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Antas (Penedono): mudanças entre as edições

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'''Antas''' é uma [[freguesia]] [[Portugal|portuguesa]] do concelho de [[Penedono]], com 16,21 km² de área e 184 habitantes (2011). Densidade: 11,4 hab/km².
'''Antas''' Também designada Antas de Penedono. Pertenceu ao antigo concelho de Penedono, extinto por Decreto de 7 de Setembro de 1895, passando a fazer parte, desde essa data, do concelho da Meda, sendo novamente anexada ao de Penedono por Decreto de 31 de Janeiro de 1898, que restaurou este concelho. A freguesia de Antas foi extinta em 2013 por força da Lei n.º 11-A/2013 integrando a partir desse momento, a União das Freguesias de Antas e Ourozinho. Era reitoria da apresentação da Universidade de Coimbra, no termo da vila de Penedono. Diocese de Lamego.
Os primeiros vestígios datam de há cerca 5000 anos, quando pequenas comunidades semi-nómadas exploravam esta região.  Pastores por excelência, caçavam, pescavam, recolhiam vegetais selvagens, assim como praticavam uma agricultura muito rudimentar como forma de subsistência. As constantes deslocações, associadas à prática da transumância, obrigavam à utilização de pequenas estruturas de abrigo, ou mesmo abrigos naturais. Assim, verifica-se que os vestígios mais antigos recuam ao Período Neolítico, encontrando-se achados dispersos por todo o concelho, identificando-se, porém, uma concentração de monumentos megalíticos na zona de Antas, indiciando, talvez, a localização das primeiras comunidades desta região.
 
A aldeia de Antas é aquela que se encontra mais a sul no concelho de Penedono. Encontra-se no limite sul do concelho, no sopé da serra de Serigo, e no extremo leste do distrito, confinando com o vizinho distrito da Guarda. O seu nome tem um claro sentido arqueológico. As antas são monumentos megalíticos tumulares coletivos. O nome deriva do Bretão dol = mesa e men = pedra. São formados pela mamoa, pela câmara e por um corredor. É na Andaluzia e no Sul de Portugal que, no entender dos arqueólogos, se situa o centro de onde irradiou a chamada cultura dolménica ou megalítica. Daí, irradiou para o resto da Península, como se pode ver pelo caso de Penedono.
 
No entender de Aquilino Ribeiro, no seu livro “Arcas Encoiradas” o nome de Antas deve-se à quantidade de oiteiros que guardam o seu território…Seja qual for a real origem do topónimo, a verdade é que Antas terá sido povoado castrejo, embora nenhum castro tenha sido encontrado. No entanto, foi descoberto na área onde hoje se situa a freguesia um outro monumento megalítico, um menir do período Neocalcolítico, denominado Menir de Vale de Maria Pais. Trata-se de um monólito granítico de grandes dimensões, encostado a afloramentos, totalmente afeiçoado e decorado. Essa decoração parece representar um motivo solar. Tem quase três metros de altura e cerca de um metro de diâmetro. Originalmente, a sua altura seria de cerca de seis metros, ou seja, está hoje reduzido a metade. A Anta ou Dólmen da Lameira de Cima, do período Neolítico, parece ter sido responsável pelo nome da freguesia. Faria parte de uma vasta necrópole megalítica, constituída por várias sepulturas antropomórficas e pelo menos dois monumentos funerários, os únicos que restam. Estão à distância de dez metros um do outro e têm corredor e mamoa relativamente bem conservados. Poderiam estar ligados, de alguma forma, à grande Necrópole da Senhora do Monte, em Penela da Beira. Devem datar do IV milénio a. C..
 
Dada a grande quantidade de vestígios arqueológicos existentes, tudo indica que terá sido este, o local que as primeiras comunidades escolheram para se fixarem, antes de começarem a povoar esta região.
 
