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Edição das 02h30min de 26 de abril de 2018

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Detalhe da pintura de Andrea de Bonaiuto O Triunfo de Santo Tomás (1366-1377), com a imagem sentada em repouso e pensativa de Averróis, apoiado possivelmente em algum livro de Aristóteles
Nascimento 1126[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Córdova
Morte 1198 (72 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Marraquexe
Nacionalidade Alandalus
Ocupação filósofo, médico e polímata
Religião islamismo

Abu al-Walid Muhammad ibn Ahmad ibn Muhammad ibn Rushd, em árabe أبو الوليد محمد بن احمد بن محمد بن احمد بن احمد بن رشد (Córdova, 1126Marraquexe, 1198), foi um filósofo, médico e polímata muçulmano andalusino conhecido pelo nome de Averróis, distorção latina do antropônimo árabe.

Biografia

Membro de uma família de juristas, estudou medicina e filosofia. Foi um dos maiores conhecedores e comentaristas de Aristóteles. Antes do livro "Aristote au mont Saint-Michel" [1], de Sylvan Gouguenheim, entendia-se que Aristóteles fora redescoberto na Europa graças aos árabes e aos comentários de Averróis. Ele também se ocupou de áreas como astronomia e direito canônico muçulmano.

A sua filosofia era um misto de aristotelismo com algumas nuances platônicas. A influência aristotélica revela-se na sua ideia da existência do mundo de modo independente de Deus (ambos são coeternos) e de que também não existe providência divina. Já o seu platonismo aparece em na sua concepção de que a inteligência, fora dos seres, existe como unidade impessoal.

No âmbito religioso, a sua interpretação do Corão propõe que há verdades óbvias para o povo, místicas para o teólogo e científicas para o filósofo e estas podem estar em desacordo umas com as outras. Havendo o conflito, os textos devem ser interpretados alegoricamente. É daí que decorre a ideia que lhe é atribuída de que existem duas verdades, onde uma proposição pode ser teologicamente falsa e filosoficamente verdadeira e vice-versa.

Averróis em detalhe da pintura A Escola de Atenas (1509), de Rafael

Dentre das suas várias obras, uma das mais célebres é a intitulada Destruição da destruição (em árabe Tahafut al-tahafut), também conhecida como Incoerência da incoerência, onde defende o neoplatonismo e o aristotelismo dos ataques de outro filósofo árabe: al-Ghazali, também conhecido como Algazali.

O seu pensamento provocou sérias discussões entre os cristãos latinos da Universidade de Paris. Como resultado, muitos aderiram à concepção de uma filosofia pura e independente da teologia cristã e formaram um grupo chamado de averroistas latinos.

Os averroístas aceitam, com Aristóteles, a concepção de Deus como motor imóvel que move eternamente um mundo eternamente existente não feito nem conhecido por ele. Esta tese da eternidade do mundo choca-se com as concepções cristãs. Postulam que a alma individual do homem é perecível e corruptível; isto é, não é imortal. Finalmente, os averroistas defendem a teoria da dupla verdade: a teológica ou da fé e a filosófica ou da razão. Portanto, é verdade, de acordo com a fé, que a alma é imortal e o mundo é criado; mas também é verdade, de acordo com a razão, que a alma é corruptível e o mundo é eterno. Daqui, se retirou, nos séculos XVIII e XIX, a defesa de uma total autonomia da razão perante a fé, que se opõe à tese agostiniana de que a verdade é única. As teses averroistas mais radicais foram condenadas pela Igreja Católica. Tomás de Aquino, tendo sido um seguidor de Averróis, opôs-se no entanto ao seu naturalismo exclusivamente racional. Ernest Renan, o célebre autor francês da Vida de Jesus, onde se nega toda e qualquer intervenção do sobrenatural, iniciou a sua carreira acadêmica escrevendo sobre Averróis e o Averroismo.

Pela qualidade e pela amplitude da sua atividade como comentarista de Aristóteles, é conhecido como "o Comentador". Escreveu diversas obras polêmicas e médicas, mas foram os seus Comentários que exerceram uma influência decisiva no Ocidente para a adoção do aristotelismo. Escreveu também um importante tratado médico (Generalidades).

Averróis teve o favor e a proteção da vários sultões até que foi desterrado, para Marrocos onde faleceu pouco depois, por al-Mansur que considerou as opiniões do filósofo desrespeitosas e em desacordo com o Corão, sendo antes julgado em Córdova, onde foi passeado pelas ruas e cuspido na cara pela população, e os seus bens arrestados.

Obras principais

Colliget
  • Tahafut al-tahafut (تهافت التهافت, A incoerência do incoerente)
  • Kitab fasl al-maqal (Sobre a harmonia entre Religião e Filosofia)
  • Bidayat al-Mujtahid (Distinguido jurista)
  • Os Comentários ao Corpus aristotelicum, que compreendem:
    • Comentários menores (Yawami) à Isagoge de Porfirio, ao Organon, a Retórica, Poética, Física, De Coelo et Mundo, De generatione et corruptione, Meteorológicos, De Anima, Metafísica, De partibus animalium, De generatione animalium e a Parva Naturalia, de Aristóteles.
    • Comentários médios (Taljisat) à Isagoge de Porfirio, ao Organon, à Retórica, Poética, Física, De Coelo et Mundo, De generatione et corruptione, Meteorológicos, De Anima, Metafísica e Ética nicomaquea, de Aristóteles.
    • Comentários maiores (Tafasir) aos Segundos Analíticos, a Física, De Coelo et Mundo, de Anima e Metafísica, de Aristóteles.

Ver também

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Ligações externas

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  1. Gouguenheim, Sylvain (6 de março de 2008). Aristote au mont Saint-Michel : Les racines grecques de l'Europe chrétienne. [S.l.]: Seuil. ISBN 9782020965415 

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