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Churchill nasceu em uma família da [[nobreza britânica]], da família do [[duque de Marlborough]]. Seu pai, [[Lorde Randolph Churchill]], foi um carismático político, tendo servido como [[Gabinete_do_Reino_Unido|ministro da Fazenda do Reino Unido]]. Antes de alcançar o cargo de primeiro-ministro britânico, Churchill esteve em cargos proeminentes na política do Reino Unido por quatro décadas. Notavelmente sua eleição para o [[parlamento do Reino Unido|parlamento]] em 1900; sua ascensão a [[Secretário de Estado para os Assuntos Internos|secretário para os Assuntos Internos]] em 1910; e sua estadia no Ministério da Fazenda do Reino Unido entre 1924 e 1929. Em 2002 foi eleito pela [[BBC]] [[100 Greatest Britons|o maior britânico de todos os tempos.]] | Churchill nasceu em uma família da [[nobreza britânica]], da família do [[duque de Marlborough]]. Seu pai, [[Lorde Randolph Churchill]], foi um carismático político, tendo servido como [[Gabinete_do_Reino_Unido|ministro da Fazenda do Reino Unido]]. Antes de alcançar o cargo de primeiro-ministro britânico, Churchill esteve em cargos proeminentes na política do Reino Unido por quatro décadas. Notavelmente sua eleição para o [[parlamento do Reino Unido|parlamento]] em 1900; sua ascensão a [[Secretário de Estado para os Assuntos Internos|secretário para os Assuntos Internos]] em 1910; e sua estadia no Ministério da Fazenda do Reino Unido entre 1924 e 1929. Em 2002 foi eleito pela [[BBC]] [[100 Greatest Britons|o maior britânico de todos os tempos.]] | ||
== Infância == | == Infância == |
Edição das 18h27min de 30 de junho de 2019
O Muito Honorável Sir Winston Churchill KG OM CH TD DL FRS RA | |
---|---|
Primeiro-Ministro do Reino Unido | |
Período | 26 de outubro de 1951 a 6 de abril de 1955 |
Monarcas | Jorge VI (1951–1952) Isabel II (1952–1955) |
Antecessor(a) | Clement Attlee |
Sucessor(a) | Anthony Eden |
Período | 10 de maio de 1940 a 26 de julho de 1945 |
Monarca | Jorge VI |
Antecessor(a) | Neville Chamberlain |
Sucessor(a) | Clement Attlee |
Ministro da Defesa | |
Período | 28 de outubro de 1951 a 1 de março de 1952 |
Monarcas | Jorge VI (1951–1952) Isabel II (1952) |
Antecessor(a) | Manny Shinwell |
Sucessor(a) | O Conde Alexander de Tunis |
Período | 10 de maio de 1940 a 26 de julho de 1945 |
Monarca | Jorge VI |
Antecessor(a) | O Barão Chatfield |
Sucessor(a) | Clement Attlee |
Chanceler do Tesouro | |
Período | 6 de novembro de 1924 a 4 de junho de 1929 |
Monarca | Jorge V |
Antecessor(a) | Philip Snowden |
Sucessor(a) | Philip Snowden |
Secretário de Estado para as Colônias | |
Período | 13 de fevereiro de 1921 a 19 de outubro de 1922 |
Monarca | Jorge V |
Antecessor(a) | O Visconde Milner |
Sucessor(a) | O Duque de Devonshire |
Dados pessoais | |
Nome completo | Winston Leonard Spencer-Churchill |
Nascimento | 30 de novembro de 1874[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Woodstock, Oxfordshire, Reino Unido |
Morte | 24 de janeiro de 1965 (90 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]] Londres, Reino Unido |
Progenitores | Mãe: Jeanette Jerome Pai: Randolph Churchill |
Alma mater | Harrow School Royal Military College, Sandhurst |
Prêmio(s) | Nobel de Literatura (1953) |
Esposa | Clementine Hozier (1908–1965) |
Filhos | 5 (Diana, Randolph, Sarah, Marigold e Mary) |
Partido | Conservador (1900–04, 1924–64) Liberal (1904–24) |
Religião | Anglicanismo |
Profissão | político, militar, historiador, escritor, jornalista e pintor |
Assinatura | Assinatura de Winston Churchill |
Serviço militar | |
Serviço/ramo | Exército Britânico |
Anos de serviço | 1895–1900, 1902–1924 |
Graduação | Tenente-coronel |
Conflitos | Segunda Guerra dos Bôeres Primeira Guerra Mundial |
Winston Leonard Spencer-Churchill KG OM CH TD DL FRS RA (Woodstock, 30 de novembro de 1874 — Londres, 24 de janeiro de 1965) foi um político conservador e estadista britânico, famoso principalmente por sua atuação como primeiro-ministro do Reino Unido durante a Segunda Guerra Mundial. Ele foi primeiro-ministro britânico por duas vezes (1940-45 e 1951-55). Orador e estadista notável, ele também foi oficial no Exército Britânico, historiador, escritor e artista. Ele é o único primeiro-ministro britânico a ter recebido o Prêmio Nobel de Literatura e a cidadania honorária dos Estados Unidos.
