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Edição das 22h30min de 26 de novembro de 2010
Predefinição:DadosMunicípioPortugal Proença-a-Nova é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Castelo Branco, região Centro, subregião do Pinhal Interior Sul e Diocese de Portalegre e Castelo Branco com cerca de 4 700 habitantes.
É sede de um município com 395,26 km² de área e 9 610 habitantes [1], subdividido em 6 freguesias:
O município é limitado a norte pelo município de Oleiros, a nordeste pelo de Castelo Branco, a leste pelo de Vila Velha de Ródão, a sudoeste pelo de Mação e a noroeste pelo da Sertã.
A vila de Proença-a-Nova tem cerca de 4700 habitantes, sendo este o aglomerado de maior volume populacional e urbanístico do concelho.
História
Toponímia
De grande antiguidade, chamaram-lhe Cortiçada, nos seus primeiros anos, nome que só no século XVI foi definitivamente abandonado em favor do actual. A justificação daquele não se afigura difícil, devendo relacionar-se com a abundante produção de cortiça ou elevado número de colmeias (também chamados cortiços) que, em tempos, foram de grande importância na região.
O topónimo Proença, por seu lado, suscita maiores dúvidas. O sábio filólogo Leite de Vasconcelos opina que se relaciona com a «religião em geral», de proveniência francesa e outros autores aproveitaram a ideia para o filiar em Provença sem, no entanto, deixarem de observar que nada mais permite essa aproximação; é que nem há notícia de que os habitantes do velho país das Gálias tenham vindo fixar-se na Lusitânia, nem é de comparar regiões de características tão distintas.
Forais
“«...nove légoas da villa do Crato para norte, e sete da villa de Castello Branco para o poente, está situada a villa de Proença, a quem deo foral El-Rey D. Afonso, o Terceiro. He povoação de 150 vizinhos». ”
Do longo período que medeia a presumível fundação da vila e a data do seu primeiro foral não há quaisquer notícias. Mas é facil imaginar o que terá sido a vida dos seus poucos habitantes: a pastorícia era a ocupação preponderante, tanto nos períodos de paz como naqueles em que as surtidas de povos rivais os obrigava a permanecer nos montes, fora do caminho dos contendores; a agricultura fazia-se nas terras baixas, férteis e de fácil irrigação; a caça, então muitíssimo abundante e variada, proporcionaria outro dos mais importantes meios de sustento. Frugais e reservados terão vivido isolados, em número restrito, não admirando que a povoação pouco tenha evoluido até ser doada aos Monges da ordem do Hospital. Estes, colaborando com os primeiros reis no esforço de repovoamento e estabilização das populações nos locais mais ricos e de maior importância estratégica, adoptaram diversas medidas, desde a criação de defesa de novas terras até à concessão de forais portadores de regalias de vária ordem, àquelas que os justificassem. E foi assim que, em 1244, o prior de Hospital, frei Rodrigo Egídio, deu a Proença-a-Nova o primeiro foral.
A aceitação deste foral, concedido a Proença-a-Nova, não é pacífica. Proposta por Franklim e desenvolvida pelo Padre Manuel Alves Catarino na sua valiosa monografia «Concelho de Proença-a-Nova», tem opositores em Pinho Leal e A. Costa que, por seu lado defendem a doação de foral feita por D. Afonso III em 1242. Américo Costa, no seu «Dicionário», depois de referir tal concessão pelo «Bolonhês», afirma: pretendem alguns que este foral se não refere a Proença-a-Nova, mas à «Quinta das Cortiçadas», lugar da freguesia de Fornelos, concelho de Santa Marta de Penaguião».
D. Manuel I reformou todos os forais, cabendo o «Foral Novo» a Proença-a-Nova em 1512.
Pormenor curioso do documento Manuelino é a designação de Proença-a-Nova, surgida logo em título: «Foral dado a Vila Melhorada, que se chamava Cortiçada». Essa designação conservou-se durante algum tempo mas não vingou pois, em fins desse século já ninguém falava em Vila Melhorada mas, como hoje, em Proença-a-Nova.
Alterações Administrativas
Proença-a-Nova foi uma vigararia do Priorado do Crato, juntamente com as vigararias de Crato, Amieira do Tejo, Sertã e Belver.
Em 1789, o Priorado do Crato foi integrado na Casa do Infantado, criada por D. João IV, perdeu autonomia e os seus bens passaram definitivamente para os novos senhores em 1833, quando da extinção do Priorado. Mas foi por pouco tempo, pois logo em 1834 o Infantado foi extinto.
O concelho Proença-a-Nova passou, então, para o Distrito de Santarém e, em Novembro do ano seguinte para o de Castelo Branco, onde se manteve.
Até 1554, o concelho era constituido por uma só freguesia. Nesta data foi desmembrado e nasceu a de São Pedro do Esteval. Algum tempo mais tarde foi a vez de Peral ser elevada a idêntica categoria, também à custa de Proença.
