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Moçambique: mudanças entre as edições

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{{geocoordenadas|17_36_S_35_11_E_type:country_region:MZ|10°-27° S, 30°-41° E}}
{{Info/País
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|hino                        = [[Pátria Amada]]<center>[[Imagem:National Anthem of Mozambique by US Navy Band.ogg|noicon|center]]</center>
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|fronteira                  = [[Tanzânia]], [[Zâmbia]], [[Malawi]], [[Suazilândia]], [[Zimbabwe]] e [[África do Sul]].
|gentílico                  = [[wikt:moçambicano|moçambicano(a)]]
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|maior_cidade                = Maputo
|língua_oficial              = [[Língua portuguesa|Português]]<ref>Artigo 10 da Constituição</ref><ref>Outras línguas nacionais não oficiais, mas protegidas constitucionalmente são, incluindo mas não se limitando a: [[EMakua|Emakhuwa]], [[xitsonga]], [[ciyao]], [[cisena]], [[xiChona]], [[echuwabo]], [[cinyanja]], [[xironga]], [[língua maconde|shimakonde]], [[cinyungue]], [[xiChope]], [[bitonga]], [[Língua swahili|kiswahili]]</ref>
|tipo_governo                = [[República]] [[Presidencialismo|presidencialista]]
|título_líder1              = [[Lista de presidentes de Moçambique|Presidente]]
|nome_líder1                = [[Filipe Nyusi]]
|título_líder2              = [[Lista de primeiros-ministros de Moçambique|Primeiro-ministro]]
|nome_líder2                = [[Carlos Agostinho do Rosário]]
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|IDH_categoria              = {{Baixo}}<ref name="IDH">{{citar web |url= http://hdr.undp.org/sites/default/files/2015_human_development_report.pdf |título=Human Development Report 2015 | formato = PDF | língua=inglês | publicado = [[Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento]] (PNUD) |data=14 de dezembro de 2015 |acessodata=24 de dezembro de 2015}}</ref>
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}}
'''Moçambique''', conhecido oficialmente como '''República de Moçambique''', é um país localizado no sudeste do Continente [[Africanos|Africano]], banhado pelo [[Oceano Índico]] a leste e que faz fronteira com a [[Tanzânia]] ao norte; [[Malawi]] e [[Zâmbia]] a noroeste; [[Zimbabwe]] a oeste e [[Suazilândia]] e [[África do Sul]] a sudoeste. A capital e a maior cidade do país é [[Maputo]] (chamada de Lourenço Marques durante o domínio português).


Entre o primeiro e o quinto século d.C., povos [[bantos]] migraram de regiões do norte e oeste para essa região. Portos comerciais [[suaílis]] e, mais tarde, [[árabes]], existiram no litoral moçambicano até a chegada dos europeus. A área foi reconhecida por [[Vasco da Gama]] em 1498 e em 1505 foi anexada pelo [[Império Português]]. Depois de mais de quatro séculos de [[África Oriental Portuguesa|domínio português]], Moçambique [[Guerra de Independência de Moçambique|tornou-se independente em 1975]], transformando-se na [[República Popular de Moçambique]] pouco tempo depois. Após apenas dois anos de independência, o país mergulhou em uma [[Guerra Civil Moçambicana|guerra civil intensa e prolongada]] que durou de 1977 a 1992. Em 1994, o país realizou as suas primeiras eleições multipartidárias e manteve-se como uma [[república]] [[Presidencialismo|presidencial]] relativamente estável desde então.
Moçambique é dotado de ricos e extensos [[recursos naturais]]. A economia do país é baseada principalmente na [[agricultura]], mas o [[sector industrial]], principalmente na fabricação de alimentos, bebidas, produtos químicos, [[alumínio]] e [[petróleo]], está crescendo. O sector de [[turismo]] do país também está em crescimento. A África do Sul é o principal parceiro comercial de Moçambique e a principal fonte de investimento directo estrangeiro. [[Portugal]], [[Brasil]], [[Espanha]] e [[Bélgica]] também estão entre os mais importantes parceiros económicos do país. Desde 2001, a taxa média de [[crescimento económico]] anual do PIB moçambicano tem sido uma das mais altas do mundo. No entanto, as taxas de PIB ''per capita'', [[índice de desenvolvimento humano]] (IDH), [[desigualdade de renda]] e [[expectativa de vida]] de Moçambique ainda estão entre as piores do planeta,<ref name="IDH"/> enquanto a [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) considera Moçambique um dos [[País subdesenvolvido|países menos desenvolvidos]] do mundo.<ref>{{cite web |url=http://unohrlls.org/about-ldcs/ |title=About LDCs |work=Least Developed Countries |publisher=UN-OHRLLS |accessdate=24 de janeiro de 2014}}</ref>
A única [[língua oficial]] de Moçambique é o [[Língua portuguesa|português]], que é falado principalmente como [[segunda língua]] por cerca de metade da população. Entre as línguas nativas mais comuns estão o [[Língua macua|macua]], o [[língua tsonga|tsonga]] e o [[Língua sena|sena]]. A população de cerca de 24 milhões de pessoas é composta predominantemente por povos bantos. A religião mais popular em Moçambique é o [[cristianismo]], mas há uma presença significativa de seguidores do [[islamismo]]. O país é membro da [[União Africana]], da [[Commonwealth|''Commonwealth'' Britânica]], da [[Comunidade dos Países de Língua Portuguesa]] (CPLP), da [[União Latina]], da [[Organização da Conferência Islâmica]], da [[Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral]] e da [[Organização Internacional da Francofonia]].
== Etimologia ==
O nome ''Moçambique'', primeiramente utilizado para a [[ilha de Moçambique]], primeira capital da [[áfrica Oriental Portuguesa|colónia]], teria derivado do nome de um comerciante [[Árabes|árabe]] que ali viveu, ''Musa Al Bik'', ''Mossa Al Bique'' ou ''Ben Mussa Mbiki''.<ref>{{citar web |url=http://www.ilhademo.net/history.html |título=Ilha de Moçambique - History |acessodata= |autor= |coautores= |data= |ano= |mes= |formato= |obra= |publicado=Ilha de Moçambique |páginas= |língua= |língua2=pt |língua3= |lang= |citação= }}</ref>
== História ==
{{Artigo principal|História de Moçambique}}
=== Primeiros povos ===
Entre o primeiro e o quinto séculos d.C., ondas migratórias de povos de [[línguas bantas]] vieram de regiões do oeste e do norte de África através do vale do [[rio Zambeze]] e depois, gradualmente, seguiram para o planalto e áreas costeiras do país. Esses povos estabeleceram [[comunidade]]s ou [[sociedade]]s agrícolas baseadas na criação de [[gado]]. Trouxeram com eles a tecnologia para extração e produção de utensílios de [[ferro]], um metal que eles usaram para fazer armas para conquistar povos vizinhos. As cidades moçambicanas durante a [[Idade Média]] (século V ao XVI) não eram muito robustas e pouco restou delas, como o porto de [[Sofala]].<ref name="books.google.com">{{cite book|url=http://books.google.com/?id=cJ8ZJaxdbIQC&pg=PA7&lpg=PA7&dq=Mozambique,+medieval+cities |title=Mozambique by Philip Briggs and Danny Edmunds |publisher=Books.google.com |date= 1 de maio de 2007|accessdate=1 de novembro de 2013|isbn=978-1-84162-177-7}}</ref>
O comércio costeiro de Moçambique primeiramente foi dominado por [[árabes]] e [[persas]], que tinham estabelecido assentamentos até o sul da [[Ilha de Moçambique]]. Assentamentos comerciais [[suaílis]], árabes e persas existiram ao longo da costa do país durante vários séculos. Vários portos comerciais suaílis pontilhavam a costa do país antes da chegada dos árabes, que comercializavam com [[Madagascar]] e com o [[Extremo Oriente]].<ref name="books.google.com"/>
=== Domínio português ===
{{Artigo principal|África Oriental Portuguesa}}
[[Imagem:Island of Mozambique.jpg|thumb|esquerda|Estátua de [[Vasco da Gama]] na praça em frente ao antigo [[Palácio dos Capitães-Generais (Ilha de Moçambique)|Palácio dos Capitães-Generais]], na [[Ilha de Moçambique]], uma pequena ilha de [[coral]] na entrada da Baía de Mossuril, na costa de [[Nampula]].]]
Desde cerca de 1500, os postos e fortalezas comerciais portuguesas acabaram com a hegemonia comercial e militar árabe na região, tornando-se portas regulares da nova rota marítima europeia para o oriente.
