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Em [[1844]], Comte conhece [[Clotilde de Vaux]], | Em [[1844]], Comte conhece [[Clotilde de Vaux]], irmã de um de seus discípulos, e apaixona-se perdidamente por ela. Promete transformá-la em nova [[Beatriz]], a musa de [[Dante Alighieri|Dante]]. Um ano depois, Clotilde de Vaux morre, e Comte torna-se inspirador de uma nova [[religião]], publicando entre [[1851]] e [[1854]] a "Política Positiva ou Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade", apresentado em versão destinada aos proletários e às mulheres - então excluídas da vida pública -, em [[1852]], em "O Catecismo Positivista ou Exposição Sumária da Religião Universal". Em [[1856]] inicia a publicação da última parte de sua obra madura, continuação do "Sistema de Política", com aplicações práticas: é a "Síntese Subjetiva". | ||
Comte | Comte morreu em [[1857]], após viver seus últimos anos cercado de amigos, admiradores e discípulos, tendo inclusive ad-rogado sua criada, Sofia Thomas Bliaux. | ||
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Segundo o marquês de Condorcet, a | Segundo o marquês de Condorcet, a humanidade avança de uma época bárbara e mística para outra civilizada e esclarecida, em melhoramentos contínuos e, em princípio, infindáveis - sendo essa marcha o que explicaria a marcha da história. | ||
A partir da percepção do progresso humano, Comte formulou a ''Lei dos Três Estados''. Observando a evolução das concepções intelectuais da [[humanidade]], Comte percebeu que esta evolução passa por três estados teóricos diferentes: o estado 'teológico' ou 'fictício', o estado 'metafísico' ou 'abstrato' e o estado 'científico' ou 'positivo', em que: | |||
* No primeiro, os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, ou seja, as idéias baseadas no sobrenatural são usadas como ciência. Ainda nesta fase, a sociedade se encontra em uma estrutura militar fundamentada na propriedade e na exploração do solo. | * No primeiro, os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, ou seja, as idéias baseadas no sobrenatural são usadas como ciência. Ainda nesta fase, a sociedade se encontra em uma estrutura militar fundamentada na propriedade e na exploração do solo. | ||
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* Curso de Filosofia Positiva, 6 vols | * Curso de Filosofia Positiva, 6 vols. (1830-1842) | ||
* Sistema de Política Positiva, 4 vols | * Sistema de Política Positiva, 4 vols. (1851-1854) | ||
* Discurso sobre o Espírito positivo | * Discurso sobre o Espírito positivo (1844) | ||
* Catecismo Positivista, ( | * Catecismo Positivista (1852) | ||
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*[[http://membres.lycos.fr/clotilde/]] | |||
*[[http://www.augustecomte.org/]] | |||
*[[http://www.igrejapositivistabrasil.org.br/]] | |||
*[http://www.antroposmoderno.com/biografias/Comte.html Biografia] | *[http://www.antroposmoderno.com/biografias/Comte.html Biografia] | ||
Edição das 18h17min de 14 de fevereiro de 2006
Isidore Auguste Marie François Xavier Comte (Montpellier, 19 de Janeiro de 1798 — Paris, 5 de Setembro de 1857), foi um filósofo francês, considerado por alguns como o pai da Sociologia.
Em 1814, com dezesseis anos de idade, Comte ingressou na Escola Politécnica de Paris (fechada dois anos depois por acusação de jacobinismo). Embora Comte tenha ficado na escola politécnica por apenas dois anos, lá recebeu influências de cientistas, como o físico Sadi Carnot (1796-1832), o matemático Lagrange (1736-1813) e o astrônomo Pierre Simon Laplace (1749-1827).
Em 1817, Comte se havia tornado secretário do Conde de Saint-Simon (1760-1825), o qual foi sua maior influência. Porém, em 1824, Comte separou-se de Saint-Simon, acusando-o de ter publicado um escrito seu, intitulado "Planos de Trabalho Científico Necessários à Reorganização da Sociedade".
Nesse mesmo ano, Comte casou-se com Caroline Massin. Dois anos depois, iniciou o "Curso de Filosofia Positiva", publicado só em 1830. O curso, porém, foi interrompido em sua terceira aula devido a uma crise de depressão melancólica sofrida por Comte.
