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Sobre o núcleo urbano, refere Gaspar Frutoso: | Sobre o primitivo núcleo urbano, refere Gaspar Frutoso: | ||
:"''Tem esta Vila do Porto três ruas compridas, que correm direitas a esta ermida de Nossa Senhora da Conceição e ao porto, as quais começam do adro da igreja principal. A rua do meio, muito larga e formosa e de boa casaria, faz um cotovelo, pelo qual se não vê do adro da igreja principal a ermida da Conceição que sobre o porto está, o que foi inadvertência dos primeiros edificadores, porque vendo dali a dita ermida ficava a rua com muito mais frescura. As outras duas ruas não são tão povoadas por se entremeterem nelas paredes de muitas hortas e quintais e | :"''Tem esta Vila do Porto três ruas compridas, que correm direitas a esta [[Ermida de Nossa Senhora da Conceição (Vila do Porto)|ermida de Nossa Senhora da Conceição]] e ao porto, as quais começam do adro da igreja principal. A rua do meio, muito larga e formosa e de boa casaria, faz um cotovelo, pelo qual se não vê do adro da igreja principal a ermida da Conceição que sobre o porto está, o que foi inadvertência dos primeiros edificadores, porque vendo dali a dita ermida ficava a rua com muito mais frescura. As outras duas ruas não são tão povoadas por se entremeterem nelas paredes de muitas hortas e quintais e cerrados; divididas estas três ruas com outras azinhagas e travessas. (...).''"<ref>Gaspar Frutuoso, ''[[Saudades da Terra]] (Livro III)'', p. 47.</ref> | ||
Apesar de não haver conhecido actividade sísmica desde o povoamento, foi sempre marcada pelo isolamento e inacessibilidade que lhe limitavam o poder defensivo diante de ataques de [[corsário]]s e [[piratas da Barbária]]. Desse modo, já em [[1480]], de uma nau [[reino de Castela|Castelhana]], desembarcaram cerca de quarenta homens, armados de [[arcabuz]]es, no porto da Vila. Foram rechaçados por um grupo de moradores, sob o comando do 2.º [[capitão do donatário]], [[João Soares de Albergaria]], com tiros de pedreiro, na altura do Calhau da Roupa, afirmando-se que João Soares foi capturado e levado a ferros para Castela.<ref>FIGUEIREDO, 1990:67, 74.</ref> Mais tarde, a vila seria atacada por corsários franceses ([[1553]] e [[1576]]), ingleses ([[1589]]), e piratas da Barbária ([[1616]] e [[1675]]). | Apesar de não haver conhecido actividade sísmica desde o povoamento, foi sempre marcada pelo isolamento e inacessibilidade que lhe limitavam o poder defensivo diante de ataques de [[corsário]]s e [[piratas da Barbária]]. Desse modo, já em [[1480]], de uma nau [[reino de Castela|Castelhana]], desembarcaram cerca de quarenta homens, armados de [[arcabuz]]es, no porto da Vila. Foram rechaçados por um grupo de moradores, sob o comando do 2.º [[capitão do donatário]], [[João Soares de Albergaria]], com tiros de pedreiro, na altura do Calhau da Roupa, afirmando-se que João Soares foi capturado e levado a ferros para Castela.<ref>FIGUEIREDO, 1990:67, 74.</ref> Mais tarde, a vila seria atacada por corsários franceses ([[1553]] e [[1576]]), ingleses ([[1589]]), e piratas da Barbária ([[1616]] e [[1675]]). |
Edição das 12h26min de 1 de dezembro de 2010
Predefinição:DadosMunicípioRegiãoAutónoma
Vila do Porto é uma vila na freguesia portuguesa de Vila do Porto, na Ilha de Santa Maria, nos Açores.
Sede do concelho de mesmo nome, é a mais antiga vila açoriana e tem, atualmente, cerca de 3 000 habitantes.
Implantada sobre uma lomba, fronteira ao mar e entre duas ribeiras (a Grande, hoje chamada de São Francisco, e a do Sancho), urbanísticamente está dividida em duas partes:
- abaixo da Igreja Matriz, onde se mantém o traçado primitivo das ruas de cariz medieval;
- acima da Igreja Matriz, de ocupação mais recente, ao longo de uma rua comprida e larga, terminando na altura da Igreja de Santo Antão.
História
Frei Gonçalo Velho Cabral, fidalgo da Casa do Infante D. Henrique e Comendador da Ordem de Cristo, chegou à ilha em 1432. Santa Maria foi a sede da primeira Capitania das ilhas dos Açores, inicialmente abrangendo a própria ilha de Santa Maria e a de São Miguel. O seu povoamento iniciou-se em 1439, após o desembarque das gentes na praia dos Lobos, no atual lugar dos Anjos.