Durante sua carreira no exército, Churchill pôde assistir à ação militar na Índia britânica, no Sudão e na Segunda Guerra dos Bôeres (1899-1902). Ganhou fama e notoriedade como correspondente de guerra através dos livros que escreveu descrevendo as campanhas militares. Ele serviu brevemente no Exército britânico na Frente Ocidental, durante a Primeira Guerra Mundial (1914-1918), comandando o 6º Batalhão dos Fuzileiros Reais Escoceses.
Churchill nasceu em uma família da nobreza britânica, da família do duque de Marlborough. Seu pai, Lorde Randolph Churchill, foi um carismático político, tendo servido como ministro da Fazenda do Reino Unido. Antes de alcançar o cargo de primeiro-ministro britânico, Churchill esteve em cargos proeminentes na política do Reino Unido por quatro décadas. Notavelmente sua eleição para o parlamento em 1900; sua ascensão a secretário para os Assuntos Internos em 1910; e sua estadia no Ministério da Fazenda do Reino Unido entre 1924 e 1929. Em 2002 foi eleito pela BBC o maior britânico de todos os tempos.
Infância
Nascido na aristocrática família do Duque de Marlborough, ramo da família Spencer,[1] adota o nome Churchill como tradição originada por seu tetravô George Spencer-Churchill, 5.º Duque de Marlborough, que usava o nome em sua vida pública,[2] para salientar a relação com o general John Churchill, 1.° Duque de Marlborough.[3] Seu pai, Lorde Randolph Churchill, foi um político de sucesso, tendo servido o Partido Conservador como ministro da Fazenda do Reino Unido em 1886. Sua mãe, Jennie Jerome, foi uma socialite norte-americana, filha do financista Leonard Jerome, que detinha uma fortuna multimilionária. Churchill nasceu no Palácio de Blenheim aos 30 de novembro de 1874.[4][5] Dos dois aos seis anos de idade viveu em Dublin, onde seu avô havia sido indicado como Vice-Rei da Irlanda e empregado seu pai como secretário pessoal. Especula-se que Winston pode ter desenvolvido sua fascinação por assuntos militares a partir de sua convivência e observação de paradas militares passando pelo Áras an Uachtaráin (então Pavilhão do Vice-Rei),[6][7] muito embora o próprio Churchill relacione a fascinação com a sua coleção de mil soldadinhos de chumbo, seu brinquedo preferido durante a infância.[8]
Churchill definiu a época de colégio como "os anos mais desagradáveis e os únicos estéreis de sua vida".[9] Durante esse período ele não se destacara em nenhuma matéria, salvo em esgrima, na qual venceu alguns campeonatos colegiais. Churchill narra que "todos seus companheiros, até os mais moços, pareciam, sob todos os pontos de vista, superiores nos esportes e nos estudos".[10]
Churchill teve ainda enormes dificuldades em aprender o idioma Latim durante toda a sua mocidade. Por conta do seu desinteresse e de sua dificuldade com a matéria - então obrigatória nas escolas do Reino Unido - Churchill foi enquadrado entre "os mais atrasados da turma de Harrow School", e por conta disso só poderia aprender inglês. Todos os outros colegas estudaram latim, grego e outras línguas, mas Churchill esgotou a matéria da língua inglesa, fato que colaborou com o Nobel de Literatura que recebera décadas mais tarde.[11]
Dificuldades de fala
Vários autores das décadas de 1920 e 1930 mencionam a dificuldade de fala de Churchill como "grave e agonizante".[12]Seus discursos eram preparados para evitar hesitações e diminuir o efeito de sua dificuldade. A esse respeito Churchill afirmou que sua dificuldade não o atrapalhava.[13]
Vida adulta
Churchill tentou por três vezes entrar na Real Academia Militar de Sandhurst, obtendo sucesso na última.[14]
Depois de algumas novelescas aventuras (incluindo sua participação nas Guerras dos Bôeres) foi jornalista e acabou dedicando-se à política. Durante a Primeira Guerra Mundial foi o Primeiro Lord do Almirantado, e portanto principal responsável do desastre da campanha de Galípoli.
