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António de Sommer Champalimaud: mudanças entre as edições

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'''António Sommer Champalimaud''' ([[19 de Março]] de [[1918]] - [[8 de Maio]] de [[2004]]) foi um empresário português, com muita influência no Brasil, citado muitas vezes como o homem mais rico em Portugal, sendo mesmo alcunhado de "[[Rockfeller]]" ou "Velha Raposa". Visto como exemplo de um [[capitalismo]] descarado por parte dos políticos de esquerda, que apontam o dedo às relações amistosas que manteve com governos ditatoriais (tanto no [[Brasil]] como em Portugal), tinha presença assídua nos "tops" das fortunas mundiais, como, por exemplo, nas listas apresentadas regularmente pela revista [[Forbes]], que, em 2004, o posicionava na 153ª posição, entre os mais ricos do mundo.  
'''António Sommer Champalimaud''' ([[19 de Março]] de [[1918]] - [[8 de Maio]] de [[2004]]) foi um empresário português, com muita influência no Brasil, citado muitas vezes como o homem mais rico em Portugal, sendo mesmo alcunhado de "[[Rockfeller]]" ou "Velha Raposa". Visto como exemplo de um [[capitalismo]] descarado por parte dos políticos de esquerda, que apontam o dedo às relações amistosas que manteve com governos ditatoriais (tanto no [[Brasil]] como em Portugal), tinha presença assídua nos "tops" das fortunas mundiais, como, por exemplo, nas listas apresentadas regularmente pela revista [[Forbes]], que, em 2004, o posicionava na 153ª posição, entre os mais ricos do mundo. Possuidor de uma inteligência notável e vocacionada para os negócios, é considerado o maior industrial de toda a história portuguesa, os seus maiores negócios foram nos bancos privados.


Estudou na [[Faculdade de Ciências de Lisboa]] (onde cursou Ciências físico-químicas), que abandonou aos 19 anos de idade para começar a sua vida empresarial. Com vinte e quatro anos de idade, tomava posse da administração da Empresa de [[Cimento]]s de Leiria. Nos anos seguintes foi expandindo a sua influência na indústria cimenteira, ultrapassando as fronteiras da metrópole portuguesa (onde controlava também a "Cimentos Tejo" (detentora, na altura, do maior forno de cimento do mundo, que começou a funcionar em [[1960]]) e a "Companhia de Carvões e Cimentos do Cabo Mondego") até [[Angola]] (onde fundou a "Companhia de Cimentos de Angola" e mandou construir a "Fábrica do [[Lobito]]", em [[1952]] - ano em que aderiu ao grupo [[CUF]]) e [[Moçambique]] (onde comprou a "Fábrica de Cimentos Portland de Moçambique", sediada na [[Matola]]; fundou a "Fábrica de Nova Maceira", no [[Dondo]], em [[1951]], bem como a "Fábrica de Nacala", em [[1963]]).
Estudou na [[Faculdade de Ciências de Lisboa]] (onde cursou Ciências físico-químicas), que abandonou aos 19 anos de idade para começar a sua vida empresarial. Com vinte e quatro anos de idade, tomava posse da administração da Empresa de [[Cimento]]s de Leiria. Nos anos seguintes foi expandindo a sua influência na indústria cimenteira, ultrapassando as fronteiras da metrópole portuguesa (onde controlava também a "Cimentos Tejo" (detentora, na altura, do maior forno de cimento do mundo, que começou a funcionar em [[1960]]) e a "Companhia de Carvões e Cimentos do Cabo Mondego") até [[Angola]] (onde fundou a "Companhia de Cimentos de Angola" e mandou construir a "Fábrica do [[Lobito]]", em [[1952]] - ano em que aderiu ao grupo [[CUF]]) e [[Moçambique]] (onde comprou a "Fábrica de Cimentos Portland de Moçambique", sediada na [[Matola]]; fundou a "Fábrica de Nova Maceira", no [[Dondo]], em [[1951]], bem como a "Fábrica de Nacala", em [[1963]]).
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Em 1941, casou com [[Maria Cristina de Mello]], de quem teve sete filhos: António, Maria Luísa, Maria Cristina, Manuel, José, João e Luís.
Em 1941, casou com [[Maria Cristina de Mello]], de quem teve sete filhos: António, Maria Luísa, Maria Cristina, Manuel, José, João e Luís.


