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Ciência: mudanças entre as edições

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{{Ciências-vertical}}
A '''Ciência''' (do [[latim]] ''scientia'', traduzido por "conhecimento") refere-se a qualquer [[conhecimento]] ou [[prática]] sistemáticos. Em sentido estrito, ciência refere-se ao sistema de adquirir conhecimento baseado no [[método científico]] bem como ao corpo organizado de conhecimento conseguido através de tais [[pesquisa]]s<ref group = "Ref." name = "RefDicionario" />.


Este artigo foca o sentido mais estrito da palavra. Embora as duas estejam fortemente interconectadas, a ciência tal como enfatizada neste artigo é muitas vezes referida como ''ciência experimental'' a fim de diferenciá-la da ''ciência aplicada'', que é a aplicação da pesquisa científica a necessidades humanas específicas.
A ciência é o esforço para descobrir e aumentar o [[conhecimento humano]] de como o [[Universo]] funciona. Refere-se tanto à (ao):
* investigação ou estudo [[razão|racionais]] do [[Universo]], direcionados à descoberta de [[verdade]]s compulsoriamente atreladas e restritas à [[Realidade]] [[universo|Universal]]. Tal estudo ou investigação é metódico e compulsoriamente realizado em acordo com o [[método científico]] – um processo de avaliar o [[conhecimento]] [[empírico]];
* corpo organizado de conhecimentos adquiridos por tais estudos e [[pesquisas]].
A ciência é o conhecimento ou um sistema de conhecimentos que abarca verdades, as mais gerais e abrangentes possíveis, bem como a aplicação das [[lei (ciência)|leis científicas]]; ambas especificamente obtidas e testadas através do método científico. Nestes termos ciência é algo bem distinto de [[cientista]], podendo ser definida como o conjunto que encerra em si o corpo sistematizado e cronologicamente organizado de todas as [[teoria|teorias científicas]] - com destaque normalmente dado para os [[paradigma|paradigmas válidos]] - bem como o [[método científico]] e todos os recursos necessários à elaboração das mesmas.
Da definição segue que um cientista é um elemento essencial à ciência, e como qualquer [[homo sapiens sapiens|ser humano]] dotado de um [[cérebro]] [[imaginação|imaginativo]] que implica [[sentimento]]s e [[emoção|emoções]], o cientista certamente também tem suas [[crença]]s - convicções que vão além da realidade tangível - podendo esse até mesmo ser, não raramente ou obstante, um [[teísta]] ou [[religioso]] convicto. Ao definirem-se ciência e cientista é de relevância ressaltar por tal que a definição de ciência exige expressamente que o cientista saiba manter tais crenças longe de seus [[artigo científico|artigos científicos]] e das [[teoria|teorias científicas]] com as quais esteja a trabalhar; constituindo-se estes dois elementos - ciência e cientista - por definições certamente muito distintas, portanto.
Da correta compreensão é fato que a ciência ''não'' exclui os [[Crença|crentes]], teístas ou [[religião|religiosos]] do seu leque de cientistas; contudo é também fato que a ciência, graças aos pré-requisitos do método científico, ''exclui'' por completo, dela e de suas teorias científicas, as convicções não [[falseabilidade|testáveis]] frente ou mesmo transcendentes ao factualmente real; sendo a ciência, por parágrafo constitutivo explícito em sua definição [[stricto sensu]] - e por ausência de fato contraditório - expressamente [[ceticismo|cética]] e secular no que lhe cabe<ref group = "Nota" name = "Citacao_Einstein_01" /> <ref group = "Nota" name = "Citacao_Jacob_Bronowski_01" /> <ref group = "Ref." name = "BigBang_SimonSingh" />.
== Etimologia e definição ==
A etimologia da palavra ''ciência'' vem do [[latim]] ''scientia'' ("[[conhecimento]]")<ref group = "Ref." name ="Moderna" >Cruz, J.L.C. da.(editor). Projeto Araribá - Ciências (1. ed.), ''Apresentação''. (2006) . São Paulo: Moderna.</ref>, o mesmo do verbo ''scire'' ("[[saber]]") que designa a origem da faculdade mental do conhecimento <ref group = "Ref." name = "RefDicionarioFrances" />. Esta acepção do termo se encontra, por exemplo, na expressão de [[François Rabelais]]: "Ciência sem consciência arruína a alma". Ele se referia assim a uma noção filosófica (o conhecimento puro, a acepção "de saber"), que em seguida se tornou uma noção religiosa, sob a influência do cristianismo. "A ciência instruída" referia-se então ao conhecimento dos religiosos, da [[exegese]] e das escritas, [[paráfrase|parafraseando]] a [[teologia]]. A [[Radical (linguística)|raiz]] "ciência" reencontra-se em outros termos tais como "a consciência" (etimologicamente, "com o conhecimento"), "presciência" ("o conhecimento do futuro"), "onisciência" ("o conhecimento de tudo"), por exemplo.{{Carece de fontes}}
=== Definição larga ===
A palavra ciência possui vários sentidos, abrangendo principalmente três acepções <ref group = "Ref." name = "CentrenationalRessText" />:
# Saber, conhecimento de certas coisas que servem à condução da vida ou à dos negócios.
# Conjunto dos conhecimentos adquiridos pelo estudo ou pela prática.
# Hierarquização, organização e síntese dos conhecimentos através de modelos e [[princípio]]s gerais ([[teoria]]s, [[lei]]s, etc.).
Cita-se de passagem que o próprio conceito de ''teoria'' tem várias acepções não específicas que mostram-se muito distintas da que é encontrada em um meio científico, sendo entre estas certamente conhecida a acepção em [[senso comum]] de ''teoria como algo duvidoso, não provado, descartável''. Esta acepção e correlatas mostram-se contudo radicalmente diferente da acepção de [[teoria científica]] ao considerar-se a acepção stricto sensu da palavra ciência.{{Carece de fontes}}
=== Definição estrita ===
[[Imagem:Metodo cientifico.svg|thumb|200px|left|Esboço contendo os principais passos do método científico. Observe que o método é cíclico de forma a promover a contínua evolução das [[teoria|teorias científicas]].]]
Segundo [[Michel Blay]], a ciência é "o conhecimento claro e evidente de algo, fundado quer sobre princípios evidentes e demonstrações, quer sobre raciocínios experimentais, ou ainda sobre a análise das sociedades e dos fatos humanos <ref group = "Ref." name = "MichaelBlay" />." Esta definição permite distinguir os três tipos de ciência: as ''ciências formais'', compreendendo a [[Matemática]] e as ''ciências matemáticas'' como a estatística; as ''ciências físico-químicas e experimentais'' (ciências da natureza e da terra como a [[física]], [[química]], [[biologia]], [[medicina]]); e as ''ciências sociais'', que ocupam-se do Homem, de sua história, do seu comportamento, da língua, do social, do psicológico e da política, entre outros. No entanto, embora convencionais, seus limites não são rígidos, e não se mostrando estritamente definidos; em outras palavras, a rigor, não existe categorização sistemática dos tipos de ciência, e para tentar-se fazê-lo ter-se-ia antes que resolver um complicado questionamento [[epistemologia|epistemológico]].{{Carece de fontes}}
A [[stricto sensu]], a ciência é única: se um corpo de conhecimento é produzido mediante os rigores do [[método científico]], este é ciência, em caso contrário, bastando para tal transcender em qualquer ponto o método científico, não o é.{{Carece de fontes}}
A ciência é única também ao considerar-se o conjunto de evidências - de fatos - sobre o qual trabalha. Embora seja comum priorizar-se ou destacar-se o subconjunto de fatos mais pertinentes a um problema ou área de estudo em particular - vez por outra falando-se pois nos "fatos da física", "fatos da química", etc. - uma hipótese científica, para ser aceita com valor lógico verdadeiro no [[paradigma|paradigma científico]] válido, ''deve'' estar em acordo com ''todos'' os fatos científicos conhecidos à época em consideração.{{Carece de fontes}}
As condições impostas sobre as hipóteses implicam não apenas que o conjunto de todas as hipóteses de uma [[teoria|teoria científica]] estejam necessariamente harmônicas com o conjunto de todos os fatos conhecidos, como também implicam a necessária harmônicas destas, e das diversas teorias de um paradigma válido - quaisquer que sejam - entre si. Se divergências forem verificadas, as respectivas teorias encontram-se impelidas a evoluir.{{Carece de fontes}}
=== Definições filosóficas ===
[[Imagem:Rodin le penseur.JPG|thumb|200px|[[O pensador]]; [[personificação]] da [[filosofia]]. Para os filósofos não há uma definição única de ciência. Contudo, o que esperar deles quanto à definição de ciência? Os [[filósofo]]s não se entendem nem quanto à definição de filosofia! <ref group = "Nota" name = "Citacao_Cicero_01" /> ]]
Embora para um cientista a definição de ciência que vale é a estrita, há considerável discussão sobre o que é ciência no meio [[filosofia|filosófico]], e neste meio acham-se várias definições de ciência, e várias considerações sobre sua abrangência.<ref group = "Nota" name = "Citacao_Bertrand_Russell_01"/> <ref group = "Nota" name = "Citacao_Richard_Feynman_01" />
A palavra ''ciência'', no seu sentido estrito, se opõe à [[opinião]] (''doxa'' em [[língua grega|grego]]), e ao [[dogma]], ou a afirmações de natureza arbitrárias. No entanto a relação entre a opinião de um lado e a ciência do outro não é estritamente sistemática; o historiador das ciências [[Pierre Duhem]] pensa com efeito que a ciência é a âncora no sentido comum, que deve ''salvar as aparências''.{{Carece de fontes}}
O discurso científico se opõe à [[superstição]] e ao [[obscurantismo]]. Contudo, a opinião pode transformar-se num objeto de ciência, ou mesmo uma disciplina científica à parte. A [[Sociologia da ciência]] analisa esta articulação entre ciência e opinião; os relatos são mais complexos ou mais tênues em acordo com a situação, mas de forma geral podem ser resumidos na frase de [[Gaston Bachelard]]: "a opinião pensa mal; não pensa".<ref group = "Ref." name = "ConsultableEnLigne" />
Em senso estrito a ciência certamente se opõe às crenças em seu método de trabalho, contudo em meios não acadêmicos, ou mesmo acadêmicos, é comum esquecer-se a última parte da frase, e afirmar-se simplesmente que a ciência se opõe às crenças;  por extensão a ciência é frequentemente considerada como contrária às religiões. Esta interpretação é mais comum do que se pensa, sendo frequentemente usada em ambos os lados, embora com maior frequência por cientistas do que por religiosos.<ref group="Nota" name="EnciclicaPapaJoaoPaulo" />
A ideia de ciência com o objetivo de produzir conhecimento é problemática para alguns; vários dos domínios reconhecidos como científicos não têm por objetivo a produção de conhecimentos, mas a de instrumentos, máquinas, de dispositivos técnicos. Terry Shinn assim propôs a noção de "investigação técnico-instrumental" <ref group = "Ref." name = "RevueFrancaieseDeSociologie" />. Os seus trabalhos com Bernward Joerges a propósito da ''instrumentação''<ref group = "Ref." name = " IntrumentationScienceStateIndustry" /> assim permitiram destacar que o critério ''científico'' não é atribuído unicamente às ciências do conhecimento.
A acepção da palavra ''ciência'' conforme definida no [[século XX]] e [[século XXI|XXI]] é a da ''instituição da ciência'', ou seja, o de conjunto das comunidades científicas que trabalham para melhorar o saber humano e a tecnologia, incluso nesta acepção considerações de natureza internacional, metodológica, ética e ou política.{{Carece de fontes}}
A noção de ciência acima apresentada, ou mesmo outra, está longe, entretanto, de ser consensual. Segundo o [[epistemologia|epistemologista]] [[André Pichot]], é ''"utópico querer dar uma definição a priori da ciência"''.{{Carece de fontes}}
O [[História da ciência|historiador das ciências]] Robert Nadeau explica, por seu lado, que é ''"impossível passar aqui em revista o conjunto dos critérios de demarcação propostos desde cem anos pelos epistemologistas [para se definir ciência] ... [e que] pode-se aparentemente formular um critério que exclui qualquer coisa que se queira excluir, e conserva qualquer coisa que se queira conservar."''<ref group = "Ref." name = "RefRobertNadeau" />
O [[físico]] e [[Filosofia da ciência|filósofo das ciências]] [[Léna Soler]], no seu manual de epistemologia, começa igualmente por sublinhar ''pelos limites da operação de definição''<ref group = "Ref." name = "RefLenaSoler" />.
Os dicionários propõem certamente algumas definições. Mas, como recorda Léna Soler, estas definições não são satisfatórias, como quase nunca são quanto o assunto são verbetes ligados às cadeiras científicas. As noções de ''universalidade'', de ''objetividade'' ou ''de método científico'' (sobretudo quando este último é concebido como a uma única noção em vigor) é objeto de numerosas controvérsias para que possam constituir o pedestal de uma definição aceitável. É necessário, por conseguinte, ter em conta estas dificuldades para descrever a ciência. E esta descrição continua a ser possível tolerando-se certa ''vaporosidade'' epistemológica.{{Carece de fontes}}
=== Das correntes filosóficas à definição estrita ===
==== Empirismo ====
[[Imagem:Cartomante.jpg|thumb|200px|left|A ciência busca prever o futuro, contudo usar [[bola de cristal]] certamente não é uma forma científica de se fazê-lo!]]
De acordo com o [[empirismo]], as teorias científicas são [[objectivo|objetivas]], empiricamente testáveis e preditivas — elas predizem resultados empíricos que podem ser verificados e [[Falsificabilidade|possivelmente contraditos]].{{Carece de fontes}}
Mesmo alheio à tradição empírica há de se compreender que "predição" em ciência refere-se mais ao planejamento de experimentos ou estudos futuros e às expectativas quanto aos resultados  do que literalmente predizer o [[futuro]], mesmo que o número de acertos associados à predição - graças a uma teoria bem corroborada - venha a ser considerável. Certamente consegue-se hoje prever com enorme antecipação a hora de um eclipse, contudo dizer que "um paleontólogo pode fazer predições a respeito do achado de um determinado tipo de [[dinossauro]]" também é plenamente consistente com o uso empírico da predição, mesmo que por um azar do destino, este nunca venha a encontrá-lo. Embora a capacidade de fazer tais predições certamente sejam objetivos destas cadeiras via avanços contínuos nos modelos associados, tem-se ainda que ciências como a [[geologia]] ou [[meteorologia]] não precisam ser capazes de fazer predições acuradas sobre [[terremoto]]s ou sobre o [[clima]] para serem qualificadas como ciência. Em particular para a meteorologia, com os avanços tecnológicos verificados nas últimas décadas, não se "prevê" mais o clima, se sim se "vê", via satélite, como estará o clima daqui a uma semana ou mais. Expandindo um pouco o leque filosófico, o [[filósofo]] empírico [[Karl Popper]] argumentou que determinada [[verificação]] é em verdade impossível, e que a [[hipótese]] científica pode ser apenas falseável ([[falseabilidade]]).{{Carece de fontes}}
O [[Positivismo]], uma forma de empirismo, defende a utilização da ciência, tal como é definida pelo empirismo, a fim de governar as relações humanas. Em consequência à sua afiliação próxima, os termos "positivismo" e "empirismo" são geralmente usados [[intercambial]]mente. Ambos têm sido objetos de críticas.{{Carece de fontes}}
==== Realismo científico ====
Em contraste, o realismo científico define ciência em termos da [[ontologia]]: a ciência se esforça em identificar os [[fenômenos]] no meio, os elementos físicos envolvidos nestes fenômenos, suas relações de causalidade, e por fim os [[mecanismo]]s através dos quais a causalidade se estabelece.{{Carece de fontes}}
As posturas filosóficas fazem-se mais uma vez presentes:{{Carece de fontes}}
[[W. V. Quine]] demonstrou a impossibilidade de existir uma linguagem de observação independente da teoria, ou seja,  compreende-se o desconhecido com base no conhecido. As observações são sempre ''carregadas de teorias''.