Os primeiros documentos escritos relativos a Antas datam do século X. No ano de 960, a famosa Dona Chama, ou Flâmula Rodrigues, sobrinha da não menos célebre D. Mumadona Rodrigues, doou este povoado ao Mosteiro de Guimarães. Era então uma grande proprietária em Antas. A instituição paroquial de Antas remonta ao século XI, durante o reinado de D. Fernando Magno. Foi a época da Reconquista contra os Muçulmanos e do povoamento e organização do território reconquistado. Em termos de património edificado, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de S. Miguel, situada em frente ao cemitério. Tem sineira adossada do lado direito da fachada, que termina em empena. A Capela de Nossa Senhora da Lameira é um pequeno templo com alpendre situado num largo rodeado de casas de um único piso. Da história da freguesia, faz parte a Ponte Pedrinha. De origem romana, está atualmente submersa pela Barragem.
 
Área: 1621 ha
População: 182 habitantes
 
Evolução da população:
Em 1527, foi elaborado por ordem de D. João III, o Cadastro da População do Reino, onde consta que na vila de Penedono e envolvente existiam 486 moradores ou fogos (equivalentes a cerca de 1500), apresentando-se Antas como o lugar mais povoado (130 moradores – praticamente um terço da população total), seguindo-se Castainço (85), a Beselga (82) e a Prova (78). A Vila contava apenas com 73 habitantes, apresentando-se em penúltimo, e finalmente, Alcarva com 48.
 
Evolução da população entre 1940 e 2011:
1940=660; 1950=789; 1960=721; 1970=429; 1981=429; 1991=298; 2001=239; 2011=184.
Entre 1940 e 1950, verificou-se uma evolução positiva da população, atingindo o seu máximo em 1950 com 789 habitantes residentes.
No concelho de Penedono, entre 1960 e 2011, foi a freguesia que mais sofreu com o êxodo rural passando de 721 habitantes para 184.
 
Património Paisagístico: Barragem da Ponte Pedrinha; Serra do Sirigo; Castanheiro da Guerra, provavelmente o de maior perímetro do mundo (15,20m a 1m do solo); Outeiro do Sino.
 
Serra do Sirigo, um dos pontos mais altos do concelho, onde se observam diferentes tipos de paisagem; da EM 652 e do caminho para a quinta do Vale do Outeiro para o concelho da Meda; e do marco geodésico de Lanteiros para as manchas de soutos, carvalhais e matos que estão presentes nesta paisagem.
 
EN229-1, entre Antas e o concelho de Trancoso, com um traçado reto, onde são variados os alinhamentos arbóreos de bétulas, de cedros, de pinheiros e de carvalhos, estando a envolvente ocupada por terrenos agrícolas e onde existem afloramentos rochosos e matos.
 
Estrada entre Antas e Ourozinho na qual, não só se enquadram muros de pedra seca que delimitam os antigos soutos, como também se alcança a Barragem da Ponte Pedrinha, envolvida por matos e manchas de carvalhos e castanheiros.
 
Festas e Romarias: Festa em honra de Nª. Sra. da Cabeça (Romaria) no dia 25 de Março (variando conforme o fim de semana); Festa em honra de Nª. Sra. da Aflição no 2º domingo de Agosto (fim de semana - sexta, sábado e domingo); Festa convívio do povo em honra de S. Miguel.
 
Gastronomia: Fumeiro com os seus derivados; Filhós; Papas de Sarrabulho; Migas de cavalo cansado; Caldo de leite com abóbora.
 
Locais de lazer: Jardim da Praça.
 
Espaços lúdicos: Poli desportivo; Parque Infantil; Espaço internet no edifício sede da Junta.
 
Lenda: Lenda da Fraga da Moira
 
Turismo de habitação/rural: Casa dos Avós Belchior.
 
Orago: São Miguel
 
Principais atividades económicas: Agricultura com destaque para a produção de maçã, castanha e batata; Comércio; Oficina de mecânica e Oficina de bate-chapas; Construção Civil.
 
