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Pasárgada: mudanças entre as edições

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Na [[Literatura brasileira|literatura brasileira]], [[Manuel Bandeira]] (1886-1968), consagrou o nome '''Pasárgada''' como um lugar ideal, quase imaginário.
Na [[Literatura brasileira|literatura brasileira]], [[Manuel Bandeira]] (1886-1968), consagrou o nome '''Pasárgada''' como um lugar ideal, quase imaginário.


Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada
Vou-me embora pra Pasárgada
 
Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive
   
   
E como farei ginástica
Vou-me embora pra Pasárgada
Andarei de bicicleta
Aqui eu não sou feliz
Montarei em burro brabo
Lá a existência é uma aventura
Subirei no pau-de-sebo
De tal modo inconseqüente
Tomarei banhos de mar!
Que Joana a Louca de Espanha
E quando estiver cansado
Rainha e falsa demente
Deito na beira do rio
Vem a ser contraparente
Mando chamar a mãe-d'água
Da nora que nunca tive
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
 
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
   
   
E quando eu estiver mais triste
E como farei ginástica
Mas triste de não ter jeito
Andarei de bicicleta
Quando de noite me der
Montarei em burro brabo
Vontade de me matar
Subirei no pau-de-sebo
- Lá sou amigo do rei —
Tomarei banhos de mar!
Terei a mulher que eu quero
E quando estiver cansado
Na cama que escolherei
Deito na beira do rio
Vou-me embora pra Pasárgada.
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada
Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar
E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.





Edição das 04h04min de 16 de outubro de 2005

Pasárgada era uma cidade da antiga Pérsia e é atualmente um sítio arqueológico na província de Fars, no Irã, situado 87 km a nordeste de Persépolis. Foi a primeira capital da Pérsia Aqueménida, no tempo de Ciro II da Pérsia, e coexistiu com as demais, dado que era costume persa manter várias capitais em simultâneo, em função da vastidão do seu império: Persépolis, Ecbátana, Susa ou Sardes. A construção de Pasárgada foi iniciada por Ciro II, e foi mantida inacabada devido à morte de Ciro em batalha. Pasárgada manteve-se como capital até que Dario iniciou a mudança para Persépolis. O nome moderno vem do grego, mas pode ter derivado de um outro usado no período aquemênida, Pasragada. O sítio arqueológico cobre uma área de 1,6 quilômetros quadrados, e contém uma estrutura que acredita-se ser o mausoléu de Ciro, o forte de Tall-e Takht em uma colina próxima e as ruínas de um palácio real e jardins. Os jardins mostram o exemplo mais antigo dos chahar bagh persas, ou jardins quádruplos. O monumento mais importante de Pasárgada é indubitavelmente a tumba de Ciro, o Grande. Possui sete passagens largas levando à sepultura, que mede 534m em comprimento e 531m de largura e possui uma entrada estreita e baixa. Apesar de não haver evidências fortes identificando a tumba como a de Ciro, os historiadores gregos dizem que Alexandre, o Grande da Macedônia acreditava que era. Alexandre passou por Pasárgada em suas campanhas contra Dario III em 330 a.C.. Arriano, historiados doo primeiro século da era Cristã, afirma que Alexandre ordenou que Aristobulus, um de seus guerreiros, entrasse no monumento. Do lado de dentro, ele encontrou uma cama dourada, uma mesa arrumada com copos, um caixão dourado, algunsd ornamentos enfeitados com pedras preciosas e uma inscrição na tumba. Nenhum traço de qualquer inscrição sobreviveu até os tempos modernos, e há considerável discordância quanto às palavras do texto. Estrabão disse que está escrito:

Forasteiro, sou Ciro, que deu aos Persas um Império, e fui Rei da Ásia
Não tenha rancor de mim por causa desse monumento

Uma outra variação, documentada em Pérsia: O Reino Imorta, é:

Ó forasteiro, qem quer que sejas, de onde quer que venhas, porque sei que virás, sou Ciro, que fundou o Império dos Persas
Não tenha rancor de mim por causa dessa pequena terra que cobre meu corpo.

Durante a conquista islâmica do Irã, as forças árabes foram até a tumba planejando destruí-la, considerando-a estar em violação direta aos princípios do Islã. Os guardas da tumba convenceram o comando árabe que a tumba não fora construída para horar Ciro, mas que abrigava a mãe do rei Salomão, o que evitou sua destruição. Como resultado, a inscrição da tumba foi substituída por um verso do Qur'an, e a tumba ficou conhecida como "Qabr-e Madar-e Sulaiman", ou a tumba da mãe de Salomão. Ainda é conhecida por esse nome atualmente. Pasárgada é hoje um Patrimônio Mundial da Unesco.


Literatura brasileira

Na literatura brasileira, Manuel Bandeira (1886-1968), consagrou o nome Pasárgada como um lugar ideal, quase imaginário.

Vou-me embora pra Pasárgada
Lá sou amigo do rei
Lá tenho a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada

Vou-me embora pra Pasárgada
Aqui eu não sou feliz
Lá a existência é uma aventura
De tal modo inconseqüente
Que Joana a Louca de Espanha
Rainha e falsa demente
Vem a ser contraparente
Da nora que nunca tive

E como farei ginástica
Andarei de bicicleta
Montarei em burro brabo
Subirei no pau-de-sebo
Tomarei banhos de mar!
E quando estiver cansado
Deito na beira do rio
Mando chamar a mãe-d'água
Pra me contar as histórias
Que no tempo de eu menino
Rosa vinha me contar
Vou-me embora pra Pasárgada

Em Pasárgada tem tudo
É outra civilização
Tem um processo seguro
De impedir a concepção
Tem telefone automático
Tem alcalóide à vontade
Tem prostitutas bonitas
Para a gente namorar

E quando eu estiver mais triste
Mas triste de não ter jeito
Quando de noite me der
Vontade de me matar
- Lá sou amigo do rei —
Terei a mulher que eu quero
Na cama que escolherei
Vou-me embora pra Pasárgada.
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