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Adolf Hitler: mudanças entre as edições

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{{Ver desambig|outros significados de Hitler|Hitler (desambiguação)}}
{{Info/Político
|imagem                = Hitler portrait crop.jpg
|imagem_tamanho        = 260px
|legenda              = Adolf Hitler em 1938
|nome                  = Adolf Hitler
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|título                = [[Führer]] da [[Alemanha Nazi|Alemanha]]
|mandato              = {{Dtlink|2|8|1934}}<br />até {{Dtlink |30|4|1945}}
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|antecessor            = [[Paul von Hindenburg]] <small>(Presidente)</small>
|sucessor              = [[Karl Dönitz]] <small>(Presidente)</small>
|título2              = [[Chanceler da Alemanha|Chanceler]] da [[Alemanha Nazi|Alemanha]]
|mandato2              = [[30 de janeiro]] de [[1933]]<br />até [[30 de abril]] de [[1945]]
|vice_título2          = Presidente
|vice2                = ''Ele mesmo'' (como Führer)
|antes2                = [[Kurt von Schleicher]]
|depois2              = [[Joseph Goebbels]]
|título3              = ''[[Ministro-presidente|Reichsstatthalter]]'' da [[Estado Livre da Prússia|Prússia]]
|mandato3              = 30 de janeiro de [[1933]]<br />até 30 de janeiro de [[1935]]
|vice_título3          = Ministro-presidente
|vice3                = [[Franz von Papen]]<br />[[Hermann Göring]]
|antes3                = [[Kurt von Schleicher]]<small> (Reichskommisar)</small>
|depois3              = [[Hermann Göring]]<small> (Ministro-presidente)</small>
|nome_comp            =
|nascimento_data      = {{dni|20|4|1889|si|lang=ptbr |sem idade}}
|morte_data            = {{nowrap |{{morte |30|4|1945|20|4|1889|lang= ptbr}}}}
|nacionalidade        = [[Austríacos|austríaco]] até 1925<br />[[Alemães|alemão]] depois de 1932
|casamento_progenit    = [[7 de janeiro]] de [[1885]]
|nascimento_local      = [[Braunau am Inn]], [[Áustria-Hungria]]
|morte_local          = [[Berlim]], [[Alemanha]]
|nome_mãe              = [[Klara Hitler]]
|nome_pai              = [[Alois Hitler]]
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|primeira-dama        =
|primeiro-cavalheiro  =
|cônjuge              = [[Eva Braun]]
|partido              = [[Partido Alemão dos Trabalhadores]] <small>(1920–1921)</small><br />[[Partido Nacional Socialista Alemão dos Trabalhadores|Partido Nazista]] <small>(1921–1945)</small>
|religião              = Ver: ''[[Visão religiosa de Adolf Hitler]]''
|profissão            = [[Militar]], [[artista]], [[escritor]], [[político]]
|assinatura            = Hitler Signature2.svg
|website              =
|cônjuge-tipo          = Esposa
|apelido              =
|lealdade              =
|ramo                  = [[Exército Alemão#Primeira Guerra Mundial (1914–1918)|Exército do Império Alemão]]
|anos_de_serviço      = 1914–1920
|graduação            = ''Gefreiter'' ([[Cabo (militar)|cabo]])
|unidade              = 16º Regimento Reserva Bávaro
|comandos              =
|batalhas              = [[Primeira Guerra Mundial]]
|condecorações        = [[Cruz de Ferro]] 1ª e 2ª Classes<br />[[Distintivo de Ferido|Distintivo dos feridos]]
|notas de rodapé      =
}}