Colctividades: Associação Recreativa Cultural de Antas.
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==Monumentos==
==Monumentos==


Nesta freguesia podem ver-se os seguintes monumentos:[[Necrópole da Lameira de Cima]], [[Ponte Pedrinha]], [[Menir do Vale de Maria Pais]], [[Sepulturas da Faceira]], [[Sepulturas e Lagareta do Queixo]], [[Capela Nª Sª Lameira]], [[Igreja Matriz]] e [[Capelas Nª Sª dos Carvalhais/da Cabeça]]
Património cultural edificado: Igreja Matriz; Capela de Na. Sra. da Cabeça; Capela da Na. Sra. da Lameira; Capela de S. Silvestre; Capela do Mártir S. Sebastião; Catorze cruzeiros da Via Sacra; Pelourinho no Largo da Lameira; Fonte dos Namorados; Duas fontes de mergulho; Escola primária (desactivada e transformada em Espaço Memória e Centro de Convívio); Edifício sede da Junta; Edifício da Associação Recreativa e Cultural de Antas; Torre do Relógio; Ponte Pedrinha românica submersa pela barragem; Forno comunitário; Duas lagaretas; diversos vestígios judaicos, nomeadamente no Arrabalde e Vales.
 
Arquitetura Religiosa:
Igreja Matriz de São Miguel: esta Igreja do século XVIII, é composta por dois corpos principais, que correspondem à nave e à capela-mor, aos quais se junta a sacristia. O imóvel foi alvo de várias intervenções, sendo difícil de datá-lo. No corpo da nave encontram-se dois altares, onde se destacam as imagens de São Miguel e de Santo António.
Capela da Senhora dos Carvalhais: do século XVII/XVIII, situada a Sul das Antas, na quinta dos carvalhais.
Capela da Nossa Senhora da Lameira: Capela do século XVII/XVIII, que foi recuperada recentemente.
Capela de Santa Luzia: Provavelmente construída no século XVII/XVIII. No interior apresenta um altar saliente com talha pintada, encontrando o Menino Jesus (século XVIII) no camarim e São Sebastião (século XVII) ao lado do Evangelho. Foi alvo de bastantes alterações que decorreram de intervenções recentes.
Capela de São Silvestre: também conhecida por São Bartolomeu, esta capela setecentista, apresenta frontarias de duas águas com pináculos, possuindo um portal de volta perfeita de cinco aduelas. No camarim interior, é possível encontrar São Silvestre, São Bartolomeu (século XVII) e N. Sr.ª de Fátima. A capela insere-se num núcleo de casario típico, tendo sofrido obras recentemente.
 
Arquitetura Civil Pública:
Ponte Pedrinha: ponte romana/medieval, dista cerca de 3 km de Antas e2 km de Ourozinho. Possui 21 aduelas contadas a partir da água e não da imposta, sendo que o vão mede 3m. O tabuleiro é formado por grandes lages, cuja largura máxima é de 3,6m, estreitando na extremidade até 2,8m. Possivelmente trata-se de uma ponte romana, reconstruída na Idade Média. Seria por esta ponte que passava a calçada de Antas/Ourozinho que faz ligação com a estrada romana da Quinta do Vale do Outeiro.
Atualmente encontra-se submersa devido à construção da Barragem de Ponte Pedrinha.
Torre do relógio: de planta quadrada em que a caixa das escadas é iluminada através de uma fresta, apresenta um relógio e integra uma sineta.
 