A carreira literária de Churchill começou com os relatórios da campanha: A história do Campo de Malakand Force (1898) e A Guerra do Rio (1899), uma conta de campanha no Sudão e na Batalha de Ondurmã.[15]
Em 1900, ele publicou seu único romance, Savrola e, seis anos depois, sua primeira grande obra, a biografia de seu pai, Lorde Randolph Churchill.[15]
Vida política
Também em 1900, tornou-se um membro do Parlamento,[15] eleito aos vinte e seis anos pelo Partido Conservador. Tendo passado para os liberais, foi subsecretário das colônias em 1905 e membro pleno do Gabinete como ministro do Comércio, três anos mais tarde. Primeiro Lorde do Almirantado na Primeira Guerra Mundial, teve de renunciar depois da desastrada expedição dos Dardanelos. Depois de servir na frente de combate na França, retornou ao governo como ministro do Material Bélico, voltando ao Partido Conservador em seguida e se tornando ministro das Finanças, após a guerra.
Churchill, como Secretário do Interior, em 1910, enviou batalhões de policiais de Londres e ordenou que atacassem mineiros grevistas em Tonypandy, no sul do País de Gales; um deles foi morto e quase 600 grevistas e policiais ficaram feridos. É improvável que isso tenha incomodado muito a sua consciência. Mais tarde, ele assumiu o comando operacional da polícia durante um cerco de anarquistas letões armados em Stepney, onde decidiu permitir que eles fossem queimados até a morte em uma casa onde estavam presos.[16]
No período entre guerras, dedicou-se fundamentalmente à redação de diversos tratados. Notabilizou-se neste período, na Câmara dos Comuns, por uma violenta crítica ao nazismo alemão, rogando diversas vezes ao governo britânico que fossem investidos recursos na militarização, prevendo um possível ataque alemão num futuro próximo e temendo que o Reino Unido não estivesse preparado para resistir. Na ocasião, Churchill foi acusado de belicista, mas muitos estudiosos entendem que o acerto desta previsão foi uma das principais razões que levaram Churchill a reassumir o posto de Primeiro Lord do Almirantado (setembro de 1939), e depois, a ser eleito primeiro-ministro nove meses após a invasão da Polônia por Hitler em setembro de 1939 e consequente declaração de guerra à Alemanha pelo Reino Unido em função do tratado de defesa mútua assinado com a Polônia.
Em 10 de maio de 1940, Churchill chegou ao cargo de primeiro-ministro britânico,[15] contando 65 anos de idade. Seus discursos memoráveis, conclamando o povo britânico à resistência e sua crescente aproximação com o então presidente americano Franklin Delano Roosevelt, visando a que os Estados Unidos ingressassem definitivamente na guerra, foram essenciais para o êxito dos aliados. O exemplo de Churchill e sua incendiária oratória permitiram-lhe manter a coesão do povo britânico nas horas de prova suprema que significaram os bombardeios sistemáticos da Alemanha sobre Londres e outras cidades do Reino Unido. Devido a estes bombardeios em 20 de julho de 1944, mesmo dia em que Hitler sofreria um grave atentado contra sua vida, Churchill consideraria a possibilidade de utilizar gás venenoso em civis alemães, contrariando as regras internacionais da guerra moderna, sendo fortemente desencorajado pelos generais britânicos, abandonando a ideia ao final.[17] Nessa época, ele comandava o paías de um prédio de escritórios simples, que não fora projetado para seu conforto, passando as manhãs deitado na cama, tomando banho em um cômodo separado de seu quarto, de forma tal que às vezes oficiais britânicos encontravam-no andando pelo prédio seminu e molhado.[17] A má alimentação de Churchill, que passava o dia fumando charutos e bebendo um coquetel de uísques, apavorava seu médico.[17]
Apesar da vitória na Segunda Guerra Mundial, em 1945 os conservadores de Churchill perderam as eleições para os trabalhistas, liderados por Clement Attlee, que se tornou primeiro-ministro. Em 1951, em razão de vitória por ampla maioria dos conservadores nas eleições daquele ano,[15] Churchill voltou ao cargo de primeiro-ministro; tinha então 76 anos de idade.