A partir daí, Comte passa por uma difícil fase de sua vida: tenta o suicídio, separa-se de Caroline Massin, sofre várias tentativas nulas de obter a cátedra, perde seu posto de examinador de admissão na Escola Politécnica e começa a ser sustentado por amigos.
Em 1844, Comte conhece Clotilde de Vaux, irmã de um de seus discípulos, e apaixona-se perdidamente por ela. Promete transformá-la em nova Beatriz, a musa de Dante. Um ano depois, Clotilde de Vaux morre, e Comte torna-se inspirador de uma nova religião, publicando entre 1851 e 1854 a "Política Positiva ou Tratado de Sociologia Instituindo a Religião da Humanidade", apresentado em versão destinada aos proletários e às mulheres - então excluídas da vida pública -, em 1852, em "O Catecismo Positivista ou Exposição Sumária da Religião Universal". Em 1856 inicia a publicação da última parte de sua obra madura, continuação do "Sistema de Política", com aplicações práticas: é a "Síntese Subjetiva".
Comte morreu em 1857, após viver seus últimos anos cercado de amigos, admiradores e discípulos, tendo inclusive ad-rogado sua criada, Sofia Thomas Bliaux.
Filosofia Positiva
A Filosofia Positiva de Comte nega que a explicação dos fenômenos naturais, assim como sociais, provenha de um só princípio. A visão positiva dos fatos abandona a consideração das causas dos fenômenos (Deus ou natureza) e torna-se pesquisa de suas leis, vistas como relações constantes entre fenômenos observáveis.
Tendo por método dois critérios, o histórico e o sistemático, outras ciências antes da sociologia, segundo Comte, haviam atingido a positividade: a Matemática, Astronomia, a Física, a Química e a Biologia. Assim como nestas ciências, em sua nova ciência chamada de física social e posteriormente Sociologia, Comte usaria da observação, da experimentação, da comparação, da classificação e da filiação histórica como método para a obtenção dos dados reais. Em sua visão, os fenômenos sociais, assim como na Física, obedeceriam a "leis gerais".
Pode-se dizer que o conhecimento positivo tem como fundamento "ver para prever". A previsão científica caracteriza o pensamento positivo. O espírito positivo, segundo Comte, tem a Ciência como investigação do real. No social e no político, o espírito positivo passaria o poder espiritual para o controle dos cientistas.
A Lei dos Três Estados
O alicerce fundamental da obra comtiana é, indiscutivelmente, a "Lei dos Três Estados", tendo como precursores nessa idéia seminal os pensadores Condorcet e, antes dele, Turgot.
Segundo o marquês de Condorcet, a humanidade avança de uma época bárbara e mística para outra civilizada e esclarecida, em melhoramentos contínuos e, em princípio, infindáveis - sendo essa marcha o que explicaria a marcha da história.
A partir da percepção do progresso humano, Comte formulou a Lei dos Três Estados. Observando a evolução das concepções intelectuais da humanidade, Comte percebeu que esta evolução passa por três estados teóricos diferentes: o estado 'teológico' ou 'fictício', o estado 'metafísico' ou 'abstrato' e o estado 'científico' ou 'positivo', em que:
- No primeiro, os fatos observados são explicados pelo sobrenatural, ou seja, as idéias baseadas no sobrenatural são usadas como ciência. Ainda nesta fase, a sociedade se encontra em uma estrutura militar fundamentada na propriedade e na exploração do solo.
- No segundo, já se encontram as idéias naturais, mas ainda há a presença do sobrenatural na ciências. A indústria já se expandiu mas não totalmente, a sociedade já não é francamente militar. Pode-se dizer que este estado serve apenas de intermediário entre o primeiro e o terceiro.
- No terceiro, ocorre o apogeu do que os dois anteriores prepararam progressivamente. Neste, os fatos são explicados segundo leis gerais de ordem inteiramente positiva. A indústria torna-se prepoderante, tendo como atividade única e permanente a produção.
Principais Obras
- Curso de Filosofia Positiva, 6 vols. (1830-1842)
- Sistema de Política Positiva, 4 vols. (1851-1854)
- Discurso sobre o Espírito positivo (1844)
- Catecismo Positivista (1852)
- Síntese Subjetiva (1856)
- Correspondência, 8 vols. (1816-1857)
Ver também
- Jules Ferry - Um discípulo. Grande reformador da educação nacional franc
Ligações externas
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