'''Adolf Hitler''' ({{IPA-de|ˈadɔlf ˈhɪtlɐ|lang|GT AH AMS.ogg}}; [[Braunau am Inn]], [[20 de abril]] de [[1889]] – [[Berlim]], [[30 de abril]] de [[1945]]), por vezes em português '''Adolfo Hitler''',<ref>[http://books.google.com./books?id=_fcVs5w3pjsC&pg=PA281 ''Diário de Lisboa''], 2 de maio de 1945, citado em ''Edições aldinas da Biblioteca Nacional: séculos XV–XVI''. Volume 1 de Fundos da Biblioteca Nacional: Catálogos, Biblioteca Nacional (Portugal). Volume 47 de Catálogo (Biblioteca Nacional (Portugal). Instituto da Biblioteca Nacional e do Livro, Portugal. [[Secretaria de Estado da Cultura (Portugal)|Secretaria de Estado da Cultura]]. Editora Biblioteca Nacional Portugal, 1994.  ISBN 972-565-203-7, 978-972–565–203-9.</ref><ref>{{Citar livro |url= http://books.google.com./books?id=u_x0vx6eWfsC&pg=RA1-PA2009 | prenome1 =Avelâs | sobrenome1 = Nunes | prenome2 = João | sobrenome2 = Paulo |título=O Estado Novo e o Volfrâmio (1933–1947)|local=Coimbra |editora= Editora Imprensa da Universidade de Coimbra|página=466 |isbn= 978-989807442-3 |acessodata= 23 de outubro de 2012}}</ref><ref>Bonavides, Paulo. [http://books.google.com./books?id=wqqGyy906FYC&pg=PA504  ''Revista latino-americana de estudos constitucionais''], vol. 3, p. 504. Editora Editora del Rey. ISSN 1678-6742.</ref> foi um [[político]] alemão que serviu como líder do [[Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães|Partido Nazista]] (''Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei''; NSDAP), [[Chanceler da Alemanha|Chanceler do Reich]] (de 1933 a 1945) e ''[[Führer]]'' ("líder") da [[Alemanha Nazista]] de 1934 até 1945. Como [[Ditadura|ditador]] do Reich Alemão, ele foi o principal instigador da [[Segunda Guerra Mundial]] na [[Europa]] e figura central do [[Holocausto]].


Hitler nasceu na [[Áustria]], então parte do [[Áustria-Hungria|Império Austro-Húngaro]], e foi criado na cidade de [[Linz]]. Mudou-se para a Alemanha em 1913 e serviu com distinção no [[Deutsches Heer#Primeira Guerra Mundial (1914–1918)|exército alemão]] durante a [[Primeira Guerra Mundial]]. Juntou-se ao [[Partido Alemão dos Trabalhadores]], precursor do Partido Nazista, em 1919, e tornou-se seu líder em 1921. Em 1923, organizou [[Putsch da Cervejaria|um golpe de estado]] em Munique para tentar tomar o poder. O fracassado golpe resultou na prisão de Hitler. Enquanto preso, ele ditou seu primeiro trabalho literário, a sua autobiografia e manifesto político, ''[[Mein Kampf]]'' ("Minha Luta"). Quando foi solto da cadeia, em 1924, Hitler ganhou apoio popular pela Alemanha com sua forte oposição ao [[Tratado de Versalhes (1919)|Tratado de Versalhes]] e promoveu suas ideias de [[pangermanismo]], [[antissemitismo]] e [[anticomunismo]], com seu carisma e forte [[Propaganda nazi|propaganda]].  Ele frequentemente criticava o sistema [[capitalista]] e [[comunista]] como sendo parte de uma conspiração [[Judeus|judia]]. Em 1933, o Partido Nazista tornou-se o maior partido eleito no [[Reichstag]], com seu líder, Adolf Hitler, sendo apontado [[Chanceler da Alemanha]] no dia 30 de janeiro do mesmo ano.  Após novas eleições, ganhas por sua coalizão, o Parlamento aprovou a [[Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933|Lei habilitante de 1933]], que começou o processo de transformar a [[República de Weimar]] na [[Alemanha Nazista]], uma ditadura de [[Unipartidarismo|partido único]] [[Totalitarismo|totalitária]] e [[Autocracia|autocrática]] de ideologia [[Nazismo|nacional socialista]]. Hitler pregava a eliminação dos judeus da Alemanha e o estabelecimento de uma [[Nova Ordem (nazismo)|Nova Ordem]] para combater o que ele via como "injustiças pós-Primeira Grande Guerra", numa Europa dominada pelos [[Reino Unido|britânicos]] e [[França|franceses]].