[[Thomas Kuhn]] argumentou que a ciência sempre envolve "[[paradigmas]]", grupos de regras, [[prática]]s, [[premissa]]s (geralmente sem precedentes) e teorias tidas até então como válidas, e as transições entre paradigmas geralmente não envolvem necessariamente a verificação ou falseabilidade de teorias científicas. Além disso, ele argumentou que a ciência não progrediu [[história|historicamente]] com a acumulação constante de fatos, como o modelo empirista expressa.{{Carece de fontes}}
==== O melhor de cada uma ====
[[Imagem:Agkistrodon piscivorus Flickr.jpg|thumb|250px| A ciência ''não'' morde a própria cauda.]]
É contudo verificável que o método científico - base da definição da ciência moderna - preserva os traços mais importantes - estes não conflitantes - tanto da postura empirista como da realista. A saber identifica-se facilmente, nas teorias científicas modernas e no método, a existência obrigatória de um conjunto de fatos empíricos, a obrigatoriedade do teste experimental, a previsibilidade de fenômenos ou fatos ainda desconhecidos, a causalidade, os mecanismos que implicam a relação de causa efeito, e vários outros.{{Carece de fontes}}
Em resumo, verificado que os dois juntos ''funcionam'' harmonicamente, se é a teoria que determina a observação (realismo), ou a observação que determina a teoria (empirismo) <ref group = "Nota" name = "IndicacaoSecaoFilosofia" /> - pelo menos à luz da ciência - não importa. O problema de se determinar o início e o fim de uma [[circunferência|curva fechada]]  (o método científico é descrito por um diagrama fechado) ''não'' é um problema para a ciência, quer seja este um problema filosófico, quer não.{{Carece de fontes}}
== História ==
{{Artigos principais|[[História da ciência]] e [[Revolução científica]].}}
=== Visão geral ===
[[Imagem:Galileo by leoni.jpg|200px|left|thumb| [[Galileo Galilei]], uma das grandes personalidades da época da [[revolução científica]]. Galileu é tido por muito como pai da ciência moderna graças às suas contribuições no que se refere ao uso do [[experiência científica|método experimental]] na busca pela compreensão da [[natureza]]. Galileu morreu no [[ano]] em que [[Isaac Newton]] nasceu, e suas contribuição mostrariam-se decisivas para a consolidação da [[mecânica clássica]], levada a cabo por Newton com a publicação do "[[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica|Principia]]".]]
Enquanto a investigação [[empirismo|empírica]] do mundo natural encontra-se descrita desde a [[história antiga|antiguidade]], a exemplo por [[Aristóteles]], [[Teofrasto]] e [[Caio Plínio Segundo]] (''ver: [[ciência greco-romana]]''), e o [[método científico]] desde a [[Idade Média]], a exemplo por [[Ibn al-Haytham]], [[Abu Rayhan Biruni]] e [[Roger Bacon]], o surgimento do que se chama hoje por ''ciência moderna'' é normalmente definido como coincidente com o início da [[Idade Moderna]] e com uma fase da história que ficou conhecida como a [[Revolução Científica]] dos séculos [[século XVI|XVI]] e [[século XVII|XVII]]. Esse período sucede o final da Idade Média e engloba a [[Renascimento|Renascença]], época marcada pela retomada dos conhecimentos clássicos produzidos pelos gregos há cerca de dois milênios atrás e por uma subsequente enorme evolução nas ideias científicas ligadas à física, à astronomia, e à biologia, entre outras <ref group = "Ref." name = "TheScientificRevolution" />.
Não renegando-se a importância de obras e personalidades anteriores, àquela época a primeira teoria que se consolidaria em moldes modernos seria a teoria da [[mecânica clássica|mecânica]] conforme proposta por [[Isaac Newton]], encontrando-se esta pela primeira vez no renomado livro [[Philosophiae Naturalis Principia Mathematica]], publicado em 5 de julho de 1687. A obra se tornaria uma verdadeira lenda dentro da [[história]] e da ciência pois a publicação do "Principia" - conforme ficou conhecido - que contém, além da [[lei da gravitação universal]], as três [[leis de Newton]] para a [[dinâmica]] dos corpos, determinaria uma verdadeira revolução na ciência, na sociedade, e na forma de se pensar e compreender a natureza.{{Carece de fontes}}
Dada a acuracidade da teoria da mecânica frente os fatos conhecidos à época, nos dois séculos que se seguiram as ideias mecanicistas do universo se propagaram com vigor não só para as diversas subáreas da física como também para as mais variadas áreas do conhecimento, e sua difusão seria tão frutífera abrangente que a visão de mundo mecanicista perduraria sólida e inabalável até o primeiro ano do século XX, ano em que [[Max Planck]] e cinco anos mais tarde [[Albert Einstein]] estabeleceriam um segundo marco na ciência, e levariam a ciência moderna à era da [[física moderna]]. Graças à física a ciência moderna se estabelecera, e graças a ela a ciência moderna evoluiria a passos largos no século XX - a ponto deste século ser reconhecido pela comunidade científica como o século da [[física]].{{Carece de fontes}}
As mudanças mais recente e significativas nos paradigmas científicos em tempos atuais se devem contudo não à física mas sim à outra área da ciência natural, a [[biologia]]. Ao que tudo indica, apoiada pelo avanço tecnológico-científico ocorrido, a biologia será para a ciência do século XXI o que o a física representou para a mesma no século XX.{{Carece de fontes}}
=== Origens da Ciência ===
[[Imagem:Ptolemaeus.jpg|thumb|200px|[[Ptolomeu]]. Na [[Grécia Antiga]] encontram-se as origens do pensamento científico.]]
Em uma visão cronológica a ciência nasceu como uma tentativa de se achar respostas para os questionamentos humanos, questionamentos como "o que há lá fora?", "do que o mundo é feito?", "qual é o segredo da vida?" e "como chegamos até aqui?" <ref group = "Ref." name = "BBC-HistofSci" />. Mais do que capaz de satisfazer a curiosidade, mostrou-se gradualmente como uma verdadeira ocupação, inspirando trabalhos de vidas inteiras. Isso porque percebeu-se que, por meio da observação e experimentação - do método científico - era possível não só compreender o mundo que nos cerca mas também a nós mesmos, isso de forma a impelir o desenvolvimento de novas tecnologias e, assim, melhorar a qualidade de vida das pessoas. Nesse sentido, embora não exista por si só e sim como uma produção humana, a ciência é, de longe, a ferramenta mais indispensável à manutenção do progresso.{{Carece de fontes}}
Com um longo caminho ainda a trilhar antes de atingir a definição e status atual, o aqui com ressalvas chamado "pensamento científico" surgiu na [[Grécia Antiga]] com os pensadores [[pré-socráticos]] que foram chamados de ''Filósofos da Natureza'' e também ''Pré-cientistas''. Nesse período a sociedade ocidental pela primeira vez ousou abandonar a forma de pensar baseada em [[mito]]s e [[dogma]]s para estabelecer uma nova forma de pensar, uma forma de pensar naturalista baseada no [[ceticismo]].{{Carece de fontes}}
O pensamento dogmático coloca as ideias como sendo superiores ao que se observa. O Pensamento [[cético]] coloca o que é observado como sendo superior às ideias. Por mais que se observe fatos que destruam o dogma, uma pessoa com pensamento dogmático preservará o seu dogma. Para a ciência uma [[teoria]] é composta por um corpo de fatos e ideias, e se observarem-se fatos que comprovem a falsidade da ideia, o [[cientista]] tem a obrigação de modificar ou reconstruir a teoria.{{Carece de fontes}}
Na época de Sócrates e seus contemporâneos, o ''pensamento científico'' se consolidou, principalmente com a difusão do conceito de ''prova científica'' (ao rigor moderno, "evidência científica", "fato científico") atrelado à observância de repetição do fenômeno natural.{{Carece de fontes}}
Embora não se encontre na Grécia antiga a definição de ciência em moldes modernos, é nela que encontra-se o primeiro passo para se alcançá-la. Tanto as religiões como a ciência tentam descrever a natureza. A diferença está na forma de pensar. O cientista não aceita descrever o natural com o sobrenatural, e para ele é necessária a observação de evidências que eventualmente falseiam as ideias. Para um cientista a ciência é uma só, pois a natureza é apenas uma. Sendo assim, as ideias da [[física]] devem complementar as ideias da [[química]], da [[paleontologia]], [[geografia]] e assim por diante. Embora a ciência seja dividida em áreas, para facilitar o estudo, ela ainda continua sendo apenas uma.{{Carece de fontes}}
==== Da Escolástica à Renascença ====
Durante a [[Idade Média]], os [[Escolástica|filósofos escolásticos]] criaram uma visão dogmática de ciência que ainda hoje pode ser encontrada em alguns livros e enciclopédias. Estes pensadores não admitiam o uso da [[matemática]], aceitavam somente a [[dialética]] e a lógica [[aristotélica]] como formas de análise científica. O resultado disso é que nada de científico foi produzido durante a Idade Média. Os séculos que se passaram entre o declínio da sociedade grega antiga e a renascença ficaram conhecidos como "período das trevas" em consequência do marasmo científico associado, onde não apenas não se produz nada de novo em termos "científicos" como também se abandona o que havia sido produzido antes pelos gregos e outros.{{Carece de fontes}}
Na Renascença, os pensadores literalmente retomaram o pensamento científico [[pré-socrático]], e passam a usar a matemática como forma de análise científica. [[Galileu Galilei]] e [[Descartes]] são nomes de destaque desta época. Após a retomada do pensamento científico pré-socrático, voltou-se a evoluir cientificamente.{{Carece de fontes}}
==== Matemática e Lógica não são ciências ====
[[Imagem:Matemática médica.png|thumb|180px|left|Embora a [[matemática]] e a [[lógica]] sejam indispensáveis à ciência, estas não são - aos rigores do método científico - ciências.]]
Já na Grécia antiga os filósofos pré-socráticos discutiam se iriam atingir a verdade através das palavras ou dos números. Os [[sofista]]s defendiam que iriam atingir a verdade através das palavras. Os pitagóricos, seguidores de [[Pitágoras]], defendiam que atingiriam a verdade através dos números.{{Carece de fontes}}
[[Aristóteles]] formalizou o pensamento [[lógico]] dedutivo. Na [[Idade Média]], o pensamento lógico dedutivo foi usado em abundância pelos [[Escolástica|filósofos escolásticos]] e o resultado foi um total vazio científico durante essa época. [[Francis Bacon]], na Renascença, afirmava que ''A lógica de Aristóteles é ótima para criar brigas e contendas, mas totalmente incapaz de produzir algo de útil para a humanidade''.{{Carece de fontes}}
[[Sócrates]], [[Platão]] e [[Demócrito]] defendiam que somente a [[matemática]] traz clareza ao pensamento.{{Carece de fontes}}
O pensamento lógico alheio ao fato experimental já se demonstrou ineficiente para criação de teorias científicas e para descrever a natureza. [[René Descartes]], já afirmava que: ''Matemática é uma ferramenta para se fazer ciência, mas não é uma ciência''. Isso ocorre, pois palavras e números não existem na natureza, portanto não são ciência. Mas a matemática já se mostrou e é contudo ótima ferramenta para o estudo e formulação de teorias científicas.
A rigor, matemática e lógica não são ciências, contudo, dada as suas aplicações dentro da ciência, são indispensáveis para se fazer ciência. A matemática - incluso a lógica - é a linguagem com a qual se descreve a natureza.{{Carece de fontes}}
=== Pilares do pensamento científico ===
[[Imagem:Chafariz dos Castelos (castelos).JPG|thumb|200px|A ciência constrói [[castelo]]s de realidade sobre [[Fundação (construção)|fundações]] tangíveis, e não castelos de [[fantasia (psicologia)|fantasia]]s sobre [[ilusão|ilusões]].]]
Com os gregos encontra-se a origem da ciência e de lá para cá aprendeu-se muito, de forma que hoje pode-se dizer que a ciência apóia-se basicamente, entre outros, sobre cinco pilares:{{Carece de fontes}}
# ''Princípio fundamental'': o principal objetivo da ciência é compreender o [[Universo]] em sua realidade e totalidade.
# ''Princípio Uno'': a ciência é única pois o universo tangível também o é.
# ''Principio naturalista'': nunca usar o sobrenatural para descrever a [[natureza]] e o [[Universo]]. As ideias propostas devem manter-se compulsoriamente atadas a fatos naturalmente verificáveis; devem ser inequivocamente corroborada por tantos quanto os possíveis, e por pelo menos por um.
# ''Princípio da falseabilidade'': as hipóteses devem ser sempre testáveis (falseáveis); apenas um novo fato verificável contudo contraditório é suficiente para que as ideias teóricas conflitantes sejam compulsoriamente recicladas ou abandonadas.
# ''Princípio da generalidade e simplicidade'': as teorias científicas devem ser as mais simples e abrangentes possíveis. Trata-se da conhecida [[Navalha de Ockham]]: "se em tudo o mais forem idênticas as várias explicações de um fenômeno, a mais simples é a melhor" (William de Ockham).  Igualmente assume-se que: se em tudo o mais forem igualmente complicadas as várias explicações para um conjunto de fenômenos em enfoque, a mais abrangente é a melhor.
== Método científico ==
{{Artigo principal|[[Método científico]]}}
[[Imagem:Bohratommodel.png|thumb|200px|esquerda|O [[Átomo de Bohr|modelo de Bohr]] do [[átomo]]. A evolução do modelo atômico da matéria - desde sua proposição por [[Leucipo]] e [[Demócrito]] até o paradigma mais atual, o [[orbital atômico|modelo atômico dos orbitais]] - fornece bom exemplo de como a ciência trabalha, e de que as teorias - quando em acordo com o método científico - evoluem com o tempo.]]
Os termos "[[Modelo científico|modelo]]", "[[hipótese]]", "[[lei física|lei]]" e "[[teoria]]" têm significados diferentes em ciência e na linguagem coloquial.{{Carece de fontes}}
Os cientistas usam o termo ''modelo'' para referir-se a uma ou um conjunto de construções abstratas ou mesmo materiais construídas sobre hipóteses cientificamente corroboradas que permitam estabelecer uma representação de um dado objeto ou fenômeno - geralmente mas não obrigatoriamente específico - em estudo. Sua construção têm por fim, via analogia, uma melhor compreensão do fenômeno ou objeto modelado. A palavra é pois usada em ciência com a acepção estrita desta - o de fruto de um trabalho de [[modelagem]]. Os modelos são elaborados a partir da coleta de dados (fatos) e observação cautelosa, e construídos de forma que possam ser usados para inferir características e fazer predições testáveis por [[experiência científica|experimento]] ou [[observação]]. Os testes e observações são contudo executados sobre o objeto ou fenômeno em si, e não sobre o modelo, e os resultados são usados para aprimorar tanto a teoria associada como os modelos em si. A diferença entre um modelo científico e um artístico reside pois apenas no objetivo final e na metodologia empregada para construí-lo. Em modelos científicos, é certamente obrigatório que a  metodologia empregada esteja em ''pleno'' acordo com a metodologia científica. Os modelos, assim como as hipóteses e fatos científicos associados, também integram, certamente, as teorias científicas, sendo em verdade tão essenciais às teorias quanto os demais.{{Carece de fontes}}
Ao falar-se de modelo é importante ressaltar que, por mais trabalhado e elaborado que seja um modelo, um modelo ''não'' é o objeto que se modela, e há sempre o nele se melhorar, sendo o trabalho de modelagem, em verdade, um trabalho sem fim. Ao fim do raciocínio é possível até mesmo interpretar as teorias científicas como grandes e sofisticados modelos acerca da natureza. O eterno trabalho de aperfeiçoá-los cada vez mais - quer em detalhes quer em abrangência - constitui o principal objetivo da ciência e a labuta diária dos cientistas.{{Carece de fontes}}
Uma ''hipótese científica'' é uma proposição falseável e testável acerca de algum fato, conjunto de fatos ou fenômenos naturais. Em princípio, embora nem toda hipótese seja científica, todas as ideias científicas são hipóteses, o que equivale a dizer que a ciência é [[cética]], por definição. Há contudo uma "hierarquização" das hipóteses dentro da ciência em função de sua relevância e em função do nível de corroboração por evidências que as mesmas possuam.
