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Lixa (Portugal): mudanças entre as edições

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A '''[Lixa][http://www.lixa.net/main/default.asp]''' é uma [[cidade]] [[Portugal|portuguesa]] do concelho de [[Felgueiras]], com cerca de 5 500 habitantes (2001). Tem quatro freguesias, [[Vila Cova da Lixa]], [[Santão]], [[Borba de Godim]] e [[Macieira da Lixa]], que somam uma área de 12,58 km².
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Edição das 15h16min de 15 de junho de 2007

A [Lixa][1] é uma cidade portuguesa do concelho de Felgueiras, com cerca de 5 500 habitantes (2001). Tem quatro freguesias, Vila Cova da Lixa, Santão, Borba de Godim e Macieira da Lixa, que somam uma área de 12,58 km².

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fr:Lixa ro:Lixa

Lenda


Os cães da Lixa


Sobre o apodo de Cães da Lixa, muito se tem falado, mas há duas versões para justificar tal facto: - A primeira é de que na Lixa, dantes chamada Serra Lisa, apenas existia uma casa, cujo dono tinha vários cães. Os viandantes, idos de Guimarães ou outras terras para Trás-os-Montes, ou vice-versa, necessariamente tinham que passar pela Serra Lisa. Então, os ditos cães atacavam-nos, ladrando e mordendo, se o seu dono os não acalmasse. Daí a repugnância do povo, pelos cães da Lisa!!! E quando alguém sabia que um seu familiar ou amigo vinha para estes lados, não deixava de avisar: "Cuidado com o cães da Lisa!!" - A outra versão, mais documentada, é que o cão deriva de "canne". Canne significa marco, que era um ponto de referência para os encontros dos viandantes. Os "Cannes" mais referenciados, pela sua melhor situação, eram os "cannes" da Lisa. Daí os Cães da Lixa, que maléficamente levaram para a parte zoológica quando na realidade deveria ser na parte toponímica. Quanto a mim, considero a primeira versão mais verosímil, na medida em que os "Cannes", como marcos, nenhum mal poderiam fazer aos viandantes, enquanto que os cães, como animais, poderiam realmente morder alguém. Porém, com o decorrer do tempo, estes cães (animais) foram-se adestrando e só consoante as circunstâncias actuam...

Carlos Coelho (in "Revista das Vitórias 2000")

Grilos com óculos


O senhor Roberto exercia as profissões de alfaiate, vendedor de lotarias, reparava e alugava bicicletas, além de comprar morrão e outros cereais. De espírito alegre e brincalhão, divertia-se e divertia os outros, sempre que conseguia pregar partidas a todos os que na sua ingenuidade acabavam por cair nas suas trapalhadas. Um dia, um lavrador de Fervença vendeu-lhe determinada quantidade de morrão. Quando foi entregar o cereal, o senhor Roberto aproveitou para lhe encomendar certa quantidade de grilos "mas com óculos" assim como bogalhos, mas estes não poderiam flutuar quando deitados em água. Passados dias, o citado lavrador, apareceu com um "burrico" carregado de sacos com bogalhos e uma caixa com grilos. O senhor Roberto após exame minucioso aos grilos, não encontrou nenhum que lhe servisse, pois nenhum tinha óculos!... De seguida, foi verificar se os bogalhos correspondiam ás características por ele exigidas, e para tal, aproveitou um tanque público que ainda existe de fronte da sua oficina, onde saco a saco foi despejando os bogalhos. Claro que nenhum deles se afundou na água, para desalento do lavrador que começava a ficar desconfiado. Face à desconfiança do lavrador, o senhor Roberto foi à oficina buscar um bogalho que previamente furara e onde havia metido uma esfera de aço. Quando o pôs no tanque de água, de imediato este foi ao fundo. Perante a estupefacção do lavrador, o senhor Roberto disse: - Está a ver? São deste bogalhos que eu quero... Esta foi uma das muitas "maroteiras" do senhor Roberto, que quando contadas, serviam para diversão de todos os que nelas não estavam envolvidos.