A viagem de [[Vasco da Gama]] em torno do [[Cabo da Boa Esperança]] em 1498 marcou a entrada portuguesa no comércio, política e cultura da região. Os [[portugueses]] conquistaram o controle da [[Ilha de Moçambique]] e da cidade portuária de [[Sofala]] no início do século XVI e, por volta da década de 1530, pequenos grupos de comerciantes e garimpeiros portugueses que procuravam [[ouro]] penetraram nas regiões do interior do país, onde montaram as guarnições e feitorias de Sena e [[Tete (cidade)|Tete]], no [[rio Zambeze]], e tentaram obter o controle exclusivo sobre o comércio de ouro.<ref name="História de Moçambique 3">Arme Slaves , Armando escravos: de tempos clássicos até a idade moderna , Christopher Leslie Brown, Philip D. Morgan, Gilder Lehrman: Centro para o Estudo da Escravatura, Resistência, e Abolição. Yale University Press, 2006 ISBN 0-300-10900-8 , ISBN 978-0-300-10900-9</ref> Os portugueses tentaram legitimar e consolidar a sua posição comercial através da criação dos [[Prazos da Coroa]] (um tipo de [[sesmaria]]), que eram ligados à administração de [[Portugal]]. Apesar dos ''prazos'' terem sido originalmente desenvolvidos para serem controlados por portugueses, por conta da [[miscigenação]] com os habitantes locais eles acabram por se tornar centros luso-africanos defendidos por grandes exércitos de escravos africanos conhecidos como [[cundas]]. Historicamente, houve [[escravidão|escravatura]] em Moçambique. Seres humanos eram comprados e vendidos por chefes tribais locais e por comerciantes árabes, portugueses e [[franceses]]. Muitos dos escravos moçambicanos eram fornecidos por chefes tribais que invadiam tribos guerreiras vizinhas e vendiam seus cativos para os ''prazeiros''.<ref>[http://books.google.pt/books?id=6CuZ3lXGFz4C&pg=PP1&dq=Arming+slaves Arming Slaves], Arming slaves: from classical times to the modern age, Christopher Leslie Brown, Philip D. Morgan, Gilder Lehrman: Center for the Study of Slavery, Resistance, and Abolition. Yale University Press, 2006 ISBN 0-300-10900-8, ISBN 978-0-300-10900-9</ref>
Embora a influência portuguesa tenha se expandido de forma gradual, o seu poder era limitado e exercido por colonos individuais a quem era concedida uma extensa autonomia. Os portugueses foram capazes de arrancar grande parte do comércio litorâneo dos árabes entre os anos de 1500 e 1700, mas, com a tomada do [[Forte Jesus de Mombaça]] (no atual [[Quénia]]) pelos árabes em 1698, o pêndulo começou a oscilar na outra direção.<ref name="História de Moçambique 1">{{citar web | url = http://destinomocambique.com/pais/historia/dominio-portugues.html | titulo = Domínio português | publicado = Destino Moçambique | data = | lingua = | acessodata = 11 de agosto de 2015 | formato = }}</ref><ref name="História de Moçambique 2">{{citar web | url = http://country-stats.com/pt/paises-1/africa-pt-br/mocambique/45273-mocambique-historia-regra-portuguesa.html | titulo = Moçambique - história: Regra portuguesa | publicado = Country Stats | data = | lingua = | acessodata = 11 de agosto de 2015 | formato = }}</ref> Como resultado, o investimento português diminuiu enquanto [[Lisboa]] dedicou-se ao comércio mais lucrativo com a [[Índia]] e o [[Extremo Oriente]] e ao processo de [[colonização do Brasil]]. Durante essas guerras, tribos árabes do atual [[Omã]] recuperaram grande parte do comércio do Oceano Índico, forçando os portugueses a recuar para o sul.<ref name="História de Moçambique 2" /> Muitos ''prazos'' haviam diminuído em meados do século XIX, mas vários deles sobreviveram. Durante o século XIX outras potências europeias, particularmente os [[Império Britânico|britânicos]] ([[Companhia Britânica da África do Sul]]) e os [[Império colonial francês|franceses]] ([[Madagáscar]]), tornaram-se cada vez mais envolvidas no comércio e na política da região em torno dos territórios da [[África Oriental Portuguesa]].<ref name="História de Moçambique 2" />
[[Imagem:Slaves ruvuma.jpg|thumb|Traficantes de escravos árabes e seus cativos ao longo do [[rio Rovuma]]]]
No início do século XX, os portugueses mudaram a administração de grande parte de Moçambique para grandes empresas privadas — como a [[Companhia de Moçambique]], a Companhia da [[Zambézia]] e a [[Companhia do Niassa]] — controladas e financiadas principalmente por [[britânicos]], que estabeleceram [[Transporte ferroviário|linhas ferroviárias]] para os países vizinhos. Embora a escravidão tenha sido abolida legalmente em Moçambique, no final do século XIX as companhias promulgaram uma política de trabalho barato — muitas vezes forçado — para [[africanos]] em [[mina]]s e [[plantações]] em colónias britânicas próximas e na [[África do Sul]]. A Companhia da Zambézia, a empresa mais rentável, assumiu uma série de participações em ''prazeiros'' menores e estabeleceu postos militares para proteger as suas propriedades. As companhias construíram estradas e portos para levar os seus produtos ao mercado, incluindo uma ferrovia que liga até hoje o [[Zimbabwe]] ao porto moçambicano de [[Beira (Moçambique)|Beira]].<ref name="The Cambridge history of Africa">[http://books.google.pt/books?id=zywkdNMeltkC&pg=PA495&dq=chartered+companies+mozambique#PPA496,M1 The Cambridge history of Africa], The Cambridge history of Africa, John Donnelly Fage, A. D. Roberts, Roland Anthony Oliver, Edition: Cambridge University Press, 1986, ISBN 0-521-22505-1, ISBN 978-0-521-22505-2</ref><ref name="The Third Portuguese Empire, 1825-1975">[http://books.google.pt/books?id=LA28AAAAIAAJ&pg=PA100&dq=chartered+companies+mozambique The Third Portuguese Empire, 1825–1975], The Third Portuguese Empire, 1825–1975: A Study in Economic Imperialism, W. G. Clarence-Smith, Edition: Manchester University Press ND, 1985, ISBN 0-7190-1719-X, 9780719017193</ref>
Devido ao desempenho insatisfatório e a uma mudança, sob o regime corporativista do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] de [[António de Oliveira Salazar]], no sentido de um maior controle de [[Portugal]] sobre a economia do [[Império Português]], as concessões para as companhias não foram renovadas quando terminaram. Foi o que aconteceu em 1942 com a Companhia de Moçambique, que, contudo, continuou a operar nos sectores agrícola e comercial como uma corporação, e o que já tinha acontecido em 1929 com o término da concessão da Companhia do Niassa. Em 1951, as colónias ultramarinas portuguesas em África foram rebatizadas para províncias ultramarinas de Portugal.<ref name="The Cambridge history of Africa"/><ref name="The Third Portuguese Empire, 1825-1975"/>
=== Movimento de independência ===
{{Artigo principal|Guerra da Independência de Moçambique}}
[[Imagem:Portuguese colonial war-en.svg|thumb|esquerda|250px|[[Império Português|Colônias portuguesas]] na [[África]] durante a [[Guerra Colonial Portuguesa|Guerra Colonial]].]]
Com ideologias [[Comunismo|comunistas]] e [[Anticolonialismo|anticoloniais]] espalhando-se por toda a [[África]], muitos movimentos políticos clandestinos foram estabelecidos em favor da [[independência de Moçambique]]. Estes movimentos afirmavam que as políticas e planos de desenvolvimento elaborados pelas autoridades do governo eram voltadas apenas para o benefício da população portuguesa que vivia em Moçambique, sendo que pouca atenção era dada à integração das tribos moçambicanas e ao desenvolvimento das comunidades nativas.<ref>Dinerman, Alice (26 de setembro de 2007). [http://www.ipri.pt/publicacoes/revista_ri/artigo_rri.php?ida=173 Independence redux in postsocialist Mozambique]. ipri.pt</ref> De acordo com as declarações oficiais da [[guerrilha]], isso afetava a maioria da população indígena, que sofria tanto com a discriminação patrocinada pelo [[Estado]] quanto pela enorme pressão social. Muitos sentiam que tinham recebido muito pouca oportunidade ou recursos para melhorar as suas competências e melhorar a sua situação económica e social a um grau comparável à dos europeus moçambicanos. Estatisticamente, os brancos portugueses de Moçambique eram de facto muito mais ricos e qualificados do que a maioria negra nativa. Como resposta ao movimento guerrilheiro, o governo português iniciou mudanças graduais, com novas políticas sócio-económicas e igualitárias para todos os cidadãos a partir da década de 1960 e, principalmente, da década de 1970.
A [[Frente de Libertação de Moçambique]] (FRELIMO) iniciou uma campanha de guerrilha contra o governo português em setembro de 1964. Este conflito, juntamente com os outros dois já iniciados nas outras colónias portuguesas de [[África Ocidental Portuguesa]] (Angola) e da [[Guiné Portuguesa]], tornou-se parte da chamada [[Guerra Colonial Portuguesa]] (1961-1974). Do ponto de vista militar, o [[exército português]] manteve o controle dos centros populacionais, enquanto as forças de guerrilha procuraram espalhar a sua influência em áreas rurais no norte e no oeste do país.
Após dez anos de guerra e com o retorno de [[Portugal]] à [[democracia]] através de um golpe militar de [[Esquerda (política)|esquerda]] em [[Lisboa]], que substituiu o regime do [[Estado Novo (Portugal)|Estado Novo]] em Portugal por uma [[Junta de Salvação Nacional|junta militar]] (a [[Revolução dos Cravos]], de abril de 1974), e na sequência dos [[Acordos de Lusaka]], a FRELIMO assumiu o controle do território moçambicano. Moçambique tornou-se independente de Portugal em 25 de junho de 1975. após a independência, a maioria dos 250 mil portugueses que viviam em Moçambique deixaram o país, alguns expulsos pelo governo, outros fugindo com medo.<ref>Couto, Mia (Abril de 2004). [http://mondediplo.com/2004/04/15mozambique Carnation revolution]. ''Le Monde diplomatique''</ref>
=== República ===
{{Mais informações|Guerra Civil Moçambicana}}
[[Imagem:Samora Moises Machel detail DF-SC-88-01383.jpg|thumb|upright|[[Samora Machel]], o primeiro [[Presidente de Moçambique|presidente do país]].]]