As [[hipótese]]s nascem como simples ''conjecturas'', geralmente carecendo ainda dos testes experimentais (e similares) pertinentes ao método científico. Recebendo a corroboração por parte dos primeiros testes, e nenhuma contradição, esta eleva-se ao nível de "hipótese" plausível, e na sequência, à medida que a abrangência e o nível de corroboração aumentam, esta pode elevar-se ao nível de postulado.{{Carece de fontes}}
Um ''[[postulado]]'' é uma hipótese que, em vista de consideráveis corroborações e ausência de contradição, mantido o ceticismo científico, passou a ser aceita como verdade, já podendo e geralmente sendo utilizada como base para a dedução ou a corroboração lógica de outras verdades científicas.{{Carece de fontes}}
Uma ''lei física'' ou uma ''lei da natureza'' consiste em uma hipótese que conseguiu, após exaustivos, variados e abrangentes testes, todos favoráveis à sua veracidade, alcançar um patamar que lhe permite ser usada como uma descrição científica generalização de uma ampla gama de observações empíricas. O poder de uma lei científica geralmente reside em sua simplicidade e abrangência, contudo não se deve esquecer que esta é, antes de tudo, assim como as demais ideias científicas, uma hipótese.{{Carece de fontes}}
[[Imagem:DNA Overview2.png|thumb|200px|O modelo de [[James Watson|Watson]] e [[Francis Crick|Crick]] para a estrutura do [[DNA]].]]
A palavra ''teoria'' é mal entendida particularmente pelos não profissionais. O uso comum da palavra "teoria" refere-se a ideias que não possuem provas firmes ou base. Neste contexto não científico uma teoria seria a mais vil das hipóteses, bem abaixo de uma simples conjectura. No meio acadêmico, entretanto, a acepção de teoria é drasticamente diferente; os cientistas usam essa palavra como referência ao corpo de ideias que permite fazer descrições e predições geralmente mas não necessariamente específicas, ideias estas necessariamente embasadas em um conjunto bem estabelecido de fatos científicos, e necessariamente falseáveis perante tais, ou, principalmente, perante fatos sendo descobertos. Ressalta-se que fatos sozinhos não têm sentido, sendo a relação cronológica causal dos mesmos - o sentido dos mesmos - estabelecida pelas ideias. Igualmente ideias sem fatos que as corroborem estão livres da necessária conexão com a ciência do real, e apesar de poderem manter entre si estrutura lógica impecável, não estão nestes termos obrigatoriamente conexas à realidade, e assim não constituem uma teoria científica por si só.  A teoria é assim não somente o conjunto de ideias, nem tão pouco somente o conjunto de fatos, mas a união indissociável dos dois conjuntos, o de ideias e o de fatos, ambos necessariamente estabelecidos nos moldes científicos.{{Carece de fontes}}
A [[gravidade|teoria da gravitação universal de Newton]] é um corpo de ideias que permite ao cientista explicar um conjunto de fatos observacionais relacionados, a exemplo, a queda de uma maçã ou mesmo o movimento da lua ao redor da Terra. Além disso, esta teoria permite fazer predições sobre novas ocorrências, a saber como estes corpos comportar-se-ão com o passar do tempo, ou como outros corpos massivos, a exemplo, um satélite artificial ou uma sonda espacial, mover-se-ão sob a mesma influência causal que determina a ocorrência das observações anteriores conforme foram observadas. Fatos e ideias andam necessariamente juntos em um teoria científica.{{Carece de fontes}}
Uma teoria especialmente frutífera que tem sobrevivido a incontáveis testes ao longo do tempo e tem uma considerável quantidade de evidências integrando-a é dita por muitos, inclusive por cientistas, quando não muito cautelosos com suas palavras, "provada".  No sentido científico estrito, entretanto, ''uma teoria científica, qualquer que seja, nunca é provada''. Não se prova uma teoria científica. Uma teoria científica, entendida em termos exatos não somente como o conjunto de ideias pertinentes à descrição e previsão de fatos,  mas como a união indissociável deste conjunto de ideias e do conjunto de fatos naturais pertinentes, nunca encontra-se provada pois não se prova a veracidade de uma ideia em ciência. Uma ideia científica é uma eterna hipótese, necessariamente falseável, e por tal, nunca é provada, pois não se pode garantir que em algum momento futuro uma nova evidência, até então desconhecida, venha a contradizê-la <ref group = "Nota" name = "LimitesCiencia" />. Em acordo com o descrito, o uso da palavra "provada", quando anexo ao conceito de teoria, é desencorajado, e se encontrado, deve ser substituído pela ideia correta que expressa, a de uma teoria exaustivamente testada e corroborada frente ao conjunto, neste caso consideravelmente grande e abrangente, de fatos que a integra. Diz neste caso que a teoria é universalmente aceita até aquela data, ou ainda, que constitui um paradigma científico válido até aquele data.{{Carece de fontes}}
Algumas teorias científicas universalmente aceitas tais como a [[teoria heliocêntrica]], a [[teoria atômica]], a teoria do [[Eletromagnetismo|electromagnetismo]] e a [[evolução|evolução biológica]] encontram-se em teste frente aos fatos naturais já há séculos, e estão tão bem estabelecidas que é atualmente inconcebível um meio que permita a descoberta de um fato pela qual estas possam ser falsificadas. Outras, tais como a [[relatividade]] e a [[mecânica quântica]] têm sobrevivido a testes empíricos rigorosos sem serem contraditas nas últimas décadas apenas, e por tal encontram-se sobre escrutínio cerrado dos pesquisadores. Mas ''não'' há garantia de que elas não serão um dia suplantadas, e isto vale igualmente para ''todas'' elas, e não só para as últimas. "Teorias" ainda mais recentes tais como a [[teoria da rede]] ou [[teoria das cordas]] podem conter ideias promissoras passíveis de serem testadas, mas ainda não receberam nem mesmo o título de teorias científicas uma vez que estas não encerram um conjunto razoável de fatos capaz de corroborar as ideias que propõem.{{Carece de fontes}}
Em outras palavras:
:''TEORIA CIENTÍFICA, CORROBORA-SE OU É CONTRADITA, POR ''FATOS CIENTÍFICOS''. JAMAIS SE PROVA UMA TEORIA CIENTÍFICA''.{{Carece de fontes}}
Os cientistas nunca falam em conhecimento absoluto. Diferentemente da [[prova matemática]], uma teoria científica "provada" está ''sempre'' aberta à falseabilidade se novas evidências forem apresentadas. Até as teorias mais básicas e fundamentais podem tornar-se superadas se novas observações mostrarem-se inconsistentes com suas ideias.{{Carece de fontes}}
As teorias da [[dinâmica]] e [[gravitação universal]] de [[Isaac Newton|Newton]], que integram a teoria da mecânica clássica, são exemplos de teorias que perduraram absolutas durante séculos, mas cujas ideias não puderam se sustentar frente a fatos oriundos de experimentos envolvendo movimentos em velocidades próximas à da luz, frente à dimensões nanométricas, ou em proximidade a campos gravitacionais muito fortes, experimentos que tornaram-se passíveis de serem levados a cabo somente no século XX. Na ausência destes novos fatos as Leis de Newton continuam sendo um excelente modelo para o movimento e para a gravidade, mas uma evolução fez-se necessária: há hoje teorias mais abrangentes, capazes de descrever a relação cronológica causal inclusive para os novos fatos; a saber a [[relatividade geral]] e a [[mecânica quântica]] detém atualmente o status de paradigmas válidos nestas áreas. Ressalva-se entretanto que a mecânica clássica não foi abandonada, não foi para "o lixo", e ainda é o paradigma ensinado à praticamente a totalidade da população mundial que frequenta um curso de ensino médio <ref group="Nota" name="TeoriaEvolucaoContextoSocial" />.  A razão é óbvia: restringindo-se ao subconjunto de fatos sobre os quais a mecânica clássica se ergueu, a quase totalidade de fatos naturais acessíveis aos "simples mortais" em seu dia-a-dia, a mecânica clássica permanece sendo uma excelente teoria para explicá-los. Nem mesmo a conquista espacial exige teorias além da clássica. Contudo, sabe-se hoje que a natureza é mais complexa do que ela prediz.{{Carece de fontes}}
=== Matemática e o método científico ===
A [[Matemática]] é essencial para muitas ciências. A função mais importante da Matemática na ciência é o papel que ela desempenha na expressão de ''modelos'' científicos. Colher dados a partir da observação bem como hipotetizar e prever geralmente requerem modelos matemáticos e um extensivo uso da Matemática.{{Carece de fontes}}
Apesar de todos os ramos da Matemática terem suas aplicações em ciência - mesmo áreas "puras" tais como a [[teoria dos números|teoria numérica]] e a [[Topologia (matemática)|topologia]] - há de se mencionar que os ramos matemáticos mais utilizados na ciência incluem o [[cálculo]] e a [[estatística]]. Em verdade, o cálculo foi desenvolvido por Isaac Newton como uma ferramenta necessária para este resolver os problemas de física com os quais se preocupava. Uma análise rigorosa mostra que não é possível desvincularem-se a história da matemática da história da ciência, principalmente no que concerne às ciências naturais tais como a [[Física]] ou a [[Química]], onde esta prevalece como uma linguagem universal. Embora certamente presente em menor nível em algumas ciências sociais, a Matemática encontra-se de alguma forma presente em todas as ciências visto que a [[Lógica]] é um ramo da [[Matemática]].{{Carece de fontes}}
[[Imagem:Michelsonmorley-boxplot.svg|thumb|200px|left|Resultados da famosa [[Experiência de Michelson-Morley]] expressos via linguagem matemática adequada. A [[teoria da medida]] é fundamental à representação verossímil e correta dos resultados experimentais.]]
Alguns [[pensador]]es veem os [[matemático]]s como [[cientista]]s, considerando os [[Experiência científica|experimentos]] físicos como não essenciais ou as provas matemáticas como equivalentes a experimentos. Outros não veem a Matemática como ciência, já que ela não requer [[teste experimental]] de suas [[teoria]]s e [[hipótese]]s. Embora a decisão sobre quem está certo ou errado recaia mais uma vez sobre os ombros da [[filosofia]] e seus filósofos - é há uma [[Filosofia da Matemática|área filosófica especialmente dedicada à Matemática]] -  em qualquer caso não é uma discussão filosófica se a Matemática é ou não uma linguagem natural e universal, e por tal uma ferramenta extremamente útil na descrição do universo, indispensável à ciência.
Alvo dos filósofos e demais personalidades, a definição de matemática, vez ou outra, passa pelos mesmos apertos que a definição de ciência.{{Carece de fontes}}
[[Richard Feynman]] disse "A Matemática não é real, mas ''se sente'' real. Onde é esse lugar?",{{Carece de fontes}}
enquanto que a definição favorita de [[Bertrand Russell]] sobre a Matemática é:
"o assunto no qual nunca sabemos do que estamos falando nem se o que estamos dizendo está certo."{{Carece de fontes}}
Em qualquer caso, não é uma discussão filosófica se a Matemática é ou não uma [[ferramenta]] válida para a descrição do [[universo]]. A Matemática é uma linguagem natural, e por tal fundamentalmente necessária à ciência.{{Carece de fontes}}
É importante ressaltar que, em vista do método científico, a matemática, por si só, não é uma ciência, contudo esta é certamente a linguagem da ciência. Dentre todas as possíveis linguagens que poderiam ser usadas para a descrição da natureza em alternativa à matemática, a matemática é, em proporção similar à de um átomo para todo o universo conhecido, a mais versátil, simples, e eficaz; e por tal, a unanimemente eleita: simplesmente indispensável. Em palavras simples:{{Carece de fontes}}
"A natureza se escreve - ou seria escreve-se - em linguagem matemática!"
== Objetivos ==
[[Imagem:Archery target.jpg|thumb|200px|right|A ciência tem objetivos definidos, e embora nem sempre acerte na mosca, ela esforça-se ao máximo para fazê-lo, e mantém-se sob intenso e constante [[treino]].]]
A ciência não se considera dona da [[verdade]] absoluta e inquestionável. A partir do racionalismo crítico, todas as suas "verdades" podem ser quebradas, bastando apenas um pingo de evidência. A ciência pois cria modelos e destes tira conclusões acerca da realidade intrínseca e inerente ao universo natural, valendo-se para tal de ''observações'' cautelosas da natureza, de experimentação, e dos fatos destas resultantes.{{Carece de fontes}}
A ciência não é uma fonte de julgamentos de valores subjetivos <ref group = "Nota" name = "Citacao_Einstein_01" />, apesar de poder certamente tomar parte em casos de [[ética]] e política pública ao enfatizar as prováveis conseqüências naturais das ações tomadas. O que alguém projeta não apenas a partir de hipóteses científicas válidas mas também a partir de bases oriundas de outras áreas de conhecimento que não as científicas ''não'' se configura em um tópico científico, e o [[método científico]] não oferece qualquer assistência ou corroboração para quem deseja fazê-lo dessa maneira. A justificativa científica - via refutação - para muitas coisas é, ao contrário, frequentemente exigida e, por questão de lógica, espera-se que válida, mesmo em áreas fora da ciência. Faz-se claro contudo que, nestes casos, os valores dos julgamentos sobre o que concerne à ciência - tais como veracidade e cientificidade da questão - são intrínsecos à ciência.{{Carece de fontes}}
O objetivo subjacente - o propósito da ciência para a sociedade e indivíduos - é o de produzir ''modelos úteis da realidade''. Tem-se dito que é virtualmente impossível fazerem-se inferências a partir dos sentidos humanos que realmente descrevam o que "é". Por outro lado, como dito, a ciência pode fazer ''predições'' baseadas em em teorias oriundas das ''observações'', e é inegável que essas predições geralmente beneficiam a sociedade ou indivíduos humanos que fazem uso delas; por exemplo, a [[mecânica clássica|física Newtoniana]], e em casos mais extremos a [[relatividade]], nos permitem compreender e predizer desde a dinâmica de uma uma bola de bilhar e o efeito que terá em outras até trajetórias de sondas espaciais e satélites. Do efeito em uma bola de futebol ao voo de um avião passando certamente pela construção de casas e edifícios, deve-se muito à mecânica de Newton. As ciências sociais nos permitem predizer (com acurácia limitada até agora) coisas como a turbulência econômica e também permitem melhor entender o comportamento humano, o que leva à produção de modelos úteis da sociedade e consequências como a  elaboração de políticas governamentais mais adequadas visto que encontram-se empiricamente suportadas. A [[Física]], a [[Química]] e a [[Biologia]] juntas têm transformado nossa vida diária ao fornecerem a estrutura tecnológico-científica necessária para se transferir o árduo labor antes diretamente posto pela natureza sobre  nossos ombros à maquinaria auxiliar que hoje nos cerca. Nos tempos modernos, essas disciplinas científicas segregadas estão cada vez mais sendo utilizadas conjuntamente a fim de produzirem-se modelos e ferramentas cada vez mais complexos.{{Carece de fontes}}
Em resumo, a ciência produz ''modelos úteis'' sobre o universo natural os quais nos permitem fazer ''predições'' e construir equipamentos de apoio cada vez mais úteis. A ciência tenta ''descrever'' o que é e procura dizer o ''que pode ser'', mas não é capaz de ''impor'' o que é ou o que será - o que é impossível de se fazer, para razões naturais. Procura fazer com que a natureza jogue a nosso favor <ref group = "Nota" name = "ValoracaoMoral" />, e não contra nós, sem contudo afrontá-la. A ciência é uma ''ferramenta útil''… é um corpo crescente de entendimento que nos permite identificarmo-nos mais eficazmente com o meio ao nosso redor e nos permite decidir sobre a melhor forma de adaptarmo-nos e evoluirmos como uma sociedade unida, contudo independentemente.{{Carece de fontes}}
[[Imagem:Bohr Heisenberg Pauli Meitner u.a. 1937.jpg|thumb|300px|left|A ciência é uma atividade [[comunidade|coletiva]], por [[simbiose|razões práticas]], e por definição. Na foto, [[Niels Bohr]], [[Werner Heisenberg]], [[Wolfgang Pauli]], [[Otto Stern]], [[Lise Meitner]] e outros, em um [[colóquio]] com o ganhador do [[Prêmio Nobel]] de [[Física]], em 1937.]]