Património arqueológico:
I. Lagariça/Lagareta dos Barrocais – Lagariça – Idade Média: Lagariça escavada na rocha, constituída por um pio e dois suportes de traves.
II. Fiateira – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, inacabada, de forma retangular, localizada à beira de um caminho.
III. Laje do Queixo – Lagariça/Lagareta – Idade Média: Monumento muito danificado pela passagem do caminho, constituída por um tanque escavado na rocha e uma pia por onde escorria o vinho ou o azeite.
IV. Laje do Queixo 1 – Sepultura – Alta Idade Média (séc. VII/VIII):Sepultura escavada na rocha, apresentando uma forma ovoide.
V. Laje do Queixo 2 – Sepultura – Alta Idade Média (séc. VII/VIII):Sepultura escavada na rocha granítica, apresentando uma forma retangular e encontra-se perpendicular à anterior.
VI. Quatro caminhos 1 – Sepultura – Idade Média (séc. XVII/XVIII):Sepultura escavada na rocha, escavada na rocha, sub-retangular.
VII. Quatro caminhos 2 – Sepultura – Idade Média (séc. XVII/XVIII):Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, com maior largura de ombros.
VIII. Quatro caminhos 3 – Sepultura – Idade Média (séc. XVII/XVIII): Sepultura escavada na rocha, entulhada e retangular, apresentando-se mais larga nos ombros.
IX. Quatro caminhos 4 – Sepultura – Idade Média (séc. XVII/XVIII): Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, praticamente perpendicular à sepultura 3.
X. Quinta dos Carvalhais – Estação romana : Esta estação romana é um dos pontos onde se verificam vestígios da época romana. Foram encontrados vestígios cerâmicos e pétreos.
XI. Quinta dos Carvalhais – Lagariça – Idade Média: Situada a cerca de 250m NO das casas da Quinta dos Carvalhais num afloramento granítico, ergue-se uma lagariça pouco perfeita. O vinho ou azeite escorria por um canal, depois de as uvas terem sido esmagadas num pequeno “tanque”, seguindo posteriormente para um pequeno pio na base do afloramento.
XII. Quinta dos Carvalhais 1 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, oval, encontra-se fraturada nos pés.
XIII. Quinta dos Carvalhais 2 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, retangular, afunilando na zona dos pés.
XIV. Quinta dos Carvalhais 3 e 4 – Sepultura – Idade Média: Sepulturas escavadas na rocha, não antropomórficas, encontram-se paralelas distando cerca de 20cm uma da outra. Estão dentro de um casebre (cortelho), cobertas de excrementos animais.
XV. Quinta dos Carvalhais 5 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular.
XVI. Quinta dos Carvalhais 6 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, retangular, encontrando-se inacabada.
XVII. Quinta dos Carvalhais 7 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, encontrando-se inacabada.
XVIII. Sarcófago das Antas – Sarcófago – Idade Média: Sarcófago em granito, não antropomórfico, simples de forma sub-retangular.
XIX. Vale de Maria Pais – Menir – Neocalcolítico: Monólito granítico de grandes dimensões, encostado a afloramentos também graníticos. O menir está totalmente afeiçoado e decorado, sendo de salientar a representação de um eventual motivo solar. Possui 2,98m de altura conservada e 1m de diâmetro, com secção quase oval. A disposição dos motivos faz supor que originalmente medisse cerca de 5 a 6m de altura.
XX. Vale de Maria Pais 1 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, tendo o bloco granítico sido talhado de maneira a representar um sarcófago – sepultura antropomórfica oval, com demarcação em altura da cabeceira, apresentando um apoio para a colocação da tampa.
XXI. Vale de Maria Pais 2 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, apresenta um rebordo para escoamento de águas.
XXII. Vale de Maria Pais 3 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, antropomórfica, com ombros arredondados e a cabeça em forma de ferradura. Apresenta suporte para a tampa na altura da cabeceira e uma demarcação da posição das pernas (característica bastante rara).
XXIII. Vale de Maria Pais 4 – Sepultura – Idade Média: Paralela à sepultura 3, de forma oval, encontra-se partida.
XXIV. Vale de Maria Pais 5 – Sepultura – Idade Média: Fragmento de outeiro com parte de uma sepultura escavada na rocha (pés).
XXV. Vale de Maria Pais 6 – Sepultura – Alta Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, apresenta vestígios de rebordo para escoamento de águas.
XXVI. Vale de Maria Pais 7 – Sepultura – Alta Idade Média: Sepultura escavada na rocha, oval, fragmentada.
XXVII. Vale de Maria Pais 8 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, fraturada na altura dos pés, afunila no sentido
cabeceira-pés.
XXVIII. Vale de Maria Pais 9 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, afunilando ligeiramente para os pés.
XXIX. Vale de Maria Pais 10 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, retangular.
XXX. Vale de Maria Pais 11 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, encontrando-se junto desta dois fragmentos de tampa, um deles ainda sobreposto na sepultura.
XXXI. Vale de Maria Pais 12 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, totalmente entulhada e fragmentada.
XXXII. Vale de Maria Pais 13 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, retangular, encontrando-se entulhada.
XXXIII. Vale de Maria Pais 14 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, ovalada, assemelha-se a um sarcófago, encontrando-se fraturada na zona dos pés.
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Edição das 14h52min de 12 de dezembro de 2014

