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Carmen Miranda

Carmen Miranda (9 de Fevereiro de 19095 de Agosto de 1955) foi uma cantora e atriz luso-brasileira conhecida mundialmente. Estima-se que seus discos tenham vendido mais de dez milhões de cópias pelo mundo.

Maria do Carmo Miranda da Cunha (Marco de Canaveses, Portugal - 9 de fevereiro de 1909 - Beverly Hills, EUA, 5 de agosto de 1955) foi uma cantora e atriz brasileira.

Carmen era a segunda filha de José Maria Pinto da Cunha (1887 - 1938) e de Maria Emília Miranda (1886 - 1971). Foi batizada na Igreja de São Martinho da Aliviada. Pouco depois de seu nascimento, o pai, José Maria, imigrou para o Brasil, onde se instalou no Rio de Janeiro. Em 1910, Dona Maria seguiria o marido, acompanhada da filha mais velha e de Carmen, que ganhou o apelido graças ao gosto de José Maria por óperas.

Infância

No Rio de Janeiro, José Maria abriu um salão de barbeiro na Rua da Misericórdia, 70, em sociedade com um patrício. A família se estabeleceu no sobrado acima do salão, mudando-se mais tarde para a Lapa, passando a viver à Rua Joaquim Silva, 53.

No Brasil nasceriam os outros filhos do casal José Maria e Maria Emília: Amaro (1911), Cecília (1913), Aurora (1915 - 2005) e Oscar (1916). Carmen fez seus estudos na escola Santa Tereza, na Rua da Lapa, 24 e teve seu primeiro emprego aos 14 anos, numa casa especializada em gravatas e depois numa chapelaria com um ordenado de quarente mil réis por dia. Uma das lendas sobre a biografia de Carmen conta que ela teria sido demitida da chapelaria por passar o tempo cantando. Segundo seu biógrafo Ruy Castro, Carmen, que cantava por influência de sua irmã mais velha, atraia clientes graças aos seus dotes musicais.

Nesta época, a família Miranda da Cunha deixa a Lapa e passa a residir num sobrado à Travessa do Comércio, 13. Foi quando Olinda, acometida de tuberculose, volta a Portugal para tratamento. Para complementar a renda familiar Dona Maria passa a administrar em casa uma pensão, que servia refeições para os empregados do comércio local. Olinda permaneceria em Portugal entre 1925 e 1931, quando morre. No ano seguinte à partida de Olinda, que ensaiava os primeiros passos de uma carreira artística, Carmen aparece em uma fotografia incógnita, na seção de cinema do jornalista Pedro Lima, na revista Selecta. Em 1929, Carmen é apresentada ao compositor Josué de Barros, que encantado com o talento da jovem passa a promovê-la em gravadoras e teatros. No mesmo ano grava seus primeiros discos, com as canções Não Vá Sim'bora, um samba, e o choro Se O Samba é Moda, pela gravadora alemã Brunswick. Pela gravadora Victor, grava Triste Jandaia e Dona Balbina.

O início da carreira artística

O grande sucesso viria a partir de 1930, quando grava a marcha Taí, de Lamartine Babo. Antes do fim do ano, Carmen já é apontada pelo jornal O Pais como "a maior cantora brasileira".

Em 1933 ajuda a lançar a irmã Aurora na carreira artística. No mesmo ano Carmen assina um contrato de dois anos com a rádio Mayrink Veiga, para ganhar dois contos de réis por mês. Foi a primeira cantora de rádio a merecer contrato, quando a praxe era o cachê por aprticipação. Carmen ganha o apelido de "Cantora do It". em 30 de outubro realiza sua primeira turnê internacional, apreesentando-se em Buenos Aires. Carmen voltaria à Argentina no ano seguinte, para uma temporada de um mês na Rádio Belgrano.

Carreira cinematográfica no Brasil

Em 20 de janeiro de 1936 estreiou o filme Alô, Alô Carnaval, em que Carmen e Aurora atuam juntas na famosa seqüência em que cantam "Cantoras do Rádio". No mesmo ano, Carmen e Aurora passam a integrar o cast do Cassino da Urca, de propriedade de Joaquim Rolla. A partir de então as duas irmãs se dividem entre o palco do cassino e excursões freqüentes aos estados brasileiros e à Argentina.

Foi durante uma apresentação para o astro de Hollywood Tyrone Power que se aventou a possibilidade de uma carreira de Carmen nos Estados Unidos. Era o ano de 1938 e Carmen recebia um salário de 30 contos de réis mensais no Cassino da Urca. Carmen não se interessou pelos EUA e permaneceu no Brasil.