O novo governo, sob a presidência de [[Samora Machel]], estabeleceu um Estado [[Unipartidarismo|unipartidário]] baseado em princípios [[Marxismo|marxistas]] e recebeu algum apoio diplomático e militar de [[Cuba]] e da [[União Soviética]], quando então passou a reprimir a oposição.<ref>''Mozambique: a tortuous road to democracy'' by J .Cabrita, Macmillan 2001 ISBN 978-0-333-92001-5</ref> Logo após a independência, o país foi assolado por uma [[Guerra Civil Moçambicana|guerra civil longa e violenta]] entre forças oposicionistas da [[anticomunista]] [[Resistência Nacional Moçambicana]] (RENAMO) e o regime marxista da [[FRELIMO]]. Este conflito, combinado com a sabotagem de países vizinhos dominados por elites [[Brancos|brancas]], como a [[Rodésia]] e a [[África do Sul]] do regime de ''[[apartheid]]'', além de políticas ineficazes, falta de planeamento central e o colapso económico resultante, caracterizaram as primeiras décadas de independência de Moçambique. Este período também foi marcado pelo êxodo de cidadãos portugueses,<ref>[http://www.time.com/time/magazine/article/0,9171,913229-1,00.html Dismantling the Portuguese Empire], [[Time Magazine]] (7 de julho de 1975).</ref> do colapso da infraestrutura nacional, da falta de investimentos em ativos produtivos e da [[nacionalização]] pelo governo de indústrias de propriedade privada, além de várias crises de [[fome]] generalizadas. Durante a maior parte da guerra civil, o governo central comandado pela FRELIMO foi incapaz de exercer controle efetivo fora das áreas urbanas do país, muitas das quais eram controladas a partir da capital, [[Maputo]]. Estima-se que a RENAMO controlou áreas que incluíam até 50% das áreas rurais de várias províncias e os serviços de assistência médica de qualquer tipo foram interrompidos por anos. O problema se agravou quando o governo cortou gastos em assistência médica.<ref name="Pfeiffer. J. 2003"/> A guerra civil foi marcada por diversas violações dos [[direitos humanos]] cometidas por ambos os lados do conflito, cenário que se tornou ainda pior quando a RENAMO começou a usar táticas [[terrorismo|terroristas]] e a atacar civis indiscriminadamente.<ref name=autogenerated1>[http://www.hawaii.edu/powerkills/SOD.TAB14.1C.GIF Table 14.1C Centi-Kilo Murdering States: Estimates, Sources and Calculations]. hawaii.edu</ref><ref>Gersony 1988, p.30f.</ref> O governo central executou dezenas de milhares de pessoas ao tentar estender seu controle por todo o país e mandou muitas pessoas para campos de reeducação, onde milhares morreram.<ref name=autogenerated1 />
Durante a guerra, a RENAMO propôs um acordo de paz baseado na [[secessão]] dos territórios do norte e oeste do país, que passariam a ser a república independente da Rombésia, mas a FRELIMO recusou-se a negociar e reivindicou a soberania sobre todo o território do país. Estima-se que um milhão de moçambicanos morreram durante a guerra civil, cerca de outros 1,7 milhão se refugiaram em países vizinhos e vários outros milhões tiveram que se deslocar internamente por conta do conflito.<ref>Perlez, Jane (13 de outubro de 1992). [http://www.nytimes.com/1992/10/13/world/a-mozambique-formally-at-peace-is-bled-by-hunger-and-brutality.html A Mozambique Formally at Peace Is Bled by Hunger and Brutality], The New York Times</ref> O regime da FRELIMO também deu abrigo e apoio aos movimentos rebeldes africanos [[Congresso Nacional Africano]] (da África do Sul) e [[União Nacional Africana do Zimbábue]], enquanto os governos da Rodésia e da África do Sul (na época sob o regime do ''apartheid'') apoiavam as forças da RENAMO.
[[Imagem:Maputo train station 01.jpg|thumb|esquerda|Imagem da [[Estação do Caminho de Ferro de Maputo|Estação do Caminho de Ferro]] da cidade de [[Maputo]] em 1988.]]
Em 19 de outubro de 1986, Samora Machel voltava de uma reunião internacional na [[Zâmbia]] em um [[Tupolev Tu-134]] quando o avião presidencial caiu nos [[Montes Libombos]], perto da localidade sul-africana de Mbuzini. Dez pessoas sobreviveram, mas o presidente Machel e trinta e três outros tripulantes morreram, incluindo ministros e funcionários do governo moçambicano. A delegação soviética das [[Nações Unidas]] divulgou um relatório alegando que a sua visita tinha sido prejudicada pelos sul-africanos. Os representantes da União Soviética avançaram com a teoria de que o avião tinha sido desviado intencionalmente por um sinal [[VOR]], usando uma tecnologia fornecida por agentes de [[inteligência militar]] do governo sul-africano.<ref name="TRC">{{cite web |title=Special Investigation into the death of President Samora Machel |work=Truth and Reconciliation Commission (South Africa) Report, vol.2, chapter 6a |url=http://www.news24.com/Content_Display/TRC_Report/2chap6a.htm |archiveurl=http://web.archive.org/web/20060413084020/http://www.news24.com/Content_Display/TRC_Report/2chap6a.htm |archivedate=13 de abril de 2006 |accessdate=18 de junho de 2006}}</ref>
O sucessor de Machel, [[Joaquim Chissano]], implementou mudanças radicais no país através de reformas, como a mudança da ideologia marxista para a [[Capitalismo|capitalista]], e começou negociações de paz com a RENAMO. A [[Constituição da República de Moçambique|nova constituição moçambicana, promulgada em 1990]], previa um sistema político [[multipartidário]], uma economia baseada no [[livre mercado]] e eleições livres. A guerra civil terminou em outubro de 1992 com o [[Acordo Geral de Paz]], que foi mediado primeiramente pelo Conselho Cristão de Moçambique (CCM) e depois assumido pela [[Comunidade de Santo Egídio]]. Sob a supervisão das [[forças de manutenção da paz das Nações Unidas]], a paz voltou a Moçambique.<ref>[http://web.archive.org/web/20110516080313/http://popp.gmu.edu/resource-bk/mission/onumoz.html UNITED NATIONS OPERATION IN MOZAMBIQUE]. popp.gmu.edu. Acessado em 1 de novembro de 2013.</ref>
Até 1993, cerca de 1,5 milhão de [[refugiados]] moçambicanos tinham procurado [[Direito de asilo|asilo]] em países vizinhos como [[Malawi]], Zimbábue, [[Suazilândia]], [[Zâmbia]], [[Tanzânia]] e África do Sul como resultado da guerra civil e da seca que tinha retornado, fenómeno que foi parte da maior repatriação testemunhada na [[África subsaariana]].<ref>[http://pi.library.yorku.ca/ojs/index.php/refuge/article/view/21751/20421 SPECIAL ISSUE ON MOZAMBICAN REFUGEES]. ''Refuge'', Vol. 13, No. 6 (1993) Pi.library.yorku.ca. Acessado em 1 de novembro de 2013.</ref>
== Geografia ==
[[Ficheiro:Mozambique sat.png|thumb|180px|[[Imagem de satélite]] de Moçambique.]]
{{Artigo principal|Geografia de Moçambique}}
Com {{formatnum:801537}} quilómetros quadrados de área territorial, Moçambique é o [[Lista de países e territórios por área|34º maior país do mundo]] em área territorial, sendo comparável em tamanho à [[Turquia]]. Moçambique está localizado na costa sudeste da [[África]]. Faz fronteira com a [[Suazilândia]] ao sul; com a [[África do Sul]] ao sudoeste; com o [[Zimbabwe]] a oeste; com [[Zâmbia]] e [[Malawi]] a noroeste; com a [[Tanzânia]] ao norte e com o [[Oceano Índico]] a leste.
Moçambique está situado na [[costa (geografia)|costa]] oriental da [[África Austral]], limitado a norte pela [[Tanzânia]], a noroeste pela [[Zâmbia]] e [[Malawi]], a oeste pela [[Suazilândia]] e pelo [[Zimbabwe]], a sul e oeste pela [[África do Sul]] e a leste pelo [[Canal de Moçambique]].
A norte do [[rio Zambeze]] o território é dominado por um grande [[planalto]], com uma pequena [[planície]] costeira bordejada de [[recife]]s de [[coral]] e, no interior, limita com maciços montanhosos pertencentes ao sistema do [[Grande Vale do Rift]]. A sul é caracterizado por uma larga planície costeira de [[aluvião]], coberta por [[savana]]s e cortada pelos [[vale]]s de vários [[rio]]s, entre os quais destacando-se o [[rio Limpopo]].
=== Clima ===
O clima do país é húmido e [[clima tropical|tropical]], influenciado pelo regime de monções do [[Índico]] e pela corrente quente do canal de Moçambique, com estações secas de Maio a Setembro. As temperaturas médias em [[Maputo]] variam entre os 13-24&nbsp;°C em Julho a 22-31&nbsp;°C em Fevereiro.
A estação das [[chuva]]s ocorre entre Outubro e Abril. A precipitação média nas montanhas ultrapassa os 2000&nbsp;mm. A humidade relativa é elevada situando-se entre 70 a 80%, embora os valores diários cheguem a oscilar entre 10 e 90%. As temperaturas médias variam entre 20&nbsp;°C no Sul e 26&nbsp;°C no norte, sendo os valores mais elevados durante a época das chuvas.
[[Ficheiro:Gurue Mount Murresse (cropped).jpg|thumb|centro|800px|<center>Monte Murresse e plantações de [[chá]] perto da cidade de [[Gurué]], na província da [[Zambézia]].</center>]]
== Demografia ==
{{Artigo principal|Demografia de Moçambique}}
[[Imagem:2010-10-18 10-56-01 Mozambique Maputo Aeroporto ”B”.jpg|thumb|esquerda|[[Maputo]], capital e maior cidade do país.]]