O [[individualismo]] é uma suposição tácita subjacente a muitas bases empíricas da ciência que trata a ciência como se ela fosse puramente uma forma de um único indivíduo confrontar a natureza, testando e predizendo hipóteses. Ao rigor da análise, contudo, a ciência é sempre uma atividade ''coletiva'' conduzida por uma [[comunidade]] científica. Isso pode ser demonstrado de várias maneiras; mesmo o resultado mais básico e trivial proveniente da ciência é comunicado com uma [[linguagem]]; é por tal de se esperar que os valores das comunidades científicas permeiem a ciência que elas produzam.{{Carece de fontes}}
== Filosofia da ciência ==
{{Artigo principal|[[Filosofia da ciência]]}}
{{Anexo|Lista de filósofos da ciência}}
A eficácia da ciência a tornou assunto de questionamento [[filosofia|filosófico]]. A '''[[filosofia da ciência]]''' busca entender a natureza e a justificação do conhecimento científico e suas implicações [[ética]]s. Tem sido difícil fornecer uma [[Método científico#Questões filosóficas|explicação do método científico]] definitiva que possa servir para distinguir a ciência da não-ciência, e, mesmo que para um cientista a fronteira mostre-se precisa e clara, há em princípio argumentos filosóficos legítimos sobre exatamente onde estão os limites da ciência, e tais são traduzidos no que é conhecido como [[problema da demarcação]]. Há, no entanto, um conjunto de preceitos principais que possuem um consenso entre os filósofos da ciência e dentro da [[comunidade científica]]. Por exemplo, é universalmente aceito que deve ser possível testar independentemente as hipóteses e teses científicas de outros cientistas para que sejam aceitas pela comunidade científica.{{Carece de fontes}}
Há diferentes escolas do pensamento na filosofia do método científico. O [[naturalismo metodológico]] mantém que a investigação científica deve aderir aos estudos [[empirismo|empíricos]] e verificação independente como processo para desenvolver e avaliar apropriadamente as explicações naturais de [[fenômeno]]s [[observação|observáveis]].<ref group = "Ref." name = 'TheReviewofmetaphysics" /> Desse modo o naturalismo metodológico rejeita explicações [[sobrenatural|sobrenaturais]], [[Argumentum ad verecundiam|argumentos de autoridades]] e [[estudo observacional|estudos observacionais]] tendenciosos. O [[racionalismo crítico]] por outro lado afirma que a observação não tendenciosa não é possível, e que a demarcação entre explicações classificadas como "naturais" e "sobrenaturais" é arbitrária; no lugar deste critério ela propõe a [[falseabilidade]] como o limite para as teorias empíricas (científicas) e falsificação como o método empírico universal. O racionalismo crítico, uma corrente do racionalismo em princípio definida pelo filósofo austro-britânico [[Karl Popper]] rejeita a maneira como o empirismo descreve a conexão entre teoria e observação. É afirmado que as teorias não derivam das observações, mas que as observações são feitas à luz das teorias, e o único jeito que uma teoria pode ser afetada pela observação é quando esta entra em conflito com aquela. Ele propõe que a ciência deveria se contentar com a eliminação racional dos erros em suas teorias, não em buscar a sua verificação (como afirmar certeza, ou prova, e contraprova provável; tanto a proposta como a falsificação de uma teoria são apenas um caráter metodológico, conjectural e tentador no racionalismo crítico) <ref group ="Ref." name = "ConjecturesRefutations_KarlPoper" />. O [[instrumentalismo]] rejeita o conceito de verdade e enfatiza apenas a utilização das teorias como instrumentos para explicar e predizer fenômenos <ref group = "Ref." name = "RationalityOfScience" />.
== Classificações ==
Ao se falar em ''classificações'' da ciência não se deve jamais esquecer, antes de tudo, que a ciência tem pilares muito bem definidos sobre os quais esta se constrói, e que entre eles têm-se pilares os quais afirmam que ''a ciência é uma só'', e que ela ''tem'' fronteiras muito bem definidas.{{Carece de fontes}}
Segue-se que as classificações são feitas apenas por mera questão de sistematização ou referência, o mesmo valendo para a divisão das "classes" nas respectivas subáreas - a exemplo em cadeiras científicas como [[física]], [[química]], e outras -  e até mesmo para as subáreas específicas à cada subárea - a exemplo a [[termodinâmica]], o [[eletromagnetismo]] ou a [[ótica]], subáreas da [[física]], esta por sua vez uma subárea das [[ciências naturais]], que é subárea das [[ciências empíricas]], correspondendo a última, em mesmo nível das [[ciências formais]], a uma das duas grandes classes na qual a ciência é geralmente separada.{{Carece de fontes}}
Enfatizando, ao lidar-se com qualquer classificação, divisão ou subdivisão da ciência, tem-se que ter em mente que estas se dão por mera formalidade e não por independência das partes, e não se deve jamais esquecer o "princípio Uno": a ciência tem fronteiras muito bem definidas, e é uma só.{{Carece de fontes}}
=== Ciências empíricas e formais, e ciências naturais e sociais ===
{{Artigos principais|[[Empirismo|Ciências empíricas]], [[ciências formais]], [[ciências naturais]] e [[ciências sociais]]}}
[[Imagem:Apatosaurus.jpg|thumb|right|300px| Os ''fatos científicos'', embora não necessariamente reprodutíveis, ''devem'' ser sempre verificáveis. Neste aspecto as [[ciências naturais]] geralmente estão em vantagem se comparadas às [[ciências sociais]]. Em destaque na foto, [[fóssil]] de um "Apatosaurus" em um [[museu de história natural]].]]
Uma das classificações mais fundamentais da ciência se dá em função dos objetos ou alvos de estudo. Neste nível a ciência geralmente é separada em  ''[[ciências formais]]'' - geralmente voltadas ao estudo das ferramentas necessárias para se fazer ciência - a citar-se a linguagem matemática como o exemplo imediato - e em ''[[empirismo|ciências empíricas]]'', estas voltadas ao estudo dos fatos e fenômenos naturais em si - incluso o Homem em sua integridade.{{Carece de fontes}}
As ''ciências formais'' dedicam-se às ideias, ou seja, ao estudo de processos puramente lógicos e matemáticos. São objetos de estudo das ciências formais os [[sistemas formais]], como por exemplo, a [[lógica]], [[matemática]], [[teoria dos sistemas]] e os aspectos teóricos da [[computação científica|ciência computacional]], [[teoria da informação]], [[microeconomia]], [[teoria da decisão]], [[estatística]] e [[linguística]].{{Carece de fontes}}
Sobre as ''ciências formais'' é contudo importante lembrarem-se aqui os pilares e limites da ciência bem como a questão de a matemática ser ou não ciência, questão já debatida e adequadamente respondida em seções anteriores. Considerações pertinentes e similares cabem também a todas as ''ciências formais'', certamente.{{Carece de fontes}}
Por sua vez as ciências empíricas se dividem em duas classificações: ''[[ciências naturais]]'', cujo alvo principal de estudo é a natureza como um todo aparte o comportamento humano em específico, e ''[[ciências sociais]]'', que estudam o comportamento do Homem e suas sociedades.{{Carece de fontes}}
As ''ciências sociais'' estudam os aspectos sociais do mundo [[humano]], ou seja, a via social de indivíduos e grupos humanos. Isso inclui [[Antropologia]], estudos da comunicação, [[Economia]],[[Geografia humana]], [[História]], [[Linguística]], [[ciências políticas]], [[Psicologia]] e [[Sociologia]].{{Carece de fontes}}
Embora o alvo de estudo das ''ciências sociais'' seja um alvo científico legítimo, a metodologia específica empregadas por muitas subáreas de estudo neste grupo encerradas muitas vezes exigem importantes considerações a respeito dos pilares da ciência, principalmente quanto ao associado às suas fronteiras. Ao se considerarem as ciências sociais não é raro encontrarem-se estudos no limite do que se considera científico.{{Carece de fontes}}
As ''ciências naturais'', por vezes também chamadas de ''reais, fáticas ou factuais'', se encarregam de estudar os fatos e fenômenos naturais em si - aparte a questão humana, como dito. Por encontrarem-se facilmente apoiadas na observação e na experimentação, geralmente não implicam considerações mais rigorosas quanto à unicidade e fronteiras da ciência, sendo o método científico facilmente compatível com a metodologia específica a cada uma das subáreas neste grupo - qualquer que seja a escolhida - e por tal seguido em essência.{{Carece de fontes}}
As ''ciências naturais'' estudam o [[universo]], que é entendido como regulado por regras ou leis de origem [[natureza|natural]], ou seja, os aspectos físicos, ficando os aspectos humanos geralmente em segundo plano - estes deixados estes para as ciências sociais. Isso é válido para praticamente para todas as subáreas - todas as ''cadeiras científicas'' - a saber a  [[Astronomia]], [[Biologia]], [[Física]], [[Química]], [[Geografia]] e e outras. As cadeiras que visam estudar diretamente os fenômenos ligados ao [[planeta]] [[Terra]], entre elas a [[geografia]], [[geologia]], e outras, geralmente são classificadas em um grupo nomeado [[ciências da terra]], e não obstante fala-se com frequência em ''[[Ciências naturais|ciências naturais e da terra]]''.{{Carece de fontes}}
=== Ciências puras e aplicadas ===
{{Artigos principais|[[Ciências puras]] e [[ciências aplicadas]]}}
Esta classificação envolve a motivação e finalidade dos estudos científicos em consideração, e há neste esquema de classificação duas classes principais: as ''[[ciências puras]]'', também chamada de ''ciências fundamentais'' ou ainda ''ciências básica'',  que têm por objetivo o "conhecimento" em si, o "conhecer por conhecer" - aparte da sua utilidade - e as ''[[ciências aplicadas]]'', que estudam formas de aplicar o conhecimento humano - geralmente oriundos da primeira - em benefício do Homem.{{Carece de fontes}}
As ciências puras ou ciências fundamentais englobam a parte da ciência que busca compreender os mais básicos elementos da natureza tais como as partículas fundamentais, as relações entre eles - expressas geralmente via conceito de [[força|força fundamentais]], e as leis que os governam;  seguindo a lógica do[[reducionismo científico]] de forma muito difundida, geralmente pressupõe-se nesta classe que todos os outros [[fenômeno]]s podem ser em princípio compreendidos a partir dos fundamentais.
Há uma diferença marcante entre ciência pura e [[ciência aplicada]], portanto: as ciências puras, em contraste com as ciências aplicadas, são marcadas por buscarem as minúcias do conhecimento básico que desenvolvem, a compreensão a mais completo possível acerca do objeto em estudo. A ciência básica é o coração de todas as descobertas, e o progresso científico é feito geralmente tendo a mesma por catapulta. A ciência pura é independente da preocupação com aplicações práticas.{{Carece de fontes}}
As ciências aplicadas visam a aplicação do conhecimento para a solução de problemas práticos, e geralmente uma vez solucionados, não se preocupam em ir muito além disto, a não ser que um problema prático mais complicado se siga à solução do primeiro. As ciências aplicadas são importantes para o desenvolvimento [[tecnologia|tecnológico]], e identificam-se de maneira forte com o que se denomina [[tecnologia]]. Seu uso no cenário industrial é normalmente referenciado como [[pesquisa e desenvolvimento]] (P&D).{{Carece de fontes}}
=== Ciências exatas e inexatas ===
{{Artigos principais|[[Ciências exatas]], [[Ciências inexatas]], [[Incerteza na ciência]]}}
Esta classificação divide as ciências de acordo com o grau de precisão das descrições e previsões realizadas com base nos modelos - nas teorias - científicas pertinentes. As '''[[ciências exatas]]''' são em princípio capazes de fornecer resultados com elevado grau de precisão acerca dos sistemas abrangidos - envolvendo sempre modelos matemáticos geralmente acurados - enquanto as '''[[ciências inexatas]]''' as previsões são geralmente direcionais, e não exatas. A exemplo, pegando-se dois casos situados em extremidades opostas em temos de precisão, é possível prever-se com precisão "exata" e confirmar-se com certeza experimental na casa dos milímetros qual será a trajetória da [[Lua]] ao redor da [[Terra]], contudo embora se possa descrever, com base na psicologia <ref group = "Nota" name = " PsicologiaXCiencia" />, o "modus operandi" de um [[maníaco]] e a partir dela se cogitar as ações futuras deste, não é possível prever-se com precisão qual será seu próximo passo, onde este se dará, ou mesmo se ele vai realmente dá-lo.{{Carece de fontes}}
[[Imagem:Mean free path electrons in matter.png|thumb|left|300px| Toda medida experimental traz consigo uma [[incerteza]] inerente, e esta também ''deve'' constar no [[relatório]] associado. Na figura, [[gráfico]] relacionado à [[física do estado sólido]] apresentando os resultados experimentais pertinentes em forma adequada: repare as barras de incerteza vertical acompanhando o "valor medido" em cada ponto. A incerteza horizontal confunde-se em princípio com a largura do ponto. Apresenta-se também uma modelagem matemático-analítica dos resultados. ]]
Frente à classificação aqui proposta é importante ressaltar que não existe medida experimental absolutamente precisa. Toda medida envolve no mínimo considerações a respeito da precisão e qualidade dos aparelhos usados para executá-la - não sendo certamente este o único fator a contribuir para a incerteza final da medida. Ressaltando-se que "incerteza" não é o mesmo que "erro" quando empregado no sentido de realizar-se o experimento de forma incorreta, ou seja, executarem-se passos que comprometam a validade dos resultados durante o experimento, incerteza é algo inerente ao processo de medida, associada não só ao processo de leitura da escala no instrumento em si como também a perturbações aleatórias ou sistemáticas no sistema durante este processo; perturbações estas certamente controláveis e geralmente mantidas em níveis satisfatórios - sendo esta a razão da existência dos laboratórios - contudo raramente elimináveis - e em verdade, segundo proposto no [[princípio da incerteza]] de [[Heisemberg]], algo intrínseco à [[natureza]].{{Carece de fontes}}
Toda medida experimental deve ser acompanhada de sua incerteza, havendo áreas da matemática e da própria ciência especializadas no assunto de como se expressar e se tratar as medidas e as associadas incertezas de forma que, mesmo com as últimas presentes, informações seguras possam ser alcançadas a partir das medidas. A noções de [[algarismo significativo|algarismos significativos]] e [[notação científica]] - incluindo-se a faixa de incerteza, e de barras de incertezas em expressões gráficas de medidas - são geralmente ensinadas nos cursos de [[física]] do ensino médio logo nas primeiras séries. Em cursos superiores estudam-se também, ainda nos primeiros semestres, os principais tópicos ligados à [[teoria da medida]]. Nestes termos, quando diz-se que os modelos matemáticos atrelados às ciências exatas fornecem descrições e previsões "exatas" a respeito do sistema em consideração está-se em verdade a dizer que os resultados através deles obtidos estão dentro do limite - e geralmente, por idealização dos modelos, no centro - das faixas de incertezas experimentalmente obtidas.{{Carece de fontes}}
É importante perceber que ''não'' é o nível de acuracidade - a exatidão ou ausência de incerteza - nas previsões feitas a partir da teoria que definem se uma teoria é científica ou não; mesmo porque ''não'' existe teoria ''absolutamente'' precisa em ciência visto que ''não'' há medida experimental absolutamente precisa. O que define se uma teoria é científica ou não é a obediência rigorosa ou não da metodologia empregada tanto na obtenção dos fatos quanto na formulação das ideias e na obtenção das conclusões e previsões derivadas à metodologia científica <ref group = "Nota" name = "IncertezaXCiência">A incerteza experimental não é em princípio um empecilho à se caracterizar uma teoria como científica, mas a forma como as incertezas experimentais são tratadas dentro da "teoria" e a obediência lógica ou não das hipóteses às incertezas experimentais pertinentes certamente o são.</ref>; 
É comum confundirem-se as ideias de ciências naturais e exatas, e ciências sociais e inexatas. Esta associação, embora geralmente "aceitável" visto serem as ciências sociais geralmente ciências inexatas e as ciências empíricas geralmente ciências exatas, não se mostra contudo rigorosa, e dentro das ciências naturais há exemplos marcantes que o demonstram. A [[Evolução|teoria da evolução biológica]] é um belo exemplo de teoria científica que, mesmo obedecendo rigorosamente todos os passos do método científico, mesmo contando com incontáveis fatos científicos que a corroborem - nenhum que a contradiga - e com ideias sólidas que os explicam e que permitem fazer considerações matemáticas e probabilísticas precisas acerca da distribuição de genes em uma população, acerca da hereditariedade, e outras, não fornece um modelo matemático com o qual se possa prever quais espécies existirão ou serão extintas ao longo do tempo, ou seja, como se dará em detalhes a especiação ao longo do tempo, mesmo porque não lhe é factível conhecer todas as variáveis que mostrar-se-ão importantes ao modelo (como catástrofes naturais, ocorrência de mutações, etc.). Neste ponto ela não ultrapassa a posição de demostrar-nos claramente que a evolução acontece continuamente, e de descrever o que se conhece sobre as espécies no presente e no passado, permanecendo o futuro, entretanto, em aberto. Mesmo classificada como ciência exata, considerações similares e pertinentes cabem certamente também à [[mecânica quântica]]: mesmo esta contando com modelos matemáticos muito elaborados e sofisticados, em vista de um de seus postulados - o da redução da função de onda no ato da medida - o futuro dos sistemas descritos geralmente permanece, também, em aberto.{{Carece de fontes}}
Em vista do exposto e de que geralmente exemplos de ambas as teorias podem ser encontradas dentro de uma dada ciência  - ou sendo mais específico dentro de uma dada cadeira científica - talvez fosse mais pertinente usarem-se as expressões "teorias exatas" e "teorias inexatas" ao invés de "ciências exatas" e "ciências inexatas". Contudo as nomenclaturas-padrão atrelam-se às duas últimas expressões.{{Carece de fontes}}
Uma teoria ou ciência exata é qualquer campo da ciência capaz de fornecer modelos matemáticos com expressões quantitativas e predições precisas a respeito dos sistemas tratados - este necessariamente compatíveis com tal descrição, sendo geralmente condizentes com a execução de experimentos reprodutíveis envolvendo [[medição|medições]] e [[predição|predições]] quantificáveis, e não obstante - aparte interferências ou perturbações externas - com o determinismo estrito. A coerência entre os resultados matemáticos e experimentais é - dentro da incerteza experimental - precisa. Nestes termos [[Matemática]], [[Física]], [[Química]],[[Computação]] assim como partes da [[Biologia]], [[Psicologia]] e [[Economia]] podem ser consideradas como ciências exatas.{{Carece de fontes}}
=== Ciências duras e moles ===
{{Artigos principais|[[Ciências duras]] e [[ciências moles]]}}
Os áreas ou cadeiras de estudo científicos podem ser distinguidos em ''[[ciências duras]]'' e ''[[ciências moles]]'', e esses termos às vezes são considerados sinônimos dos termos ciência natural e social, respectivamente.
