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Teatro Oficina: mudanças entre as edições

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O '''Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona''', conhecido simplesmente por Teatro Oficina, é uma companhia de teatro das mais importantes do [[Brasil]] localizada em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]. Fundado em [[1958]] por um grupo de estudantes da Escola de Direito do Largo de São Francisco, em que [[José Celso Martinez Corrêa]] fazia parte e que é o atual diretor do Oficina e responsável pela formação de centenas de atores ao longo de suas décadas de existência.  
O '''Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona''', conhecido simplesmente por Teatro Oficina, é uma companhia de teatro das mais importantes do [[Brasil]] localizada em [[São Paulo (cidade)|São Paulo]]. Fundado em [[1958]] por um grupo de estudantes da Escola de Direito do Largo de São Francisco, em que [[José Celso Martinez Corrêa]] fazia parte e que é o atual diretor do Oficina e responsável pela formação de centenas de atores ao longo de suas décadas de existência.  
O Teatro Oficina distinguiu-se por ter absorvido, na década de 60, toda a experiência cênica internacional e foi neste lugar que seria lançado na cultura brasileira o que ficou conhecido como Tropicalismo, estética ligada ao movimento antropofágico de [[Oswald de Andrade]] e que influenciou músicos, poetas e outros artistas. A representação desse Tropicalismo se deu no Teatro Oficina com a estréia de O Rei da Vela, em [[1967], incorporando Oswald de Andrade.
O Teatro Oficina distinguiu-se por ter absorvido, na década de 60, toda a experiência cênica internacional e foi neste lugar que seria lançado na cultura brasileira o que ficou conhecido como Tropicalismo, estética ligada ao movimento antropofágico de [[Oswald de Andrade]] e que influenciou músicos, poetas e outros artistas. A representação desse Tropicalismo se deu no Teatro Oficina com a estréia de O Rei da Vela, em [[1967], atuada por outro fundador do Oficina, Renato Borghi. "A dramaturgia bombástica me fazia sentir atuando dentro da raiz e da alma brasileira; nesta peça, o Oswald falava do Brasil de uma forma antropofágica, devorando o que gente tinha de bom e de péssimo. O Oswald pegou o Brasil por todos os lados, devorou-o e depois o cuspiu no palco. E eu assinei em baixo, com sangue, suor e lágrimas..." relembra Borghi.


Atualmente, o seu maior projeto é construir um Teatro de Estádio no Bairro do Bixiga em São Paulo, onde também estaria funcionando uma escola para as crianças e moradores do bairro, realizando o antigo vislumbre da [[Ágora]].
Atualmente, o seu maior projeto é construir um Teatro de Estádio no Bairro do Bixiga em São Paulo, onde também estaria funcionando uma escola para as crianças e moradores do bairro, realizando o antigo vislumbre da [[Ágora]].




O Grupo tem uma trajetória que ultrapassa os limites estéticos, passando por várias formas de interpretação, gestão e [[arquitectura|arquitetura]]. A última montagem do Oficina é a adaptação de "Os Sertões", de Euclides da Cunha, para o palco, que recriar a Guerra de Canudos (1896-1897) e como é apresentada no livro é dividida em 3 partes, a Terra, o Homem (I e II) e a Luta (I e II). Devido a competência a peça foi apresentada num Festival de Teatro na [[Alemanha]], no Teatro Volksbühne de Berlim. A montagem da obra de Euclides faz referência à resistência do grupo contra o projeto de construção de um shopping center, nos arredores do teatro Oficina, pelo Grupo Silvio Santos.
O Grupo tem uma trajetória que ultrapassa os limites estéticos, passando por várias formas de interpretação, gestão e [[arquitectura|arquitetura]]. A última montagem do Oficina é a adaptação de "Os Sertões", de Euclides da Cunha, para o palco, que recriar a Guerra de Canudos (1896-1897) e como é apresentada no livro é dividida em 3 partes, a Terra, o Homem (I e II) e a Luta (I e II). Devido a competência a peça foi apresentada num Festival de Teatro na [[Alemanha]], no Teatro Volksbühne de Berlim.  
A saga sertaneja iniciada em 2001, em toda a sua extenção tem 25 horas de encenação, em um dos projetos mais ousados das artes cênicas mundiais.


O novo Oficina, assim como o [[Museu de Arte de São Paulo MASP|MASP]], foi concebido por [[Lina Bo Bardi]] que reformou o teatro no início da [[década de 1990]], transformando-o em um teatro-pista, com parede de vidro, teto móvel, sendo sua arquitetura vencedora da Bienal de Praga em [[1999]]. Estão entre as principais montagens do Grupo textos de [[Eurípedes]], [[Shakespeare]], [[Artaud]], [[Nelson Rodrigues]], [[Jean Genet]], dentre outros.
A montagem da obra de Euclides faz referência à resistência do grupo contra o projeto de construção de um shopping center, nos arredores do teatro Oficina, pelo Grupo Silvio Santos. Além de, em todas as peças, fazer uma ponte da guerra de Canudos com os acontecimentos atuais, como o Papa Bento XVI, a invasão do Iraque, o mensalão e os ataques do PCC.
 
