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==História== | |||
A região onde se situa Mira já é habitada há longos tempos, apesar de sua história precoce ser bastante obscura. Sabe-se que esta povoação foi ocupada no tempo dos [[Romanos]] e é-lhes atribuido a sua expansão. Da época romana foram encontrados alguns materiais de construção, nomeadamente "tegulae" (telhas) e cerâmica doméstica. Pouco é conhecido sobre a área nos tempos dos [[Visigodos]], mas durante o período de domínio árabe, Mira era já uma povoação com praça. No periodo Muçulmano esta região terá sido palco de guerras entre cristãos e árabes quando estes dominaram esta zona do litoral. Como era prática então, os invasores substituiam parte da população como gentes de outras áreas da península, e foi durante este tempo que a vila adquiriu o nome de Mira. Leva-se a crer que já os cristãos alí existentes tinham devoção predilecta ao Apóstolo [[São Tomé]], e os devotos chamavam a este local Terras do Senhor São Tomé, que segundo lenda levara os mouros a aceitarem o termo que em árabe é Emir. Mira é corrupção da palavra árabe mir ou Emir, que quer dizer senhor, chefe ou príncipe. Porém, há alguns históriadores que aceitam a ideia de que os árabes, dando-lhe este nome, quiseram distingui-la pela sua beleza, situação e amenidade do clima, chamando-lhe Terra do Senhor. A influência árabe foi muito nítida na região, sendo o local foco de moçarabismo. | |||
Com a [[Reconquista Cristã]], sobretudo na última conquista de Coimbra aos árabes em [[1064]], a história das terras de Mira passa a ficar mais claramente documentada. O povoado mouro foi capturado ainda antes da independência do [[condado Portucalense]], talvez por D.[[ Henrique]], pais de D.[[ Afonso Henriques]]. A povoação já aparece mencionada na doação que o primeiro governador de Coimbra, o moçarabe [[Sisnando]], fizera no ano de [[1094]] aos novos povoadores de[[Montemor-o-Velho]]. A estes concedeu a posse desta terras gandaresas e todos os seus termos com a condição de lavrar e cultivar todos os terrenos incultos, não podendo doá-los, vendê-los ou trocá-los sem o consentimento do governador. A posse fora confirmada em Fevereiro de 1095, por D. [[Raimundo]] e D. [[Urraca]], então Senhores de Portucale, a Soleima Godinho, doando todas as terras de São Tomé de Mira e nomeando-o seu proprietário e senhorio, sub condição de as arroteadas, valorizar e levar à criação de novos povoados. | |||
Em 1442, [[Dom Pedro]], regente de [[Portugal]] e Duque de Coimbra, concedeu autonomia municipal a Mira e diversos previlégios para fixar populção e desenvolver o local. Recebeu foral de D. Manuel I em Lisboa que a eleva a vila a 27 de Agosto de 1514 e nomeia como administrador e senhor da vila Dom [[Gonçalo Tavares]]. Mais tarde, D. [[Manuel de Sousa Tavares]] foi senhor e alcaide-mor da vila. O senhorio de Mira manteve-se nas mãos da família dos Tavares até ao séc. XVIII, quando passou a integrar a Casa das Rainhas. Aí se manteve até à extinção do regime senhorial em 1833. | |||
Contudo, a freguesia antecede o concelho. A igreja de S. Tomé de Mira, sendo a primitiva originalmente construida noutro local, foi mandada edificar pelo filho do proprietário Saleima, Zalema Godinho, que foi também o seu primeiro pároco. [[Zalema Godinho]], após poucos anos de cura de almas, trocou a sua paróquia pelo o hábito de monge augustiniano, doando ao [[Mosteiro de Santa Cruz]] de[[ Coimbra]] a igreja de Mira. Passando a freguesia a ser apresentação de Santa Cruz de Coimbra, o geral dos cónegos fazia-se representar pelo vigário dando-lhe uma pensão de 401$250 réis. | |||
Aqui viveu grande parte da sua vida [[Francélio Vouguense]], pseudónimo de [[Francisco Joaquim Bingre]], poeta arcádico e pré-romântico português. Embora sendo natural de [[Canelas]], [[Estarreja]], aqui exerceu as funções de escrivão do Juízo, câmara e tabelião. Morreu aos 93 anos no dia 26 de Março de 1865. | |||
O concelho foi extinto em 7 de Setembro de 1895 após as reformas administrativas do início do liberalismo e incorporado no concelho de [[Cantanhede]]. | |||
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== Freguesias == | |||
O concelho de Mira conta com 4 freguesias, que são as seguintes: | |||
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Edição das 03h30min de 13 de agosto de 2008
Predefinição:DadosMunicípioPortugal Mira é uma vila portuguesa no Distrito de Coimbra, região Centro e subregião do Baixo Mondego, com cerca de 7 800 habitantes.
É sede de um município com 123,89 km² de área e 13 144 habitantes (2004), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Vagos, a leste e a sul por Cantanhede e a oeste tem litoral no Oceano Atlântico.