Em 1939, o empresário americano Lee Shubert, em companhia da atriz Sonja Henie chegam ao Rio a bordo do navio Normandie. Vista por Shubert na Urca, Carmen assina contrato depois de se apresentar no navio. Shubert estava interessado apenas em Carmen, mas a cantora fez questão de levar o Bando da Lua para lhe acompanhar. Depois de muita relutância, Shubert, já de volta aos EUA, aceita a vinda do Bando. Carmen partiu no vapor Uruguai, em 4 de maio de 1939, às vésperas da Segunda Guerra Mundial.

A carreira nos Estados Unidos e o começo da consagração

Em 29 de maio de 1939 Carmen estreou na revista "Streets of Paris", em Boston, com êxito estrondoso. A imprensa americana se rende à sensualidade e ao talento da cantora brasileira, que ao desembarcar em Nova York declarou: "Vocês verão principalmente que sou cantora e tenho ritmo". As participações teatrais de Carmen aumentam a medida em que cresce o seu reconhecimento. Em 5 de março de 1940 Carmen apresenta-se durante um banquete ao presidente Franklin D. Roosevelt na Casa Branca, em Washington. Em 10 de julho retorna ao Brasil, onde é acolhida com enorme ovação pelo povo carioca. No entanto, em apresentação para a cúpula do Estado Novo no Cassino da Urca Carmen é apupada pelo grupo germanista do governo brasileiro, que via em Carmen uma influência "americanizada". Dois meses depois, no mesmko palco mas desta vez para uma platéia comum, Carmen é aplaudida e apoiada. No mesmo mês gravou seus últimos discos no Brasil, onde responde com humor às acusações de ter esquecido o Brasil. Em 3 de outubro, Carmen de volta aos EUA grava a marca de seus sapatos e mãos na Calçada da Fama do Chinese Theatre de Los Angeles.

Entre 1941 e 1953 Carmen atuou em 13 filmes em Hollywood e nos mais importantes programas de rádio, televisão, casas noturnas, cassinos e teatros norte-americanos. Na esteira da Política de Boa Vizinhança implementada pelos EUA em face do conflito europeu, o espaço para artistas "latinos" cresce. carmen, apesar de ter chegado à América antes da Segunda Guerra e da criação da Política é identificada com o projeto.

Vida amorosa e casamento

Em 1946, ao fim da Segunda Guerra, Carmen é a artista mais bem paga de Hollywood e a mulher que mais paga imposto de renda nos EUA. Em 17 de março de 1947 casou-se com o americano David Sebastian, nascido em Detroit a 23 de novembro de 1908. Antes, Carmen mantivera romances com vários astros de Hollywood e também com o músico brasileiro Aloysio de Oliveira, integrante do Bando da Lua.

Antes de partir para a América, Carmen namorara o jovem Mário Cunha e o bon vivant Carlos da Rocha Faria, filho de uma tradicional família do Rio de Janeiro. Já nos EUA, Carmen manteve casos com os atores John Wayne e Dana Roberts.

O casamento com David Sebastian é apontado por todos os biógrafos e estudiosos de Carmen Miranda como a principal razão do começo de sua decadência física. Dave, um fracassado empregado de uma produtora de cinema, investiu-se na posição de "empresário" de Carmen, e foi responsável por uma série de negócios mal conduzidos. Dave também era alcoólatra e teria apresentado Carmen ao álcool, do qual ela também logo se tornaria dependente. O casamento entraria em crise já nos primeiros meses, mas Carmen, católica devota, não aceitava o divórcio. Em 1948 Carmen engravida de David, mas sofre um aborto espontâneo depois de uma apresentação.

Dependência química

Desde o início de sua carreira americana Carmen fez uso de barbitúricos para poder dar conta de sua agenda atribulada. Na época, tais drogas ainda eram pouco conhecidas e receitadas irresponsavelmente por médicos. Carmen adquiria as drogas com receitas obtidas legalmente e não percebia os seus efeitos deletérios. Rapidamente tornou-se dependente dos remédios, que usava em quantidades cada vez maiores, tanto como estimulantes quanto calmantes. Ao tornar-se também usuária de tabaco e álcool, o efeito das drogas foi potencializado.

A morte nos EUA

Por conta do uso cada vez mais freqüente, Carmen desenvolveu uma série de sintomas característicos, erroneamente diagnosticados como estafa pelos médicos americanos. Em 3 de dezembro de 1954 Carmen retorna ao Brasil após uma ausência de 14 anos. Está sofrendo os efeitos da dependência química e é internada numa suíte do hotel Copacabana Palace, onde passa quatro meses. Seu médico brasileiro constata a dependência química e tenta desintoxicá-la. Carmen melhora, embora não tenha abandonado completamente os remédios, o álcool e o cigarro. Exames não constatam alterações de sua freqüência cardíaca.

Ligeiramente recuperada, Carmen retorna para os EUA em 4 de abril de 1955. Imediatamente retorna à roda-viva de apresentações. Faz uma turnê por Cuba e Las Vegas entre os meses de maio e agosto e volta a fazer uso dos barbitúricos.

