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Semiótica

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«A semiótica é um saber muito antigo, que estuda os modos como o homem significa o que o rodeia..»

Semiótica (do grego semeiotiké (téchne) = "a arte dos sinais"], termo utilizado principalmente pelos autores estadunidenses, para a ciência geral do signo, no sentido de símbolo. Também dita semiologia. É a ciência geral dos signos, que estuda todos os fenômenos culturais como se fossem sistemas de signos, i. e., sistemas de significação. Em oposição à lingüística, que se restringe ao estudo dos signos lingüísticos, ou seja, da linguagem, a semiologia tem por objeto qualquer sistema de signos (imagens, gestos, vestuários, ritos, etc.).

Dos estudiosos referentes, a primeira personalidade a citar é Charles Sanders Peirce (1839-1914). Para ele, o Homem significa aquilo que o cerca, numa concepçao triádica (firstness, secondness e thirdness), e é nestes pilares que toda a sua teoria se vai basear. Para Peirce há três tipos de signos:

  • o ícone, que mantêm uma relação de «próximidade entre o signo e o objecto (ex: fotografia), em que existe uma proximidade muito grande entre aquilo que o objecto representa e a realidade em si.
  • o símbolo, que de forma aleatória estabelece uma relação convencional entre signo e objecto (ex: o termo cadeira),
  • o índice, ou indício, adquirido pela experiência ou pela herança cultural (ex: há fumo, logo há fogo). Quer isso dizer que, através de um indício (causa), tiramos conclusões. Ainda sobre o que nos diz este autor, é importante referir que «um signo, ou representamen, é qualquer coisa que está em vez de (stands for) outra coisa, «em determinado aspecto ou a qualquer título», (e que é considerado «representante» ou representação da coisa, do objecto - a matéria física) e, por último, o «interpretante» - a interpretação do objecto. Por exemplo, se estivessemos a falar de "cadeira", o representante seria o conceito que temos de cadeira. O objeto seria a cadeira em si e o interpretante o modo como relacionamos o objecto com a coisa representada, o objeto de madeira sobre o qual nos podemos sentar.

O segundo autor, considerado pai da semiologia, por ser o primeiro autor a criar essa designação e a designar o seu objeto de estudo, é Ferdinand de Saussure (1857-1913). Diz este que através do signo - «a singular entidade psíquica de duas faces que cria uma relação entre um conceito (o significado) e uma imagem acústica (o significante) - podemos conceber uma ciência que estude a vida dos sinais no seio da vida social, envolvendo parte da psicologia social e, por conseguinte, da psicologia geral. Chamar-lhe-emos semiologia. Estudaria aquilo em que consistem os signos, que leis os regem.»

A concepção de Saussurre relativamente ao signo, ao contrário da de Peirce, distingue o mundo da representação do mundo real. Para ele, os signos (pertencentes ao mundo da representação) são compostos por significante - a parte física do signo - e pelo significado, a parte mental, o conceito. Colocando o referente (conceito correspondente ao de objecto por Peirce) no espaço real, longe da realidade da representação. Para Saussure (com excepção da onomatopeia), não existem signos motivados, ou seja, com relação de causa-efeito. Divide os signos em dois tipos: os que são relativamente motivados (a onomatopeia, que em Peirce corresponde aos ícones), e os arbitrários, em que não há motivação. Leia-se que esta motivação é a tal relação que Peirce faz entre representação e objecto e que, na visão de Saussure, parece não fazer sentido. Esta visão pode ser tida como visão de face dual. Para Saussure, existem assim dois tipos de relações no signo:

1 - as «relações sintagmáticas» (ver sintagma), as da linguagem, da fala, a relação fluída que, no discurso ou na palavra (parole), cada signo mantem em associação com o signo que está antes e com o signo que está depois, no «eixo horizontal», relações de contextualização e de presença (ex: abrir uma janela, em casa ou no computador) e

2 - as «relações paradigmáticas» (ver paradigma), as «relações associativas», no «eixo vertical». em ausência, reportando-se à «língua» (ex: associarmos a palavra mãe a um determinado conceito de origem, carinho, ternura, amor, etc...), que é um registo «semântico», estável, na memória colectiva

Louis Hjelmslev (1899-1965) altera os conceitos utilizados por Saussurre. A «expressão» está para o significante como o »conteúdo» está para o significado. A grande contribuição deste autor é destacar a construção das palavras, em regra geral com os mesmos significados nas mais diversas línguas.