Os proponentes dessa divisão argumentam que as "ciências moles" não usam o [[método científico]], admitem [[evidências anedotais]] ou não são matemáticas, ainda somando-se a todas uma "falta de [[rigor]]" em seus métodos.{{Carece de fontes}}
Os oponentes dessa divisão das ciências respondem que as "ciências sociais" geralmente fazem sistemáticos estudos estatísticos em ambientes estritamente controlados, ou que essas condições não são aderidas nem sequer pelas ciências naturais, a citar-se que a [[Biologia Comportamental]] depende do [[trabalho de campo]] em ambientes não controlados, e que a [[Astronomia]] não pode realizar experimentos, apenas observar condições limitadas. Os oponentes dessa divisão também enfatizam que cada uma das atuais "ciências duras" sofreram uma similar "falta de rigor" em seus primórdios.{{Carece de fontes}}
O fato é que para uma teoria classificar-se como científica a mesma têm de obedecer a todos os rigores do método científico sem contudo transcendê-lo. Ao tomarem-se para comparação as "ciências sociais" e as "ciências empíricas", há certamente um número muito maior de teorias à beira do "abismo" que separa as teorias científicas das não científicas no primeiro caso. O leitor deve sempre verificar por si mesmo, ao lidar com as teorias encontradas nas ciências sociais, se estas realmente são ''teorias científicas'', ou não.{{Carece de fontes}}
=== Ciências nomotéticas e ideográficas ===
{{Artigos principais|[[Ciências nomotéticas]] e [[ciências ideográficas]]}}
[[Imagem:Wilhelm Windelband.jpg|thumb|direita|200px|[[Wilhelm Windelband]], primeiro a esboçar a distinção entre ciência monotética e idiográfica.]]
Uma outra classificação das ciências se apoia nos métodos empregados. O primeiro esboço desta distinção é atribuído ao [[filósofo]] [[Alemanha|alemão]] do [[século XIX]] [[Wilhelm Windelband]]. Uma primeira distinção desta ordem pode ser feita entre as ''ciências nomotéticas'' e as ''ciências ideográficas.''{{Carece de fontes}}
As ''''[[ciências nomotéticas]]'''' são baseadas no [[coletivismo metodológico]], e se preocupam em estabelecer leis gerais para fenômenos suscetíveis de serem reproduzidos, com o objetivo final de se conhecer o universo. Fazem parte destas ciências a [[Física]] e a [[Biologia]], e também algumas [[ciências sociais]] como a [[Economia]], a [[Psicologia]] ou mesmo a [[Sociologia]].{{Carece de fontes}}
As ''''[[ciências ideográficas]]'''' são baseadas no [[individualismo metodológico]], e se preocupam em estudar o singular, o único, as coisas que não são recorrentes. Quer seja um facto ou uma série de fatos, a vida ou a natureza de um ser humano, ou de um povo, a natureza e o desenvolvimento de uma língua, de uma religião, de uma ordem jurídica ou de uma qualquer produção literária, artística ou científica. O exemplo da [[História]] mostra que não é absurdo considerar que o singular possa constituir-se em um objeto para abordagem científica.{{Carece de fontes}}
=== Campos interdisciplinares ===
{{Artigo principal|[[Interdisciplinaridade]]}}
O termo "ciência" é às vezes usado de forma não usual - ou seja, em sentido lato - junto a áreas de estudo que guardam [[interdisciplinaridade]] com áreas verdadeiramente científicas e que por tal também fazem uso dos métodos científicos - ao menos em parte - ou ainda junto a quaisquer estudos que aspirem ser explorações cuidadosas e sistemáticas dos objetos com os quais lidam. Incluem-se como exemplos a [[ciência da computação]], a [[ciência da informação]] e a [[ciência ambiental]]. Tais áreas acabam até mesmo por serem inclusas nas classificações acima mencionadas.{{Carece de fontes}}
É importante contudo ressaltar que a definição de ciência em acepção estrita permanece inviolada, e ao se lidar com tais ciências, devem-se tomar os devidos cuidados.{{Carece de fontes}}
== Comunidade científica ==
[[Imagem:Royal_Society_20040420.jpg|thumb|250px|left| Fachada da [[Royal Society]],  em Londres, Inglaterra.]]
A comunidade científica consiste no corpo de cientistas, suas relações e interações, e nos meios necessários à manutenção destas. Ela é normalmente dividida em "sub-comunidades", cada uma trabalhando em um campo particular dentro da ciência. Contudo, assim como a ciência é única, também o é a comunidade científica.{{Carece de fontes}}
=== Instituições ===
As [[sociedades científicas]] para a comunicação e para a promoção de ideias e experimentos científicos existem desde o período da Renascença<ref group = "Ref." name = "Chronicle for Societies" />. A mais antiga instituição que ainda existe atualmente é a ''[[Accademia dei Lincei]]'' na [[Itália]].<ref group = "Ref." name = "BenvenutoNelSitio" /> As [[academia de ciência|academias de ciência]] nacionais são instituições especiais - geralmente atreladas e apoiadas pelos governos - que existem em vários países; as primeiras de que se tem notícia são a ''[[Royal Society]]'', [[Inglaterra|inglesa]], fundada em 1660<ref group = "Ref." name = "BriefHistoryOfSociety" /> e a ''[[Académie des Sciences]]'',  [[França|francesa]], esta fundada em 1666<ref group = "Ref." name = "AReassessment" />.
Outras organizações nacionais incluem a ''[[CONICET|National Scientific and Technical Research Council]]'' na[[Argentina]], [[CSIRO]] na [[Austrália]], ''[[Centre national de la recherche scientifique]]'' na [[França]],''[[Deutsche Forschungsgemeinschaft]]'' na [[Alemanha]], [[CSIC]] na [[Espanha]] e [[Academia de Ciências da Rússia]].{{Carece de fontes}}
Organizações científicas internacionais, como ''[[International Council for Science]]'', tem sido formadas para promover a cooperação entre as comunidades científicas de diferentes países. Recentemente, agências governamentais influentes tem sido criadas para dar suporte à pesquisa científica, incluindo a ''[[National Science Foundation]]'' nos [[Estados Unidos]].{{Carece de fontes}}
=== Literatura ===
{{Artigos principais|[[Literatura científica]], [[Divulgação científica]]}}
{{Anexo|[[Anexo:Lista de publicações em ciência]]}}
[[Imagem:The Feynman Lectures on Physics.jpg|thumb|250px|right|Os livros científicos podem destinar-se tanto ao pessoal leigo quanto ao especializado, sendo recorrentes na formação de pessoal qualificado. Na figura, "[[The Feynman Lectures on Physics]]" - uma coleção de livros que todo físico ou interessado por física conhece.]]
São publicadas [[literatura científica|literaturas científicas]] de vários tipos <ref group = "Ref." name ="ProliferationScienceLiterature" />. As [[revista científica|revistas científicas]] comunicam e documentam os resultados de pesquisas feitas em universidades e nas várias instituições de pesquisa, servindo como um arquivo de registro da ciência. A primeira revista científica,  ''[[Journal des Sçavans]]'', a qual seguiu-se a ''[[Philosophical Transactions of the Royal Society|Philosophical Transactions]]'', teve sua primeira edição publicada em 1665. Desde essa época o número total de periódicos ativos tem aumentado constantemente. Em 1981, uma estimativa do número de revistas científicas e técnicas sendo publicadas resultou em 11.500 periódicos distintos.<ref group = "Ref." name = "ScientificTechnicalResources" /> Atualmente o [[Pubmed]] lista quase 4.000 periódicos apenas sobre as ciências médicas <ref group = "Ref." name = "JEntrez" />.
A maioria das revistas científicas cobre um único campo científico e publica as pesquisas dentro desse campo, mostrando-se geralmente de interesse apenas ao pessoal pertinente à área dada a especificidade da linguagem e profundidade do conteúdo. Contudo a ciência tem se tornado tão penetrante na sociedade moderna que normalmente é considerado necessário comunicar os feitos, notícias e ambições dos cientistas para um número maior de pessoas e não apenas aos especialistas. As [[revista]]s como a [[NewScientist]], [[Science & Vie]] e [[Scientific American]] são dirigidas ao público leigo; são feitas para um grupo maior de leitores e proveem um sumário não-técnico de áreas populares de pesquisa, incluindo descobertas e avanços notáveis em certos campos de pesquisa como [[física]], [[biologia]], [[química]], [[geologia]], [[astronomia]], e diversos outros.{{Carece de fontes}}
Os [[livro científico|livros científicos]] figuram como um divisor de águas no que se refere ao público alvo, estando presentes de forma rotineira não apenas nas academias de ciências - ao serem usados como material de apoio nas etapas de formação de pessoal - como também em bibliotecas ou acervos pessoais de um grande número de cidadãos interessados por ciências, sendo acessíveis em princípio ao público leigo bem como aos profissionais da área. Os livros educacionais destinados ao ensino médio relativos às disciplinas científicas são exemplos de livros científicos, assim o sendo também livros destinados aos cursos mais avançados em áreas afins. Contudo, qualquer que seja o público alvo, um livro científico mantém-se sempre fiel aos pressupostos da ciência buscando divulgar de forma correta as teorias que encerram bem como as relações entre estas.{{Carece de fontes}}
Do outro lado, o gênero literário da [[ficção científica]] - fantástica por princípio - trabalha com a imaginação do público ao distorcer as ideias científicas, e às vezes os métodos, da ciência. Embora a ficção científica de hoje possa tornar-se realidade  amanhã - sendo a [[bomba nuclear]] um clássico exemplo - os livro científicos e de ficção científica certamente têm naturezas muito distintas.{{Carece de fontes}}
Esforços recentes para intensificar ou desenvolver ligações entre disciplinas científicas e não-científicas como a [[Literatura]] ou, mais especificamente, a [[Poesia]], incluem a pesquisa ''Ciência da Escrita Criativa'' desenvolvida pelo [[Royal Literary Fund]] <ref group = "Ref." name = "CreativeWriting" />.