No início de agosto, Carmen grava uma participação especial no programa televisivo do comediante Jimmy Durante. Durante um número de dança, sofre um ligeiro desmaio, desequilibra-se e cai, amparada por Durante. Recupera-se e termina o número.

Na mesma noite, Carmen recebe amigos em sua residência em Beverly Hills, à Bedford Drive, 616. Por volta das duas da manhã, após beber e cantar algumas canções para os amigos presentes, Carmen sobe para seu quarto. Acende um cigarro e começa a se preparar para dormir. Veste um hobby, retira a maquiagem e caminha em direção à cama com um pequeno espelho à mão. Um colapso cardíaco fulminante derrubou Carmen, que caiu morta sob o chão. Seu corpo só seria descoberto no dia seguinte, pelo marido Dave. Era o dia 5 de agosto.

Funeral e consagração no Brasil

Em 12 de agosto de 1955 seu corpo embalsamado desembarcou de um avião no Rio de Janeiro. 60 mil pessoas compareceram ao seu velório, realizado no saguão da Câmara Municipal. O cortejo fúnebre até o cemitério de São João Batista foi acompanhado por cerca de meio milhão de pessoas. No ano seguinte, o prefeito do então Distrito Federal, Negrão de Lima assinou decreto criando o Museu Carmen Miranda, que seria inaugurado somente em 1976, no Aterro do Flamengo.

Começo de carreira

Não demorou muito para Carmen ser descoberta e oferecida com uma proposta de cantar numa rádio local. Isso valeria a ela um contrato com a RCA. Pelo final de 1928, Carmen já era uma estrela reconhecida em várias partes do Brasil.

Carreira nos filmes

Como outros artistas populares da época faziam, Carmen começou a atuar no cinema. Ela faria sua estréia no documentário A Voz do Carnaval (de 1933), dois anos depois ela estrelaria em Alô, Alô, Brasil. Naquele mesmo ano, Estudantes ajudou a solidificá-la como uma atriz que podia fazer algo mais do que cantar.

Carreira no exterior

Bananas da Terra (de 1939) seria o último filme que Carmen faria no Brasil, logo antes de se mudar para os Estados Unidos. Ela disse em uma entrevista que sua missão naquele país seria de fazer a música popular brasileira ser reconhecida no mundo inteiro. Em Nova Iorque, Carmen apresentou-se em alguns musicais da Broadway que se tornaram sucesso da noite para o dia. Em 1940, Carmen assinou um contrato com os estúdios da Fox para aparecer em Serenata Tropical com Betty Grable e Don Ameche. A única crítica que o filme recebeu foi por não ter mostrado Carmen o suficiente. Em 1941, ela se uniu à Ameche e Alice Faye para fazerem That Night in Rio. Sua popularidade só aumentava entre o público de cinema dos EUA. Ela faria vários filmes de sucesso, como Springtime in the Rockies, Something for the Boys e Romance Carioca.

Morte

Em 4 de agosto de 1955, Carmen sofreu um ataque cardíaco, mesmo sem perceber, enquanto gravava um segmento para o Jimmy Durante Show. Ela foi para casa depois de uma festa (na qual ela não bebeu ou fumou). Na manhã seguinte, de 5 de agosto de 1955, ela sofreu um ataque cardíado fatal. Ela tinha apenas 46 anos de idade. Seu corpo foi enviado para ser enterrado no Brasil. Seu túmulo encontra-se no Cemitério São João Batista no Rio de Janeiro.

Filmografia

  • A Voz do Carnaval (1933)
  • Alô, Alô, Brasil (1935)
  • Estudantes (1935)
  • Alô, Alô, Carnaval (1936)
  • Bananas da Terra (1939)
  • Orange of China (1940)
  • Serenata Tropical (1940)
  • That Night in Rio (1941)
  • Week-End in Havana (1941)
  • Springtime in the Rockies (1942)
  • The Gang's All Here (1943)
  • Four Jills in a Jeep (1944)
  • Greenwich Village (1944)
  • Something for the Boys (1944)
  • Doll Face (1945)
  • Se eu Fosse Feliz (1946)
  • Copacabana (1947)
  • O Príncipe Encantado (1948)
  • Romance Carioca (1950)
  • Scared Stiff (1953)

Canções mais famosas

  • 2×2
  • Adeus batucada
  • Alô... alô?
  • Bananas is my business
  • Boneca de Piche
  • Camisa listada
  • Chegou a hora da fogueira
  • Como vaes você
  • Disseram que eu voltei americanizada
  • E o mundo não se acabou
  • Eu também
  • Fez bobagem
  • Maria boa
  • Me dá... me dá
  • Moleque indigesto
  • Na batucada da vida
  • O que é que a baiana tem?
  • Samba rasgado
  • South American Way
  • Taí
  • Uva de caminhão
  • Voltei pro morro
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Ligações externas

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