As províncias da [[Zambézia]] e [[Nampula]] são as mais populosas do país e concentram cerca de 45% da população moçambicana. Os [[macuas]] são o grupo dominante na parte norte do país, os [[Língua sena|sena]] e [[Shona (povo)|shonas]] (principalmente [[ndaus]]) são proeminentes no vale do [[Rio Zambeze|Zambeze]] e os [[tsongas]] são predominantes no sul de Moçambique. Outros grupos incluem os [[macondes]], [[WaYao]]s, [[suaílis]], [[tongas]], [[chopes]] e [[nguni]]s (incluindo [[zulus]]). Povos [[bantos]] compreendem 97,8% da população, enquanto o restante, incluindo africanos [[brancos]] (em grande parte de ascendência [[Portugueses|portuguesa]]), euro-africanos (mestiços de povos bantos e portugueses) e [[indianos]].<ref name=CIA>[https://www.cia.gov/library/publications/the-world-factbook/geos/mz.html "Mozambique".] ''CIA World Factbook.'' Acessado em1 de novembro de 2013.</ref> Cerca de 45 mil pessoas de ascendência indiana residem em Moçambique.<ref>{{harvnb|Singhvi|2000|p=94}}</ref>
Durante o [[África Oriental Portuguesa|governo colonial português]], uma grande minoria de pessoas de ascendência portuguesa vivia permanentemente em quase todas as regiões do país<ref>[http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/7035.htm Mozambique (01/09)], ''U.S. Department of State''</ref> e moçambicanos com sangue português, no momento da independência do país, eram cerca de 360 mil pessoas. Muitos deles deixaram a região após a independência moçambicana em 1975. Há várias estimativas para o tamanho da comunidade [[Chineses|chinesa]] em Moçambique, sete mil a doze mil pessoas.<ref>{{Cite journal|last=Jian|first=Hong|year=2007|title=莫桑比克华侨的历史与现状 (The History and Status Quo of Overseas Chinese in Mozambique)|journal=West Asia and Africa|publisher=[[Chinese Academy of Social Sciences]]|url=http://scholar.ilib.cn/A-xyfz200705010.html|accessdate=1 de novembro de 2013|issue=5|issn=1002-7122|ref=harv|postscript=<!--None-->}}</ref><ref name="ISN">{{Cite news|title=China, Mozambique: old friends, new business|date=13 August 2007|periodical=International Relations and Security Network Update|accessdate=1 de novembro de 2013|url=http://www.isn.ethz.ch/isn/Current-Affairs/Security-Watch/Detail/?id=53470&lng=en|last=Horta|first=Loro|ref=harv|postscript=<!--None-->}}</ref>
=== Urbanização ===
{{Cidades mais populosas de Moçambique}}
=== Idiomas ===
{{Artigo principal|Português moçambicano|Línguas de Moçambique}}
[[Imagem:Mz etnies.PNG|thumb|Mapa [[Etnia|étnico]] de Moçambique.]]
O [[Língua portuguesa|português]] é a [[língua oficial]] e a mais falada do país, usada por pouco mais da metade da população. Cerca de 38%, principalmente a população africana nativa, usam o português como [[segunda língua]] e 12,78% falam-no como primeira língua. A maioria dos moçambicanos que vivem nas áreas urbanas usam o português como principal idioma.<ref>[http://web.archive.org/web/20120118121547/http://www.ine.gov.mz/censo2007/rdcenso09/nacionais/c0700q23/view?searchterm=L%C3%ADnguas QUADRO 23. POPULAÇÃO DE 5 ANOS E MAIS POR IDADE, SEGUNDO ÁREA DE RESIDÊNCIA, SEXO E LÍNGUA QUE FALA COM MAIS FREQUÊNCIA EM CASA.] ine.gov.mz</ref>
As [[línguas bantas]] de Moçambique, que são as mais faladas no país, variam muito em seus grupos e, em alguns casos, são bastante mal analisadas e documentadas.<ref name=r1>''Relatório do I Seminário sobre a Padronização da Ortografia de Línguas Moçambicanas''. NELIMO, Universidade Eduardo Mondlane, 1989.</ref> Além de ser uma [[língua franca]] no norte do país, o [[Língua suaíli|suaíli]] é falado em uma pequena área do litoral próxima à fronteira com a [[Tanzânia]]; mais ao sul, na [[Ilha de Moçambique]], o mwani, considerado como um dialeto do suaíli, é falado. No interior da área de suaíli, o [[Língua maconde|maconde]] é o idioma mais falado, separado da área onde [[ciyao]] é usado por uma pequena faixa de território de falantes da [[língua macua]]. O maconde e o ciyao pertencem a grupos linguísticos diferentes,<ref>''Malangano ga Sambano'' (Yao New Testament), British and Foreign Bible Society, London, 1952</ref> sendo o ciyao muito próximo da língua mwera da área do planalto Rondo, na [[Tanzânia]].<ref>Harries, Rev. Lyndon, ''A Grammar of Mwera''. Witwatersrand University Press, Johannesburg, 1950.</ref> Alguns falantes do [[Língua nianja|nianja]] são encontrados na costa do [[lago Malawi]], bem como do outro lado do lago na fronteira com o [[Malawi]].<ref>Barnes, Herbert, ''Nyanja – English Vocabulary '' (mostly of Likoma Island). Society for Promoting Christian Knowledge, Londres. 1902.</ref><ref>''ChiChewa Intensive Course,'' (Chewa is similar to Nyanja) Lilongwe, Malawi, 1969.</ref> Há falantes de emakhuwa, com uma pequena área de língua eKoti no litoral. Em uma área abrangendo o baixo Zambeze, falantes da [[língua sena]], que pertence ao mesmo grupo da língua nianja, são encontrados, com áreas que falam a CiNyungwe rio acima. Uma grande área de [[língua chona]] se estende entre a fronteira do Zimbabwe e do mar. Anteriormente essa língua era considerada uma variante do [[Língua ndau|ndau]],<ref>Doke, Clement, ''A Comparative Study in Shona Phonetics''. University of Witwatersrand Press. 1931.</ref> mas agora usa a ortografia [[Língua chona|chona]] padrão surgiu no [[Zimbabwe]]. Há também grupos falantes da [[língua tsonga]], enquanto o [[Língua tswa|tswa]] ocorre no litoral e no interior. Esta área de linguagem se estende até a vizinha África do Sul. Ainda relacionados a estes idiomas, mas diferentes, estão os falantes do [[Língua chope|chope]] ao norte da foz do [[Rio Limpopo|Limpopo]] e os falantes da [[língua ronga]] na região imediatamente ao redor da cidade de [[Maputo]]. As línguas deste grupo são, a julgar pelos vocabulários curtos,<ref name=r1/> muito vagamente semelhante ao [[Língua zulu|zulu]], mas obviamente não são do mesmo grupo linguístico. Há pequenas comunidades falantes do Swazi e Zulu em áreas de Moçambique imediatamente ao lado da fronteira com a [[Suazilândia]] e com [[KwaZulu-Natal]], na [[África do Sul]].
[[Árabes]], [[chineses]] e [[indianos]] falam principalmente português e, alguns, [[Língua hindi|hindi]]. Indianos provenientes da [[Índia Portuguesa]] falam qualquer um dos [[Crioulos de base portuguesa|crioulos portugueses]] da sua origem, além do português como segunda língua.
=== Religiões ===
{{bar box
|title=Religião em Moçambique (2007)
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|left1=Religião
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{{bar percent|[[Cristianismo]]|LightBlue|56.1}}
{{bar percent|[[Sem religião]]|Gray|18.7}}
{{bar percent|[[Islamismo]]|MediumSeaGreen|17.9}}
{{bar percent|[[Animismo]]|Gray|1.2}}
}}
O censo de 2007 revelou que os [[Cristianismo|cristãos]] formam 56,1% da população e os [[Islão|muçulmanos]] compunham 17,9% da população de Moçambique, enquanto 7,3% das pessoas afirmaram praticar outras crenças, principalmente o [[animismo]], e 18,7% [[Irreligião|não tinham crenças religiosas]].<ref name=CIA/><ref>[http://web.archive.org/web/20120118125117/http://www.ine.gov.mz/censo2007 3º Recenseamento Geral da População e Habitação]. 2007 Census of Mozambique. ine.gov.mz</ref>
A [[Igreja Católica Romana]] estabeleceu doze [[diocese]]s no país (Beira, Chimoio, Gurué, Inhambane, Lichinga, Maputo, Nacala, Nampula, Pemba, Quelimane, Tete e Xai-Xai; [[arquidiocese]]s são Beira, Maputo e Nampula). Estatísticas para o número de católicos variam entre 5,8% da população na diocese de Chimoio, para 32,50% na diocese de Quelimane.<ref>Anuario catolico de Mocambique 2007</ref>
{{Imagem dupla|right|Mesquita da Baixa Maputo Mozambique.jpg|215|Sé da Beira.jpg|150|[[Mesquita]] em [[Maputo]].|[[Catedral]] da [[Beira (Moçambique)|Beira]].}}
A [[Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias]] (Igreja Mórmon) estabeleceu uma presença crescente no país e começou a enviar missionários para Moçambique em 1999, e, em dezembro de 2011, tinha mais de {{formatnum:5600}} membros.<ref>[http://www.mormonnewsroom.org/facts-and-statistics/country/mozambique/ LDS Statistics and Church Facts for Mozambique]. Mormonnewsroom.org. Acessado em 1 de novembro de 2013.</ref> Entre as principais igrejas [[Protestantismo|protestantes]] no país estão a [[Congregação Cristã em Moçambique]], a Igreja União Baptista de Moçambique, a [[Assembleia de Deus]], os [[Adventistas do Sétimo Dia]], a [[Igreja Anglicana]] da África Austral, a Igreja do Evangelho Completo de Deus, a [[Igreja Metodista]] Unida, a [[Igreja Presbiteriana]] de Moçambique, a [[Igreja de Cristo]] e a Assembleia Evangélica de Deus.
A [[Fé Bahá'í]] tem estado presente em Moçambique desde o início da década de 1950, mas não se identificava abertamente nesse período devido à forte influência da [[Igreja Católica]] no governo, que não a reconheceu oficialmente como uma [[religião mundial]]. Com a independência, em 1975, o país viu a entrada de novos pioneiros. No total, havia cerca de três mil bahá'ís declarados em Moçambique em 2010.
Os [[muçulmano]]s estão particularmente presentes no norte do país. Eles são organizados em várias irmandades (do ramo Qadiriya ou Shadhuliyyah). Duas organizações nacionais também existem, o Conselho Islâmico de Moçambique (reformistas) e do Congresso Islâmico de Moçambique (pró-[[sufismo]]) . Há também importantes associações indo-paquistanesas , assim como algumas comunidades [[xiitas]] e [[ismaelitas]].
== Governo e política ==
{{Artigo principal|Política de Moçambique}}
[[Ficheiro:Filipe Nyusi.jpg|esquerda|thumb|[[Filipe Nyusi]], o actual [[Lista de presidentes de Moçambique|presidente do país]].]]