== Ciência e sociedade ==
{{Principal|Ciências sociais}}
=== Ciência e pseudociências ===
Na definição de ciência ressalta-se explicitamente que ''não'' admite-se - frente à ausência de fatos empíricos em contrário e por princípio - entidades e causas sobrenaturais - onipotentes ou semi-potentes - como elementos responsáveis pelos fenômenos naturais ou sociais. Caso tais causas fossem admitidas neste caso, haveria um lapso na causalidade inerente ao método científico - e ao mundo natural -  estando as relações de causa e efeito então sujeitas às "vontades imprevisíveis" das entidades e forças sobrenaturais;  as hipóteses não seriam por tal testáveis ou falseáveis, não seriam úteis à descrição da natureza visto que poderiam ser violadas bastando um "desejo" da entidade certa, e por tal também não obedeceriam aos meios ou às finalidades inerentes ao método científico - espinha dorsal do que se denomina por ciência.{{Carece de fontes}}
Uma rápida inspeção na literatura ou conhecimento socialmente difundido é suficiente para encontrarem-se inúmeras "teorias" que clamam ser científicas - contudo, se não invocam explicações sobrenaturais de maneira expressa - abrem todos os caminhos, delimitam as trilhas e pavimentam as rodovias para que esta conclusão se faça a única viável à assumida sua validade. Certamente a conclusão não é levada à cabo na própria "teoria" pois "distorceria" demais o método científico, ficando esta conclusão a cargo do "cientista". Como um bom exemplo de uma destas teorias tem-se o [[design inteligente]], "teoria" que clama validade como científica contudo implica a existência de um projetista onipotente para o mundo natural. Tal teoria foi desenvolvida com o objetivo de "compatibilizar" os dogmas defendidos por uma corrente religiosa intransigente à laicidade de estados soberanos - em particular à separação entre estado e religião - a fim de que esta fosse ensinada nos estabelecimentos estatais de ensino ao lado, ou de preferência em substituição, às teorias - realmente  científicas - não compatíveis com seus dogmas <ref group = "Nota" name = "IndicaArtigos" />. Tais teorias, pelas razões já amplamente enfatizadas no corpo deste artigo, ''não'' integram a ciência, e são, para fins de referência, classificadas como ''pseudociências''. A escolha da expressão é sugestiva visto que, seguindo-se a etimologia da palavra, esta explicita a tentativa destas em disfarçarem-se em ciência.{{Carece de fontes}}
=== Ciência ou técnica? ===
{{Principal|História da tecnologia|Invenção|Técnica|Tecnologia}}
A técnica ([[grego antigo]] τέχνη, ''technê'', que significa ''[[arte]], [[ofício]] "[[know-how]]"'') ''"refere-se às aplicações da ciência, do conhecimento científico ou teórico, nas realizações práticas e nas produções industriais e económicas"''<ref group = "Ref." name = "Tecnica" />. A técnica cobre assim o conjunto dos [[método]]s de [[fabricação|fabrico]], de manutenção, de [[gestão]], [[reciclagem]], e de [[eliminação]] dos [[desperdício]]s, que utilizam métodos procedentes de conhecimentos científicos ou simplesmente métodos ditados pela prática de certos ofícios, geralmente oriundos de inovações [[Empirismo|empíricas]]. Pode-se então falar de arte, no seu sentido primeiro, ou das ''[[ciências aplicadas]]'', e a tecnologia atual associa-se então ao "estado da arte". A ciência é, por outro lado, um estudo mais abstracto, onde a busca pela compreensão não raro supera a busca por uma aplicação. A [[epistemologia]] examina designadamente as relações entre a ciência e a técnica, como a articulação entre o abstração e o "know-how". No entanto, historicamente, a [[técnica]] veio primeiro.. "O Homem foi ''homo-faber'', antes de ser ''[[homo sapiens]]''", explica o [[filósofo]] [[Bergson]]. Contrariamente à ciência, a técnica não tem por vocação interpretar o mundo, está lá para transformá-lo, a sua vocação é prática e não teórica.{{Carece de fontes}}
[[Imagem:Masaccio-TheExpulsionOfAdamAndEveFromEden-Restoration.jpg|thumb|right|250px|''A Expulsão de Adão e Eva do Jardim de Eden'', antes e depois de sua [[Restauração (preservação)|restauração]] <ref group = "Nota" name = "Quadro" />.]]
A técnica frequentemente é considerada como se fizesse parte integrante da [[história das ideias]] ou da [[História da ciência|história das ciências]]. No entanto, é necessário efetivamente admitir a possibilidade de uma técnica ''não-científica'', isto é, evoluindo fora de qualquer corpo científico e que resume as palavras de [[Bertrand Gille]]:{{Carece de fontes}}
{{cquote|''O progresso técnico só é feito por uma soma de erros que resultaram em alguns espectaculares sucessos''.}}
A técnica, na acepção de conhecimento intuitivo e empírico da matéria e as leis naturais, é assim a única forma de conhecimento prático. Há contudo filósofos que enfocam o ponto de que o método científico nada mais é, ao fim das contas, do que uma forma elaborada do método da tentativa e erro tão presente junto aos avanços técnicos. Nestes termos, técnica e ciência teriam muito mais em comum do que se imagina no caso acima.{{Carece de fontes}}
=== Artes e ciência ===
{{Artigo principal|[[Arte científica]] e [[ciência da cultura]]}}
Hervé Fischer fala, no livro ''A sociedade sobre o divã'' (2007), de uma nova corrente artística que usa a ciência e as suas descobertas como inspiração, como as [[biotecnologia]]s, as manipulações [[genética]]s, a [[inteligência artificial]], a [[robótica]]. Além disso, o tema da ciência foi frequentemente a origem de quadros ou de esculturas. O movimento [[futurismo|futurista]], por exemplo, considera que o campo social e cultural devem racionalizar-se.{{Carece de fontes}}
Por último, as descobertas científicas ajudam os peritos em arte. O conhecimento da desintegração do [[carbono 14]], por exemplo, permite datar as obras. O [[laser]] permite restaurar, sem danificar as superfícies, os monumentos. O princípio da síntese aditiva das cores restaura [[autocromo]]s. As técnicas de análise [[físico-química|físico-químicos]] permitem explicar a composição dos quadros, ou mesmo descobrir [[palimpsesto]]s. A [[radiografia]] permite sondar o interior de objetos ou de peças sem poluir o mesmo. O [[Espectroscopia|espectrográfico]] é utilizado, por último, para datar e restaurar os vitrais <ref group = "Nota" name = "Proposta_CNRS" />.
=== Cientificismo ===
{{Artigo principal|[[Cientificismo]]}}
[[Imagem:Science is not a Religion.jpg|thumb|left|250px|  Há [[dezena]]s e mesmos [[centena]]s de [[religião|religiões]] no [[Terra|mundo]], contudo a [[Método científico|ciência]] ''não'' é uma delas. <br /> A título de explicação têm-se alguns símbolos que representam as principais religiões na atualidade. Da esquerda para a direita:<br />Linha 1: [[Cristianismo]], [[Judaísmo]], [[Hinduísmo]]<br />Linha 2: [[Islamismo]], (ateismo), [[Xintoísmo]]<br />Linha 3: [[Sikhismo]], [[Bahai]], [[Jainismo]].]]
O [[cientificismo]] é uma [[ideologia]] que surgiu no [[século XVIII]], considerando que o [[conhecimento científico]] permitiria à humanidade escapar da [[ignorância]] e por conseguinte, de acordo com a fórmula de [[Ernest Renan]] no livro ''[[Futuro da ciência]]'', de ''"organizar cientificamente a [[humanidade]]"''.{{Carece de fontes}}
Se baseia na aplicação dos [[princípio]]s, [[Método científico|métodos]] e [[ética]] da ciência na busca do [[consenso científico]]. Para seus detratores <ref group = "Nota" name = "Cientificismo" /> há uma verdadeira religião da ciência, particularmente no Ocidente. Sob acepções menos técnicas, o cientificismo pode ser associado à ideia que só os conhecimentos cientificamente estabelecidos são verdadeiros. Pode também causar um certo excesso de confiança na ciência que transformar-se-ia em dogma. A corrente do [[ceticismo científico]], inspirada no [[ceticismo filosófico]], tenta apreender eficazmente a realidade com base no [[método científico]]. Seu objetivo é contribuir para a formação em cada indivíduo de uma capacidade crítica de apropriação  do saber humano para combater o [[misticismo]] e as [[pseudociência|pseudociências]].{{Carece de fontes}}
Para alguns [[epistemologia|epistemologistas]], o cientificismo aparece de todas as formas{{Carece de fontes}}. [[Robert Nadeau]], apoiando-se sobre um estudo realizado em 1984<ref group = "Ref." name = "EpistemoliaCiencia" />, considera que a cultura escolar é constituída de ''clichés epistemológicos'' que formariam uma espécie de ''mitologia dos tempos modernos'' que seria uma espécie de cientificismo <ref group = "Ref." name = "ContraCientificismo" />. Estes clichés incluiriam a história da ciência, resumida e reduzida a descobertas que balizam o desenvolvimento da sociedade, as ideias que consideram as leis científicas, e mais geralmente os conhecimentos científicos, como verdades absolutas e últimas, e que as provas científicas são não menos que absolutas e por tal definitivas. Tanto a própria ciência como uma grande quantidade de filósofos discordam desse aspecto. [[Thomas Kuhn]] mostrou que o conhecimento científico sempre sofre revoluções, alterações e evoluções. É importante contudo ressaltar que a ideologia de que "tudo é passageiro e incerto, logo tudo é duvidoso, de que a ciência não dá provas, logo deve-se ensinar tanto ciência como pseudociência, e deixar os alunos ''escolherem''" é certamente totalmente incoerente com a definição de ciência, e ''não é e nem pode ser'' a ideia que permeia o sitema educacional. Contudo a falta de apresentação clara sobre o que é ciência e como se faz ciência, bem como o analfabetismo científico de cidadãos formados em sistemas educacionais limitados implica neste tipo de argumentação falha.{{Carece de fontes}}
Foi a [[Sociologia do conhecimento]], nos anos 1940 a 1970, que questionou a hegemonia do cientificismo. Os trabalhos de [[Ludwig Wittgenstein]], [[Alexandre Koyré]] e Thomas Kuhn demonstraram incoerências no [[positivismo]] do século XIX. As experiências não se constituem provas absolutas das teorias e os paradigmas estão destinados a evoluir.{{Carece de fontes}}
=== Vulgarização científica ===
[[Imagem:Cage de Faraday.jpg|thumb|250px|direita|Uma demonstração de uma experiência na [[Gaiola de Faraday]] no museu [[Palais de la découverte]], [[Paris]].]]
A vulgarização é o fato de tornar acessíveis as descobertas, bem como o mundo científico, a todos e numa linguagem adaptada.{{Carece de fontes}}
A compreensão da ciência pelo grande público é objeto de estudos; os autores falam de ''Public Understanding of Science'' (compreensão pública da ciências), expressão consagrada na [[Grã-Bretanha]]; ''ciência literacy'' (alfabetização científica) nos [[Estados Unidos]]; e ''cultura científica'' na [[França]]. Segundo os senadores franceses [[Marie-Christine Blandin]] e [[Ivan Renard]] este é um dos principais vetores da democratização e da generalização do saber <ref group = "Ref." name = "RelatorioSenado" />. Em várias democracias, a vulgarização da ciência está entre projetos que misturam diferentes fatores econômicos, institucionais e políticos. Na França, a [[Educação na França|Educação Nacional]] tem por missão sensibilizar o aluno à curiosidade científica, através de conferências, de visitas regulares a de "ateliers" (oficinas) de experimentação, e outros. A ''[[Cité des sciences et de l'industrie]]'' é um estabelecimento público que coloca à disposição de todos exposições sobre as descobertas científicas, enquanto que o ''[[Centre de culture scientifique, technique et industrielle]]'' tem ''"por missão favorecer as trocas entre a comunidade científica e o público"''<ref group = "Ref." name ="CartaNacional" />.  ''[[Futuroscope]], [[Vulcania]]'' e ''[[Palais de la découverte]]'' são outros exemplos de disponibilização de conhecimentos científicos. Os Estados Unidos também possuem instituições que possibilitam uma experiência mais acessível através dos sentidos e que as crianças podem experimentar, como o ''[[Exploratorium]]''<ref group = "Ref." name = "SiteExploratorium" /> de [[São Francisco (Califórnia)|São Francisco]].
A vulgarização concretiza-se, por consequência, através das instituições e dos museus, mas também, de acordo com [[Bernard Schiele]] no livro ''Les territoires de la culture scientifique''<ref group = "Ref." name = "BernadrSchiele" />,  através das animações públicas, como a ''[[Nuit des étoiles]]'', de revistas como a [[Galileu (revista)|Galileu]], e de personalidades ([[Hubert Reeves]] e [[Carl Segan]] para a [[astronomia]]).{{Carece de fontes}}
Uma importante contribuição para a vulgarização da ciência é hoje fornecida pela [[broadcast|mídia aberta]] ou [[tv a cabo|a cabo]], a citarem-se programas de televisão como o [[Globo Ciência]], [[Globo Ecologia]], [[CSI: Crime Scene Investigation|CSI: investigação Criminal]], e diversos outros programas frequentemente televisionados em canais como [[History channel]], [[Animal Planet]], [[Discovery channel]], e mesmo em canais devotados à divulgação de temas educativos, como a [[TVE Brasil|TV Educativa]] e a [[Rede Minas]].{{Carece de fontes}}
=== Ciências ao serviço da ideologia e da guerra ===
{{Principal|Ciência militar|tecnologia militar}}
[[Imagem:Lunar Laser McDonald Observatory.jpg|thumb|250px|esquerda|O [[laser]] é a origem de uma das descobertas militares. Na figura vê-se um feixe de laser disparado a partir do Observatório MacDonal, Texas (EUA), em direção a [[espelho]]s estacionários localizados na superfície da [[Lua]]. Com esta tecnologia é possível acompanhar-se o movimento da Lua em sua órbita com precisão de milímetros (ou maior). O advento do laser acarretou, contudo, inúmeras outras aplicações.]]
