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Design de cartaz: mudanças entre as edições

Sem resumo de edição
Sem resumo de edição
(Sem diferença)

Edição das 20h01min de 29 de fevereiro de 2004

A mais importante forma de comunicação pela imagem, na virada do século, é o cartaz. De longe mais poderoso do que o cinema (por ser mais eficiente, mais rápido e mais barato, e atingir um contigente muitíssimo maior de pessoas), o cartaz é prontamente reconhecido como fantástico meio de comunicação. É usado, de início, para publicidade e, posteriormente, como propaganda político-ideológica. Em tempos de guerra, quando os governos precisam economizar dinheiro e alcançar rapidamente as populações em todo o território nacional, o cartaz é a opção preferencial de mídia. Nos regimes totalitários — onde o estado psicológico de guerra é permanente —, então, são incontestavelmente o veículo oficial de comunicação. É no cartaz (e não no cinema) que o Estado estabelece diálogo visual com a massa, e assim permanecerá até o advento da televisão, nos anos 1950.

"Historicamente, o cartazismo surgiu como grafismo publicitário, na Europa, por volta do ano 1879 e carecia de função política até a declaração da Primeira Guerra Mundial, ocasião em que os governantes das nações em conflito reconhecem a eficácia do cartaz como meio de propaganda e decidem utilizá-lo em campanhas patrióticas. Entretanto, não se reconhece valor artístico no cartazismo até depois de 1918, etapa em que os fervorosos movimentos revolucionários europeus adotam-no como meio proselitista e de exortação, especialmente na Alemanha, Rússia e Hungria [nota: a Hungria, por sinal permaneceu com uma escola de excelência em cartazismo até os dias de hoje, formando inclusive cartazistas brasileiros como Rui de Oliveira]. A isto somou-se a 'cartazística' dos expressionistas, dadaístas e impressionistas tardios, que utilizam os cartazes como promoção de entretenimento e espetáculos. Assim, a poucos [lustros] de seu aparecimento e com maior celebridade que outras formas artísticas de data anterior, é reconhecida no cartaz sua condição como manifestação da arte." (El Cartel de La OSPAAL, Havana, 1997)

O caráter artístico do cartaz, além disso, é um fator a mais no potencial de sua disseminação e produção, em relação a outros meios visuais. Foi necessário ao cinema, por exemplo, um certo tempo de consolidação e uma contestação vanguardista para que fosse considerado forma de arte, e só dos anos 1930 em diante (a partir das teorias de Benjamin) é que deixa de ser "fotografia em movimento", como simplesmente um processo técnico-científico, para ser arte (a sétima, como se diz). Já o cartazismo, desde seu nascimento (e possivelmente por ter sido executado já de início por artistas de renome, como Tolouse-Lautrec) nunca teve seu aspecto estético-artístico contestado, e talvez por isso mesmo tenha sido tão amplamente empregado.

"Os cartazes são algo grande. Não só seu tamanho proporciona ao designer amplitude para transmitir sua mensagem, mas também são grandes em outro sentido: são populares. Os cartazes anunciam acontecimentos locais, expressam idéias políticas, promovem programas educativos, dão endereços com uma visualidade contundente e criativa. E, se o designer fez bem o seu trabalho, se convertem em artigos colecionáveis."

"Tanto se um cartaz promove um filme de orçamento multimilionário ou a oferta de carne no açougue da esquina, o design pode ter classe. O grafismo deve conquistar; o texto, na fração de segundo que retém a atenção do leitor, deve introduzir a mensagem em sua memória." (Biblioteca de Diseño — Carteles, México, 1996)

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