Moçambique é uma [[república]] [[presidencialismo|presidencialista]], cujo [[governo]] é nomeado pelo [[Presidente da República]].
O parlamento de 250 membros, denominado Assembleia da República, tem como uma de suas funções, verificar as ações do governo. As [[eleição|eleições]] são realizadas a cada cinco anos, tal como para o Presidente da República.
A [[FRELIMO]] foi o movimento que lutou pela libertação desde o início da década de 1960. Após a independência, passou a controlar exclusivamente o poder, aliada aos países do então "bloco socialista", e introduzindo um sistema político de partido único, semelhante ao praticado naqueles países.<ref>John Saul, ''A Difficult Road: The transition to socialism in Mozambique'', Nova Iorque: Monthly Review Press, 1985; Christine Verschuur e outros, ''Mozambique: Dix and de solitude'', Paris: L'Harmattan, 1986</ref>. O regime provocou a hostilidade dos estados vizinhos segregacionistas existentes na altura, [[África do Sul]] e [[Rodésia]], que apoiaram elementos brancos recolonizadores e [[guerrilha]]s internas. Esta situação viria a transformar-se numa [[guerra de desestabilização de Moçambique|guerra civil de 16 anos]].
[[Samora Machel]] foi o primeiro [[presidente]] de Moçambique independente e ocupou este cargo até à sua morte em 1986. O seu sucessor, [[Joaquim Chissano]], negociou o fim da guerra civil e introduziu um sistema multipartidário que integrou o principal movimento rebelde, a Resistência Nacional Moçambicana ([[RENAMO]]). Neste novo sistema, a Frelimo permaneceu no poder até os dias actuais, tendo ganho as eleições parlamentares realizadas em 1994, 1999, 2004 e 2009, mesmo com acusações de fraudes. O [[Movimento Democrático de Moçambique]] (MDM), uma dissidência da RENAMO, constituiu-se em bancada parlamentar em Abril de 2010.
O MDM atualmente tem dezasete deputados na Assembleia da República, desde as últimas eleições gerais realizadas em 2014.
O regime prevalecendo em Moçambique desde inícios dos anos 1990 evidenciou sempre défices democráticos, que o sucessor de Joaquim Chissano, [[Armando Guebuza]], tentou colmatar nos anos 2000.<ref>Vítor Alexandre Lourenço, ''Estado, Autoridades Tradicionais e "Transição Democrática" em Moçambique'', ''Cadernos de Estudos Africanos'' (Lisboa), 16/17, 2008/2009, pp.115-137.</ref>
=== Relações internacionais ===
{{Anexo|Missões diplomáticas de Moçambique}}
[[Imagem:Moscow, Krutitsky Val 3, bld.2.JPG|thumb|Embaixada de Moçambique em [[Moscovo|Moscou]], na [[Rússia]].]]
Apesar de alianças que datam da luta de independência continuem a ser relevantes, a política externa de Moçambique tornou-se cada vez mais pragmática ao longo do tempo. Os dois pilares da política externa moçambicana são a manutenção de boas relações com seus vizinhos e de manutenção e expansão de laços com os parceiros de desenvolvimento. Durante os anos 1970 e início dos anos 1980, a política externa do país era indissoluvelmente ligada à [[Rodésia]] e [[África do Sul]], bem como pela concorrência das [[superpotência]]s da [[Guerra Fria]], [[Estados Unidos]] e [[União Soviética]]. A decisão de Moçambique de impor sanções na [[Organização das Nações Unidas]] (ONU) contra a Rodésia e negar a esse país o acesso ao mar, fez o governo liderado por [[Ian Smith]] realizar ações ostensivas e secretas contra os moçambicanos. Embora a mudança de governo no [[Zimbábue]], em 1980, tenha removido esta ameaça, o governo da África do Sul continuou a apoiar a [[RENAMO]] em sua guerra com o governo da [[FRELIMO]].<ref>[http://www.state.gov/r/pa/ei/bgn/7035.htm Mozambique]. State.gov (13 June 2012). Retrieved on 2013-01-29.</ref>
O [[Acordo de Nkomati]] de 1984, apesar de falhando em seu objectivo de acabar com o apoio sul-africano à RENAMO, abriu contactos diplomáticos iniciais entre os governos moçambicano e sul-africano. Esse processo ganhou impulso com o fim do regime do ''[[apartheid]]'', que culminou com o estabelecimento de relações diplomáticas plenas com a África do Sul em Outubro de 1993. Embora as relações com os vizinhos Zimbábue, [[Malawi]], [[Zâmbia]] e [[Tanzânia]] continuassem ocasionalmente tensas, os laços de Moçambique com esses países continuam fortes.
[[Imagem:Dilma Rousseff e Armando Guebuza 2011.jpg|thumb|A [[presidente do Brasil]], [[Dilma Rousseff]] e o ex-presidente [[Armando Guebuza]] em um encontro em [[Maputo]] em outubro de 2011.|alt=A presidente do Brasil, Dilma Rousseff e o presidente Armando Guebuza em um encontro em Maputo em outubro de 2011.]]
Nos anos imediatamente após a sua independência, Moçambique beneficiou de uma assistência considerável de alguns [[países ocidentais]], especialmente dos [[Escandinávia|escandinavos]]. A [[União Soviética]] e os [[Império Soviético|seus aliados]], no entanto, tornaram-se os principais defensores económicos, militares e políticos de Moçambique e sua política externa reflectia essa ligação. Isso começou a mudar em 1984, quando Moçambique se tornou membro do [[Banco Mundial]] e do [[Fundo Monetário Internacional]] (FMI). A ajuda ocidental através de países escandinavos como [[Suécia]], [[Noruega]], [[Dinamarca]] e [[Islândia]] rapidamente substituiu o apoio soviético. A [[Finlândia]]<ref>[http://web.archive.org/web/20081223005117/http://www.tpk.fi/netcomm/news/showarticle.asp?intNWSAID=71407&intSubArtID=28199 President Halonen: Development aid should be transparent and efficient]. Gabinete do Presidente da Finlândia. tpk.fi</ref> e os [[Países Baixos]] estão se tornando fontes cada vez mais importantes de assistência para o desenvolvimento moçambicano. A [[Itália]] também mantém boas relações com Moçambique, como resultado de seu papel fundamental durante o [[Acordo Geral de Paz|processo de paz]]. As relações com Portugal, a antiga potência colonial, continuarão a ser importantes por muito tempo porque os investidores portugueses desempenham um papel de destaque na economia moçambicana.<ref>{{citar web |url=http://www.ccpm.pt/ |título=África e Moçambique: os próximos anos |editor=Câmara de Comércio Portugal Moçambique |acessodata=4 de novembro de 2013}}</ref>
Moçambique é membro do [[Movimento Não Alinhado]] e está entre os membros moderados do bloco africano nas [[Nações Unidas]] e em outras grandes [[organizações internacionais]]. O país também pertence à [[União Africana]] (antiga [[Organização da Unidade Africana]]) e à [[Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral]]. Em 1994, o governo tornou-se membro de pleno direito da [[Organização da Conferência Islâmica]], em parte para ampliar sua base de apoio internacional, mas também para agradar à considerável população muçulmana do país. Da mesma forma, no início de 1996, Moçambique aderiu com seus vizinhos [[Anglofonia|anglófonos]] à [[Commonwealth|''Commonwealth'' Britânica]] e, na época, era a única nação que entrou para a organização sem nunca ter feito parte do [[Império Britânico]]. No mesmo ano, Moçambique tornou-se membro fundador e primeiro presidente da [[Comunidade de Países de Língua Portuguesa]] (CPLP) e mantém laços [[Império Português|históricos]], económicos, políticos e culturais estreitos com outros [[Lusofonia|países lusófonos]], como [[Portugal]] ou o [[Relações entre Brasil e Moçambique|Brasil]].<ref>[http://www.itamaraty.gov.br/temas/temas-politicos-e-relacoes-bilaterais/africa/mocambique/pdf Relações entre Brasil e Moçambique]. Itamaraty. Acessado em 4 de novembro de 2013.</ref>
== Subdivisões ==
{{Artigo principal|[[Subdivisões de Moçambique]]}}
Moçambique está dividido em 11 províncias:
[[Ficheiro:Moçambique.prov.NS.png|190px|right|Mapa de Moçambique com as províncias numeradas]]
# [[Niassa (província)|Niassa]] (capital: [[Lichinga]]);
# [[Cabo Delgado (província)|Cabo Delgado]] (capital: [[Pemba]]);
# [[Nampula (província)|Nampula]] (capital: [[Nampula]]);
# [[Zambézia]] (capital: [[Quelimane]]);
# [[Tete (província)|Tete]] (capital: [[Tete (cidade)|Tete]]);
# [[Manica (província)|Manica]] (capital: [[Chimoio]]);
# [[Sofala (província)|Sofala]] (capital: [[Beira (Moçambique)|Beira]]);
# [[Inhambane (província)|Inhambane]] (capital: [[Inhambane (cidade)|Inhambane]]);
# [[Gaza (província)|Gaza]] (capital: [[Xai-Xai]]);
# [[Maputo (província)|Maputo]] (capital: [[Matola]]);
# [[Maputo|Cidade de Maputo]]  (capital:  Maputo)
As províncias estão divididas em 150 [[Distritos de Moçambique por ordem alfabética|distritos]]<ref>{{Citar web |url=http://www.parlamento.mz/noticias/200-criacao-de-novos-distritos-por-provincia-visa-melhorar-a-administracao-do-pais |titulo=Criação de novos distritos por província visa melhorar a administração do País |data=21 de Março de 2013 |acessodata=25 de Junho de 2014 |língua= }}</ref><ref>Lei 26/2013, de 18 de Dezembro, Artigo 3 (Distritos por província)</ref>, os distritos subdividem-se em 394 [[posto administrativo|postos administrativos]] e estes em 1042 [[Localidade (Moçambique)|localidade]]s, o nível mais baixo da administração local do Estado<ref>{{Citar web |url=http://www.portaldogoverno.gov.mz/docs_gov/documento/Agenda2025.ptg.pdf |publicado=portaldogoverno.gov.mz |autor= |formato=PDF |titulo=Agenda 2025, Visão e Estratégias do País, página 8|data= |acessodata= |língua= }}</ref>.