Umberto Eco (1932), além de ser um dos que tentou resumir de forma mais coerente todo o conhecimento anterior, tentando dissipar dúvidas e unir ideias semelhantes expostas de formas diferentes, introduz novos relativamente aos tipos de signos que considera existir. São os «diagramas», signos que representam relações abstractas, tais como fórmulas lógicas, quimicas e algébricas; os emblemas, figuras a que associamos conceitos (ex: cruz -» cristianismo); os desenhos, correspondentes aos ícones e as inferências naturais, os índices ou indícios de Peirce, as equivalências arbitrárias, simbolos em Pierce e, por fim, os sinais, como por exemplo o código da estrada, que sendo indícios, se baseiam num código ao qual estão associados um conjunto de conceitos.

Roman Jakobson, nascido em Moscovo, em 1896, introduz o conceito das funções da linguagem :

  • a emotiva, que «denota» a carga do emissor na mensagem,
  • a injuntiva, relativa ao destinatário,
  • a referencial, relativa aquilo de que se fala
  • a fática, relativa ao canal da comunicação,
  • a metalinguística, relativa ao código,
  • a poética, relativa à relação da mensagem consigo mesma.

Se Jakobson fala das funções da linguagem, Guiraud diferencia os códigos. E é nos códigos lógicos que está o mais importante para os signos. Nestes, ele releva os «paralinguísticos», associados a aspectos da linguagem verbal (ex: escritas alfabética, escritas idogramáticas. Associar números a pedras é ter e ser um código deste tipo : códigos práticos, ligados às sinaléticas, às programações e a códigos de conhecimento (ex: sinais de trânsito) e por último, os epistemológicos, ou específicos de cada área científica.

Morris e Greimas, dizem-nos que tudo pode ser signo consoante a nossa interpretação, deixanto em estado mais abrangente o conceito de signo. Porém, Morris diz-nos ainda que estes se dividem em

  • sintáctico, (ao nível da estrutura dos signos, o modo em como eles se relacionam e as suas possíveis combinações),
  • semântico, (analisando as relações entre os signos e os respectivos significado e, por último, a nível pragmático, estudanto o valor dos signos para os utilizadores, as reacções destes relativamente aos signos e o modo como os utilizamos).

Em jeito de conclusão, será importante dizer que o saber é constituído por uma dupla face. A face semiológica ou semiótica (relativa ao significante) e a espistemológica (referente ao significado das palavras).

A semiótica tem, assim, a sua origem na mesma época que a filosofia e disciplinas afectas.. Da Grécia até os nossos dias tem vindo a desenvolver-se continuamente. Porém, só mais tarde, há cerca de dois ou três séculos, é que se começaram a manifestar aqueles que seriam apelidados pais da semiótica (ou semiologia).

A Semiótica (do grego semeiotiké, (a arte dos sinais e sintomas) é a ciência dos signos e da semiose, ou seja, do processo de significação ou representação, na natureza e na cultura, do conceito ou da ideia.

Os problemas concernentes à semiótica, também chamada semiologia (apesar de muitos teóricos diferenciarem os dois termos), podem retroceder a pensadores como Platão e Santo Agostinho, por exemplo. Entretanto, somente no início do século XX com os trabalhos paralelos de Ferdinand de Saussure e C. S. Peirce, começa a adquirir o status de ciência e adquirir autonomia. A semiótica é ainda considerada um dos campos da lingüística, outras vezes o inverso.

Segundo alguns autores, a semiótica nunca foi considerada parte da lingüística. De fato, ela se desenvolveu quase exclusivamente graças ao trabalho de não linguistas, particularmente na França, onde é frequentemente considerada uma disciplina importante. No mundo de língua inglesa, contudo, não desfruta de praticamente nenhum reconhecimento institucional.

Embora a língua seja considerada o caso paradigmático de sistema de signos, grande parte da pesquisa semiótica se concentrou na análise de domínios tão variados como os [[mitos, a fotografia, o cinema, a publicidade, os media (ou [[mídia - Brasil). A influência do conceito linguístico central de estruturalismo, que é mais uma contribuição de Saussure, levou os semioticistas a tentar interpretações estruturalistas (ver estruturalismo) num amplo leque de fenómenos. Objetos de estudo, como um filme ou uma estrutura de mitos, são encarados como textos que transmitem significados, sendo esses significados tomados como derivações da interação ordenada de elementos portadores de sentido, os signos, encaixados num sistema estruturado, de maneira parcialmente análoga aos elementos portadores de significado numa língua. Quando deliberadamente enfatisa a natureza social dos sistemas de signos, a semiótica tende a ser altamente crítica e abstrata. Nos últimos anos, porém, os semioticistas se voltam cada vez mais para o estudo da cultura popular, sendo hoje em dia comuns o tratamento semiótico das novelas de televisão e da música popular.


Ver também

Ligações externas

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