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Edição das 04h48min de 21 de abril de 2005
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é uma universidade brasileira, situada primariamente na cidade de Campinas (com unidades também em Limeira e Piracicaba) , a cerca de 120 km de São Paulo. Criada por decreto-lei em 1962 e inaugurada oficialmente em 1966, a Universidade Estadual de Campinas surgiu como um centro estratégico de formação de mão-de-obra altamente capacitada nas áreas de tecnologia e ciências naturais, principalmente. Com o tempo a universidade diversificou-se e hoje também tem destaque por sua produção na área de humanidades.
É mantida pelo governo estadual principalmente através da arrecadação do Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), e também com verbas de instituições de fomento. Os alunos não pagam mensalidades (exceção feita aos cursos de extensão universitária), e o ingresso na graduação se dá por concurso público (conhecido como vestibular) aberto a qualquer cidadão brasileiro ou estrangeiro que tenha concluído o ensino médio. Para o ingresso na pós-graduação e nos cursos de extensão, as faculdades definem esquemas de seleção específicos, e o ingresso no ensino técnico se dá por uma prova semelhante ao vestibular.
Estrutura
A cidade universitária dentro da qual se localizam as unidades da Unicamp tem o nome de um dos fundadores da universidade, Zeferino Vaz. São 10 faculdades e 10 institutos, totalizando 20 unidades de ensino e pesquisa. Além disso, a Unicamp ainda possui dois colégios técnicos, um em Campinas e outro em Limeira. São cerca de 15 mil alunos matriculados na graduação e cerca de 12 mil na pós-graduação, além dos mais de 3 mil alunos matriculados nos cursos técnicos. No total a universidade possui uma área construída de 536 042 metros quadrados, e uma área total de 3 447 833 metros quadrados.
A Unicamp ainda fornece uma assistência estudantil e social de alta qualidade. Disponibilizam-se bolsas de pesquisa, bolsas-trabalho, alimentação e moradia para alunos carentes.
Há um complexo esportivo na Faculdade de Educação Física, sendo oferecidas várias práticas esportivas aos alunos e à comunidade externa. O hospital universitário também atende tanto alunos quanto comunidade, sem distinção. Há bibliotecas em todas as unidades, e uma biblioteca central. A universidade conta com editora própria, a Editora da Unicamp.
Histórico
Apesar de ter sido criado por decreto lei em 1962, a história da Unicamp efetivamente começou antes, e consolidou-se depois dessa data. A cidade de Campinas há muito fazia campanha por uma faculdade de Medicina, praticamente desde os anos de 1940. Essa campanha ganhou força no início da década de 1960, e os campineiros conseguiram a aprovação do referido decreto-lei.
Entretanto a faculdade de Medicina só recebeu autorização para funcionamento em 1963, nas dependências da Maternidade de Campinas.
A faculdade de Medicina foi se estruturando em parte graças ao apoio cedido pela Universidade de São Paulo e outras universidades do interior paulista. Em alguns anos ela já se encontrava em atividade mais ou menos normal, e era o momento de pensar em outras unidades. Uma decisão tomada nessa época determinou os rumos da universidade: ao contrário dos demais centros universitários já existentes, que se voltavam a formação de profissionais liberais para o mercado, a Unicamp teria como ênfase a pesquisa e tecnologia, sem romper definitivamente com o setor produtivo.
Em 1966 foi autorizada a instalação dos Institutos de Biologia, Matemática, Física, Química, das Faculdades de Engenharia de Campinas, de Tecnologia de Alimentos e de Engenharia de Limeira, e no ano seguinte foi incorporada a Faculdade de Odontologia de Piracicaba. E em 1968 foi construído o primeiro prédio no campus atual da Universidade, o Instituto de Biologia.
Campus que foi escolhido com muito cuidado. Situa-se no distrito de Barão Geraldo, e têm fácil acesso pelas rodovias - o que confirma a idéia de fazer da Unicamp um centro de pesquisas que envolvesse profissionais das mais diversas regiões. Outra característica marcante do planejamento cuidadoso do campus é sua divisão em áreas de humanas, biológicas e exatas, e seu formato circular, que facilita a locomoção interna. O logotipo da Unicamp é uma reprodução pictória do mapa do campus.
Outras unidades vieram a surgir nos anos seguintes, como o Instituto de Estudos da Linguagem (1977), o Instituto de Economia (1984), a Faculdade de Educação Física (1984). Até 1985 a universidade só contava com cursos em período integral, mas nesse ano criou opções de cursos noturnos.
Atualidade
Hoje a Unicamp é em muitas pesquisas, a universidade líder nacional. É na Unicamp que se concentra boa parte do Projeto Genoma brasileiro, pois esta universidade conta com uma grande tradição em ciências biológicas aliada a uma crescente superioridade em ciências computacionais. Também devem ser destacas as pesquisas na linguagem e estudos literários, na economia (da Unicamp sai boa parte dos técnicos no governo federal) e na medicina.