Em meados do século XIX a área do concelho conheceu sucessivas alterações, motivadas pelos diveros ensaios de reorgaização administrativa que o governo promoveu. Assim, em 1837 foram-lhe anexadas as freguesias de Cardigos e Sobreira Formosa, cujos concelhos acabavam de ser extintos. No mesmo anos ou no ano seguinte, foram-lhe retiradas. Em 1838 foi a vez de Cimadas e Montinho das Cimadas deixarem de pertencer a Proença-a-Nova e passarem ao concelho de Vila de Rei; mas, também desta vez a ideia nao foi avante: o povo das duas povoações reclamou contra tal mudança alegando a distância a que ficava da nova sede e as dificuldades em atravessar as ribeiras que ficavam no caminho, sendo atendidos. Em 1855 o concelho de Sobreira Formosa foi extinto, outra vez, e de novo integrado no de Proença-a-Nova.
No ano de 1867 um curioso questionário superiormente apresentado aos dirigentes da Câmara e as respectivas respostas, permitem-nos uma visão bastante precisa da situação do concelho: «1º. deve o concelho ficar como está ou devem anexar-se-lhe algumas freguesias? Responderam que tinham fogos suficientes, misericórdia, botica, médico, que tinha bons edifícios públicos e particulares, boas fontes e largos, era muito central e cabeça de círculo cem para deputados. 2º. Quais os concelhos que se lhe devem anexar? Resposta: Vila de Rei e Oleiros, o 1º com 2310 fogos e o 2º com 2100. 3º. Qual deve ficar para sede de concelho e se é de fácil acesso? Responderam que devia ficar em Proença-a-Nova e que os principais ribeiros tinham pontes, e ficaria com 6450 fogos; 4º. Fica em Vila ou aldeia? Tem ente que saiba ler e escrever para os lugares públicos? Tem casa própria? Tem identidade de costumes? Responderam que tinha casa própria em Proença, que havia muita gente idónea para os cargos públicos, e que viviam na melhor das harmonias, etc. 5º. Devem anexar-se concelhos inteiros ou só freguesias? Resposta: para ficar com 6000 fogos concelhos inteiros, para ficar com 3 mil e tantos bastam as freguesias de Carvoeiro, Amêndoa, Cardigos e Ermida».[2].
Em fins de 1867 uma administração revolucionária, proposta por Fontes Pereira de Melo, extinguiu grande número de concelhos anexando-os a outros. Proença-a-Nova recebeu Belver, Mação, Envendos, Carvoeiro, Amêndoa, Vila de Rei, Fundada, São João do Peso, Cardigos, Isna. Mas essa reforma foi de tal modo recebida que o governo teve de demitir-se e, um mês depois, um Decreto dos novos governantes restabelecia a anterior divisão.
Finalmente, em 1896 foi-lhe tirada a freguesia de São Pedro do Esteval e anexada a de São João do Peso. Em 1898, mais uma vez a divisão foi alterada, saindo São João do Peso e regressando São Pedro do Esteval, mantendo-se invariável desde então (embora alguns, mais bairristas, tenham feito esforços desesperados para conseguir a anexação de Cardigos, muito justa, ao que dizem).
Invasões Francesas
O século XIX trouxe também a Proença-a-Nova os horrores da guerra com as Invasões Francesas.
Os súbditos de Napoleão chegaram em 1807, comandados pelo famigerado Loison e, na sua marcha em direcção a Abrantes atravessaram Proença, destruindo tudo o que os pobres moradores tinham nos seus lares. Eles, avisados, estavam escondidos nos montes vizinhos, inacessíveis e desconhecidos. Mesmo assim as barbaridades cometidas pelos franceses foram tais, que, dezenas de anos depois, ainda o povo se lembrava horrorizado.
Lutas Liberais
As lutas liberais vieram em seguida. Em Proença todos aceitavam o absolutismo, porque bem doutrinados desde o Senhorio da Ordem de Malta, ao Priorado do Crato, à Casa do Infantado. No entanto, ouvindo falar com exaltação da Liberdade, palavra que admirava sem compreender, o povo começou a agitar-se e decidiu-se pelo Liberalismo... Assim, quando em Maio de 1828 o general Visconde de São João da Pesqueira acampou na vila com o Regimento de Cavalaria 11 que levava em direcção a Coimbra para combater um grupo insurrecto, as tropas revoltaram-se, juntando-se aos revultosos. Ora, consta que a influência do povo de Proença foi decisiva para a resolução dos soldados de Cavalaria 11!
Vias de Comunicação
As comunicações eram praticamente inexistentes, podendo afirmar-se que até 1879, Proença-a-Nova esteve isolada do resto do país. Nesse ano construíu-se a Estrada nº 12-1ª, de macadame, que vinha da Sertã ao encontro da Estrada n.º 10 (de Abrantes a Castelo Branco) juntando-se perto do lugar de Vale D'urso. Em seguida abriram-se diversos caminhos entre as povoações do concelho e construiram-se novos pontões sobre as ribeiras da maior caudal.