O novo Oficina, tombado pelo Condephaat em 1982, foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, italiana radicada brasileira, transformando-o em um teatro-pista, com parede de vidro, teto móvel, sendo sua arquitetura vencedora da Bienal de Praga em [[1999]]. A mesma arquiteta desenhou dois edifícios emblemáticos na cidade de São Paulo. O famoso prédio do MASP-Museu de Arte de São Paulo, um edicício que parece flutuar no ar, devido seu imenso vão livre e o SESC Fábrica da Pompéia, onde buracos nas paredes nos andares superiores, e passarelas interligando andares, tentam amenizar qualquer sensação de claustrofobia que um edifíco numa cidade como São Paulo pode causar.
 
Estão entre as principais montagens do Grupo textos de [[Eurípedes]], [[Shakespeare]], [[Artaud]], [[Nelson Rodrigues]], [[Jean Genet]], dentre outros.


Trata-se de um foco de resistência política dos mais importantes em nosso país hoje.
Trata-se de um foco de resistência política dos mais importantes em nosso país hoje.
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* [http://diversao.uol.com.br/ultnot/2006/05/17/ult100u4943.jhtm]
* [http://diversao.uol.com.br/ultnot/2006/05/17/ult100u4943.jhtm]
* [http://www.estado.com.br/editorias/2006/05/19/cad121700.xml]
* [http://www.estado.com.br/editorias/2006/05/19/cad121700.xml]
 
* [http://www2.uol.com.br/teatroficina/forum/manifesto.htm]
[[Categoria:Artes cénicas]]
* [http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?pid=S0009-67252004000200027&script=sci_arttext]
[[categoria:teatro]]
* [http://www.teatrobrasileiro.com.br/noticias/index34.htm]
[[categoria:festival de teatro]]

Edição das 18h56min de 1 de junho de 2006

O Teat(r)o Oficina Uzyna Uzona, conhecido simplesmente por Teatro Oficina, é uma companhia de teatro das mais importantes do Brasil localizada em São Paulo. Fundado em 1958 por um grupo de estudantes da Escola de Direito do Largo de São Francisco, em que José Celso Martinez Corrêa fazia parte e que é o atual diretor do Oficina e responsável pela formação de centenas de atores ao longo de suas décadas de existência. O Teatro Oficina distinguiu-se por ter absorvido, na década de 60, toda a experiência cênica internacional e foi neste lugar que seria lançado na cultura brasileira o que ficou conhecido como Tropicalismo, estética ligada ao movimento antropofágico de Oswald de Andrade e que influenciou músicos, poetas e outros artistas. A representação desse Tropicalismo se deu no Teatro Oficina com a estréia de O Rei da Vela, em [[1967], atuada por outro fundador do Oficina, Renato Borghi. "A dramaturgia bombástica me fazia sentir atuando dentro da raiz e da alma brasileira; nesta peça, o Oswald falava do Brasil de uma forma antropofágica, devorando o que gente tinha de bom e de péssimo. O Oswald pegou o Brasil por todos os lados, devorou-o e depois o cuspiu no palco. E eu assinei em baixo, com sangue, suor e lágrimas..." relembra Borghi.

Atualmente, o seu maior projeto é construir um Teatro de Estádio no Bairro do Bixiga em São Paulo, onde também estaria funcionando uma escola para as crianças e moradores do bairro, realizando o antigo vislumbre da Ágora.


O Grupo tem uma trajetória que ultrapassa os limites estéticos, passando por várias formas de interpretação, gestão e arquitetura. A última montagem do Oficina é a adaptação de "Os Sertões", de Euclides da Cunha, para o palco, que recriar a Guerra de Canudos (1896-1897) e como é apresentada no livro é dividida em 3 partes, a Terra, o Homem (I e II) e a Luta (I e II). Devido a competência a peça foi apresentada num Festival de Teatro na Alemanha, no Teatro Volksbühne de Berlim. A saga sertaneja iniciada em 2001, em toda a sua extenção tem 25 horas de encenação, em um dos projetos mais ousados das artes cênicas mundiais.

A montagem da obra de Euclides faz referência à resistência do grupo contra o projeto de construção de um shopping center, nos arredores do teatro Oficina, pelo Grupo Silvio Santos. Além de, em todas as peças, fazer uma ponte da guerra de Canudos com os acontecimentos atuais, como o Papa Bento XVI, a invasão do Iraque, o mensalão e os ataques do PCC.

O novo Oficina, tombado pelo Condephaat em 1982, foi projetado pela arquiteta Lina Bo Bardi, italiana radicada brasileira, transformando-o em um teatro-pista, com parede de vidro, teto móvel, sendo sua arquitetura vencedora da Bienal de Praga em 1999. A mesma arquiteta desenhou dois edifícios emblemáticos na cidade de São Paulo. O famoso prédio do MASP-Museu de Arte de São Paulo, um edicício que parece flutuar no ar, devido seu imenso vão livre e o SESC Fábrica da Pompéia, onde buracos nas paredes nos andares superiores, e passarelas interligando andares, tentam amenizar qualquer sensação de claustrofobia que um edifíco numa cidade como São Paulo pode causar.

Estão entre as principais montagens do Grupo textos de Eurípedes, Shakespeare, Artaud, Nelson Rodrigues, Jean Genet, dentre outros.

Trata-se de um foco de resistência política dos mais importantes em nosso país hoje.

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