Portugal Portugal Antas 
  Freguesia  
Localização
[[File:Predefinição:Mapa de localização/Portugal Continental|290px|Antas está localizado em: Predefinição:Mapa de localização/Portugal Continental]]
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<div style="font-size: 90%; line-height: 110%; position: relative; top: -1.5em; width: 6em; Erro de expressão: Operador < inesperado.">Antas
Localização de Antas em Portugal
Coordenadas 40° 56' 33" N 7° 23' 20" O
Região Predefinição:Info/Freguesia de Portugal/Região
Município Predefinição:Info/Freguesia de Portugal/Concelho
Administração
Tipo Junta de freguesia
Características geográficas
Área total 16,21 km²
População total (2011) 184 hab.
Densidade 11,4 hab./km²

Antas Também designada Antas de Penedono. Pertenceu ao antigo concelho de Penedono, extinto por Decreto de 7 de Setembro de 1895, passando a fazer parte, desde essa data, do concelho da Meda, sendo novamente anexada ao de Penedono por Decreto de 31 de Janeiro de 1898, que restaurou este concelho. A freguesia de Antas foi extinta em 2013 por força da Lei n.º 11-A/2013 integrando a partir desse momento, a União das Freguesias de Antas e Ourozinho. Era reitoria da apresentação da Universidade de Coimbra, no termo da vila de Penedono. Diocese de Lamego. Os primeiros vestígios datam de há cerca 5000 anos, quando pequenas comunidades semi-nómadas exploravam esta região. Pastores por excelência, caçavam, pescavam, recolhiam vegetais selvagens, assim como praticavam uma agricultura muito rudimentar como forma de subsistência. As constantes deslocações, associadas à prática da transumância, obrigavam à utilização de pequenas estruturas de abrigo, ou mesmo abrigos naturais. Assim, verifica-se que os vestígios mais antigos recuam ao Período Neolítico, encontrando-se achados dispersos por todo o concelho, identificando-se, porém, uma concentração de monumentos megalíticos na zona de Antas, indiciando, talvez, a localização das primeiras comunidades desta região.

A aldeia de Antas é aquela que se encontra mais a sul no concelho de Penedono. Encontra-se no limite sul do concelho, no sopé da serra de Serigo, e no extremo leste do distrito, confinando com o vizinho distrito da Guarda. O seu nome tem um claro sentido arqueológico. As antas são monumentos megalíticos tumulares coletivos. O nome deriva do Bretão dol = mesa e men = pedra. São formados pela mamoa, pela câmara e por um corredor. É na Andaluzia e no Sul de Portugal que, no entender dos arqueólogos, se situa o centro de onde irradiou a chamada cultura dolménica ou megalítica. Daí, irradiou para o resto da Península, como se pode ver pelo caso de Penedono.

No entender de Aquilino Ribeiro, no seu livro “Arcas Encoiradas” o nome de Antas deve-se à quantidade de oiteiros que guardam o seu território…Seja qual for a real origem do topónimo, a verdade é que Antas terá sido povoado castrejo, embora nenhum castro tenha sido encontrado. No entanto, foi descoberto na área onde hoje se situa a freguesia um outro monumento megalítico, um menir do período Neocalcolítico, denominado Menir de Vale de Maria Pais. Trata-se de um monólito granítico de grandes dimensões, encostado a afloramentos, totalmente afeiçoado e decorado. Essa decoração parece representar um motivo solar. Tem quase três metros de altura e cerca de um metro de diâmetro. Originalmente, a sua altura seria de cerca de seis metros, ou seja, está hoje reduzido a metade. A Anta ou Dólmen da Lameira de Cima, do período Neolítico, parece ter sido responsável pelo nome da freguesia. Faria parte de uma vasta necrópole megalítica, constituída por várias sepulturas antropomórficas e pelo menos dois monumentos funerários, os únicos que restam. Estão à distância de dez metros um do outro e têm corredor e mamoa relativamente bem conservados. Poderiam estar ligados, de alguma forma, à grande Necrópole da Senhora do Monte, em Penela da Beira. Devem datar do IV milénio a. C..