Os Correios, em fase de grande expansão, também se regularizaram. A primeira medida nesse sentido surgiu em 1833 com a nomeação de um estafeta para a Sertã, encarregado de fazer uma expedição semanal às terças-feiras. Em 1837 o estafeta passou a servir Oleiros e Vila de Rei - além da Sertã e Proença-a-Nova - e tinha por sede São Pedro do Esteval onde passava o correio de Castelo Branco a Lisboa. Nesta data já a distribuição e recolha da correspondência se fazia duas vezes por semana. em 1876 o volume de correspondência acarretava grandes problemas ao sistema de distribuição praticado, tanto mais que se recebia da Sertã o que provinha do Norte e de Abrantes aquele que era originário de Lisboa e Castelo Branco. A Câmara requereu, por isso, a criação de uma delegação em Proença-a-Nova, mas não foi atendida. Em 1881 fez nova insistência pedindo, desta vez, um lugar de carteiro, o serviço permanente de mala-posta e a instalação da rede telegráfica. Esta veio a ser instalada em primeiro lugar, no ano de 1889, e a estação de correio no início do século XX.
Proencenses ilustres
António Ribeiro Cristóvão (1939), Deputado Nacional, radialista, comentador desportivo, apresentador de TV e antigo Presidente da Assembleia Municipal de Proença-a-Nova, a sua terra natal, de 2001 a 2005.
Pedro da Fonseca (1528 — 1599) nascido em Proença-a-Nova, foi um filósofo e teólogo jesuíta português, era conhecido na sua época como o "Aristóteles Português". Era um mestre em grego e árabe cuja erudição lhe facultava uma linha de ideias próprias em relação a temas desenvolvidos por Tomás de Aquino e Aristóteles. As suas obras principais foram nas áreas da lógica e da metafísica
Padre Manuel Joaquim Cristóvão (1928 - 1991), natural de Corgas, missionário da Sociedade das Missões no Chibuto - Moçambique onde foi assassinado em Janeiro de 1991.
Território, Demografia e Evolução da População
Território
- Área: 395,4 Km2
- Densidade Populacional (2005): 23,2 Hab/Km2
- Perímetro: 146 Km
- Comprimento máximo - Norte-Sul: 34 Km
- Comprimento máximo - Este-Oeste: 26 Km
- Altitude Máxima: 951 m
- Altitude Mínima: 125 m
Evolução da população no Concelho
População do concelho de Proença-a-Nova (1801 – 2006) | ||||||||
---|---|---|---|---|---|---|---|---|
1801 | 1849 | 1900 | 1930 | 1960 | 1981 | 1991 | 2001 | 2004 |
3021 | 4187 | 11451 | 14973 | 17552 | 11953 | 11088 | 9610 | 9267 |
Demografia
- População Residente Total (2006): 9065
- População Residente Masculina (2006): 4433
- População Residente Feminina (2006): 4632
- População Residente com idade entre os 0 e 14 anos (2006): 924
- População Residente com idade entre os 15 e 24 anos (2006): 1040
- População Residente com idade entre os 25 e 64 anos (2006): 4397
- População Residente com 65 ou mais anos (2006): 2704
- Taxa de Natalidade (2005): 5,0 ‰
- Taxa de Mortalidade (2005): 17,8 ‰
- Índice de Envelhecimento (2006): 292,6 %
Locais de Interesse Turístico
Alvito da Beira
- Moinhos de água em xisto na Ribeira do Alvito
- Praia Fluvial de Alvito da Beira
- Praia Fluvial da Couca, na Cerejeira
- Poço das Andorinhas em Alvito da Beira
Montes da Senhora
- Moinhos de água
- Zona piscatória
- Buraca da Moura na Serra das Talhadas
Peral
- Cruzeiro do Cabeço
- Moinhos de água
- Zona piscatória
- Campo de Tiro de Nave à Metade
- Sítio da Conheira
Proença-a-Nova
- Capela da Misericórdia em Proença-a-Nova
- Centro de Ciência Viva da Floresta, Moitas
- Cruzeiro em Proença-a-Nova
- Igreja Matriz de Proença-a-Nova
- Miradouro geomorfológico das Corgas Mais informação, Geoparque Naturtejo
- Moinhos de água
- Ponte Filipina do Malhadal
- Praia Fluvial de Aldeia Ruiva
- Praia Fluvial do Malhadal
- Zona piscatória
São Pedro do Esteval
- Ponte romana sobre a ribeira da Pracana em S. Pedro do Esteval
- Moinhos de água
- Zona piscatória - Ribeira da Pracana e da Freixada
Sobreira Formosa
- Ulmeiro em Sobreira Formosa
- Praia Fluvial da Fróia
- Aldeias típicas em xisto: Figueira (Rede das Aldeias do Xisto), Pedreira, Oliveiras e Cunqueiros
- Centro de Artes e Ofícios em Sobreira Formosa
- Portas de Almourão Mais informação, Geoparque Naturtejo
Ligações externas
- Câmara Municipal de Proença-a-Nova
- Centro de Ciência Viva da Floresta
- Pousada das Amoras
- Centro de Paraquedismo,Moitas
- Proença-a-Nova no Facebook
Ver
Predefinição:Concelhos da Beira Interior
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