Em seus primeiros seis anos no poder, a economia alemã recuperou-se da [[Grande Depressão]], as restrições impostas ao país após a Primeira Guerra Mundial foram ignoradas e territórios na fronteira, lar de milhões de ''[[Volksdeutsche]]'' (alemães étnicos), foram anexados — ações que deram a ele grande apoio popular.  Hitler queria estabelecer o ''[[Lebensraum]]'' ("espaço vital") para o povo alemão. Sua política externa agressiva é considerada um dos motivos que levaram a Europa e o mundo a [[Segunda Guerra Mundial|segunda grande guerra]]. Ele iniciou um grande programa de reindustrialização e [[rearmamento da Alemanha]] em meados da década de 1930 e então, a 1 de setembro de 1939, ordenou a [[invasão da Polônia]], resultando numa declaração de guerra por parte do [[Reino Unido]] e da [[França]] alguns dias depois.  Em junho de 1941, Hitler ordenou [[Operação Barbarossa|a invasão da União Soviética]]. Em meados de 1942, a ''[[Wehrmacht]]'' (as forças armadas nazistas) e as tropas do [[Potências do Eixo|Eixo]] já [[Europa ocupada pela Alemanha Nazista|ocupavam boa parte da Europa continental]], do [[Campanha Norte-Africana|Norte da África]] e quase um-quarto do território soviético. Contudo, após falharem em [[Batalha de Moscou|conquistar Moscou]] e serem derrotados [[Batalha de Stalingrado|em Stalingrado]], as forças nazistas começaram a retroceder. A entrada dos [[Estados Unidos]] na guerra ao lado dos [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] forçou a Alemanha a ficar na defensiva, acumulando uma série de derrotas a partir de 1943. Nos últimos dias do conflito, durante a [[Batalha de Berlim]] em 1945, Hitler se casou com sua amante de longa data, [[Eva Braun]].  No dia 30 de abril de 1945, os dois [[Morte de Adolf Hitler|cometeram suicídio]] para evitar serem capturados pelo [[exército vermelho]]. Seus corpos foram queimados e enterrados. Uma semana mais tarde a Alemanha se rendeu formalmente.
Sob a liderança de Adolf Hitler, com uma [[Nazismo e raça|ideologia racialmente motivada]], o regime nazista perpetrou um dos maiores [[genocídio]]s da história da humanidade, matando pelo menos [[Holocausto#Vítimas|6 milhões de judeus e milhares de outras pessoas]] que Hitler e seus seguidores consideravam como ''[[Untermenschen]]'' ("sub-humanos") e socialmente "indesejáveis". Os nazistas também foram responsáveis pela morte de mais de 19,3 milhões de [[Civil|civis]] e [[Prisioneiro de guerra|prisioneiros de guerra]]. Além disso, no total, 29 milhões de soldados e civis morreram como resultado do conflito na Europa durante a Segunda Guerra Mundial. O número de fatalidades neste conflito foi sem precedentes e ainda é uma das [[Lista de guerras por número de mortos|guerras mais mortais da história]].
== Primeiros anos ==
=== Ancestralidade ===
{{Imagem múltipla
| align = right
| direction = horizontal
| image1 = Alois Hitler in his last years.jpg
| width1 = 155
| caption1 = [[Alois Hitler|Alois]], o pai de Hitler.
| image2 = Klara Hitler.jpg
| width2 = 140
| caption2 = [[Klara Hitler|Klara]], a mãe de Hitler.