Dada a grande quantidade de vestígios arqueológicos existentes, tudo indica que terá sido este, o local que as primeiras comunidades escolheram para se fixarem, antes de começarem a povoar esta região.

Os primeiros documentos escritos relativos a Antas datam do século X. No ano de 960, a famosa Dona Chama, ou Flâmula Rodrigues, sobrinha da não menos célebre D. Mumadona Rodrigues, doou este povoado ao Mosteiro de Guimarães. Era então uma grande proprietária em Antas. A instituição paroquial de Antas remonta ao século XI, durante o reinado de D. Fernando Magno. Foi a época da Reconquista contra os Muçulmanos e do povoamento e organização do território reconquistado. Em termos de património edificado, uma primeira palavra para a Igreja Paroquial de S. Miguel, situada em frente ao cemitério. Tem sineira adossada do lado direito da fachada, que termina em empena. A Capela de Nossa Senhora da Lameira é um pequeno templo com alpendre situado num largo rodeado de casas de um único piso. Da história da freguesia, faz parte a Ponte Pedrinha. De origem romana, está atualmente submersa pela Barragem.

Área: 1621 ha População: 182 habitantes

Evolução da população: Em 1527, foi elaborado por ordem de D. João III, o Cadastro da População do Reino, onde consta que na vila de Penedono e envolvente existiam 486 moradores ou fogos (equivalentes a cerca de 1500), apresentando-se Antas como o lugar mais povoado (130 moradores – praticamente um terço da população total), seguindo-se Castainço (85), a Beselga (82) e a Prova (78). A Vila contava apenas com 73 habitantes, apresentando-se em penúltimo, e finalmente, Alcarva com 48.

Evolução da população entre 1940 e 2011: 1940=660; 1950=789; 1960=721; 1970=429; 1981=429; 1991=298; 2001=239; 2011=184. Entre 1940 e 1950, verificou-se uma evolução positiva da população, atingindo o seu máximo em 1950 com 789 habitantes residentes. No concelho de Penedono, entre 1960 e 2011, foi a freguesia que mais sofreu com o êxodo rural passando de 721 habitantes para 184.

Património Paisagístico: Barragem da Ponte Pedrinha; Serra do Sirigo; Castanheiro da Guerra, provavelmente o de maior perímetro do mundo (15,20m a 1m do solo); Outeiro do Sino.

Serra do Sirigo, um dos pontos mais altos do concelho, onde se observam diferentes tipos de paisagem; da EM 652 e do caminho para a quinta do Vale do Outeiro para o concelho da Meda; e do marco geodésico de Lanteiros para as manchas de soutos, carvalhais e matos que estão presentes nesta paisagem.

EN229-1, entre Antas e o concelho de Trancoso, com um traçado reto, onde são variados os alinhamentos arbóreos de bétulas, de cedros, de pinheiros e de carvalhos, estando a envolvente ocupada por terrenos agrícolas e onde existem afloramentos rochosos e matos.

Estrada entre Antas e Ourozinho na qual, não só se enquadram muros de pedra seca que delimitam os antigos soutos, como também se alcança a Barragem da Ponte Pedrinha, envolvida por matos e manchas de carvalhos e castanheiros.

Festas e Romarias: Festa em honra de Nª. Sra. da Cabeça (Romaria) no dia 25 de Março (variando conforme o fim de semana); Festa em honra de Nª. Sra. da Aflição no 2º domingo de Agosto (fim de semana - sexta, sábado e domingo); Festa convívio do povo em honra de S. Miguel.

Gastronomia: Fumeiro com os seus derivados; Filhós; Papas de Sarrabulho; Migas de cavalo cansado; Caldo de leite com abóbora.

Locais de lazer: Jardim da Praça.

Espaços lúdicos: Poli desportivo; Parque Infantil; Espaço internet no edifício sede da Junta.

Lenda: Lenda da Fraga da Moira

Turismo de habitação/rural: Casa dos Avós Belchior.

Orago: São Miguel

Principais atividades económicas: Agricultura com destaque para a produção de maçã, castanha e batata; Comércio; Oficina de mecânica e Oficina de bate-chapas; Construção Civil.