Em Moçambique foram criados até ao momento, 53 [[Lista de municípios de Moçambique por ordem alfabética|municípios]], 33 criados originalmente em 1997, mais 10 em Abril de [[2008]] e mais 10 em Maio de 2013.<ref>{{Citar web |url=http://www.verdade.co.mz/destaques/democracia/37172-mocambique-tem-dez-novas-autarquias |título=Moçambique tem dez novas autarquias |acessodata=[[2 de Janeiro]] de [[2016]]}}</ref>
*[[Lista de postos administrativos de Moçambique]]
== Economia ==
{{artigo principal|Economia de Moçambique}}
[[Ficheiro:Maputo from the CFM building - Maputo do predio do CFM - 2.jpg|thumb|esquerda|[[Maputo]], capital e maior cidade do país.]]
[[Imagem:Mozambique treemap.png|thumb|esquerda|Gráfico dos principais produtos de [[exportação]] do país {{en}}.]]
A moeda oficial é o [[metical]], que substituiu a moeda antiga a uma taxa de mil para um. O metical antigo foi retirado de circulação pelo [[Banco de Moçambique]] até o final de 2012. O [[dólar estadunidense]], o [[rand]] [[sul-africano]] e, recentemente, o [[euro]] também são moedas amplamente aceitas e utilizadas em transações comerciais no país. O salário mínimo legal é de cerca de 60 dólares por mês. Moçambique é membro da [[Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral]] (SADC - sigla em [[Língua inglesa|inglês]]). O protocolo de [[livre comércio]] da SADC visa tornar a região da [[África Austral]] mais competitiva, ao eliminar tarifas e outras barreiras comerciais. Em 2007, o [[Banco Mundial]] falou sobre o "ritmo de crescimento económico inflado" de Moçambique e um estudo conjunto do governo e de doadores internacionais no mesmo afirmou que "Moçambique é geralmente considerado como uma história de sucesso na ajuda humanitária". Também em 2007, o [[Fundo Monetário Internacional]] (FMI) disse que "Moçambique é uma história de sucesso na [[África subsaariana]]." No entanto, apesar deste aparente sucesso, tanto o Banco Mundial quanto a [[UNICEF]] usaram a palavra "paradoxo" para descrever o aumento da [[desnutrição]] infantil crónica em face ao crescimento do PIB  moçambicano. Entre 1994 e 2006, o crescimento médio do PIB foi de aproximadamente 8% ao ano, no entanto, o país continua sendo um dos mais pobres e subdesenvolvidos do mundo. Em uma pesquisa de 2006, três quartos dos moçambicanos afirmaram que nos últimos cinco anos a sua situação económica permaneceu a mesma ou tornou-se pior.<ref>Hanlon, Joseph (19 de setembro de 2007). [http://www.iese.ac.mz/lib/publication/Hanlon,Joseph_Poverty.pdf Is Poverty Decreasing in Mozambique?]. [[Open University]], Inglaterra. Acessado em 1 de novembro de 2013. {{en}}</ref>
O reassentamento de [[refugiados]] da [[Guerra Civil Moçambicana|guerra civil]] e reformas económicas bem sucedidas levaram a uma alta taxa de crescimento: o país teve uma recuperação económica notável, atingindo uma taxa média anual de crescimento do PIB de 8% entre os anos de 1996 e 2006 e entre 6% e 7% no período entre 2006 e 2011.<ref>{{cite web|url=http://www.iceida.is/english/main-activities/mozambique/ |title=Mozambique &#124; Partner Countries and Activities &#124; English &#124; Þróunarsamvinnustofnun Íslands |language={{is icon}} |publisher=Iceida.is |date=1 de junho de 1999 |accessdate=1 de novembro de 2013}}</ref> As devastadoras inundações do início de 2000 desaceleraram o crescimento económico para 2,1%, mas uma recuperação completa foi alcançada em 2001, com um crescimento de 14,8%. Uma rápida expansão no futuro dependia de vários grandes projectos de investimento estrangeiro, o prosseguimento das reformas económicas e a revitalização dos sectores de [[turismo]], [[agricultura]] e transportes. Em 2013, cerca de 80% dos habitantes do país estava empregada no sector agrícola, a maioria dos quais dedicados à agricultura de [[subsistência]] em pequena escala,<ref name = Canada>(29 de janeiro de 2013) [http://www.acdi-cida.gc.ca/mozambique-e Mozambique] Canadian International Development Agency. Acessado em 1 de novembro de 2013.</ref> que ainda sofre com uma infraestrutura, redes comerciais e níveis de investimento inadequados. Apesar disso, em 2012, mais de 90% das terras cultiváveis de Moçambique ainda não tinham sido exploradas.<ref name =WorldF>(2 de novembro de 2012) [http://www.worldfinance.com/strategy/legal-management/mozambiques-appeal-flourishes Mozambique’s appeal flourishes] World Finance. Acessado em 1 de novembro de 2013.</ref> Em 2013, um artigo da [[BBC]] informou que, desde 2009, [[portugueses]] estão a voltar para Moçambique por causa do crescimento da economia local e pela má situação económica de Portugal, devido a [[Crise da dívida pública da Zona Euro|crise da dívida pública]] da [[Zona Euro]].<ref>Akwagyiram, Alexis (5 de abril de 2013) [http://www.bbc.co.uk/news/world-africa-22025864 Portugal's unemployed heading to Mozambique 'paradise'] BBC News Africa. Acessado em 1 de novembro de 2013.</ref>
[[Ficheiro:Mozambique - traditional sailboat.jpg|thumb|direita|Barco pesqueiro tradicional ao largo da costa moçambicana.]]
Mais de {{formatnum:1200}} empresas estatais (principalmente pequenas) foram [[Privatização|privatizadas]] no país. Os preparativos para a privatização e/ou liberalização do sector estão em andamento para as restantes empresas estatais, como as dos sectores de telecomunicações, energia, portos e ferrovias. O governo frequentemente selecciona um investidor estrangeiro estratégico quando quer privatizar uma estatal. Além disso, os direitos [[Aduana|aduaneiros]] foram reduzidos e a gestão aduaneira foi simplificada e reformada. O governo introduziu um imposto sobre valor agregado, em 1999, como parte de seus esforços para aumentar as receitas internas. Em 2012, grandes reservas de gás natural foram descobertas em Moçambique, receitas que podem mudar drasticamente a economia do país.<ref>{{cite web |url=http://online.wsj.com/article/BT-CO-20120509-716501.html |archiveurl=http://web.archive.org/web/20120512141113/http://online.wsj.com/article/BT-CO-20120509-716501.html |archivedate=2012-05-12 |work=WSJ.com |accessdate=10 de maio de 2012 |date=9 de maio de 2012 |title=UPDATE: Mozambique Talks To Shell On Developing LNG  |author=Flynn, Alexis }}</ref>
No entanto, a [[economia de Moçambique]] tem sido abalada por uma série de escândalos de [[corrupção política]]. Em julho de 2011, o governo propôs novas leis anticorrupção para criminalizar o [[peculato]], o [[tráfico de influência]] e a corrupção, depois de inúmeros casos de desvio de dinheiro público. Esta legislação foi aprovada pelo Conselho de Ministros do país. Moçambique condenou dois ex- ministros por corrupção desde 2011.<ref>{{cite web|url=http://www.google.com/hostednews/afp/article/ALeqM5hZuxkSpKgin_BueKk3H5zJZlAGPg?docId=CNG.259d978e5386bee2f4d1714fe4a141a2.6a1 | title=Mozambique proposes new anti-corruption laws | author=AFP| publisher=Google News| date=27 de julho de 2011}}</ref> Moçambique foi classificado no 123º lugar entre 174 países no [[Índice de Percepção de Corrupção]] de 2012 feito pela [[Transparência Internacional]].<ref>{{citar web |url=http://cpi.transparency.org/cpi2012/results/ |título=[[Índice de Percepção de Corrupção]] |data=2012 |editor=[[Transparência Internacional]] |acessodata=1 de novembro de 2013}}</ref> De acordo com um relatório de 2005 feito pela [[Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional]] (USAID - sigla em inglês), "a escala e o âmbito da corrupção em Moçambique constituem um motivo de alerta."<ref>{{cite web|url=http://maputo.usembassy.gov/uploads/images/q3naBGGSYz8BsCXguSD5Pw/Final_Report-Mozambique__Corruption_Assessment-without_internal_rec.pdf | title=CORRUPTION ASSESSMENT: MOZAMBIQU | publisher=USAID| date=16 de dezembro de 2005}}</ref>
== Infraestrutura ==
=== Saúde ===
[[Imagem:Number of patients on Anti Retroviral Treatment in Mozambique 2003-2011.jpg|thumb|esquerda|Gráfico do aumento do número de moçambicanos portadores do [[HIV]] e que estão a fazer o tratamento [[antirretroviral]] (2003-2014).]]