}}
Seu pai, [[Alois Hitler]], Sr. (1837–1903) era filho ilegítimo de [[Maria Schicklgruber|Maria Anna Schicklgruber]].{{sfn|Bullock|1999|p=24}} Sua certidão de nascimento não trazia o nome do seu pai, então Alois inicialmente assumiu o sobrenome da mãe, ''Schicklgruber''. Em 1842, [[Johann Georg Hiedler]] se casou com Maria Anna. Alois foi criado na família do irmão de Georg, [[Johann Nepomuk Hiedler]].{{sfn|Maser|1973|p=4}} Em 1876, Alois foi legitimado e seu registro batismal foi mudado por um padre para registrar Johann Georg Hiedler como pai de Alois (registrado como "Georg Hitler").{{sfn|Maser|1973|p=15}}{{sfn|Kershaw|1999|p=5}} Alois assumiu então o sobrenome "Hitler",{{sfn|Kershaw|1999|p=5}} também escrito e soletrado como ''Hiedler'', ''Hüttler'' ou ''Huettler''. O sobrenome ''Hitler'' é provavelmente baseado em "aquele que vive em uma cabana" ([[Língua alemã|alemão]]: ''Hütte'' para "cabana").{{sfn|Jetzinger|1976|p=32}}
O oficial nazista [[Hans Frank]] sugeriu que a mãe de Alois era empregada doméstica em uma casa de uma família [[Judeus|judia]] em [[Graz]], e que o filho de 19 anos desta família, [[Leopold Frankenberger]], seria o pai de Alois.{{sfn|Rosenbaum|1999|p= }} Mas nenhum Frankenberger foi registrado em Graz neste período e nenhum documento comprova a existência de Leopold Frankenberger,{{sfn|Hamann|2010|p=50}} então a maioria dos historiadores consideram que a ideia de que o avô de Hitler era judeu é falsa.{{sfn|Toland|1992|pp=246–247}}{{sfn|Kershaw|1999|pp=8–9}}
=== Infância e educação ===
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-1989-0322-506, Adolf Hitler, Kinderbild retouched.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|180px|Adolf Hitler com aproximadamente um ano de idade (c.&nbsp;1889–90).]]
Adolf Hitler nasceu em 20 de abril de 1889 em [[Braunau am Inn]], uma cidade da [[Áustria-Hungria]] (hoje em dia localizada na [[Áustria]]), próximo a fronteira do [[Império Alemão]].{{sfn|House of Responsibility}} Ele era um dos seis filhos nascidos de Alois Hitler e [[Klara Pölzl]] (1860–1907). Três dos seus irmãos — Gustav, Ida e Otto — morreram ainda na infância.{{sfn|Kershaw|2008|p=3}} Quando Hitler tinha apenas três anos, sua família se mudou para [[Passau]], na Alemanha.{{sfn|Rosmus|2004|p=33}} Lá ele adquiriu [[Língua bávara|um dialeto]] [[Baixa Baviera|bávaro]], que trouxe uma marca reconhecível a sua voz.{{sfn|Keller|2010|p=15}}{{sfn|Hamann|2010|pp=7–8}}{{sfn|Kubizek|2006|p=37}} A família retornou para a Áustria e se assentou em [[Leonding]] em 1894 e em junho de 1895 Alois se aposentou em Hafeld, próximo de [[Lambach (Alta Áustria)|Lambach]], onde ele passou a criar abelhas. Hitler estudou numa ''[[Volksschule]]'' (escola pública) próximo a [[Fischlham]].{{sfn|Kubizek|2006|p=92}}{{sfn|Hitler|1999|p=6}}
A mudança para Hafeld coincidiu com um aumento nos conflitos pai-filho causados pela recusa de Hitler de se conformar à estrita disciplina de sua escola.{{sfn|Fromm|1977|pp=493–498}} A ideia da fazenda de abelhas de Alois Hitler em Hafeld terminou em fracasso e em 1897 a família se mudou para Lambach. Aos oito anos de idade Hitler começou a ter aulas de canto e chegou a se apresentar no coral de sua igreja. Neste período até considerou virar padre.{{sfn|Shirer|1960|pp=10–11}} Em 1898 retornou novamente para Leonding. A morte do seu irmão mais novo, [[Edmund Hitler|Edmund]], devido ao sarampo, em 1900, afetou muito Hitler. Ele mudou de uma pessoa confiável, extrovertida e um aluno consciencioso para um rapaz taciturno e desapegado que batia de frente com seus pais e professores.{{sfn|Payne|1990|p=22}}
[[Ficheiro:Adolf Hitler as a child.jpg|miniaturadaimagem|Hitler em 1899, com nove ou dez anos.]]
