O português é a sexta língua materna mais falada no mundo, indicam estatísticas da Unesco (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura), que revela a existência de 6,7 mil línguas vivas no mundo. Segundo a instituição, o português está atrás do mandarim, hindi, castelhano, inglês e bengali.
De acordo com o documento "Língua Portuguesa: Perspectivas para o Século XXI", elaborado pelo Instituto Camões (IC), a língua portuguesa tem ganhado falantes de forma contínua, desde o início do século XX. Em 2000, a Unesco estimou em mais de 176 milhões o número de falantes de português no mundo.
O mandarim é, e será, a língua materna mais falada no mundo, com 874 milhões de falantes, seguido pelo hindi (366 milhões), castelhano (358 milhões), inglês (341 milhões), bengali (289 milhões). Além da língua portuguesa, completam a lista dos dez idiomas mais falados no mundo o russo (167 milhões), japonês (100 milhões) e wu (China, 77 milhões).
As estatísticas sobre as línguas vivas, segundo o documento, apresentam números diferentes, mas apontam, em geral, para um valor superior a 6 mil, embora os últimos dados da Unesco, datados de 2000, apontem para 6,7 mil. A distribuição das línguas vivas por área geográfica revela que a Ásia é o continente com maior número de idiomas (2,165 mil) e que a Europa é o com menor (225). No meio está a África (2,01 mil), Pacífico (1,3 mil) e a América (mil).
Essa distribuição permite, por outro lado, constatar que a maioria das línguas se concentra em países em desenvolvimento pertencentes aos continentes asiático (32%) e africano (30%). Sete países contam com mais de 200 línguas, com destaque para Papua-Nova Guiné, com 850 idiomas, seguida pela Indonésia (650), Nigéria (410), Índia (380), Camarões (270), México (240) e República Democrática do Congo (210).
No entanto, o relatório indica que muitas línguas asiáticas, africanas e americanas estão em risco de extinção. Segundo as últimas estimativas, 25 línguas desaparecem anualmente, uma a cada quinze dias.
A grande diversidade linguística oculta, no entanto, uma enorme disparidade entre idiomas abrangendo os que contam com cerca de 900 milhões de falantes e os que se reduzem a menos de 20 indivíduos. Segundo a Unesco, 600 línguas contam com pouco mais de 100 mil falantes, enquanto outras 500 se confinam a um número inferior a 100.
O português é língua oficial de sete países - Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique e São Tomé e Príncipe - de três continentes e, a partir de maio 2002, de oito, com a independência do Timor Leste. É falado também por mais de dois milhões de pessoas na Galiza administrativamente espanhola, onde é chamado "galego". Na Galiza, o galego-português é co-oficial com o castelhano, embora as instituições espanholas escolheram para este português galego uma norma escrita fortemente castelhanizada. Desta forma, o português estará presente nos quatro cantos do mundo. Utilizada diariamente por cerca de 200 milhões de pessoas, longe dos cerca de três milhões que a utilizavam, em sua forma arcaica, no século XVI, quando foi difundida espontaneamente por navegadores, guerreiros, mercadores, marinheiros e os missionários.
Segundo o estudo, a análise da estimativa do número de falantes das oito principais línguas européias - do século VI ao XX - revela que o português apenas começou a ganhar espaço nos últimos 100 anos. Até 1900, a língua portuguesa situou-se quase sempre em oitavo lugar. Em 1935, inicia um processo sustentado de crescimento, chegando aos 47 milhões, ultrapassando de vez as línguas polonesa e italiana.
Segundo os demógrafos Jean-Claude Chasteland e Jean-Claude Chesnais, do Ined (Instituto Nacional de Estudos Demográficos) francês, o português era falado em 1992 por 160 milhões de pessoas.
O estudo destaca que, a partir do cruzamento dos dados fornecidos pelas organizações de caráter regional em que o português assume a função de uma das duas línguas oficiais com as projeções demográficas da ONU (Organização das Nações Unidas) até 2050, o português é tido como o que tem maiores potenciais de crescimento como língua de comunicação internacional na África Austral e na América do Sul. Só nos Palop (Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa), indicam as projeções das Nações Unidas, a população crescerá para 58 milhões em 2025 e para 83 milhões em 2050, com perspectiva de idêntica taxa de crescimento na África Austral, onde a SADC (Comunidade de Desenvolvimento local) vai desempenhar o mesmo papel impulsionador que o Mercosul na América Latina (Brasil).
A expansão da língua portuguesa seguirá também para o Oriente, sobretudo devido a Timor Leste e Macau, e na Índia (Goa, Damão e Diu) e Malásia (Malaca), regiões onde alguns segmentos da população falam português ou crioulos de base lexical lusa. A maior comunidade lusofona na Ásia está no Japão, onde há 250 000 dekasegui (brasileiros de origem japonês) que falam o português.
Tem havido oposição à reintrodução do português como uma língua oficial em Timor Leste, dos estudantes jovens radicais que eram educados baixo a ocupação indonésia. Eles consideram o português como uma lingua 'colonial', como o holandês na Indonésia, mas em realidade, muito do vocabulario do Tetum é derivado do português.
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