Colctividades: Associação Recreativa Cultural de Antas. .

Monumentos

Património cultural edificado: Igreja Matriz; Capela de Na. Sra. da Cabeça; Capela da Na. Sra. da Lameira; Capela de S. Silvestre; Capela do Mártir S. Sebastião; Catorze cruzeiros da Via Sacra; Pelourinho no Largo da Lameira; Fonte dos Namorados; Duas fontes de mergulho; Escola primária (desactivada e transformada em Espaço Memória e Centro de Convívio); Edifício sede da Junta; Edifício da Associação Recreativa e Cultural de Antas; Torre do Relógio; Ponte Pedrinha românica submersa pela barragem; Forno comunitário; Duas lagaretas; diversos vestígios judaicos, nomeadamente no Arrabalde e Vales.

Arquitetura Religiosa: Igreja Matriz de São Miguel: esta Igreja do século XVIII, é composta por dois corpos principais, que correspondem à nave e à capela-mor, aos quais se junta a sacristia. O imóvel foi alvo de várias intervenções, sendo difícil de datá-lo. No corpo da nave encontram-se dois altares, onde se destacam as imagens de São Miguel e de Santo António. Capela da Senhora dos Carvalhais: do século XVII/XVIII, situada a Sul das Antas, na quinta dos carvalhais. Capela da Nossa Senhora da Lameira: Capela do século XVII/XVIII, que foi recuperada recentemente. Capela de Santa Luzia: Provavelmente construída no século XVII/XVIII. No interior apresenta um altar saliente com talha pintada, encontrando o Menino Jesus (século XVIII) no camarim e São Sebastião (século XVII) ao lado do Evangelho. Foi alvo de bastantes alterações que decorreram de intervenções recentes. Capela de São Silvestre: também conhecida por São Bartolomeu, esta capela setecentista, apresenta frontarias de duas águas com pináculos, possuindo um portal de volta perfeita de cinco aduelas. No camarim interior, é possível encontrar São Silvestre, São Bartolomeu (século XVII) e N. Sr.ª de Fátima. A capela insere-se num núcleo de casario típico, tendo sofrido obras recentemente.

Arquitetura Civil Pública: Ponte Pedrinha: ponte romana/medieval, dista cerca de 3 km de Antas e2 km de Ourozinho. Possui 21 aduelas contadas a partir da água e não da imposta, sendo que o vão mede 3m. O tabuleiro é formado por grandes lages, cuja largura máxima é de 3,6m, estreitando na extremidade até 2,8m. Possivelmente trata-se de uma ponte romana, reconstruída na Idade Média. Seria por esta ponte que passava a calçada de Antas/Ourozinho que faz ligação com a estrada romana da Quinta do Vale do Outeiro. Atualmente encontra-se submersa devido à construção da Barragem de Ponte Pedrinha. Torre do relógio: de planta quadrada em que a caixa das escadas é iluminada através de uma fresta, apresenta um relógio e integra uma sineta.