A universidade enfrenta alguns problemas com a saída de docentes, pois sofre concorrência da iniciativa privada, capaz de oferecer salários maiores. Além disso não consegue acompanhar a tecnologia dos laboratórios em muitas áreas, se comparada a universidades particulares. No entanto tem enfrentado essas dificuldades com uma seleção mais rigorosa do corpo discente e docente, além de associações com a iniciativa privada - que são encaradas com desconfiança por parte dos alunos.
A expansão continua até os dias de hoje. No ano 2004, a Unicamp inaugurou mais três cursos de graduação, e continuamente amplia o número de vagas no seu concurso de seleção; concurso que agora oferece uma pontuação diferenciada para estudantes de escolas de ensino médio públicas (que no Brasil são de pior qualidade) e de escolas particulares. A Unicamp crê que assim minimizará as injustiças da seleção, que fatalmente premia o candidato mais rico, que teve mais oportunidades de estudo durante o ensino fundamental e médio.
Endereço para correspondência
Universidade Estadual de Campinas Cidade Universitária "Zeferino Vaz" CEP 13083-970, Barão Geraldo - Campinas, São Paulo, Brasil
Unidades
- Centro Superior de Educação Tecnológica (CESET)
- Colégio Técnico de Campinas (COTUCA)
- Colégio Técnico de Limeira (COTIL)
- Faculdade de Ciências Médicas (FCM)
- Faculdade de Educação Física (FEF)
- Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA)
- Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI)
- Faculdade de Engenharia Civil Arquitetura e Urbanismo (FEC)
- Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC)
- Faculdade de Engenharia Mecânica (FEM)
- Faculdade de Engenharia Química (FEQ)
- Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP)
- Faculdade de Educação (FE)
- Instituto de Artes (IA)
- Instituto de Biologia (IB)
- Instituto de Computação (IC)
- Instituto de Economia (IE)
- Instituto de Estudos da Linguagem (IEL)
- Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH)
- Instituto de Física Gleb Wataghin (IFGW)
- Instituto de Geociências (IG)
- Instituto de Matemática, Estatatística e Computação Científica (IMECC)
- Instituto de Química (IQ)
Órgãos, núcleos, grupos e entidades associadas
O Conselho Universitário (CONSU) é o órgão máximo de administração da universidade. Ele é composto por representantes das faculdades e pelo reitor, que em 2004 era o físico Carlos Henrique Brito Cruz. Como órgão administrativo há ainda a prefeitura do campus e as pró-reitorias de graduação, pós-graduação, desenvolvimento universitário, pesquisa e extensão e assuntos cominitários.
A Unicamp possui uma variedade de núcleos complementareas às unidades, com as mais diversas atuações. O Lume é um núcleo de pesquisas em teatro, sediado a alguns quilômetros do câmpus. O NIED (Núcleo de Informática Aplicada à Educação) atua desenvolvendo e promovendo ferramentas para o ensino com auxílio de computador. Dentre os núcleos pode ser citado ainda o NIB (Núcleo de Informática Biomédica) e o PAGU (Núcleo de Estudos do Gênero, dedicado a pesquisas sobre a feminilidade).
Com forte tradição na área de tecnologia e preocupada com a integração social dessa tecnologia, a Unicamp sedia ainda o GPSL, Grupo Pró-Software Livre, que tem por objetivo difundir o uso e a filosofia do software livre. No momento o grupo está parado, por dificuldades técnicas. O GPSL possui um wiki próprio em http://atum.lab.ic.unicamp.br/gpsl/FrontPage .
O GPSL faz parte do SUBA, Sociedade e Universidade em Busca de Alternativas, um grupo criado para promover a integração entre a universidade e a comunidade, desfazendo a tradicional estrutura da universidade fechada em si mesma, que predomina no Brasil.
O Sistema de Bibliotecas da Unicamp conta com 19 unidades. Pode ser consultado através de seu banco de dados eletrônico.
Já o Labex, Laboratório de Bioquímica do Exercício, destaca-se na pesquisa em bioquímica e fisiologia, especialmente com relação a praticantes do atletismo. Nesse particular, a Unicamp fornece estrutura para o treinamento da equipe de atletismo da Funilense, considerada a melhor equipe de atletismo de longa distância no Brasil.
O campus principal da Unicamp possui dois restaurantes universitários, onde é fornecedia alimentação subsidiada e nutritiva aos alunos.
Os estudantes da Unicamp são representados pelos centros acadêmicos de cada faculdade, e também pelo Diretório Central Estudantil, que é uma entidade desvinculada da administração da Unicamp e luta pelos interesses dos estudantes.