A [[taxa de fecundidade]] moçambicana é de cerca de 5,5 nascimentos por mulher. O gasto público em saúde foi de 2,7% do PIB em 2004, enquanto que as despesas privadas em saúde somaram 1,3% no mesmo ano. Os gastos com assistência médica ''per capita'' era de 42 dólares ([[PPC]]) em 2004. No início do século XXI, havia três médicos por 100 mil habitantes de Moçambique e a [[mortalidade infantil]] era de 100 por mil nascimentos em 2005.<ref name="hdrstats.undp.org">{{cite web|url=http://hdrstats.undp.org/en/countries/data_sheets/cty_ds_MOZ.html |title=Human Development Report 2009 – Mozambique |publisher=Hdrstats.undp.org |accessdate=2 de maio de 2010}}</ref>
Após a sua [[Guerra de Independência de Moçambique|independência de Portugal]] em 1975, o governo de Moçambique estabeleceu um sistema de assistência médica primária, que foi citado pela [[Organização Mundial da Saúde]] (OMS) como um modelo para outros [[países em desenvolvimento]].<ref>Walt, G., & Melamed, A. (1983). Toward a people's health service. London: Zed Books ISBN 0862321298.</ref> Mais de 90% da população havia sido vacinada. Durante o período do início dos anos 1980, cerca de 11% do orçamento do governo era voltado para gastos com saúde.<ref>{{cite journal|author=Gloyd, S. |year=1996|title=Confrontation, co-operation or co-optation: NGOS and the Ghanaian state during structural adjustment|journal= Review of African Political Economy|volume= 68|pages= 149–168|jstor=4006246}}</ref> No entanto, a [[guerra civil moçambicana]] levou o sistema de saúde primária a um grande retrocesso. Entre os alvos dos ataques da [[RENAMO]] às infraestruturas do governo entre 1980 e 1992 estavam instalações médicas e educacionais.<ref name="Pfeiffer. J. 2003">{{cite journal|pmid=12560007|year=2003|last1=Pfeiffer|first1=J|title=International NGOs and primary health care in Mozambique: The need for a new model of collaboration|volume=56|issue=4|pages=725–38|journal=Social science & medicine (1982)}}</ref>
Em Junho de 2011, o [[Fundo de População das Nações Unidas]] divulgou um relatório sobre o estado da [[obstetrícia]] no mundo. O documento contém dados sobre a força de trabalho e as políticas relacionadas com a mortalidade neonatal e materna em 58 países do mundo. A taxa de mortalidade materna por 100 mil habitantes em Moçambique era de 550 em 2010, comparado com 598,8 em 2008 e com 385 registrado em 1990. A taxa de mortalidade em menores de 5 anos por {{formatnum:1000}} nascimentos é de 147. O objetivo deste relatório é destacar maneiras para que os [[Objectivos de Desenvolvimento do Milénio]] da [[ONU]] possam ser alcançados, especialmente os objectivos 4 (reduzir a mortalidade infantil) e 5 (diminuir a taxa de morte materna). Em Moçambique, o número de [[parteira]]s por 1.000 nascidos vivos é de 3 e o risco de morte para mulheres grávidas é de 1 em 37.<ref name="SOWMY">{{cite web|url=http://www.unfpa.org/sowmy/report/home.html|title=The State of the World's Midwifery|publisher=[[Fundo de População das Nações Unidas]]|date=Agosto de 2011|accessdate=3 de novembro de 2013}}</ref>
[[Imagem:Luabo hospital (4754619071).jpg|thumb|Hospital local da cidade de Luabo, no distrito de [[Chinde (distrito)|Chinde]].]]
A taxa oficial de prevalência da [[epidemia]] de [[HIV]] na população moçambicana em 2011 foi de 11,5% na faixa etária entre 15 e 49 anos (uma referência comum para as estatísticas de HIV). Este é um valor mais baixo do que o observado em vários dos países vizinhos da [[África Austral]]. Para as partes do sul do país (províncias de [[Maputo (província)|Maputo]] e [[Gaza (província)|Gaza]]), os números oficiais são mais do que o dobro da média nacional. Em 2011, as autoridades de saúde estimaram que cerca de 1,7 milhões de moçambicanos eram portadores do vírus HIV, dos quais 600 mil estavam sob tratamento [[antirretroviral]]. Em dezembro de 2011, 240 mil pessoas estavam recebendo esse tratamento, e 416 mil pessoas em março 2014. De acordo com o relatório da [[UNAIDS]] de 2011, a epidemia de HIV/[[SIDA]] em Moçambique parece estar a estabilizar.<ref>[http://www.unaids.org/en/media/unaids/contentassets/documents/unaidspublication/2011/JC2216_WorldAIDSday_report_2011_en.pdf UNAIDS World AIDS Day Report 2011]. UNAIDS.org. Acessado em 3 de novembro de 2013.</ref>
Através de [[ONG]]s de muitos países em desenvolvimento, Moçambique é apoiado pelo resto do mundo. Devido as dificuldades de gestão da ajuda externa e da desigualdade da comunidade local, as ONGs fragmentam o sistema de assistência médica primária do país.<ref>{{cite web|last=Pfeiffer|first=James|title=International NGOs and primary health care in Mozambique: the need for a new model of collaboration|url=http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0277953602000680|accessdate=3 de novembro de 2013}}</ref> O pesquisador de saúde James Pfeiffer argumenta que, além de instalar uma nova estratégia de gestão da ajuda, um novo paradigma de cooperação deve ser constituído, a fim de facilitar o intercâmbio entre os trabalhadores humanitários e os trabalhadores de saúde locais no mundo em desenvolvimento. O novo paradigma vai ajudar a promover um impacto positivo duradouro sobre as instituições de saúde locais e fortalecer o relacionamento profissional entre os trabalhadores da saúde.<ref name="Pfeiffer. J. 2003"/>
=== Educação ===
[[Imagem:Mozambique school.jpg|thumb|Estudantes em frente a uma escola em [[Nampula]].]]
Desde a independência do domínio português em 1975, a construção e a formação de professores escolares não acompanhou o aumento da população. Especialmente após a [[Guerra Civil de Moçambique]] (1977-1992), com matrículas no pós-guerra atingindo máximos históricos devido à estabilidade e o crescimento da população jovem, a qualidade da educação ainda é precária. Todos os moçambicanos são obrigados por lei a frequentar a escola de [[Ensino primário|nível primário]], no entanto, um grande número de crianças moçambicanas não vão à escola primária, porque têm de trabalhar para subsistência de suas famílias.<ref name="Educação">[http://web.archive.org/web/20070627011343/http://www.dfid.gov.uk/casestudies/files/africa/mozambique-primary-schools.asp Key facts], Department for International Development (DFID), parte do Governo do Reino Unido (24 de maio de 2007). Acessado em 3 de novembro de 2013.</ref>
Em 2007, um milhão de crianças ainda não iam à escola, a maioria delas de famílias rurais pobres, e quase a metade de todos os professores em Moçambique ainda estavam desqualificados. A escolarização de meninas aumentou de três milhões em 2002 para 4,1 milhões em 2006, enquanto a taxa de conclusão aumentou de 31 mil para 90 mil.<ref name="Educação"/>
== Cultura ==
{{Artigo principal|Cultura de Moçambique}}
Moçambique é reconhecido pelos seus [[arte|artistas]] plásticos: [[escultura|escultores]] (principalmente da etnia [[Makonde]]) e [[pintura|pintores]] (inclusive em tecido, técnica [[batik]]). Artistas como [[Malangatana]], [[Gemuce]], [[Naguib]], Ismael Abdula, Samat e [[Idasse]] destacam-se na área de pintura. A [[música]] vocal moçambicana também impressiona os visitantes. A [[timbila chope]] foi considerada [[Património Mundial]].
=== Artes ===
{{Mais informações|Música de Moçambique}}
[[Imagem:Mozambique - mask.jpg|thumb|Moçambicana a utilizar uma tradicional máscara da etnia [[Macuas|macua]]]]
A música de Moçambique pode servir a muitos propósitos, que vão desde a expressão religiosa até cerimônias tradicionais. Os instrumentos musicais são geralmente feitos à mão e incluem tambores feitos de madeira e pele de animal, como a lupembe, um instrumento de sopro feito de chifres de animais ou madeira, e a [[marimba]], que é uma espécie de [[xilofone]] nativo. A marimba é um instrumento popular entre os [[chopes]] da costa centro-sul moçambicana, que são famosos por sua habilidade musical e de dança. A música de Moçambique é semelhante ao ''[[reggae]]'' e ao [[Calipso (gênero musical)|calipso]] [[Caribe|caribenho]]. Outros tipos de música são populares em Moçambique, como a [[marrabenta]] e outros tipos de música [[Lusofonia|lusófona]], como o [[fado]], o [[samba]], a [[bossa nova]] e o [[maxixe]].<ref name="Lonely Planet"/>
Os [[macondes]] são famosos por suas máscaras e esculturas elaboradas de madeira, que são geralmente usadas ​​em danças tradicionais. Existem dois tipos diferentes de esculturas em madeira: as ''shetani'' (espíritos malignos), que são em sua maioria esculpidas em [[ébano]], e as ''ujamaa'', que são esculturas em forma de [[totem]] que ilustram rostos realistas de pessoas e de várias figuras. Essas esculturas são geralmente referidas como "árvores genealógicas", porque contam histórias de muitas gerações.<ref name="Lonely Planet"/>
Durante os últimos anos do período colonial, a arte moçambicana refletiu a opressão pelo poder colonial e tornou-se símbolo da resistência. Após a independência em 1975, a arte moderna passou para uma nova fase. Os dois artistas moçambicanos contemporâneos mais conhecidos e mais influentes são o pintor [[Malangatana Ngwenya]] e o escultor [[Alberto Chissano]]. Uma boa parte da arte pós- independência, durante os anos 1980 e 1990, reflete a luta política, a guerra civil, o sofrimento, a fome e a luta.<ref name="Lonely Planet"/>