Património arqueológico: I. Lagariça/Lagareta dos Barrocais – Lagariça – Idade Média: Lagariça escavada na rocha, constituída por um pio e dois suportes de traves. II. Fiateira – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, inacabada, de forma retangular, localizada à beira de um caminho. III. Laje do Queixo – Lagariça/Lagareta – Idade Média: Monumento muito danificado pela passagem do caminho, constituída por um tanque escavado na rocha e uma pia por onde escorria o vinho ou o azeite. IV. Laje do Queixo 1 – Sepultura – Alta Idade Média (séc. VII/VIII):Sepultura escavada na rocha, apresentando uma forma ovoide. V. Laje do Queixo 2 – Sepultura – Alta Idade Média (séc. VII/VIII):Sepultura escavada na rocha granítica, apresentando uma forma retangular e encontra-se perpendicular à anterior. VI. Quatro caminhos 1 – Sepultura – Idade Média (séc. XVII/XVIII):Sepultura escavada na rocha, escavada na rocha, sub-retangular. VII. Quatro caminhos 2 – Sepultura – Idade Média (séc. XVII/XVIII):Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, com maior largura de ombros. VIII. Quatro caminhos 3 – Sepultura – Idade Média (séc. XVII/XVIII): Sepultura escavada na rocha, entulhada e retangular, apresentando-se mais larga nos ombros. IX. Quatro caminhos 4 – Sepultura – Idade Média (séc. XVII/XVIII): Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, praticamente perpendicular à sepultura 3. X. Quinta dos Carvalhais – Estação romana : Esta estação romana é um dos pontos onde se verificam vestígios da época romana. Foram encontrados vestígios cerâmicos e pétreos. XI. Quinta dos Carvalhais – Lagariça – Idade Média: Situada a cerca de 250m NO das casas da Quinta dos Carvalhais num afloramento granítico, ergue-se uma lagariça pouco perfeita. O vinho ou azeite escorria por um canal, depois de as uvas terem sido esmagadas num pequeno “tanque”, seguindo posteriormente para um pequeno pio na base do afloramento. XII. Quinta dos Carvalhais 1 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, oval, encontra-se fraturada nos pés. XIII. Quinta dos Carvalhais 2 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, retangular, afunilando na zona dos pés. XIV. Quinta dos Carvalhais 3 e 4 – Sepultura – Idade Média: Sepulturas escavadas na rocha, não antropomórficas, encontram-se paralelas distando cerca de 20cm uma da outra. Estão dentro de um casebre (cortelho), cobertas de excrementos animais. XV. Quinta dos Carvalhais 5 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular. XVI. Quinta dos Carvalhais 6 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, retangular, encontrando-se inacabada. XVII. Quinta dos Carvalhais 7 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, encontrando-se inacabada. XVIII. Sarcófago das Antas – Sarcófago – Idade Média: Sarcófago em granito, não antropomórfico, simples de forma sub-retangular. XIX. Vale de Maria Pais – Menir – Neocalcolítico: Monólito granítico de grandes dimensões, encostado a afloramentos também graníticos. O menir está totalmente afeiçoado e decorado, sendo de salientar a representação de um eventual motivo solar. Possui 2,98m de altura conservada e 1m de diâmetro, com secção quase oval. A disposição dos motivos faz supor que originalmente medisse cerca de 5 a 6m de altura. XX. Vale de Maria Pais 1 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, tendo o bloco granítico sido talhado de maneira a representar um sarcófago – sepultura antropomórfica oval, com demarcação em altura da cabeceira, apresentando um apoio para a colocação da tampa. XXI. Vale de Maria Pais 2 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, apresenta um rebordo para escoamento de águas. XXII. Vale de Maria Pais 3 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, antropomórfica, com ombros arredondados e a cabeça em forma de ferradura. Apresenta suporte para a tampa na altura da cabeceira e uma demarcação da posição das pernas (característica bastante rara). XXIII. Vale de Maria Pais 4 – Sepultura – Idade Média: Paralela à sepultura 3, de forma oval, encontra-se partida. XXIV. Vale de Maria Pais 5 – Sepultura – Idade Média: Fragmento de outeiro com parte de uma sepultura escavada na rocha (pés). XXV. Vale de Maria Pais 6 – Sepultura – Alta Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, apresenta vestígios de rebordo para escoamento de águas. XXVI. Vale de Maria Pais 7 – Sepultura – Alta Idade Média: Sepultura escavada na rocha, oval, fragmentada. XXVII. Vale de Maria Pais 8 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, fraturada na altura dos pés, afunila no sentido cabeceira-pés. XXVIII. Vale de Maria Pais 9 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, afunilando ligeiramente para os pés. XXIX. Vale de Maria Pais 10 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, retangular. XXX. Vale de Maria Pais 11 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, sub-retangular, encontrando-se junto desta dois fragmentos de tampa, um deles ainda sobreposto na sepultura. XXXI. Vale de Maria Pais 12 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, totalmente entulhada e fragmentada. XXXII. Vale de Maria Pais 13 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, retangular, encontrando-se entulhada. XXXIII. Vale de Maria Pais 14 – Sepultura – Idade Média: Sepultura escavada na rocha, ovalada, assemelha-se a um sarcófago, encontrando-se fraturada na zona dos pés.

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