O povoado do Porto terá sido fundado em 1450, por Fernão de Quental e João da Castanheira, em posição dominante numa lomba soalheira da costa Sul, frente a ampla enseada, entre duas ribeiras - a Ribeira Grande, a Sudoeste, e a Ribeira do Sancho, a Noroeste -, que lhe asseguravam tanto a defesa quanto o abastecimento de água. A Vila do Porto, nasceu com o primeiro foral dos Açores, cerca de 1470. Genes Corvelo trouxe os papeis referentes à Câmara Municipal e à Igreja Matriz.
Sobre o primitivo núcleo urbano, refere Gaspar Frutoso:
- "Tem esta Vila do Porto três ruas compridas, que correm direitas a esta ermida de Nossa Senhora da Conceição e ao porto, as quais começam do adro da igreja principal. A rua do meio, muito larga e formosa e de boa casaria, faz um cotovelo, pelo qual se não vê do adro da igreja principal a ermida da Conceição que sobre o porto está, o que foi inadvertência dos primeiros edificadores, porque vendo dali a dita ermida ficava a rua com muito mais frescura. As outras duas ruas não são tão povoadas por se entremeterem nelas paredes de muitas hortas e quintais e cerrados; divididas estas três ruas com outras azinhagas e travessas. (...)."[1]
Apesar de não haver conhecido actividade sísmica desde o povoamento, foi sempre marcada pelo isolamento e inacessibilidade que lhe limitavam o poder defensivo diante de ataques de corsários e piratas da Barbária. Desse modo, já em 1480, de uma nau Castelhana, desembarcaram cerca de quarenta homens, armados de arcabuzes, no porto da Vila. Foram rechaçados por um grupo de moradores, sob o comando do 2.º capitão do donatário, João Soares de Albergaria, com tiros de pedreiro, na altura do Calhau da Roupa, afirmando-se que João Soares foi capturado e levado a ferros para Castela.[2] Mais tarde, a vila seria atacada por corsários franceses (1553 e 1576), ingleses (1589), e piratas da Barbária (1616 e 1675).
A vila desenvolveu-se numa linha Norte-Sul, desde o Forte de São Brás até à Igreja de Santo Antão.
Em 1901 recebeu a visita do rei D. Carlos e da rainha D. Amélia; ainda nesse mesmo ano, elegeu a primeira Câmara republicana do arquipélago.
Com a construção do Aeroporto, ao final da Segunda Guerra Mundial, adquiriu nova dinâmica, urbana e económica. De passado predominantemente agrícola, atualmente a sua economia baseia-se nos setores secundário e terciário.
Concelho de Vila do Porto
É sede de um pequeno município com uma superfície total de 97,18 km² com 5 578 habitantes (2001), subdividido em 5 freguesias. Tem uma densidade populacional de 57,39 Hab./Km². O município corresponde à totalidade da Ilha de Santa Maria e está, portanto, rodeado pelo oceano Atlântico, sendo o município mais próximo o da Povoação, na Ilha de São Miguel, a Norte.
As freguesias da Vila do Porto são as seguintes:
Clima
Gráfico climático para Vila do Porto | |||||||||||
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J | F | M | A | M | J | J | A | S | O | N | D |
100
17
12
|
86
17
12
|
79
17
12
|
55
18
13
|
30
20
14
|
22
22
16
|
25
24
18
|
40
25
19
|
57
24
19
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84
22
17
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102
19
16
|
95
18
13
|
Temperaturas em °C • Precipitações em mm Fonte: allmetsat.com[3] |
Armas
A constituição heráldica das armas, selo e bandeira do Concelho de Vila do Porto foi assim definida:[4]
- Bandeira - Gironada de branco e de vermelho com o brasão ao centro e, por baixo, um listel branco com a inscrição "Vila do Porto" de negro.
- Armas - De prata, com uma imagem de Nossa Senhora dos Anjos, com vestes brancas e manto azul realçado de ouro, coroada do mesmo: chefe cosido de vermelho com um açor de sua cor, segurando nas garras uma quina de Portugal. Coroa mural de quatro torres.
- Selo - circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres "Câmara Municipal de Vila do Porto".
Referências
- ↑ Gaspar Frutuoso, Saudades da Terra (Livro III), p. 47.
- ↑ FIGUEIREDO, 1990:67, 74.
- ↑ Erro de citação: Marca
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inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadasAllMetSat
- ↑ Portaria do Ministério do Interior de 10 de maio de 1956, publicada no Diário do Governo, II Série, nº 116, de 15 de Maio de 1956.
Ver também
- Convento de São Francisco de Vila do Porto
- Forte de São Brás de Vila do Porto
- Forte de Nossa Senhora dos Anjos (ilha de Santa Maria)
- Igreja de Santo Antão (Vila do Porto)
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