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Positivismo: mudanças entre as edições

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O '''positivismo''' foi uma corrente [[filosofia|filosófica]] cujo iniciador principal foi Augusto [[Comte]] ([[1798]]-[[1857]]). Surgiu como desenvolvimento filosófico da filosofia das luzes (o [[Iluminismo]]), a que se associou a afirmação das ciências experimentais. Propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente teologia ou metafísica.
O '''positivismo''' foi uma corrente [[filosofia|filosófica]] cujo iniciador principal foi Augusto [[Comte]] ([[1798]]-[[1857]]). Surgiu como desenvolvimento filosófico da filosofia das luzes (o [[Iluminismo]]), a que se associou a afirmação das ciências experimentais. Propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente teologia ou metafísica.
Uma forma mais recente do positivismo foi aquela proposta pelo [[Círculo de Viena]].


O antropólogo estrutural Edmund [[Leach]] descreveu o positivismo em 1966 na aula Henry Myers da seguinte forma:
O antropólogo estrutural Edmund [[Leach]] descreveu o positivismo em 1966 na aula Henry Myers da seguinte forma:
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Todavia, é importante notar que a palavra "Positivismo" não é unívoca, pois inúmeras correntes de outras disciplinas assumem o nome de "positivistas" sem guardarem nenhuma relação com a obra de Comte. Exemplo paradigmático disso é o [[Positivismo Jurídico]], do austríaco Hans [[Kelsen]] e do italiano Norberto [[Bobbio]].
Todavia, é importante notar que a palavra "Positivismo" não é unívoca, pois inúmeras correntes de outras disciplinas assumem o nome de "positivistas" sem guardarem nenhuma relação com a obra de Comte. Exemplo paradigmático disso é o [[Positivismo Jurídico]], do austríaco Hans [[Kelsen]] e do italiano Norberto [[Bobbio]].
O Positivismo fez grande sucesso na segunda metade do século XIX, mas, a partir da ação de grupos contrários (marxistas, comunistas, fascistas, reacionários, católicos, místicos), perdeu influência no século XX. Todavia, desde fins do século XX ele tem sido redescoberto e revalorizado como uma forma de perceber o homem e o mundo, a ciência e as relações sociais.




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Ao elaborar sua filosofia positiva, Comte classificou as ciências que já haviam alcançado a positividade: a [[Matemática]], a [[Astronomia]], a [[Física]], a [[Química]], a [[Biologia]] e a [[Sociologia]] (esta última estava sendo formulada por Comte). Mais tarde, o pensador acrescentou a [[Moral]]. Esta série não representava todo conhecimento humano, mas apenas as ciências abstratas.
Ao elaborar sua filosofia positiva, Comte classificou as ciências que já haviam alcançado a positividade: a [[Matemática]], a [[Astronomia]], a [[Física]], a [[Química]], a [[Biologia]] e a [[Sociologia]] (esta última estava sendo formulada por Comte). Mais tarde, o pensador acrescentou a [[Moral]]. Esta série não representava todo conhecimento humano, mas apenas as ciências abstratas.


A doutrina de Comte, baseada na lei dos três estados ou etapas do desenvolvimento intelectual da humanidade, compreende que no primeiro estágio a humanidade é regida por ficções da [[teologia]]; no segundo estágio, da [[metafísica]], a humanidade já faz uso da ciência, mas não se libertou totalmente das abstrações personificadas encontradas no primeiro - portanto, o segundo estágio serve apenas de intermediário entre o primeiro e o último. (Exemplos de "abstrações personificadas": a "natureza", como algo dotado de consciência, vontade e sentimentos; o "[[capital]]", na concepção marxista). Essas duas fases buscam o absoluto e as razões últimas das coisas. Finalmente, no terceiro estágio, o positivo, a [[ciência]] já está totalmente consiente de si e, baseada no relativismo intrínseco à ciência, não se pretende apenas achar as causas dos fenómenos, mas descobrir as leis que os regem.
A doutrina de Comte, baseada na lei dos três estados ou etapas do desenvolvimento das concepções intelectuais da humanidade, compreende que no primeiro estágio a humanidade é regida por ficções da [[teologia]]; no segundo estágio, da [[metafísica]], a humanidade já faz uso da ciência, mas não se libertou totalmente das abstrações personificadas encontradas no primeiro - portanto, o segundo estágio serve apenas de intermediário entre o primeiro e o último. (Exemplos de "abstrações personificadas": a "natureza", como algo dotado de consciência, vontade e sentimentos; o "[[capital]]", na concepção marxista). Essas duas fases buscam o absoluto e as razões últimas das coisas. Finalmente, no terceiro estágio, o positivo, a [[ciência]] já está totalmente consiente de si e, baseada no relativismo intrínseco à ciência, não se pretende apenas achar as causas dos fenómenos, mas descobrir as leis que os regem.