Recebeu o Nobel de Literatura de 1953,[18] por suas memórias de guerra (cinco volumes, também disponível nas livrarias em versão condensada, em volume único) e seu trabalho literário e jornalístico, anterior aos tempos de primeiro-ministro. Na ocasião, ele foi saudado como o maior dos britânicos vivos. Foi o primeiro a cunhar o termo "cortina de ferro" para ilustrar a separação entre a Europa comunista e a ocidental.
A 1 de março de 1955, Churchill proferiu seu último discurso na Câmara dos Comuns como chefe de governo, intitulado "Jamais desesperar", anunciando a sua renúncia ao mandato de primeiro-ministro, não sem antes alertar o mundo, mais uma vez, para o risco de guerra nuclear. Depois, continuou na Câmara dos Comuns até pouco tempo antes de morrer. Nos últimos anos de vida parlamentar, teve atuação discreta, proferindo discursos apenas ocasionalmente.
No Quênia (Revolta dos Mau-Mau), Churchill se dirigiu a políticas envolvendo a realocação forçada de pessoas locais das terras altas férteis para dar lugar a colonos brancos e ao encarceramento de mais de 150.000 homens, mulheres e crianças em campos de concentração. As autoridades britânicas usaram estupro, castração, cigarros acesos em pontos sensíveis e choques elétricos para torturar quenianos.[16]
Em 21 de junho de 1955 foi inaugurada pela prefeitura de Londres a estátua de Churchill com a presença dele próprio. Em 1963, aos 89 anos, foi homenageado com o título de cidadão honorário dos Estados Unidos pelo então presidente John Kennedy. Não podendo receber a homenagem em Washington em razão de estado de saúde precário, foi representado pelo seu filho Randolph.
Morreu em Hyde Park Gate em Londres, a 24 de Janeiro de 1965. Está sepultado na St Martin's Church, Bladon, Oxfordshire na Inglaterra.[19]
Ideais
Apesar de a carreira política de Churchill ter sido marcada por posições de destaque no seio do governo britânico em ambas as grandes guerras do século XX, pela análise aos seus discursos verifica-se sempre uma busca pela paz, tendo chamado a Segunda Guerra Mundial de "a guerra desnecessária", defendendo a ideia que os países europeus deveriam ter impedido a Alemanha de recompor suas forças armadas antes da guerra, visando evitá-la. Churchill acreditava que a entrada dos Estados Unidos na guerra era essencial para a derrota do nazismo, criando grandes laços com os Estados Unidos e com o presidente Franklin Roosevelt. Fez com este diversos contatos, entre eles a concepção da Carta do Atlântico em 1941. Apesar de ser incondicionalmente antinazista,[17] Churchill era defensor da higiene racial.[20]
Churchill foi um grande apreciador de Edward Gibbon, de cujo livro A História do Declínio e Queda do Império Romano terá memorizado várias passagens.[carece de fontes]
Churchill era também um apaixonado pela pintura,[15] tendo escrito um livro sobre pintura[15] e dito que quando morresse, chegado ao céu, iria definitivamente passar os primeiros cem anos da eternidade a pintar.[carece de fontes] Em 2007 o jornalista Stephen McGinty lançou o livro "Churchill's Cigar", um caso de amor e paz e na guerra, no qual relata uma história encantadora sobre um caso de amor que se consumia diariamente na fumaça. Churchill era um apaixonado por charutos, de preferência cubanos, os quais consumia diariamente.
Produção literária
Churchill foi um escritor prolífico, tendo publicado sob o nome literário de Winston S. Churchill; recebeu o Prémio Nobel da Literatura em 1953 pelos seus inúmeros trabalhos publicados, especialmente a sua obra de seis volumes The Second World War (A Segunda Guerra Mundial). Na cerimónia de entrega, o Nobel foi justificado "pelo seu domínio da descrição histórica e biográfica, bem como pela brilhante oratória na defesa exaltada dos valores humanos"[21]
A primeira obra de Churchill como escritor foi para uma série de cinco artigos sobre a Guerra de Independência Cubana no The Graphic, em 1895, o ano da morte do seu pai Lorde Randolph. Durante o resto de sua vida, a escrita foi a principal fonte de renda de Churchill. Quase sempre bem pago como autor, ele escreveu um número estimado entre oito e dez milhões de palavras em mais de 40 livros, milhares de artigos de jornais e revistas[22]Predefinição:Rp e, pelo menos dois roteiros de cinema.[23]
Churchill é objeto de confusão com o romancista norte-americano homônimo e seu contemporâneo: o escritor americano ainda é ocasionalmente confundido com o Churchill britânico. Os romances do Churchill "americano" são muitas vezes erradamente atribuída ao Churchill "britânico", ou pelo menos listado com obras deste último, especialmente por livreiros. O britânico Churchill escreveu apenas um romance, Savrola, sendo mais conhecido por suas histórias populares.[24]
Churchill, após tomar conhecimento dos livros do Churchill americano, então, muito mais conhecidos do que os dele, escreveu-lhe sugerindo que ele iria assinar suas próprias obras "Winston S. Churchill", usando o seu nome do meio, "Spencer", para diferenciá-los.[25] Essa sugestão foi aceita em uma carta de resposta.[26]
O seu primeiro livro publicado foi The Story of the Field Force Malakand,[27] onde ele detalha a campanha militar britânica na sua antiga província de North-West Frontier Province em 1897, uma zona geográfica que agora faz parte do Paquistão e do Afeganistão.
