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Evangelho segundo João

Predefinição:Infobox O Evangelho segundo João (em Predefinição:Língua com nome, transl.: Tò katà Iōánnēn euangélion), também referido como Evangelho de João, o Quarto Evangelho ou simplesmente João, é um dos quatro evangelhos canônicos no Novo Testamento. Ele tradicionalmente é o quarto evangelho, sucedendo aos evangelhos sinópticos de Mateus, Marcos e Lucas.

Apesar do autor do Evangelho de João ser anônimo,[1] a tradição cristã geralmente a atribui para João, o Apóstolo, filho de Zebedeu e um dos doze apóstolos de Jesus.[2] Este evangelho está tão relacionado em estilo e conteúdo com as outras três epístolas joaninas que os estudiosos tratam estes quatro livros,[3] juntamente com o Livro de Apocalipse, como uma única coleção de escritos dentro da literatura joanina, embora não necessariamente tenham sido escritos pelo mesmo autor.Predefinição:Refn

Alguns estudiosos sugeriram que uma tradição tenha se desenvolvido em torno da "comunidade joânica", que deu origem à este evangelho.[4][5] A descoberta de um grande número de fragmentos de papiro de manuscritos com temas joaninos levou mais estudiosos a reconhecer que os textos estavam entre os mais influentes da Igreja primitiva.[6]

Os discursos contidos neste evangelho tiveram seu enfoque em questões do debate igreja-sinagoga no momento da sua composição.[7] É notável que, em João, a comunidade parece definir-se principalmente em contraste com o judaísmo, e não como parte de uma comunidade cristã mais ampla.[8] Embora o cristianismo tenha começado como um movimento dentro do judaísmo, ele se separou gradualmente do judaísmo por causa de mútua oposição entre as duas religiões.[9]

Estrutura e conteúdo

O Evangelho de João pode ser dividido em quatro seções: um prólogo (1:1-18), um Livro dos Sinais (1: 19-12: 50), um Livro da Glória (13: 1-20: 31) e um epílogo (21).[10] A estrutura é esquemática: existem sete "sinais" que culminam na ressurreição de Lázaro (prenunciando a ressurreição de Jesus) e sete provérbios e discursos sobre "Eu sou", que culminaram com a proclamação de Jesus como "meu senhor e meu Deus" - o mesmo título (dominus et deus) reivindicado pelo imperador romano Domiciano.[11]

Ver artigo principal: No princípio era o Verbo

No prólogo do Evangelho de João, o autor inicia citando que "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".[12] Ele coloca Jesus como figura cósmica como o Logos foi feito carne e revelado por Deus, dando a salvação aos que nele acreditam. João Batista, André e Natanael testemunham ele como o Cordeiro de Deus, o Filho de Deus, e o Cristo.[13]

Livro dos Sinais

O Livro dos Sinais aborda a narrativa do ministério público de Jesus, iniciando com a apresentação dos primeiros discípulos de Jesus. Consiste em sete milagres ou "sinais", intercalados com longos diálogos, discursos, e trechos "amém, amém", e "Eu Sou", que culminaram com a ressurreição de Lázaro dentre os mortos. Em João, é isso, e não a limpeza do Templo, que leva as autoridades a ter executado Jesus. Os sete sinais consistem no milagre de Jesus no casamento em Caná, na cura do filho do oficial real, na cura do paralítico em Betesda, na alimentação dos 5.000, na caminhada sobre a água, na cura do homem nascido cego, e na ressurreição de Lázaro. Outros incidentes relatados neste segmento do evangelho incluem a limpeza do Templo; a conversa de Jesus com o fariseu Nicodemos, onde ele explica a importância do renascimento espiritual; a sua conversa com a samaritana no poço, onde ele fala o Discurso sobre a Água da Vida; o Discurso do Pão da Vida, que levou muitos de seus discípulos a rejeitarem-o; a mulher adúltera; o argumento de que Jesus é a Luz do Mundo; a resposta de Jesus a Pilatos; a perícope do Bom Pastor; a rejeição de Jesus pelos judeus; o versículo Jesus chorou; o plano para matar Jesus; a unção de Jesus; a entrada triunfal em Jerusalém; a predição da glorificação do Filho do Homem; e a predição do Juízo Final.