Carlos Coelho (in "Revista das Vitórias 2000")


Os efeitos do 'Volfrâmio'

Durante o período áureo das minas do Seixoso de 1940 a 1944, muita gente dos arredores da Lixa lá trabalhava. Os ordenados eram bons e muitos eram os que aproveitavam os resíduos do Volfrâmio que se escapavam pelas águas abaixo. Daí que se chegou a comer pão-de-ló com caldo e cabrito servido num bidé...

Sobre este último caso, conto-o por ter ouvido falar nele; nessa altura, Junho de 1941 a Dezembro de 1943 estive no Faial (Açores) como militar.

Carlos Coelho (in "Revista das Vitórias 2000")


Os efeitos do Vinho Verde da Lixa

No dia 18 de Novembro de 1948, deu-se um caso pitoresco que, pelas circunstancias pouco vulgares de que se revestiu, não posso deixar de incluir nestas Lendas e Narrativas. A Sr.ª Laura da Conceição "Barria", já falecida há muitos anos e mãe do Sr. Silva da Pensão e da D. Emília Pinto, com estabelecimento de vinhos nesta vila, comprara meia pipa de vinho ao Sr. António Teixeira Bessa, do lugar de Campelo em Vila Cova da Lixa. A referida taberneira que gozou sempre de fama possuir os melhores vinhos da região, encarregou um seu jornaleiro e dois vizinhos, um deles familiar seu - o tio Quim - , de ir buscar o citado vinho a casa do Sr. Bessa. Após "provas e atestos", formalidades da praxe, procedeu-se ao carregamento da meia pipa, e ainda, de dois sacos de castanhas. No fim do serviço o Sr. Bessa que não era velhaco não hesitou em dar mais um bocadinho de "atesto", tirando mais algumas canecas do apreciado verdasco, satisfazendo assim os desejos dos quatro circunstantes. Todo isto, levou o seu tempo, quando partiram já era noite. O jornaleiro a conduzir os bois e o tio Quim à frente alumiava o condutor com um gasómetro. Todavia, percorridos uns escassos quinhentos metros cai um saco de castanhas; um pouco mais adiante cai o outro, e mais acima sai a chavelha ao carro, ficando este para trás, enquanto os bois e o seu condutor, sem se terem apercebido do que se passara, continuavam o seu caminho até à casa da compradora do vinho. O mesmo sucedeu aos outros dois que vinham atrás, pois embora tivessem tropeçado nos sacos das castanhas e de terem passado junto ao carro, continuaram alegremente o seu caminho. Ao chegarem a casa da Sr.ª Laurinha foi o espanto! - É que além de faltar o vinho e as castanhas, também não havia carro!! Foi então que um dos membros da comitiva disse: - Foram as bruxas que ficaram com as coisas! Mas, na duvida, sempre voltaram atrás e lá encontraram a mercadoria e o "veículo", que levaram para a casa da compradora. O que se passou para descarregar a meia pipa e a meter dentro da loja da comerciante, não merece a pena descreve-lo, pois, facilmente se calcula.

Numa das últimas noites de Outono de 1975, um grupo composto pelos Srs. Sousa, Teixeira, Babo, Teles, Jorge, Martins, Nelo e Monteirinho viram um clarão ali para os lados de Todeia. Julgando tratar-se de uma "queima" das que todos os dias martirizam os nossos montes e florestas, para lá seguiram pressurosos, em dois automóveis na disposição de colaborarem no ataque ao fogo. Chegados àquela freguesia, viram o clarão mais além e com mais intensidade. Então os nossos "astronautas" não desistiram e só quando chegaram a Celorico de Basto é que repararam que esse clarão era da Lua. Como para lá "chegarem" lhes demorou muito tempo, resolveram voltar para trás, não sem beberem no "Maria Alice" ou no "Brás" uns copitos, para esquecerem a triste figura que fizeram...

