 	1759 	Tenente Teodósio Rodrigues da Costa 	
1759 	1760 	Almoxarife António Nunes de Gouveia 	Interino 
1760 	? 	Capitão Félix José de Gouveia 	
1790 	1797 	Francisco António da Fonseca Aragão 	
1797 	? 	Capitão Manuel Bastos Varela Pinto Pacheco 	
1817 	? 	Xáxá Francisco Félix de Sousa 	Comerciante negreiro da Baia 
1844 	1845 	Segundo-Tenente (Alferes) Joaquim José Libânio 	
1845 	1848 	Xáxá Francisco Félix de Sousa 	Pela segunda vez 
1849 	? 	Tenente Quaresma 	
1851 	? 	Alferes Elerpech 	
1851 	1858 	Xáxá Isidoro Félix de Sousa 	Governador subalterno 
1852 	1853 	Segundo-Tenente (Alferes) João Justino da Costa 	
1853 	1858 	Escrivão José Pinheiro de Sousa 	O Itaparica, a título pessoal 
1858 		Xáxá Francisco Félix de Sousa 	o filho 
1858 	1861 		Abandonado por forças portuguesas
1861 	1865 		Face ao abandono por forças portuguesas, o forte foi ocupado por missionários franceses 
1865 	1868 	Segundo-Tenente (Alferes) José Maria Borges de Sequeira 	Ainda que sujeito à autoridade do Xáxá Francisco Félix de Sousa 
1868 	1869 	Segundo-Tenente (Alferes) Vital de Bettencourt Vasconcelos Côrte Real do Canto 	
1869 	? 		Abandonado por forças portuguesas
? 1872 	? 	Alferes António Joaquim 	
? 	1878 	Tenente Augusto Fructuoso Figueiredo de Barros 	
1878 	1879 	Alferes Lourenco da Rocha 	
1879 	1881 	Tenente António José Machado 	
1881 	1883 	? 	
1883 	1885 	Tenente Fernando Goncalves 	
1885 		Tenente Bernardo Francisco Luís da Cruz 	Não chegou a tomar posse 
1885 		Tenente José Gomes de Sousa 	
1885 	1886 	Tenente Francisco Rego 	
1886 	1887 	Major António Domingues Cortez da Silva Curado 	
1887 	1888 	Alferes Manuel Francisco Rodrigues Guimaräes 	
1888 		Capitão Vicente da Rosa Rolim 	Não chegou a tomar posse 
1888 	1890 	Alferes Manuel José Ferreira dos Santos 	
1890 		Alferes Carolino Acácio Cordeiro 	
1890 	1893 	Capitão Vicente da Rosa Rolim 	
1893 		Alferes Manuel José Ferreira dos Santos 	Não chegou a tomar posse 
1893 	? 	Capitão Vicente da Rosa Rolim 	Pela segunda vez 
1897 	1898 	Tenente Campos 	
1898 	? 	Tenente Nunes da Aguiar 	
1900 	? 	Tenente António Mendes da Costa 	
? 	1905 	Tenente João de Deus Pires 	
1905 	1906 	Alferes Joaquim Luís de Carvalho 	
1906 	? 	? 	
1909 	1911 	Tenente Sebastião Lousada 	
1911 		Tenente Cândido João de Barros 	
1911 	1912 	Alferes Guilherme Spínola de Melo 	
1912 	? 	? 	
? 	1928 	Tenente Viriato Henrique dos Anjos Garcez 	
1928 	1931 	Capitão Joaquim Sinel de Cordes 	
1932 	1938 	Capitão Miguel Maria Pupo Correia 	
1938 	1941 	Capitão José Segurado Pimenta Avelar Machado 	
1941 	1942 	Dr. Jean Louis Bourjac 	A título particular, sem o reconhecimento das autoridades nacionais 
1942 	1944 	Segundo Oficial da Curadoria dos Servicais e Colonos José Vasconcelos e Sá Guerreiro Nuno 	Interino 
1944 	1946 	Capitão Carlos Alberto de Serpa Soares 	
1946 		Segundo Oficial José Vasconcelos e Sá Guerreiro Nuno 	Pela segunda vez 
1946 	1951 	Capitão Miguel Maria Pupo Correia 	Pela segunda vez 
1951 	1954 	Administrador de circunscrição da 3° Classe António João Teles Pereira de Vasconcelos 	
1954 	1956 	Administrador de circunscrição da 1° Classe Ernesto António Pereira Enes 	
1956 	1961 	Intendente António Agostinho Saraiva Borges 	

Bibliografia

António José Chrystêllo Tavares. São João Baptista de Ajudá face ao conflito Franco-Daomeano de 1892. Ancara: s.e., 1998.

Ver também:

Batuque

Predefinição:Seminterwiki

talvez você goste