O segundo livro de Churchill, The River War,[28] descreve a reconquista britânica do Sudão. Foi escrita em 1899, quando ele ainda era um oficial do exército britânico. O livro fornece uma história do envolvimento britânico no Sudão e do conflito entre as forças britânicas lideradas por Lorde Kitchener e os jiadistas islâmicos liderados por um autoproclamado segundo profeta do Islão Maomé Amade que tinha iniciado uma campanha para conquistar o Egipto, expulsar os infiéis não muçulmanos e abrir caminho para para a segunda vinda do Profeta. Churchill esteve presente presente na Guerra Madista, que é descrita no livro.
O romance Savrola, escrito antes e após a campanha Malakand, é a única obra de ficção de Churchill. É um trabalho em grande parte convencional no seu género, com uma trama centrada numa revolução na "Laurania", um estado europeu fictício. Crê-se que alguns dos seus personagens foram modelados em membros da sua família.
De Londres a Ladysmith via Pretória (London to Ladysmith via Pretoria) é um livro escrito por Winston Churchill publicado pela primeira vez em 1900. É um registo de impressões pessoais de Churchill durante os primeiros cinco meses da Segunda Guerra dos Bôeres. Inclui um relato da libertação do cerco a Ladysmith (cidade da Africa do Sul) e também a história da captura de Churchill pelos Boers e a sua fuga dramática. O livro é dedicado ao Pessoal dos Caminhos de Ferro da Província do Natal na África do Sul.
Ian Hamilton's March (A Marcha de Ian Hamilton) é uma descrição das suas experiências ao acompanhar o exército britânico durante a Segunda Guerra dos Bôeres, como continuação dos acontecimentos relatados em De Londres a Ladysmith via Pretória. O livro é uma colectânea de reportagens originalmente publicadas em jornal. Retornado da guerra, Churchill tratou de publicá-las em conjunto num livro que apareceu em maio de 1900 publicado por Longmans tendo acabado por vender 8 000 exemplares. Em 1930, Churchill produziu uma autobiografia, Os Meus Primeiros Anos, que também tinha vários capítulos dedicados à sua experiência na guerra dos Bôeres. O general Ian Hamilton comandou o exercito britânico que percorreu 400 milhas de Bloemfontein a Pretória travando com as forças Boer dez grandes batalhas (incluindo a batalha de Rooiwal) e catorze menores.
The World Crisis (A Crise Mundial) é a análise por Winston Churchill da primeira guerra mundial, originalmente publicada em cinco volumes (normalmente confundidos com seis volumes, pois o Volume III foi publicado em duas partes). Publicada entre 1923 e 1931, em muitos aspectos prefigura a sua obra mais conhecida A Segunda Guerra Mundial. A Crise Mundial é simultaneamente analítica e, em algumas partes, uma justificação por Churchill do seu papel na guerra. Churchill tem a fama de ter dito sobre este trabalho que "não é história, mas uma contribuição para a história." [29]
Os Meus Primeiros Anos (My Early Life: A Roving Commission), também conhecido nos EUA como A Roving Commission: My Early Life (Uma Comissão Errante: Os Meus Primeiros Anos), é um livro de Winston Churchill de 1930. É uma autobiografia desde o seu nascimento em 1874 até aproximadamente 1902. O livro descreve inicialmente a sua infância e os tempos de escola, delineando o contexto para os relatos seguintes. Depois uma parcela significativa do livro cobre as suas experiências na Segunda Guerra Boer de 1899 a 1902 incluindo ainda relatos de outras campanhas sobre as quais tinha escrito anteriormente como a relativa à reconquista do Sudão e a campanha em Malakand no que é hoje o Paquistão. Foi traduzido em treze línguas, tem sido considerado por alguns como o seu melhor livro e uma das obras mais notáveis do século XX.