Danças tradicionais são geralmente complexas e altamente desenvolvidas em todo o país. Há muitos tipos diferentes de danças tribais, que geralmente são ritualísticas por natureza. Os chopes, por exemplo, atuam em batalhas vestidos com peles de animais. Os homens [[macuas]] vestem roupas e máscaras coloridas, dançando sobre palafitas ao redor da aldeia por horas. Grupos de mulheres na parte norte do país realizam uma dança tradicional chamado ''tufo'', para comemorar feriados [[Islamismo|islâmicos]].<ref name="Lonely Planet">{{Cite book
  | last = Fitzpatrick
  | first =Mary
  | authorlink =
  | coauthors =
  | title = Mozambique
  | publisher = [[Lonely Planet]]
  | year = 2007
  | location =
  | page = 33
  | url = http://books.google.co.uk/books?id=DVvRHCBtS9sC
  | doi =
  | id =
  | isbn =1-74059-188-7 }}
</ref>
=== Literatura ===
A literatura moçambicana obteve um maior desenvolvimento no período colonial, lidando com temas nacionalistas. Os escritores mais importantes desta fase foram [[Rui de Noronha]] e [[Noémia de Sousa]]. [[José Craveirinha]] iniciou-se na literatura na década de 1940, abordando temas da realidade social dos moçambicanos em seus poemas, e provocou a rebelião. Ele é considerado hoje o mais importante poeta moçambicano. José Craveirinha recebeu o Prémio Camões em 1991.<ref name="PE">{{citar web | url = http://www.pluraleditores.co.mz/PLE04_ing.asp?area=3 | titulo  = Writers: José Craveirinha | publicado = Plural Editores | lingua = inglês | data = | acessodata = 21 de novembro de 2009 }}</ref>
=== Culinária ===
{{Vertambém|Gastronomia de Portugal|Culinária da África|Culinária do Brasil}}
Depois de quase 500 anos de colonização, os [[portugueses]] impactaram significativamente a cozinha moçambicana. Culturas como a [[mandioca]] (raiz amido de origem [[Brasil|brasileira]]), [[castanha de caju]] (também de origem brasileira, embora Moçambique já tenha sido o maior produtor deste produto) e o pãozinho, que são [[Pão francês|pães franceses]] trazidos pelos portugueses. O uso de [[especiaria]]s e [[tempero]]s, como [[cebola]], [[louro]], [[alho]], [[coentro]], [[páprica]], [[pimenta]], [[pimentão]] vermelho e vinho foram introduzidos também pelos portugueses, assim como [[cana-de-açúcar|cana de açúcar]], [[milho]], [[milheto]], [[arroz]], [[sorgo]] (um tipo de grama) e [[batata]]s. [[Prego (culinária)|Prego]] (rolo de carne), [[rissole]], espetada ([[kebab]]), [[pudim]] e o popular Inteiro com piripiri (frango inteiro com molho da planta piri piri), são todos os pratos portugueses comumente consumidos pela população atual  de Moçambique.<ref name="Culinária">{{citar web |url=http://www.slowfoodbrasil.com/textos/alimentacao-e-cultura/307-colonizacao-e-independencia-em-mocambique-habitos-alimentares-em-mudanca |título=Colonização e independência em Moçambique: hábitos alimentares em mudança |data=14 de setembro de 2009 |autor=Tomás Adriano Sitoe |editor=Slow Food Brasil |acessodata=3 de novembro de 2013}}</ref>
=== Desporto ===
O jogador português [[Eusébio]] (nascido em Moçambique antes da independência) foi avançado da selecção Portuguesa no [[Campeonato do Mundo de 1966]], levando [[Selecção portuguesa de futebol|Portugal]] às semifinais. A atleta [[Maria de Lurdes Mutola]] ganhou duas medalhas olímpicas nos 800 metros, uma [[medalha de bronze]] nas [[Jogos Olímpicos de Verão de 1996|Olimpíadas de 1996]], em [[Atlanta]] e uma [[medalha de ouro]], nas [[Jogos Olímpicos de Verão de 2000|Olimpíadas de 2000]], na [[Austrália]]. Os desportos mais populares de Moçambique são [[basquetebol]], [[futebol]] e [[atletismo]]. A jogadora de [[basquetebol]] [[Clarisse Machanguana]] jogou na [[WNBA]]. A [[Selecção Moçambicana de Futebol|selecção moçambicana de futebol]] disputou quatro vezes a [[copa das nações africanas]], mas nunca disputou uma taça do mundo.
=== Feriados ===
{| class="wikitable"
|-
! style="background:#efefef;" | Data
! style="background:#efefef;" | Nome em português
! style="background:#efefef;" | Notas
|-
| [[1 de Janeiro]]
| Dia da Fraternidade universal
| Ano novo
|-
| [[3 de Fevereiro]]
| Dia dos heróis moçambicanos
| Em homenagem a [[Eduardo Mondlane]]
|-
| [[7 de Abril]]
| Dia da Mulher Moçambicana
| Em homenagem a [[Josina Machel]]
|-
| [[1 de Maio]]
| Dia Internacional dos Trabalhadores
| Dia do trabalho
|-
| [[25 de Junho]]
| Dia da Independência Nacional
| Proclamação da independência em [[1975]] (de [[Portugal]])
|-
| [[7 de Setembro]]
| Dia da Vitória
| Em homenagem à assinatura dos [[Acordos de Lusaka]]
|-
| [[25 de Setembro]]
| Dia das Forças Armadas de Libertação Nacional
| Em homenagem ao início da luta armada de libertação nacional
|-
| [[4 de Outubro]]
| Dia da Paz e Reconciliação
| Em homenagem ao [[Acordo Geral de Paz]]
|-
| [[25 de Dezembro]]
| Dia da Família
| Natal
|-
|}
== Ver também ==
{{Portal-Moçambique}}
{{Dividir em colunas|cols=3}}
* [[África]]
* [[Guerra Civil Moçambicana]]
* [[Império Português]]
* [[Línguas de Moçambique]]
* [[Lista de escritores de Moçambique|Lista de escritores moçambicanos]]
* [[Lista de países]]
* [[Lista dos partidos políticos de Moçambique|Partidos políticos de Moçambique]]
* [[Lista dos responsáveis pela administração colonial de Moçambique|Responsáveis pela administração colonial de Moçambique]]
* [[Lista do património edificado em Moçambique|Lista do património edificado em Moçambique]]
* [[Literatura de Moçambique]]
* [[Missões diplomáticas de Moçambique]]
* [[Português de Moçambique|Português moçambicano]]
* [[Lista de tópicos relacionados com Moçambique|Tópicos relacionados com Moçambique]]
* [[Constituição da República de Moçambique]]
{{Dividir em colunas fim}}
{{Referências|col=2}}
=== Bibliografia ===
{{Refbegin}}
* Christian Geffray, ''A causa das armas'', Porto: Afrontamento, 1991 (guerra civil em Moçambique)
* João Mosca, ''Economia de Moçambique, século XX'', Lisboa: Instituto Piaget, 2005
* Malyn Newitt, ''História de Moçambique'', Lisboa: Ed. Europa-América, 1997
* René Pélissier, ''História de Moçambique: Formação e oposição (1854-1941)'', Lisboa: Ed. Estampa, 1988
* Anne Pitcher, ''Transforming Mozambique: The Politics of Privatization, 1975-2000'', Cambridge etc.: Cambridge University Press, 2002
* Paul Southern, ''Portugal: The Scramble for Africa''. Bromley, Galago Books, 2010{{Refend}}
* Vitor Lourenço, ''Moçambique: memórias sociais de ontem, dilemas políticos de hoje'', Lisboa: CEA/Gerpress, 2009.
== Ligações externas ==
{{Correlatos
|commons      = Moçambique
|wikisource  =
|wikiquote    = Categoria:Moçambicanos
|wikilivros  =
|wikinoticias = Portal:Moçambique
|wikcionario  = Moçambique
|wikispecies  =
}}
* {{Link||2=http://www.portaldogoverno.gov.mz |3=Portal do Governo de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.presidencia.gov.mz |3=Presidência da República de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.minec.gov.mz |3=Ministério dos Negócios Estrangeiros da República de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.bancomoc.gov.mz |3=Banco Central da República de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.ine.gov.mz |3=Instituto Nacional de Estatística da República de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.minec.gov.mz |3=Ministério dos Negócios Estrangeiros da República de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www2.mre.gov.br/deaf/daf_2.htm |3=Divisão da África II - Itamaraty |4=Divisão do Ministério das Relações Exteriores do Brasil responsável pelas relações bilaterais com Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.gorongosa.net/ |3=Parque Nacional da Gorongosa}}
* {{Link||2=http://www.mozambig-forum.com |3=MozamBIG-Forum.com - O fórum Moçambicano mais abrangente}}
* {{Link||2=http://www.rm.co.mz |3=Emissão on-line da Rádio Moçambique}}
* {{Link||2=https://www.noticiasmocambique.co.mz |3=Notícias Moçambique}}
* {{Link||2=http://maputo.visitusinmaputo.com |3=Imagens de Maputo e Ilha de Moçambique |4=Fotografias e Mapa de Maputo e Ilha de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.ane.gov.mz |3=Administração Nacional de Estradas (ANE)}}
* {{Link||2=http://www.instituto-camoes.pt/cvc/hlp/geografia/portuguesmocambique.pdf |3=Instituto Camões |4=Dados históricos da Língua Portuguesa em Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.bbc.co.uk/portugueseafrica/news/story/2005/06/050615_mozambiquecronologiafil.shtml |3=Cronologia da história de Moçambique (BBC)}}
* {{Link||2=http://www.visionofhumanity.com/rankings |3=Moçambique na Lista da Paz Mundial}}
* {{Link||2=http://www.fmf.co.mz |3=Federação Moçambicana de Futebol de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.xirico.com/c_htm/tri/mapas.php |3=Mapas de Moçambique}}
* {{Link||2=http://www.xirico.com/a_php/slooze/photos/desporto.php |3=Antigas estrelas do desporto moçambicano |4=(retrospectiva aos anos 1950-1975)}}
* {{Link||2=http://www.slowfoodbrasil.com/content/view/307/82/ |3=Colonização e independência em Moçambique: hábitos alimentares em mudança}}
* {{Link||2=http://www.revistamilitar.pt/modules/articles/article.php?id=344 |3="O Enigma de uma colónia virtual – África Oriental Portuguesa (vulgo Moçambique)" (História de Moçambique desde o século X a 1975 por Tenente-coronel João José de Sousa Cruz, "Revista Militar")}}
* [http://www.bti-project.org/countryreports/esa/moz/] Mozambique Country Report]
{{Moçambique/Tópicos}}
{{Bloco de navegação
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}}
{{DEFAULTSORT:Mocambique}}
[[Categoria:Moçambique| ]]
[[Categoria:Países subdesenvolvidos]]

Edição das 13h03min de 14 de março de 2016

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