Alois havia feito sucesso na carreira como funcionário público da alfândega e queria que seu filho seguisse seus passos.{{sfn|Kershaw|2008|p=9}} Hitler descreveu mais tarde um dia que seu pai o levou até o escritório em que trabalhava, dizendo que este evento que deu origem a um antagonismo irreconciliável entre pai e filho, já que ambos tinham temperamento forte.{{sfn|Hitler|1999|p=8}}{{sfn|Keller|2010|pp=33–34}}{{sfn|Fest|1977|p=32}} Ignorando a vontade do filho de frequentar uma escola clássica e se tornar um artista, Alois enviou Hitler para um ''[[Realschule]]'' (uma [[Ensino secundário|escola secundária]]) em Linz em setembro de 1900.{{efn|name=Realschule}}{{sfn|Kershaw|2008|p=8}} Hitler rebelou-se contra esta decisão e no livro ''[[Mein Kampf]]'' afirmou que propositalmente foi mal na escola, esperando que uma vez que seu pai visse o pouco progresso que fazia na escola técnica ele então o deixaria perseguir seu sonho numa escola artística.{{sfn|Hitler|1999|p=10}}
Como muitos austríacos alemães, Hitler começou a desenvolver ideias [[Nacionalismo alemão|nacionalistas]] [[Pangermanismo|pan-germânicas]] desde muito jovem.{{sfn|Evans|2003|pp=163–164}} Ele expressava apoio a [[Império Alemão|Alemanha]], desprezando a decadente [[Áustria-Hungria|Monarquia de Habsburgo]] e seu império multiétnico.{{sfn|Bendersky|2000|p=26}}{{sfn|Ryschka|2008|p=35}} Hitler e seus amigos cumprimentavam-se com "Heil" e cantavam o "[[Deutschlandlied]]" ao invés do [[Gott erhalte Franz den Kaiser|hino imperial austríaco]].{{sfn|Hamann|2010|p=13}}
Após a repentina morte de Alois em 3 de janeiro de 1903, o desempenho de Hitler na escola deteriorou-se e a mãe dele permitiu que abandonasse os estudos naquele momento.{{sfn|Kershaw|2008|p=10}} Ele então se matriculou em uma ''Realschule'' em [[Steyr]] em setembro de 1904, onde seu comportamento e desempenho escolar melhoraram.{{sfn|Kershaw|1999|p=19}} Em 1905, após passar no exame final, Hitler deixou a escola sem ambições de aprofundar os estudos ou fazer planos de carreira.{{sfn|Kershaw|1999|p=20}}
=== Juventude em Viena e Munique ===
[[Ficheiro:Hitler house in Leonding.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|A casa que Hitler passou parte da sua adolescência, em [[Leonding]], na [[Áustria]] (foto tirada em 1984).]]
Desde 1905, Hitler passou a viver uma vida [[Boémia (estilo de vida)|boêmia]] em [[Viena]], financiada pela pensão de órfão que recebia e do apoio proveniente de sua mãe. Ele teve vários trabalhos, incluindo o de pintor, vendendo [[aquarela]]s de locais turísticos de Viena. A [[Academia de Belas-Artes de Viena|Academia de Belas-Artes]] o rejeitou em 1907 e em 1908, afirmando que ele era "inapto para pintura".{{sfn|Hitler|1999|p=20}}{{sfn|Bullock|1962|pp=30–31}} O diretor da academia sugeriu que Hitler estudasse arquitetura, que também era do seu interesse, mas ele não tinha as qualificações acadêmicas já que ele não tinha terminado a escola secundária.{{sfn|Bullock|1962|p=31}} Em 21 de dezembro de 1907, sua mãe morreu de [[câncer de mama]] aos 47 anos. Hitler acabou ficando sem dinheiro e foi forçado a viver em abrigos para sem-tetos.{{sfn|Bullock|1999|pp=30–33}}