Entretanto, ia expandindo os seus negócios para outras áreas, como na banca (comprou o Banco Pinto & Sotto Mayor em [[1960]]).  
Entretanto, ia expandindo os seus negócios para outras áreas, como na banca comprou o Banco Pinto & Sotto Mayor em [[1960]], e durante o regime salazarista, Champalimaud tentou, por três vezes, comprar o Banco Português do Atlântico ([[BPA]]), mas não teve sucesso.
Em [[1969]] é obrigado a exilar-se no México, devido a um processo judicial movido contra si (o "[[Caso Sommer]]"). Foi absolvido em [[1973]].
Os seus negócios também se estendiam a outras áreas. Ampliou o seu império com a compra da [[Siderurgia Nacional]], a [[Ferrominas]] e a [[Cometna]]. Começou a investir no sector da celulose e tornou-se accionista das seguradoras "[[Confiança]]" e "[[A Mundial]]". A [[Companhia Industrial Portugal e Colónias]], [[Portugália]] e [[Hotel Penta]] são outras das empresas onde Champalimaud passou a deter importantes participações.
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Em [[1969]] é obrigado a exilar-se no [[México]], devido a um processo judicial movido contra si (o "[[Caso Sommer]]"). Foi absolvido em [[1973]].


Após a revolução de [[25 de Abril]] de [[1974]], as suas empresas são nacionalizadas durante o governo de [[Vasco Gonçalves]]. Muda-se para o Brasil, privado da sua fortuna mas com um nome que já era conhecido e respeitado na área empresarial. Recomeçou aí a sua carreira, em [[1976]], também no negócio das cimenteiras (investindo também na agropecuária).  
Após a revolução de [[25 de Abril]] de [[1974]], as suas empresas são nacionalizadas durante o governo de [[Vasco Gonçalves]]. Muda-se para o Brasil, privado da sua fortuna mas com um nome que já era conhecido e respeitado na área empresarial, consegue reerguer o seu património, através da exploração agrícola, criação de gado e produção de cimento. Em poucos anos passou a dominar a produção cimenteira, incluindo a das ex-colónias africanas.  


Em [[1992]] volta a [[Portugal]] onde o património do estado, que tinha sido nacionalizado em 1974, voltava a ser privatizado. Compra as empresas que tinham sido suas. Em [[1999]], vendia o Banco Totta & Acores e o Crédito Predial Português ao Banco Santander Central Hispano (do qual passou a possuir 4% das acções).
Em [[1992]] volta a [[Portugal]] onde o património do estado, que tinha sido nacionalizado em 1974, voltava a ser privatizado. Compra as empresas que tinham sido suas. Em [[1999]], vendia o Banco Totta & Acores e o Crédito Predial Português ao Banco Santander Central Hispano (do qual passou a possuir 4% das acções).


António Canpalimaud morreu a 8 de Maio de 2004, em Lisboa, com 86 anos, vítima de doença prolongada.
No seu testamento, lega 500 milhões de euros para a criação, em Portugal, de uma Fundação destinada à investigação na área da Medicina. A [[Fundação Champalimaud]] foi, entretanto, formalmente criada, sendo presidida por [[Leonor Beleza]].
No seu testamento, lega 500 milhões de euros para a criação, em Portugal, de uma Fundação destinada à investigação na área da Medicina. A [[Fundação Champalimaud]] foi, entretanto, formalmente criada, sendo presidida por [[Leonor Beleza]].