Este livro é menos popular do que outros escritos por Churchill. Martin Gilbert, o biógrafo oficial de Churchill, menciona-o apenas uma vez, tendo escrito:
"Churchill começou a elaborar ainda um outro livro, Thoughts and Adventures, uma colectânea de artigos de jornal que ele tinha escrito nos últimos vinte anos, e sobre as suas aventuras a voar, a sua queda de avião, a pintura como passatempo, a escapada de morte certa na frente ocidental, desenhos animados e cartunistas, eleições e a economia."[30]
Neste livro Churchill expõe o seu pensamento sobre o estado das questões modernas. Discute a ameaça do progresso científico, designadamente o desenvolvimento das armas nucleares. Também discute os efeitos das civilizações de massa sobre a natureza humana.[31]
Great Contemporaries (Grandes Contemporâneos) é um conjunto de 25 ensaios biográficos curtos sobre pessoas famosas escritos por Winston Churchill. O conjunto original de 21 ensaios publicado em 1937 foi escrito principalmente entre 1928 e 1931. Quatro foram adicionados para a edição de 1939, John Fisher, Charles Stewart Parnell, Lord Baden-Powell e Roosevelt. Em 1941, os ensaios sobre Boris Savinkov e Leon Trotsky foram retirados de edições publicadas naquela época, uma vez que tinham sido adversários de Joseph Stalin, que como líder da Rússia era então oficialmente aliado da Grã-Bretanha contra a Alemanha nazi na segunda guerra mundial, e o artigo sobre Roosevelt foi removido em 1942 quando os EUA também se tornaram oficialmente aliados da Grã-Bretanha tendo Roosevelt como Presidente. A edição depois da guerra de Odhams de 1947 reincorporou estes três ensaios.
Outras personalidades objecto de ensaio foram Kaiser Wilhelm II, George Bernard Shaw, Joseph Chamberlain, Sir John French, John Morley, Hindenburg, H. H. Asquith, Lawrence da Arábia, Marshal Foch, Alfonso XIII, Douglas Haig, Arthur James Balfour, Adolf Hitler, George Nathaniel Curzon, Philip Snowden, Clemenceau, e George V.
A Segunda Guerra Mundial (Churchill) é uma história em seis volumes do período que vai do fim da primeira guerra mundial até julho de 1945. Foi a obra mais ambiciosa de todas as publicadas por Churchill, a qual iria consumir uma grande parte da sua vida após a derrota nas eleições de 1945 do pós guerra. O primeiro volume foi publicado em 1948, mas o trabalho apenas foi terminado em 1953.
Uma História dos Povos de Língua Inglesa é uma história em quatro volumes do Reino Unido e das suas antigas colônias e possessões em todo o mundo, cobrindo o período desde a invasão da Grã-Bretanha por César (55 a.C.) até ao início da Primeira Guerra Mundial (1914).[32] Iniciado em 1937, foi finalmente publicado em 1956 – 58, tendo sido adiado várias vezes pela guerra e pelo seu trabalho noutros textos. Este trabalho foi uma das obras de Churchill mencionadas na sua citação de Prémio Nobel da Literatura.[33]
Ideologia política
Churchill era um político de carreira, sendo descrito pelo biógrafo Robert Rhodes James como um homem "que se dedicaria por toda a sua vida adulta à profissão da política". [34] Na visão de James, Churchill era "fundamentalmente um homem muito conservador", e que este "conservadorismo básico era uma característica notável de suas atitudes políticas".[35] Gilbert descreveu Churchill como sendo "liberal em sua visão" durante toda a sua vida,[36] embora Jenkins pensasse que "há espaço para discussões sobre se ele foi sempre um liberal filosófico enraizado".[37]
Liberalismo não é Socialismo e nunca será. Há um grande abismo fixado. Não é um abismo de método, é um abismo de princípio ... O Socialismo procura derrubar a riqueza; o Liberalismo procura levantar a pobreza. O Socialismo destruiria interesses privados; o Liberalismo preservaria os interesses privados da única maneira pela qual eles podem ser seguramente e justamente preservados, ou seja, reconciliando-os com o direito público. O Socialismo mataria a empresa; o Liberalismo salvaria a empresa dos obstáculos do privilégio e da preferência ... O Socialismo exalta a regra; o Liberalismo exalta o homem. O Socialismo ataca o capital; o Liberalismo ataca o monopólio.