No tempo que vivia lá, Viena era um viveiro de [[preconceito Religioso|preconceito religioso]] e [[racismo]].{{sfn|Shirer|1960|p=26}} O medo de serem sobrepujados por imigrantes vindos do [[leste Europeu]] era grande e o prefeito [[Populismo|populista]] [[Karl Lueger]] explorava a retórica [[anti-semita]] para fins políticos. O nacionalismo alemão estava em alta no distrito de [[Mariahilf]], onde Hitler vivia.{{sfn|Hamann|2010|pp=243–246}} O nacionalista [[Georg Ritter von Schönerer]], que advogava o [[pangermanismo]], anti-semitismo, anti-[[Eslavos|eslavismo]] e anti-catolicismo, era uma grande influência para Hitler.{{sfn|Nicholls|2000|pp=236–237}} Ele lia jornais como o ''Deutsches Volksblatt'' que espalhava [[preconceito]] e cultivava o medo dos [[cristãos]] de serem inundados pelo influxo de judeus do leste.{{sfn|Hamann|2010|pp=341–345}} Hitler também lia jornais que pregavam o [[darwinismo social]] e exploravam algumas das ideias dos filósofos [[Friedrich Nietzsche|Nietzsche]], [[Gustave Le Bon|Le Bon]] e [[Arthur Schopenhauer|Schopenhauer]].{{sfn|Hamann|2010|p=233}} Era hostil ao que ele via como "Germanofobia Católica" e demonstrou admiração por [[Martinho Lutero]].{{sfn|Hamann|2010|p=350}}
[[Ficheiro:Adolf Hitler Der Alte Hof.jpg|miniaturadaimagem|Uma aguarela pintada por Adolf Hitler, em 1914.]]
A origem do antissemitismo de Hitler e a primeira vez que ele a expressou é motivo de debates.{{sfn|Kershaw|1999|pp=60–67}} Ele afirmou no ''Mein Kampf'' que ele se tornou um anti-semita em Viena.{{sfn|Hitler|1999|p=52}} Seu amigo próximo, [[August Kubizek]], afirmou que Hitler era um "convicto anti-semita" antes dele deixar [[Linz]].{{sfn|Shirer|1960|p=25}} Várias fontes dão evidência que Hitler tinha amigos judeus quando jovem no começo da sua estadia em Viena.{{sfn|Hamann|2010|pp=347–359}}{{sfn|Kershaw|1999|p=64}} O historiador [[Richard J. Evans]] diz que "historiadores agora geralmente concordam que seu notório e assassino anti-semitismo surgiu com força após a derrota alemã [na Primeira Grande Guerra], como uma paranoia da ''Dolchstoßlegende'' ([[lenda da punhalada pelas costas]])".{{sfn|Evans|2011}}
Hitler recebeu a parte final da pensão do seu pai em maio de 1913 e se mudou para [[Munique]], no sul da [[Alemanha]].{{sfn|Shirer|1960|p=27}} Historiadores acreditam que ele deixou Viena para fugir do alistamento do [[exército austro-húngaro]].{{sfn|Weber|2010|p=13}} Hitler mais tarde afirmou que não queria servir no exército austríaco devido a alta miscigenação das forças armadas.{{sfn|Shirer|1960|p=27}} Após ser julgado inapto para o serviço — ele falhou em um exame físico em [[Salzburgo]] em 5 de fevereiro de 1914 — retornou para Munique.{{sfn|Shirer|1960|p=27, rodapé}}
=== Primeira Guerra Mundial ===
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-1974-082-44, Adolf Hitler im Ersten Weltkrieg.jpg|miniaturadaimagem|Hitler (''na extrema direita, sentado'') com seus [[camarada]]s do Regimento de Infantaria Bávaro ([[Circa|c.]]&nbsp;1914–18).]]