Edição das 02h03min de 19 de março de 2006

António Sommer Champalimaud (19 de Março de 1918 - 8 de Maio de 2004) foi um empresário português, com muita influência no Brasil, citado muitas vezes como o homem mais rico em Portugal, sendo mesmo alcunhado de "Rockfeller" ou "Velha Raposa". Visto como exemplo de um capitalismo descarado por parte dos políticos de esquerda, que apontam o dedo às relações amistosas que manteve com governos ditatoriais (tanto no Brasil como em Portugal), tinha presença assídua nos "tops" das fortunas mundiais, como, por exemplo, nas listas apresentadas regularmente pela revista Forbes, que, em 2004, o posicionava na 153ª posição, entre os mais ricos do mundo. Possuidor de uma inteligência notável e vocacionada para os negócios, é considerado o maior industrial de toda a história portuguesa, os seus maiores negócios foram nos bancos privados.

Estudou na Faculdade de Ciências de Lisboa (onde cursou Ciências físico-químicas), que abandonou aos 19 anos de idade para começar a sua vida empresarial. Com vinte e quatro anos de idade, tomava posse da administração da Empresa de Cimentos de Leiria. Nos anos seguintes foi expandindo a sua influência na indústria cimenteira, ultrapassando as fronteiras da metrópole portuguesa (onde controlava também a "Cimentos Tejo" (detentora, na altura, do maior forno de cimento do mundo, que começou a funcionar em 1960) e a "Companhia de Carvões e Cimentos do Cabo Mondego") até Angola (onde fundou a "Companhia de Cimentos de Angola" e mandou construir a "Fábrica do Lobito", em 1952 - ano em que aderiu ao grupo CUF) e Moçambique (onde comprou a "Fábrica de Cimentos Portland de Moçambique", sediada na Matola; fundou a "Fábrica de Nova Maceira", no Dondo, em 1951, bem como a "Fábrica de Nacala", em 1963).

Em 1941, casou com Maria Cristina de Mello, de quem teve sete filhos: António, Maria Luísa, Maria Cristina, Manuel, José, João e Luís.

Entretanto, ia expandindo os seus negócios para outras áreas, como na banca comprou o Banco Pinto & Sotto Mayor em 1960, e durante o regime salazarista, Champalimaud tentou, por três vezes, comprar o Banco Português do Atlântico (BPA), mas não teve sucesso. Os seus negócios também se estendiam a outras áreas. Ampliou o seu império com a compra da Siderurgia Nacional, a Ferrominas e a Cometna. Começou a investir no sector da celulose e tornou-se accionista das seguradoras "Confiança" e "A Mundial". A Companhia Industrial Portugal e Colónias, Portugália e Hotel Penta são outras das empresas onde Champalimaud passou a deter importantes participações. . Em 1969 é obrigado a exilar-se no México, devido a um processo judicial movido contra si (o "Caso Sommer"). Foi absolvido em 1973.

Após a revolução de 25 de Abril de 1974, as suas empresas são nacionalizadas durante o governo de Vasco Gonçalves. Muda-se para o Brasil, privado da sua fortuna mas com um nome que já era conhecido e respeitado na área empresarial, consegue reerguer o seu património, através da exploração agrícola, criação de gado e produção de cimento. Em poucos anos passou a dominar a produção cimenteira, incluindo a das ex-colónias africanas.

Em 1992 volta a Portugal onde o património do estado, que tinha sido nacionalizado em 1974, voltava a ser privatizado. Compra as empresas que tinham sido suas. Em 1999, vendia o Banco Totta & Acores e o Crédito Predial Português ao Banco Santander Central Hispano (do qual passou a possuir 4% das acções).

António Canpalimaud morreu a 8 de Maio de 2004, em Lisboa, com 86 anos, vítima de doença prolongada. No seu testamento, lega 500 milhões de euros para a criação, em Portugal, de uma Fundação destinada à investigação na área da Medicina. A Fundação Champalimaud foi, entretanto, formalmente criada, sendo presidida por Leonor Beleza.

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