==O Positivismo no Brasil==
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O positivismo teve influência fundamental nos eventos que levaram à Proclamação da [[República no Brasil]], destacando-se o Coronel [[Benjamin Constant|Benjamim Constant]].
O positivismo teve influência fundamental nos eventos que levaram à Proclamação da [[República no Brasil]], destacando-se o Coronel [[Benjamin Constant|Benjamim Constant]].


A conformação atual da [[bandeira do Brasil]] é um reflexo dessa influência na política nacional, onde se lê o lema positivista '''Ordem e progresso''' (surgido da expressão ''Amor por base, ordem por princípio e progresso por fim'').
A conformação atual da [[bandeira do Brasil]] é um reflexo dessa influência na política nacional. Elaborada por Raimundo [[Teixeira Mendes]] ([[1855]]-[[1927]]), ela procura indicar ao mesmo tempo a continuidade social do Brasil (o retângulo verde e o rombo amarelo) e a mudança (ou seja, o avanço) de regime político que então se operava no país (a esfera armilar).
Na bandeira, além disso, -se a máxima política positivista '''Ordem e Progresso''', surgida a partir da divisa ''O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim''.


== Ver também ==
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*[[Empirismo]]
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*[[Ernest Gellner]]
*[[Ernest Gellner]]
*[[Auguste Comte]]
*Auguste [[Comte]]


== Páginas externas ==
== Páginas externas ==

Edição das 20h48min de 14 de fevereiro de 2006

O positivismo foi uma corrente filosófica cujo iniciador principal foi Augusto Comte (1798-1857). Surgiu como desenvolvimento filosófico da filosofia das luzes (o Iluminismo), a que se associou a afirmação das ciências experimentais. Propõe à existência humana valores completamente humanos, afastando radicalmente teologia ou metafísica.

O antropólogo estrutural Edmund Leach descreveu o positivismo em 1966 na aula Henry Myers da seguinte forma:

"Positivismo é visão de que o inquérito científico sério não deveria procurar causas últimas que derivem de alguma fonte externa mas sim confinar-se ao estudo de relações existentes entre factos que são directamente acessíveis pela observação."

Todavia, é importante notar que a palavra "Positivismo" não é unívoca, pois inúmeras correntes de outras disciplinas assumem o nome de "positivistas" sem guardarem nenhuma relação com a obra de Comte. Exemplo paradigmático disso é o Positivismo Jurídico, do austríaco Hans Kelsen e do italiano Norberto Bobbio.

O Positivismo fez grande sucesso na segunda metade do século XIX, mas, a partir da ação de grupos contrários (marxistas, comunistas, fascistas, reacionários, católicos, místicos), perdeu influência no século XX. Todavia, desde fins do século XX ele tem sido redescoberto e revalorizado como uma forma de perceber o homem e o mundo, a ciência e as relações sociais.


Teoria de Augusto Comte

Augusto Comte considera o Positivismo como a fase final da evolução da maneira como as idéias humanas são percebidas.

O Positivismo tem por base teórica a observação, ou seja, toda especulação acrítica, toda metafísica e toda teologia devem ser descartadas.

Ao elaborar sua filosofia positiva, Comte classificou as ciências que já haviam alcançado a positividade: a Matemática, a Astronomia, a Física, a Química, a Biologia e a Sociologia (esta última estava sendo formulada por Comte). Mais tarde, o pensador acrescentou a Moral. Esta série não representava todo conhecimento humano, mas apenas as ciências abstratas.

A doutrina de Comte, baseada na lei dos três estados ou etapas do desenvolvimento das concepções intelectuais da humanidade, compreende que no primeiro estágio a humanidade é regida por ficções da teologia; no segundo estágio, da metafísica, a humanidade já faz uso da ciência, mas não se libertou totalmente das abstrações personificadas encontradas no primeiro - portanto, o segundo estágio serve apenas de intermediário entre o primeiro e o último. (Exemplos de "abstrações personificadas": a "natureza", como algo dotado de consciência, vontade e sentimentos; o "capital", na concepção marxista). Essas duas fases buscam o absoluto e as razões últimas das coisas. Finalmente, no terceiro estágio, o positivo, a ciência já está totalmente consiente de si e, baseada no relativismo intrínseco à ciência, não se pretende apenas achar as causas dos fenómenos, mas descobrir as leis que os regem.

O Positivismo no Brasil

O positivismo teve influência fundamental nos eventos que levaram à Proclamação da República no Brasil, destacando-se o Coronel Benjamim Constant.

A conformação atual da bandeira do Brasil é um reflexo dessa influência na política nacional. Elaborada por Raimundo Teixeira Mendes (1855-1927), ela procura indicar ao mesmo tempo a continuidade social do Brasil (o retângulo verde e o rombo amarelo) e a mudança (ou seja, o avanço) de regime político que então se operava no país (a esfera armilar). Na bandeira, além disso, lê-se a máxima política positivista Ordem e Progresso, surgida a partir da divisa O Amor por princípio e a Ordem por base; o Progresso por fim.

Ver também

Páginas externas

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