Gilbert descreveu Churchill como "um radical" que acreditava que o Estado era necessário para garantir "padrões mínimos de vida, trabalho e bem-estar social para todos os cidadãos". [38] Muitos Liberais duvidaram da convicção de seu radicalismo quando se tratava de reforma social.[39] Os discursos de Churchill sobre o liberalismo enfatizavam a retenção da estrutura social existente na Grã-Bretanha e a necessidade de "gradualidade" em vez de mudança revolucionária;[40] ele aceitou e endossou a existência de divisões de classe na sociedade britânica.[41] Churchill buscou a reforma social não por um desejo de desafiar a estrutura social existente, mas por uma tentativa de preservá-la.[42] Charles Masterman, um reformador liberal que conheceu Churchill, afirmou que este "desejava na Inglaterra, um estado de coisas em que uma classe superior benigna distribuía benefícios a uma classe trabalhadora industriosa, bien pensant e grata".[39] Na visão de Jenkins, o passado privilegiado de Churchill impedia-o de ter empatia pelos pobres e, em vez disso, "simpatizava com eles do alto".[43] Como ministro, Churchill se engajou na retórica anti-socialista,[44] e procurou claramente diferenciar o socialismo do liberalismo.[45]
Embora Churchill tenha perturbado os reis Eduardo VII e Jorge V em sua carreira política, ele sempre permaneceu um monarquista firme,[46] exibindo uma visão romantizada da monarquia britânica.[47] Jenkins descreveu a oposição de Churchill ao protecionismo como sendo baseada em uma "profunda convicção",[48] embora durante sua carreira política muitos questionassem a sinceridade das crenças anti-protecionistas de Churchill.[49] Embora, como Secretário do Interior, considerasse as execuções sancionatórias como uma de suas tarefas mais emocionalmente exigentes, ele não endossou a abolição da pena de morte.[50]
Churchill exibiu uma visão romantizada do Império Britânico.[47] Churchill estava bem disposto ao sionismo.[51]
Relações com os partidos políticos
James descreveu Churchill como tendo "nenhum compromisso permanente com qualquer" partido, e que suas "mudanças de lealdade nunca foram desconectadas de seus interesses pessoais".[52] Ao fazer campanha para seu assento no Oldham em 1899, Churchill se referiu a si mesmo como um Conservador e um Tory Democrat;[53] no ano seguinte, ele se referiu aos Liberais como "prigs, prudes e fadistas".[49] Em uma carta de 1902 a um colega conservador, Churchill afirmou que tinha "opiniões amplas, tolerantes e moderadas - um anseio por compromisso e acordo - um desdém por hipócritas de todos os tipos - um ódio aos extremistas, sejam eles Jingos ou Pró-Boers; e eu confesso que a ideia de um partido central, mais fresco, mais livre, mais eficiente e, acima de tudo, leal e patriótico, é muito agradável ao meu coração".[54] Este sonho de um "Partido do Centro", que reuniria elementos mais moderados dos principais partidos britânicos - e assim permanecer permanentemente no cargo - era recorrente para Churchill.[55]
Em 1903, ele estava cada vez mais insatisfeito com os Conservadores, em parte devido à promoção que eles faziam do protecionismo econômico, mas também porque ele havia atraído a animosidade de muitos membros do partido e provavelmente estava ciente de que isso poderia ter impedido que ele ganhasse um cargo no gabinete sob um governo Conservador. O Partido Liberal estava atraindo apoio crescente, e assim sua deserção também pode ter sido influenciada pela ambição pessoal.[56] Numa carta de 1903, ele se referiu a si mesmo como um "Inglês Liberal ... Eu odeio o Partido Conservador, seus homens, suas palavras e seus métodos".Predefinição:Sfnm Jenkins observou que, com Lloyd George, Churchill formou "uma parceria de radicalismo construtivo, dois Novos Liberais que reformaram a sociedade e que deram as costas à velha tradição Gladstoniana de se concentrar em questões políticas libertárias e deixar as condições sociais cuidando de si próprias".[57]
Ao longo de sua carreira política, o relacionamento de Churchill com o Partido Conservador foi tempestuoso.[41]
Vida pessoal
Religião
Churchill foi batizado em 27 de Dezembro de 1874, na capela do Palácio de Blenheim, e foi criado na Igreja Anglicana;[58] no entanto, suas crenças religiosas como adulto têm sido descritas como agnósticas.[59] Um artigo acadêmico publicado em 2013 resume as visões religiosas de Churchill:[60]
Ele não freqüentava cultos da igreja regularmente, preferindo agraciar as catedrais apenas em ocasiões do estado e ritos de passagem. A Bíblia que ele leu apenas "por curiosidade" e discussões sobre o dogma da Igreja estavam, por assim dizer, quase no fim de sua lista de afazeres. Além disso, Churchill entrou em um período de fervor anti-religioso durante seus vinte e poucos anos. Sua atitude abrandou quando ele envelheceu, mas o ceticismo que ele adotou nunca se dissipou completamente. Parece justo dizer que, em um nível estritamente intelectual, Churchill era um agnóstico.