Carlos Coelho (in "Revista das Vitórias 2000")

O 'Carriço'

Aureliano Vitorino da Silva, mais conhecido pelo Aureliano "Carriço", morreu nos anos 30 com cerca de 70 anos. Era uma figura típica da Lixa, pois "sabia fazer tudo". Era uma espécie de FAZ TUDO. Tinha uma barbearia no local onde existiu até há bem pouco tempo o talho do Carlos Ferrador. Além das barbas e cortes de cabelo fazia outras coisas como amolar tesouras e navalhas, reparação de louças e guarda-chuvas, etc... O "Carriço" era tanoeiro, electricista... e até muito poupado, pois só gastava dois ou três fósforos por dia, para acender os seus cigarros. Acendia o primeiro de manhã, e antes de deitar a beata fora, acendia o segundo cigarro, o terceiro com o segundo e assim sucessivamente. Bebia o seu copito, mas do que ele mais gostava era de aguardente. Uma noite, cerca da meia hora, o Dr. Leonardo Coimbra, acompanhado de seu irmão Dr. António e do Dr. Ludgero Basto, encontraram o "Carriço" em cima do tanque da feira, a fazer tentativas para beber. O facto chamou a atenção dos três, tendo-lhe perguntado Dr. Leonardo: - Que estás aí a fazer Aureliano? - Ó senhor Doutor, tenho muita sede, mas a água que eu beber pode fazer falta ao milho ou ás videiras. E logo saltou para o chão, preferindo ir ao Café Lima, hoje café Marley, beber dois tostões de aguardente...

Carlos Coelho (in "Revista das Vitórias 2000")

O Boticário 'Santo'

Em meados do século XVIII viveram na Lixa, dois irmãos boticários João Pinheiro e António Pinheiro e cada um possuía a sua botica. Ao último o povo denominava-o de Boticário Santo. Soube-se mais tarde que o Antoninho Boticário, era um refinado charlatão e malandrete. Certo dia escreveu uma "memória" para combater a febre amarela e, pensando tratar-se de caso inédito, enviou-a ao Imperador do Brasil, D. Pedro II! O Antoninho Boticário não honra a Lixa, mas eu estou apenas fazendo história... Roubou muito desgraçado, praticou muita patifaria, mas, como todos os charlatães fez milagres, e tinha uma grande clientela uma vez que o povo parece gostar de ser intrujado...

Carlos Coelho (in "Revista das Vitórias 2000")

A Srª Maria Louceira

A Maria Louceira era vendedeira de louças de barro, e vendia-as nas feiras da Lixa e Amarante. O meio de transporte que utilizava para as suas deslocações era um carro de bois. Um dos seus "motoristas" era o Álvaro Almeida. Foi casada com Manuel de Cabeceiras, regedor de Vila Cova durante muitos anos. A "semaria louceira" era uma pessoa característica desta terra. Possuía um temperamento franco e afável e essencialmente espirituoso, era respeitadora e respeitada, sendo estimada e fazendo amizades nas regiões mais próximas, pois na Lixa nem vale a pena falar! Nunca ninguém deixava de ser servido, quando a ela recorria e diz-se mesmo que os seus conhecimentos lhe davam um à vontade tão grande com determinado Juiz, de Amarante, que quando a ele se dirigia o fazia nestes termos: - Olha lá meu menino, eu precisava deste favor... E a "coisa" pegava! O vício do rapé, que lhe era característico, contribui para a popularidade que granjeou, havendo até quem tenha escrito alguns versos sobre o assunto: A semaria louceira Digo dai, digo dai, dai, dai Vende a loucinha barata, té Oh tirolé, té, té, oh tirolé.

E também tem p'ró rapé Digo dai, digo dai, dai, daí Uma caixinha de prata Té, oh tirolé, té, té, oh tirolé.

Carlos Coelho (in "Revista das Vitórias 2000")

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