Durante a [[Primeira Guerra Mundial]], as ciências foram utilizadas pelos estados a fim de desenvolver novas [[arma]]s, a citarem-se as [[arma química|armas químicas]], e novos meios de conduzi-las até o inimigo com a eficácia necessária, a exemplo via estudos [[balística|balísticos]]. Houve o nascimento da [[economia de guerra]], que se apoia sobre métodos científicos. O ''OST'', ou ''Organização Científica do Trabalho'', de [[Frederick Winslow Taylor]], é um esforço de melhorar a produtividade industrial graças à emissão de tarefas executadas nomeadamente pela cronometragem. No entanto, foi durante a [[Segunda Guerra Mundial]] que a ciência passou a ser utilizada para fins militares. As armas secretas da [[Alemanha]] [[nazismo|nazista]] como o [[Foguete V2|V2]] ou o [[radar]] estão no centro das descobertas desta época.{{Carece de fontes}}
Todas as disciplinas científicas são assim dignas de interesse para os governos. O rapto de [[cientista]]s alemães no fim da guerra, quer pelos [[soviéticos]], quer pelos [[Estados Unidos|americanos]], fez nascer a noção de ''guerra dos cérebros'', que culminará com a corrida armamentista da [[Guerra Fria]]. Este período é com efeito o que tem contado com o maior número de descobertas científicas, nomeadamente as tecnologias associadas à [[corrida espacial]] (à [[Apollo 11|ida]] do [[homem]] à [[Lua]]), e a [[bomba nuclear]] de [[fissão nuclear|fissão]], logo seguida pela [[bomba de hidrogênio]]. Numerosas disciplinas nascem da abordagem no domínio militar, como a [[criptografia informática]], ou a [[bacteriologia]] - destinada à [[guerra biológica]]. [[Amy Dahan]] e [[Domínica Pestre]] <ref group = "Ref." name = "AmyDahan" /> explicam, a propósito deste período de investigações desenfreadas, que ele se trata de um regime epistemológico específico. Comentando o livro dos citados autores, [[Loïc Petitgirard]] torna clara a ideia: ''"Este novo regime de ciência é caracterizado pela multiplicação das novas práticas e as relações sempre mais estreitas entre ciência, estado e sociedade."''<ref group = "Ref." name = "AmyDahan" /> A concepção decorrente de [[complexo militar-industrial]] busca exprimir a íntima relação entre poderes constituídos - representados geralmente pelas forças [[política]]s -, ciência e sociedade, característica marcante da época em consideração.<ref group  = "Ref." name = " LeSavant" />
A partir de 1945, com a constatação do aumento das tensões devido à oposição dos blocos [[capitalismo|capitalistas]] e [[comunismo|comunistas]], a guerra torna-se por si própria o objeto da ciência: nasce a [[polemologia]].{{Carece de fontes}}
Por último, propõem alguns que se a ciência está por definição neutra, ela permanece à mercê dos homens, e das ideologias dominantes. Assim, de acordo com os sociólogos [[relativismo|relativistas]] [[Barry Barnes]] e [[David Bloor]] da [[Universidade d' Edimburgo]], as teorias são abordagens aceitas no poder político.<ref group = "Nota" name = "ProgramaForte" />. Uma teoria é então relevante ou "correta" não porque é verdadeira mas sim porque é defendida pelo mais forte. Em outros termos, a ciência seria, se não uma expressão elitista, uma opinião majoritária reconhecida como uma verdade científica. A [[Sociologia das ciências]] nasce e passa assim a se interessar, a partir dos anos 1970, pela influência do contexto macro-social sobre o espaço científico. [[Robert King Merton]] mostrou, em ''Elementos da teoria e do método sociológico'' (1965) as relações estreitas entre o desenvolvimento da [[Royal Society]], fundada em 1660, e a [[ética]] puritana dos seus atores. Para ele, a visão do mundo protestantes da época permitiu o crescimento do campo científico.{{Carece de fontes}}
=== Ciência e a questão do autoritarismo ===
As considerações anteriores requerem certamente esclarecimentos em vista da definição moderna estrita de ciência. Frente ao método científico o papel da da [[autoridade]] científica é certamente muito diferente do papel da [[autoridade]] política. A última geralmente faz valer as suas ideias e desejos - suas leis - via poder que lhe foi ou auferido pela sociedade  ([[democracia]]s) ou imposto pela força à sociedade ([[ditadura]]s); em casos extremos de autoritarismo a visão de mundo e os desejos de uma única autoridade são ''sempre'' inquestionáveis, corretos e definitivos, qualquer que seja a área em questão ( a exemplo em [[reinado]]s, [[teocracia]]s, e similares). Tais autoridades geralmente possuem o poder de palavra final em contendas envolvendo quaisquer questões ligadas aos subordinados, quer sejam eles "civis", quer sejam "militares", quer sejam "cientistas". Em ciência as contendas envolvendo as hipóteses científicas, contudo, ''não'' são, por princípio constitutivo, resolvidas com o peso das autoridades que as defendem. Há em princípio uma fonte única para a solução de tais contendas: os fatos científicos. Exemplificando-se, não é a autoridade científica conquistadas por pessoas como [[Albert Einstein]] que faz com que o que ele diga seja aceito como verdade, e sim o confronto de suas ideias com os fatos. E neste caso mesmo têm-se bons exemplos. Einstein, embora tenha tornado-se famoso pela precisão das ideias que apresentou em suas teorias da [[relatividade restrita]] e [[relatividade geral|geral]] frente aos fatos, ao contrário do que muitos pensam, também deu muitas "mancadas" em sua jornada científica, a citarem-se a [[constante cosmológica]] por ele adicionada em seus cálculos buscando obter soluções que atendessem seus "desejos" de um universo estático (e não em expansão), e seu embate com as ideias da [[mecânica quântica]] - as quais morreu sem aceitar; a primeira contradita e as últimas fortemente corroboradas pelos fatos científicos.{{Carece de fontes}}
É certo que muitas vezes o peso da autoridade político-militar e em menor peso a econômica é avassalador - mesmo para as objeções impostas pela metodologia e comunidade científicas - verificando-se isto com muita exatidão entre a comunidade científica alemã quando subordinada ao poder decisivo do [[terceiro Reich]] durante a [[segunda guerra mundial]]. Embora muitos dos cientistas fossem realmente adeptos do nazismo, muitos certamente não eram. Contudo curiosamente nenhuma pesquisa fornecia resultados contraditórios aos ideais de limpeza étnica defendidos por [[Hitler]], e projetos científicos associados à [[eugenia]], e outras ideias racistas, recebiam grande apoio tanto econômico como "psicológico". A própria [[evolução|teoria científica da evolução biológica]] foi completamente ''distorcida'' por tal poder: os princípios da ''diversidade'' via ''adaptação ao meio'' - centrais em tal teoria - foram sumariamente convertido em "sobrevivência apenas do mais forte, e eliminação dos inferiores". E certamente a [[raça ariana]] - formada por descendentes diretos dos [[deus]]es da [[Atlântida]] - ''deveria'' ser a mais forte, e por tal a única a sobreviver. O interessante é que uma raça única jamais esteve em cogitação dentro da teoria da evolução, e se o objetivo era eliminarem-se "os inferiores", dever-se-ia começar com todas as outras "espécies inferiores", das bactérias aos [[Cão|cachorros]], antes de se promover a matança das "raças" humanas consideradas por eles como inferiores. E, ao contrário, Hitler parecia gostar muito de seus cachorros.{{Carece de fontes}}
[[Imagem:Galileo facing the Roman Inquisition.jpg|thumb|400px|direita|[[Galileu]] ante o [[Santo Ofício]]. A condenação de Galileu por [[heresia]] marca o divórcio definitivo entre o pensamento científico e o religioso. Nascia a ciência moderna.]]
Contudo é preciso ter em mente que a decisão a respeito de contendas de ordem científica não é por princípio - obedecida a definição de ciência - subordina ao poder das autoridades, mas sim ao poder das evidências científicas. Assim, embora uma autoridade consiga mesmo que por longos períodos de tempo "distorcer" à base da força a visão da realidade de uma comunidade científica e mesmo de uma sociedade inteira, ela ''não'' tem poderes suficientes para distorcer a realidade natural em si. A natureza não se subordina às leis das autoridades mas sim às próprias leis apenas, e por tal, mais cedo ou mais tarde, a veracidade dos fatos vem à tona, e encontrando-se o critério de auto-correção fortemente entranhado no método científico, as consequências das "perturbações" externas são rapidamente corrigidas, tão logo cessem. Foi o que seguiu-se à queda da ideologia e do terceiro reich, fadado ao fracasso por contrariar uma - ou seriam várias - das leis naturais.
Suporte à afirmação apresentada é também encontrada em uma cronologia histórica retratando os embates entre as teorias científicas e as autoridades - com destaque para as religiosas - ao longo dos seis últimos séculos, a destacarem-se a título de exemplo os eventos ocorridos na [[idade média]] e Renascença, as [[guerra santa|guerras santas]] e a [[inquisição]]. Ver-se-á com facilidade que o embate entre ciência moderna e o poder autoritário a acompanha desde a sua gestação, e certamente, embora já se possa cogitar o vencedor, ainda está longe de acabar.{{Carece de fontes}}
=== Ciência e religião ===
{{Artigo principal|[[Ciência da religião]], [[ciência islâmica]] e [[relações entre religião e ciência]]}}
{{Anexo|Lista de pensadores cristãos na ciência}}
O pensamento religioso e o pensamento científico perseguem objetivos diferentes, mas não opostos. A ciência procura saber ''como'' o universo existe e funciona desta maneira. A [[religião]] procura saber ''porque'' o universo existe e funciona desta maneira. Os conflitos entre a ciência e a religião produzem-se quando um dos dois pretende responder às questões atribuídas ao outro.{{Carece de fontes}}
No entanto, para alguns sociólogos e etnólogos, como [[Emile Durkheim]], a fronteira que separa a ciência do pensamento religioso não é impermeável. No livro ''Nas Formas elementares da vida religiosa'' (1912), Durkheim mostra que os quadros de pensamento científico como a [[lógica]] ou as noções de tempos e de espaço encontram a suas origens nos pensamentos religiosos e mitológicos.{{Carece de fontes}}
Contudo, apesar deste parentesco, os discursos científico e teológico frequentemente chocaram-se na história. Casos como o de [[Hipátia]] de [[Alexandria]], que testemunhou tal conflito em sua forma típica, ocorrem desde os primórdios dos tempos, e no [[cristianismo]], o processo de [[Galileu Galilei]], em 1633, marca o divórcio entre o pensamento científico e o pensamento religioso <ref group = "Nota" name = "ProcessoGalileu" />, este iniciado pela execução de [[Giordano Bruno]] em 1600<ref group = "Nota" name = "GiordanoBruno" /> . O [[Primeiro Concílio de Niceia|Concílio de Niceia]] de 325 tinha instaurado na Igreja o argumento dogmático segundo o qual [[Deus]] tinha cria o céu e a terra em sete dias. Como explicações científicas foram possíveis a partir deste credo, que não se pronunciava sobre a produção do mundo, esta lacuna teológica permitiu certa atividade científica até a [[Idade Média]], entre as quais a principal foi a [[Astronomia]]. [[Concile de Trinta]] (1545-1563) autorizou as comunidades religiosas a efetuar investigações científicas. Se o primeiro passo em prol do [[heliocentrismo]] - que coloca a [[Terra]] em rotação em redor do [[Sol]] - é feito pelo [[Nicolau Copérnico]], Galileu defronta-se com a posição da Igreja a favor de [[Aristóteles]], e por conseguinte, do [[Geocentrismo]], ao apresentar não apenas a proposta como também sólidas evidências experimentais a favor desta. Foi necessário esperar que [[Johannes Kepler]] prolongasse os trabalhos de Galileu e de [[Tycho Brahe]] para fazer-se aceitar o movimento da Terra. A separação definitiva entre ciência e religião é consumada no [[século XVIII]], durante o [[Iluminismo]].{{Carece de fontes}}
Na maioria das outras religiões, a ciência também não é oposta à religião. No [[Islamismo]], a ciência é favorecida porque ela não existe clero instituído; além disso, o mundo é visto como um código a decifrar para compreender as mensagens divinas. Assim, na Idade Média, a ciência árabe-muçulmana prosperou e desenvolveu a [[Medicina]], a [[Matemática]] e principalmente a Astronomia.{{Carece de fontes}}
[[Imagem:Editorial cartoon depicting Charles Darwin as an ape (1871).jpg|thumb|250px|esquerda|O embate entre ciência e autoridades religiosas é antigo; existe desde os primórdios da ciência, e nem sempre é pacífico. O "[[Kitzmiller v. Dover Area School District|processo do macaco]]", um dos poucos casos onde não houve queima de evidências - e de seus defensores - tramitou pela corte de justiça [[Estados Unidos|norte-americana]] em 2005; embora, mesmo presidido por um juiz [[criacionista]], a ciência tenha levado a melhor neste caso, é certo que o embate está longe de um fim, mesmo em tempos modernos.]]
No [[século XIX]] os [[cientista]]s afirmam que a ciência é a única que pode explicar o universo e que a religião é o "ópio do povo", como diria mais tarde [[Karl Marx]], que fundou a visão [[materialismo|materialista]]. Os sucessos científicos e técnicos, que melhoram a civilização e a qualidade de vida, se somam ao progresso científico e batem de frente com os dogmas religiosos em sua totalidade. As teorias da [[Física]] (principalmente a [[teoria quântica]]) e da [[Biologia]] (com a [[teoria da evolução]] de [[Charles Darwin]]), as descobertas da [[Psicologia]] (pela qual o sentimento religioso é um fenômeno interno ou mesmo neurológico), superam as explicações místicas e espirituais. Contudo, muitos religiosos, como [[Pierre Teilhard de Chardin]] e [[Georges Lemaître]], tentam combinar as explicações científicas e a [[ontologia]] religiosa. A encíclica ''[[Fides et ratio]]'' (1993), do [[Papa João Paulo II]], reconhece que a religião cristã e a ciência são dois modos de explicar o mundo.{{Carece de fontes}}
No [[século XX]], a confrontação dos partidários da teoria da evolução e dos [[criacionismo|criacionistas]], frequentemente procedentes das correntes religiosas mais radicais, cristalizam o difícil diálogo da fé e da razão.  "[[Kitzmiller v. Dover Area School District|O processo do macaco]]" (a propósito da [[especiação|ascendência]] do Homem) ilustra assim um debate permanente na sociedade <ref group = "Ref." name = "OProcessoDoMacaco" />. Por último, alguns filósofos e epistemólogos interrogam-se sobre a natureza da relação entre as duas instituições. O [[paleontólogo]] [[Stephen Jay Gould]] em "''Que Darwin Seja!''" fala de dois magistérios, cada um permanecendo mestre do seu território mas não se intrometendo nos assuntos do outro, enquanto que [[Bertrand Russell]] menciona na sua obra "''Ciência e religião''" os conflitos entre os oponentes.{{Carece de fontes}}
=== Uso e influência na sociedade ===
{{Principal|Sociologia da ciência}}
A ciência é praticada em [[universidade]]s e outros institutos científicos assim como em campo; por si só é uma vocação sólida e geralmente implica carreira profissional na [[academia]], mas também é praticada por amadores, que tipicamente engajam-se na parte de [[observação]] da ciência. Trabalhadores de [[laboratório|laboratórios de pesquisa]] corporativos também praticam ciência, apesar de seus resultados serem geralmente considerados [[segredo de mercado]] e não serem publicados em jornais públicos. Cientistas corporativos e universitários geralmente cooperam, com os últimos concentrando-se em pesquisas básicas e os primeiros aplicando seus achados em uma [[tecnologia]] específica de interesse de [[companhia]]s. Indivíduos envolvidos no campo da [[educação da ciência]] argumentam que o processo da ciência, mesmo que não sob os rigores do método científico, é realizado por todos os indivíduos quando aprendem sobre seu mundo; embora o [[senso comum]], o desta investigação, certamente não implique teorias científicas, ele também constrói-se com base em pesquisas do universo acessível aos sentidos.{{Carece de fontes}}
Dado o caráter universal da ciência, sua influência se estende a todos os campos da [[sociedade]], desde o desenvolvimento tecnológico aos modernos problemas jurídicos relacionados com campos da [[medicina]] ou [[genética]]. Algumas vezes a investigação científica permite abordar temas de grande impacto social como o [[Projeto Genoma Humano]], e temas de implicações morais como o desenvolvimento de [[armas nucleares]] e a [[clonagem]].{{Carece de fontes}}
Ainda assim, a investigação científica moderna requer, às vezes, em ocasiões importantes, grandes investimentos em instalações com [[acelerador de partícula|aceleradores de partícula]] ([[CERN]]), a exploração do [[Sistema Solar]] ou a investigação da [[fusão nuclear]] em projetos como [[ITER]]. Em todos esses casos é desejável que os avanços científicos alcançados sejam levados à sociedade, quer a título de informação, quer a título de benefícios decorrentes.{{Carece de fontes}}
[[Imagem:Nile River Delta at Night.JPG|thumb|300px|direita|Os avanços científicos influenciam e modificam não apenas o estilo de vida de algumas pessoas mas também as relações sociais em todo o [[globo terrestre|globo]]. Na foto, o [[delta]] do [[rio Nilo]], conforme observado à [[noite]] de dentro da [[estação espacial internacional]]. O domínio da eletricidade mudou os rumos da história.]]
Os métodos da ciência são praticados em muitos lugares para atingir metas específicas. A título ilustrativo, a ciência e seus métodos encontra-se presente no(a):{{Carece de fontes}}
* Controle de qualidade em fábricas de [[manufatura]]; testes microbiológicos em uma fábrica de queijo asseguram que as culturas contenham espécies apropriadas de [[bactéria]]s.
* Obtenção e processamento de evidências da [[cena do crime]]; a [[ciência forense]].
* Planejamento e monitoramento da exploração e uso do meio ambiente; as [[leis da natureza|leis ambientais]].
* Em uma ampla gama de [[exame médico|exames médicos]], em todas as etapas do exame e a avaliação da saúde dos pacientes.
* Investigação de causas de um [[desastre]]; tais como em acidentes aéreos.
e outros.
== Críticas e polêmicas ==
=== Pseudociência, ciência das fronteiras, e ciência lixo ===
{{Artigos principais|[[pseudociência]], [[ciência das fronteiras]], [[ciência lixo]], [[ciência do culto à carga]] e [[fraude científica]]}}
Uma área de estudos, ou especulação, mascarada como ciência em uma tentativa de alegar legitimidade ou credibilidade, que de outro modo não seria possível conseguir, é por vezes chamada de [[Pseudociência]], [[ciência das fronteiras]], ou "ciência alternativa". Outro termo, [[ciência lixo]], é às vezes usado para descrever hipóteses ou conclusões científicas que, embora possam ser legítimas por si só, se acredita que sejam usadas para dar suporte a uma posição que não é vista como legítima pela totalidade das evidências. Uma variedade de propagandas comerciais, indo da campanha publicitária à fraude, pode entrar nessa categoria. Pode também ter um elemento de tendência política ou ideológica nos dois lados desses debates. Às vezes uma pesquisa pode ser caracterizada como "ciência ruim", sendo esta geralmente marcada por uma pesquisa que é bem-intencionada mas é vista como incorreta, obsoleta, incompleta, ou com uma exposição muito simplificada de ideias científicas. O termo "[[fraude científica]]" se refere à situações em que os pesquisadores intencionalmente alteram ou representaram incorretamente as informações publicadas em vista de interesses escusos aos objetivos da ciência, ou ainda, publicando-as corretamente, dão o crédito pela descoberta à pessoa errada.{{Carece de fontes}}
=== Mídia e debate científico ===
[[Imagem:PZ Myers (1).jpg|thumb|left|[[PZ Meyers]], biólogo [[Estados Unidos|estadunidense]], usando, em uma postura crítica, uma gravata com estampas de um "[[crocopato]]". A divulgação e [[radiodifusão|difusão]] pelos [[meios de comunicação]] de informações científicas incorretas - ou de informações científicas corretas de forma incorreta - pode levar a uma interpretação completamente equivocada das afirmações científicas por parte do público leigo.]]