Livro da Glória

Jesus realizando o discurso de adeus para os seus onze discípulos remanescentes. Arte de Maestà of Duccio, datada de 1308–1311.

O Livro da Glória aborda a narrativa da Paixão de Cristo, da Ressurreição de Jesus e das aparições de Jesus após a ressurreição. Ele inicia a narrativa da Paixão com um relato da Última Ceia que difere significativamente daquela encontrada nos evangelhos sinópticos, com Jesus lavando os pés dos discípulos em vez de inaugurar uma nova aliança de seu corpo e sangue. Isto é sucedido pelo discurso de adeus de Jesus, um relato de sua traição, prisão, julgamento, morte, sepultamento, aparições após a ressurreição, e um convite final para seus seguidores. Também inclui a negação de Pedro, a instituição do Novo Mandamento e da Nova Aliança, a promessa de Paráclito, a promessa da Videira Verdadeira, a Oração do Sumo Sacerdote, a zombaria com Jesus e a coroação com espinhos, o Ecce homo, a descoberta do túmulo vazio, o Noli me tangere, a Grande Comissão e a incredulidade de Tomé. A seção termina com uma conclusão sobre o propósito do evangelho: "[tais relatos] foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.".[14][13]

Ver artigo principal: João 21

O epílogo, registrado no capítulo 21 do Evangelho de João, aborda a aparição de Jesus após a ressurreição para os seus discípulos, em um lago, a pesca milagrosa, a profecia da crucificação de Pedro, a restauração de Pedro, e o fato dele ser o Díscipulo amado.[13] A maioria dos estudiosos acredita que este capítulo seja uma adição ao evangelho em si.[15]

Papirologia

A influência da papirologia sobre os estudos do Velho e o Novo Testamento foi fenomenal. A maioria dos papiros encontrados data dos primeiros 300 anos da Era Cristã. Sendo assim, é possível estabelecer um estudo da gramática desse período. Com base nos argumentos da gramática histórica, a composição dos livros do Novo Testamento é datada do primeiro século da nossa era.[16]

O Papiro P52, fragmento do Evangelho Segundo João, encontrado no Egito em 1920 por C. H. Roberts pode ser paleograficamente datado de c. 125 D.C.. Decorrido um certo tempo para o livro entrar em circulação, deve-se atribuir ao quarto Evangelho uma data próxima do fim do primeiro século - isto também está em conformidade com a tradição cristã conservadora.[16]

Manuscrito: Papiro P52

O Papiro Rylands é o fragmento mais antigo do manuscrito do Evangelho de João, datando aproximadamente do ano 125 D.C..

O Papiro P52, também conhecido como o "fragmento de João", é um fragmento do papiro exposto na biblioteca de John Rylands, em Manchester, Reino Unido. Contém partes do capítulo 18 do Evangelho de João, em grego (31 - 33 e 37-38). Embora Rylands P52 seja aceito geralmente como registro canônico, a datação do papiro não é assunto de consenso entre os comentadores. Mas o estilo da escrita leva a uma data entre os anos de 125 e 160 d.C..[17]

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Ver também

Notas


Referências

  1. Burkett 2002, p. 215.
  2. Ehrman 2009.
  3. Lindars 1990, p. 63.
  4. Barrett 1978, p. 133.
  5. Barrett 1978, p. 137.
  6. De Santos Otero 1993, p. 97.
  7. Lindars 1990, p. 53.
  8. Chilton & Neusner 2006, p. 5.
  9. Lindars 1990, p. 59.
  10. Köstenberger, Kellum & Quarles 2009, p. 305.
  11. Witherington 2004, p. 83.
  12. «No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#1:1|João 1:1]])
  13. 13,0 13,1 13,2 Edwards 2015, p. 171.
  14. «Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#20:31|João 20:31]])
  15. Bauckham 2007, p. 271.
  16. 16,0 16,1 Arqueologia Bíblica: FATEFFIR
  17. P52: A Fragment of the Gospel of John (em inglês)

Bibliografia

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Leitura adicional

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Ligações externas

Predefinição:Cristianismo2

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