História
A região onde se situa Mira já é habitada há longos tempos, apesar de sua história precoce ser bastante obscura. Sabe-se que esta povoação foi ocupada no tempo dos Romanos e é-lhes atribuido a sua expansão. Da época romana foram encontrados alguns materiais de construção, nomeadamente "tegulae" (telhas) e cerâmica doméstica. Pouco é conhecido sobre a área nos tempos dos Visigodos, mas durante o período de domínio árabe, Mira era já uma povoação com praça. No periodo Muçulmano esta região terá sido palco de guerras entre cristãos e árabes quando estes dominaram esta zona do litoral. Como era prática então, os invasores substituiam parte da população como gentes de outras áreas da península, e foi durante este tempo que a vila adquiriu o nome de Mira. Leva-se a crer que já os cristãos alí existentes tinham devoção predilecta ao Apóstolo São Tomé, e os devotos chamavam a este local Terras do Senhor São Tomé, que segundo lenda levara os mouros a aceitarem o termo que em árabe é Emir. Mira é corrupção da palavra árabe mir ou Emir, que quer dizer senhor, chefe ou príncipe. Porém, há alguns históriadores que aceitam a ideia de que os árabes, dando-lhe este nome, quiseram distingui-la pela sua beleza, situação e amenidade do clima, chamando-lhe Terra do Senhor. A influência árabe foi muito nítida na região, sendo o local foco de moçarabismo.
Com a Reconquista Cristã, sobretudo na última conquista de Coimbra aos árabes em 1064, a história das terras de Mira passa a ficar mais claramente documentada. O povoado mouro foi capturado ainda antes da independência do condado Portucalense, talvez por D.Henrique, pais de D.Afonso Henriques. A povoação já aparece mencionada na doação que o primeiro governador de Coimbra, o moçarabe Sisnando, fizera no ano de 1094 aos novos povoadores deMontemor-o-Velho. A estes concedeu a posse desta terras gandaresas e todos os seus termos com a condição de lavrar e cultivar todos os terrenos incultos, não podendo doá-los, vendê-los ou trocá-los sem o consentimento do governador. A posse fora confirmada em Fevereiro de 1095, por D. Raimundo e D. Urraca, então Senhores de Portucale, a Soleima Godinho, doando todas as terras de São Tomé de Mira e nomeando-o seu proprietário e senhorio, sub condição de as arroteadas, valorizar e levar à criação de novos povoados.
Em 1442, Dom Pedro, regente de Portugal e Duque de Coimbra, concedeu autonomia municipal a Mira e diversos previlégios para fixar populção e desenvolver o local. Recebeu foral de D. Manuel I em Lisboa que a eleva a vila a 27 de Agosto de 1514 e nomeia como administrador e senhor da vila Dom Gonçalo Tavares. Mais tarde, D. Manuel de Sousa Tavares foi senhor e alcaide-mor da vila. O senhorio de Mira manteve-se nas mãos da família dos Tavares até ao séc. XVIII, quando passou a integrar a Casa das Rainhas. Aí se manteve até à extinção do regime senhorial em 1833.
Contudo, a freguesia antecede o concelho. A igreja de S. Tomé de Mira, sendo a primitiva originalmente construida noutro local, foi mandada edificar pelo filho do proprietário Saleima, Zalema Godinho, que foi também o seu primeiro pároco. Zalema Godinho, após poucos anos de cura de almas, trocou a sua paróquia pelo o hábito de monge augustiniano, doando ao Mosteiro de Santa Cruz deCoimbra a igreja de Mira. Passando a freguesia a ser apresentação de Santa Cruz de Coimbra, o geral dos cónegos fazia-se representar pelo vigário dando-lhe uma pensão de 401$250 réis.
Aqui viveu grande parte da sua vida Francélio Vouguense, pseudónimo de Francisco Joaquim Bingre, poeta arcádico e pré-romântico português. Embora sendo natural de Canelas, Estarreja, aqui exerceu as funções de escrivão do Juízo, câmara e tabelião. Morreu aos 93 anos no dia 26 de Março de 1865.
O concelho foi extinto em 7 de Setembro de 1895 após as reformas administrativas do início do liberalismo e incorporado no concelho de Cantanhede.
População do concelho de Mira (1801 – 2004) | ||||||||
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1801 | 1849 | 1900 | 1930 | 1960 | 1981 | 1991 | 2001 | 2004 |
4572 | 8964 | 8075 | 9671 | 13384 | 13299 | 13257 | 12872 | 13144 |
Freguesias
O concelho de Mira conta com 4 freguesias, que são as seguintes:
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de:Mira (Portugal) en:Mira, Portugal es:Mira (Coimbra) eu:Mira (Portugal) fr:Mira (Portugal) it:Mira (Portogallo) nl:Mira (Portugal) pl:Mira (Portugalia) ru:Мира (Коимбра) tr:Mira vo:Mira (Portugän)