Por outro lado, ele permaneceu simpático à crença religiosa e, em particular, à fé cristã, e tendeu sinceramente a recorrer a seus recursos conforme necessário, independentemente de qualquer contradição lógica com suas dúvidas formais. Os hinos e a adoração que Churchill absorveu em sua juventude incorporaram nele uma conexão emocional e espiritual com a Igreja Anglicana - embora permanecesse longe dos seus ensinamentos. Certa vez, ele descreveu seu relacionamento com a Igreja como um suporte: ele a apoiou do lado de fora. Ele era um defensor inflexível da civilização cristã e defendia fervorosamente a necessidade da ética cristã em uma sociedade democrática.
Em 1898, numa carta calmamente escrita diante da perspectiva de morte em batalha, ele escreveu à mãe: "Não aceito a fé cristã ou qualquer outra forma de crença religiosa".[61] Em uma carta ao primo, ele se referiu à religião como "um delicioso narcótico" e expressou uma preferência pelo protestantismo sobre o catolicismo romano, relatando que ele sentia "um passo mais próximo da razão".[62]
Durante a Guerra dos Bôeres, Churchill frequentemente rezava durante o calor da batalha, mas ele admitiu que achava que era uma coisa irracional de se fazer. Ele refletiu que: "A prática [da oração] era confortante e o raciocínio não levava a lugar nenhum. Por isso, agi de acordo com meus sentimentos sem me preocupar em acertar essa conduta com as conclusões do pensamento".[63]
Em 1907, Churchill recebeu uma carta de sua futura cunhada, Lady Gwendoline Bertie, na qual ela suplicou: "Por favor, não se converta ao Islã; notei em sua disposição uma tendência para a orientalização [fascinação pelo Oriente e o Islã], tendências do tipo Pasha, eu realmente tenho".[64] No entanto, Gwendoline pode ter falado de brincadeira, ou a tendência "orientalizadora" dele pode ter sido apenas caprichosa, pois Churchill havia visto o fanatismo muçulmano de perto durante seu serviço militar na Campanha do Sudão. Em The River War (1899), seu relato do conflito, ele havia escrito aos 24 anos: "Os muçulmanos individuais podem mostrar qualidades esplêndidas ... mas a influência da religião paralisa aqueles que a seguem. Nenhuma força retrógrada mais forte existe no mundo".[65] Em Outubro de 1940, no entanto, Churchill deu "aprovação feliz" à alocação do Gabinete de Guerra de 100.000 libras para a construção da Mesquita Central de Londres em Regent's Park.[66]
Animais de estimação
Churchill era amante dos animais e possuía uma ampla gama de animais, incluindo cães, gatos, cavalos, porcos, peixes e cisnes negros, muitos dos quais foram mantidos em Chartwell.[67] Jock Colville contou como Churchill, na época da Segunda Guerra Mundial, como primeiro-ministro, conversava com seus gatos sobre as questões que estava contemplando. Colville presenteou Churchill com seu último gato, chamado Jock, em seu aniversário de 88 anos e Churchill providenciou para que o Chartwell National Trust sempre abrigasse um gato chamado Jock.[68]
Obras literárias
- Churchill, Winston. A History of the English-speaking people (Uma História dos Povos de Língua Inglesa) (1937-1958). Nova Iorque, Barnes@Noble, 1995. ISBN 0-56619-545-4
- Churchill, Winston. Memórias da Segunda Guerra Mundial. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1995.
- Churchill, Winston. Minha mocidade. Rio de Janeiro, Nova Fronteira, 1967.
- Churchill, Winston. A Segunda Guerra Mundial (The Second World War) (1948–1953). Boston, Houghton Mifflin. ISBN: 978-0395349298
Referências
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Bibliografia
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Ligações externas
- «Perfil no sítio oficial do Nobel de Literatura 1953» (em English)
- «Portal Segunda Guerra Mundial» (em português). Portal com mais de 2.000 páginas sobre a Segunda Guerra Mundial
- Mitos sobre Winston Churchill
- RedirecionamentoPredefinição:fim
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