A [[mídia de massa]] enfrenta algumas pressões que a dificultam na hora de escolher qual das alegações científicas possui maior credibilidade dentro da comunidade científica como um todo. Determinar o quão forte é cada um dos lados de um [[debate científico]] requer um conhecimento considerável sobre o assunto. <ref group = "Ref." name = "ScienceJournalism" /> Poucos jornalistas possuem um conhecimento científico real, e mesmo repórteres especializados no assunto, que sabem muito sobre determinada questão científica, podem saber pouco sobre outras questões que eles subitamente precisem cobrir.<ref group = "Ref." name = "BlindedByScience" /> <ref group = "Ref." name = "AustralianStudies" />
=== Política ===
Muitas questões bem como posturas inadequadas danificam o relacionamento da ciência com a mídia, e o uso da ciência e de argumentos científicos por [[político]]s contribui em muito para acentuar-se o problema. Generalizando, muitos políticos procuram certezas e fatos enquanto os cientistas normalmente oferecem probabilidades e advertências. Entretanto, a habilidade dos políticos de serem ouvidos pela [[mídia de massa]] aliada à quase frequente má formação científica destes - e não raro a interesses escusos particulares - leva-os geralmente a distorcer os temas pertinentes ao transmiti-los, e não obstante à formação de opiniões incorretas também pelo público. Exemplos na [[Inglaterra]] incluem a controvérsia sobre a [[inoculação]] [[MMR]], e a resignação e retratação forçada em 1988 do ministro [[Edwina Currie]] por afirmar a alta probabilidade que dos ovos batidos conterem ''[[Salmonella]]''<ref group = "Ref." name = "EggIndustry" />.  Neste contexto, o "[[aquecimento global]]" é a bola da vez (''ver: [[antiambientalismo]] e [[ceticismo climático]]'').
=== Críticas filosóficas ===
O historiador [[Jacques Barzun]] designou a ciência como "uma [[fé]] tão [[fanatismo|fanática]] como qualquer outra na [[história]]", e alertou contra o uso do pensamento científico para suprimir considerações sobre o significado da existência [[humanidade|humana]]<ref group = "Ref." name ="ScienceEntertainment" /> . Muitos pensadores recentes, como [[Carolyn Merchant]], [[Theodor Adorno]] e [[E. F. Schumacher]], consideraram que a [[revolução científica]] no [[século XVII]] mudou o foco da ciência de estudar e entender a [[natureza]] ou [[sabedoria]], passando a focar em questões sobre manipulação da natureza, e esta nova ênfase da ciência levou inevitavelmente à manipulação das pessoas. O focus da ciência em medições quantitativas levaram a críticas que ela é incapaz de reconhecer os importantes aspectos qualitativos do mundo <ref group = "Ref." name="UncommonWisdom" />.
O psicologista [[Carl Jung]] acreditava que apesar da ciência tentar entender toda a natureza, o método experimental usado iria impor questões artificiais e condicionais que evocariam apenas respostas parciais <ref group = "Ref." name = "synchronicity" />. [[David Parkin]] comparou a estância [[epistemologia|epistemológica]] da ciência com a [[divinação]]<ref group = "Ref." name = "SimultaneityandSequencing" />. Ele sugeriu que, assim como a divinação é um meio epistemológico específico para conseguir introspecção em uma dada questão, a própria ciência pode ser considerada uma forma de divinação moldada pelo ponto de vista oriental da natureza (e com isso as possíveis aplicações) do conhecimento.
Vários acadêmicos têm feito críticas em relação à [[ética]] na ciência. No livro ''Science and Ethics'', por exemplo, o filósofo [[Bernard Rollin]] examinou a relevância da ética para a ciência, e argumenta a favor de que a educação em ética parte do treinamento científico <ref group = "Ref." name = "ScienceandEthics" />.
A ciência contudo mantém sua postura firme frente às críticas filosóficas, e não obstante muitos cientistas - e por incrível que pareça até mesmo alguns filósofos - partem para críticas a respeito das posturas da filosofia e até mesmo a respeito da própria filosofia da filosofia. Certamente dominada pela autoridade pessoal mais do que pela autoridade factual, sobre a filosofia [[Richard Feynman]] afirmou: "A [[filosofia da ciência]] é tão útil para o cientista quanto a ornitologia para os pássaros".  Bertrand Russel afirmou que "Ciência é o que você sabe. Filosofia é o que você não sabe!".  Há contudo um filósofo em particular que consegue resumir todas as posturas e escolas filosóficas, e suas incontáveis divergências internas, em uma única frase. É atribuído a Cícero a afirmação de que "Não há nada de tão absurdo que não saia da boca de algum filósofo". Em suma, escolha um ponto de vista, e é possível achar um filósofo que a defenda.{{Carece de fontes}}
{{referências|Notas|grupo="Nota"|refs=
<ref group = "Nota" name = "Citacao_Einstein_01" >"''A ciência só pode determinar o que é, não o que 'deve ser', e fora de seu domínio permanece a necessidade de juízos de valor de todos os tipos''" ([[Albert Einstein]]) Conforme relatado por [[Simon Singh|SINGH, Simon]]. ''[[Big Bang]]''. p. 459.</ref>
<ref group = "Nota" name = "Citacao_Jacob_Bronowski_01" >"''O[[homem]] domina a [[natureza]] não pela [[força]], mas pela compreensão. É por isto que a ciência teve sucesso onde a [[magia]] fracassou: porque ela não buscou um encantamento para lançar sobre a natureza''" ([[Jacob Bronowski]]). Conforme relatado por [[Simon Singh|SINGH, Simon]]. ''[[Big Bang]]''. p. 459.</ref>
<ref group = "Nota" name = "Citacao_Cicero_01" >"Não há nada de tão absurdo que não saia da boca de algum filósofo" (Cícero) -  conforme encontrado no wikiquote lusófono - verbete "filosofia" - na edição publicada  às 14h38min de 16 de Novembro de 2010.</ref>
<ref group = "Nota" name = "Citacao_Bertrand_Russell_01" >A resposta da ciência a este debate geralmente é: "Ciência é o que você sabe. Filosofia é o que você não sabe" ([[Bertrand Russell]]) - conforme relatado por  Simon Singh - Big Bang  (pág. 459.).</ref>
<ref group = "Nota" name = "Citacao_Richard_Feynman_01" >"A filosofia da ciência é tão útil para o cientista quanto a ornitologia para os pássaros" ([[Richard Feynman]]), conforme relatado por  Simon Singh - Big Bang  (pág. 459.).</ref>
<ref group= "Nota" name = "TeoriaEvolucaoContextoSocial" >Abordando uma consequência em contexto cultural do real significado de teoria, a teoria da evolução é hoje o paradigma válido para a diversidade biológica, quer alguns ramos da sociedade gostem, quer não. E para o desespero dos "[[criacionismo|criacionistas]]" em particular, mesmos que algum dos supostos "fatos" que propõem como contraditórios à evolução realmente contradissesse alguma de suas ideias a evolução de forma válida, ela, de forma similar ao que se deu à mecânica clássica e ao contrário do que pensam, não iria diretamente para o "lixo", como desejam. Ademais, ressalta-se que não há nenhum fato contraditório verificável, nenhum fato científico, ao rigor científico até a data atual, pelo menos. Aqui cita-se que os criacionistas "pecam" por um lado, mas há de se considerar que seus defensores também erram pelo outro: a teoria ''não'' é um "fato", e tão pouco é provada, como muitos defensores afirmam. Elá é uma teoria científica, ''falseável'', como toda e qualquer teoria científica deve ser.</ref>
<ref group = "Nota" name = "IndicacaoSecaoFilosofia" >Ver seção "Filosofia da ciência"</ref>
<ref group = "Nota" name = "LimitesCiencia" >Em outras palavras, a ciência ''sabe'' que não sabe tudo acerca da natureza. Contudo ela também sabe muito bem como lidar com isto</ref>
<ref group = "Nota" name = "ValoracaoMoral" >A questão de valoração moral sobre o que é bom ou ruim para nós mesmos, quer individual quer coletivamente, transcende contudo a ciência. Para os americanos, a [[bomba nuclear]] sobre [[Iroshima]] certamente não teve a mesma conotação do que para os japoneses.</ref>
<ref group = "Nota" name = " PsicologiaXCiencia" >Há várias discussões sobre ser a psicologia uma ciência - aqui em sentido estrito - ou não. Contudo ela figura, por vista grossa ou não, entre as "ciências sociais".</ref>
<ref group = "Nota" name = "IndicaArtigos" >Para maiores detalhes consulte os artigos [[Design inteligente]], [[Kitzmiller v. Dover Area School District]] e [[pastafarianismo]] nesta própria enciclopédia.</ref>
<ref group = "Nota" name = "Quadro" >Quadro pintado em 1425 (conclusão em 1428), alterado em 1680, e restaurado em 1980.</ref>
<ref group = "Nota" name = "Proposta_CNRS" >{{Citar web |url=http://www.cnrs.fr/cw/dossiers/dosart/ |título=CNRS propõe uma exposição sobre o tema ''arte e ciência'', apresentando as diferentes técnicas ao serviço da conservação das obras d' arte |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
<ref group = "Nota" name = "Cientificismo" >Ver: ''Cientificismo e ocidente. Ensaios de epistemologia crítica de Jean-Paul Carregar''.</ref>
<ref group = "Nota" name = "ProgramaForte" >[[Barry Barnes]] e [[David Bloor]] são fundadores do "[[programa forte]]", uma variedade da [[Sociologia do conhecimento científico]], que procura explicar as origens do conhecimento científico por fatores exclusivamente sociais e culturais.</ref>
<ref group = "Nota" name = "ProcessoGalileu">Ver para mais informações: [http://www.astrosurf.com/luxorion/astro-histoire-procesgalilee.htm ''O processo de Galilée'' no sítio Astrosurf].</ref>
<ref group = "Nota" name = "GiordanoBruno" >G.L Bruno tinha postulado e tinha apresentado sólidas evidências acerca do pluralismo dos mundos possíveis, como a existência de outros planetas no universo,  com a sua obra ''De l’infinito universo et Mondi'' (''O infinito, o universo e os mondes'').</ref>
<ref group="Nota" name="EnciclicaPapaJoaoPaulo" >Encíclica do Papa Jean-Paul II, de ''[[Fides et Ratio]]'' (1998) redefinindo relação ciência-religião assim: ''"A fé e a razão estão como duas asas que permitem ao espírito humano se criar para a contemplação da verdade"''</ref>
}}
{{referências|grupo="Ref."| col=2|refs=
<ref group = "Ref." name = "RefDicionario" >{{citar web|autor=MISH, Frederick C|url=http://www.merriam-webster.com/dictionary/science|titulo=science - Definition from the Merriam-Webster Online Dictionary |acessodata=20 de junho de 2009|autor=Merriam-Webster Online Dictionary |data=|formato=|publicado=2009|língua2=en|arquivourl=}}</ref>
<ref group = "Ref." name = "BigBang_SimonSingh" >SINGH, Simon. ''Big Bang''. Rio de Janeiro; São Paulo: Editora Record, 2006. ISBN 85-01-07213-3 Capítulo "O que é ciência?", e demais.</ref>
<ref group = "Ref." name = "RefDicionarioFrances" >{{Referência a livro|autor=BLOCH, Oscar; WARTBURG, Walther von|título=Dictionnaire étymologique de la langue française|subtítulo=|idioma=francês|edição=2|local=Paris|editora=Presses Universitaires de France|ano=2004|páginas=682|volumes=|volume=|id=ISBN 2-13-054426-6}}</ref>
<ref group = "Ref." name = "CentrenationalRessText" >D'après le [http://atilf.atilf.fr/dendien/scripts/tlfiv5/visusel.exe?13;s=1052873835;r=1;nat=;sol=2; ''Trésor Informatisé de la Langue Française'']; voir aussi le schéma [http://www.cnrtl.fr/proxemie/science proxémique] sur le Centre National de Ressources Textuel et Lexical.</ref>
<ref group = "Ref." name = "MichaelBlay" >Inserir referência.</ref>
<ref group = "Ref." name = "ConsultableEnLigne" >{{Citar web |url=http://philia.online.fr/txt/bach_007.php |título=consultable en ligne |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
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<ref group = "Ref." name = "BenvenutoNelSitio" >{{Citar web|ano=2006 |url=http://positivamente.lincei.it/ |título=Benvenuto nel sito dell'Accademia Nazionale dei Lincei |língua=Italian |publicado=Accademia Nazionale dei Lincei |acessodata=2007-09-11}}</ref>
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<ref group = "Ref." name = "AReassessment">{{Citar web|primeiro=G.G. |ultimo=Meynell |url=http://www.royalsoc.ac.uk/page.asp?id=2176 |título=The French Academy of Sciences, 1666-91: A reassessment of the French Académie royale des sciences under Colbert (1666-83) and Louvois (1683-91) |publicado=Topics in Scientific & Medical History |acessodata=2007-09-11}}</ref>
<ref group = "Ref." name ="ProliferationScienceLiterature" >{{cite journal |last=Ziman |first=Bhadriraju |journal=Science |title=The proliferation of scientific literature: a natural process |year=1980 |volume=208 |issue=4442 |pages=369–371 |doi= 10.1126/science.7367863 |pmid=7367863 }}</ref>
<ref group = "Ref." name = "ScientificTechnicalResources" >{{cite book |first=Krishna |last=Subramanyam |coauthors=Subramanyam, Bhadriraju |year=1981 |title=Scientific and Technical Information Resources |publisher=CRC Press |isbn=0824782976 |oclc=232950234 }}</ref>
<ref group = "Ref." name = "CreativeWriting" >{{Citar web|primeiro=Mario |ultimo=Petrucci |url=http://writeideas.org.uk/creativescience/index.htm |título=Creative Writing ←→ Science |acessodata=2008-04-27 }}</ref>
<ref group = "Ref." name = "Tecnica" >"Técnica", no [http://atilf.atilf.fr/dendien/scripts/tlfiv5/visusel.exe?14;s=1453963080;r=1;nat=;sol=5; 'Tesouro Informatizado da Língua Francesa''].</ref>
<ref group = "Ref." name = "EpistemoliaCiencia" >Robert Nadeau e [[Jacques Désautels]], em "Epistemologia e Didáctica das ciências'', baseado em um estudo estatístico e qualitativo efetuado ao [[Canada]].</ref>
<ref group = "Ref." name = "ContraCientificismo" >[[Robert Nadeau]], [http://www.erudit.org/revue/philoso/1986/v13/n2/203325ar.pdf "Contra o cientificismo. Para a abertura de uma nova frente"], reexaminada, ''Philosophiques'', XIII (2), 1986.</ref>
<ref group = "Ref." name = "RelatorioSenado" >Relatório de informação n° 392 junto ao [[Senado]] (2002-2003) intitulado [http://www.senat.fr/rap/r02-392/r02-392.html A divulgação da cultura científica]</ref>
<ref group = "Ref." name ="CartaNacional" >Carta nacional dos ''Centres de Culture Scientifique, Technique et Industrielle''.</ref>
<ref group = "Ref." name = "SiteExploratorium" >{{Citar web |url=http://www.exploratorium.edu/ |título=Site do Exploratorium |língua= |autor= |obra= |data= |acessodata=}}</ref>
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Edição das 11h09min de 14 de março de 2016

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