Quando eclodiu a [[Primeira Guerra Mundial]], Hitler vivia em Munique e, embora fosse um cidadão austríaco, ele se voluntariou no [[Exército Imperial Alemão|Exército]] da [[Baviera]].{{sfn|Kershaw|1999|p=90}} Um relatório feito pelas autoridades bávaras em 1924 diz que Hitler serviu no exército local por erro.{{sfn|Kershaw|1999|p=90}} Ele se juntou ao 16º Regimento Reserva de Infantaria Bávara (1ª Companhia do Regimento),{{sfn|Weber|2010|pp=12–13}}{{sfn|Kershaw|1999|p=90}} servindo como mensageiro na [[Frente Ocidental (Primeira Guerra Mundial)|Frente Ocidental]] na [[França]] e na [[Bélgica]], uma função perigosa, que envolvia exposição a fogo inimigo, em vez da proteção proporcionada por uma [[trincheira]].{{sfn|Kershaw|2008|p=53}} Serviu também parte do tempo no quartel-general do regimento em [[Fournes-en-Weppes]].{{sfn|Kershaw|2008|p=54}}{{sfn|Weber|2010|p=100}} Ele esteve presente nas batalhas [[Primeira Batalha de Ypres|de Ypres]], [[Batalha do Somme|do Somme]] (onde foi ferido), [[Batalha de Arras (1917)|de Arras]] e [[Terceira Batalha de Ypres|de Passchendaele]].{{sfn|Shirer|1960|p=30}} Ele foi condecorado por bravura, recebendo a [[Cruz de Ferro]], de segunda classe, ao fim de 1914.{{sfn|Shirer|1960|p=30}} Sob recomendação do oficial judeu [[Hugo Gutmann]], Hitler recebeu outra medalha, a Cruz de Ferro de primeira classe, em 4 de agosto de 1918, uma condecoração raramente dada a um soldado de sua patente (''[[Gefreiter]]'').{{sfn|Kershaw|2008|p=59}}{{sfn|Weber|2010a}} Ele também recebeu o [[Distintivo de Ferido]] em 18 de maio de 1918.{{sfn|Steiner|1976|p=392}} A folha de serviço de Hitler, no geral, foi exemplar, mas nunca foi promovido além de [[Cabo (militar)|Cabo]], que era a patente mais alta oferecida a um estrangeiro no exército alemão à época.<ref>{{Citar web|url=http://educacao.uol.com.br/biografias/adolf-hitler.jhtm|título=Adolf Hitler – Biografia|publicado=UOL – Educação|acessodata=16 de setembro de 2016}}</ref>
[[Ficheiro:Hitler 1914 1918.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Adolf Hitler como um soldado da [[Primeira Grande Guerra]] (1914–1918).]]
Durante seu serviço no Quartel-general, Hitler continuou seu trabalho como artista, fazendo desenhos e ilustrações para o jornal do exército. Durante a batalha do Somme, em outubro de 1916, ele foi ferido na coxa quando um disparo de artilharia caiu perto de sua posição.{{sfn|Kershaw|2008|p=57}} Hitler passou dois meses em um hospital em [[Beelitz]], retornando ao seu regimento em 5 de março de 1917.{{sfn|Kershaw|2008|p=58}} Em 15 de outubro de 1918, ele foi cegado temporariamente por [[gás mostarda]] durante um ataque e foi hospitalizado em [[Pasewalk]].{{sfn|Kershaw|2008|pp=59, 60}} Enquanto estava lá, Hitler foi informado da derrota da Alemanha. Segundo ele próprio, ao receber esta notícia, sofreu novamente por cegueira devido a tristeza.{{sfn|Kershaw|1999|pp=97, 102}}
Hitler descreveu seu tempo na guerra como "a maior das experiências". Ele foi muito elogiado por seus oficiais superiores devido a bravura que demonstrava.{{sfn|Keegan|1987|pp=238–240}} Sua experiência em combate reforçou seu patriotismo, tornando ele um nacionalista apaixonado. Hitler ficou chocado com a capitulação da Alemanha em novembro de 1918.{{sfn|Bullock|1962|p=60}} Sua amargura a respeito do colapso do esforço de guerra moldou sua ideologia.{{sfn|Kershaw|2008|pp=61, 62}} Como muitos outros nacionalistas alemães e veteranos de guerra, ele acreditava no ''[[Dolchstoßlegende]]'' (a "teoria da punhalada nas costas"), que consistia na ideia de que o [[Exército Imperial Alemão|exército alemão]], "invicto no campo de batalha", fora traído e apunhalado pelas costas pela liderança política civil e pelos [[Marxismo|marxistas]], que mais tarde foram chamados pelos nazistas de "criminosos de novembro".{{sfn|Kershaw|2008|pp=61–63}}
O [[Tratado de Versalhes (1919)|Tratado de Versalhes]] de 1919 julgou que a Alemanha era a única responsável pela guerra e portanto deveria ser severamente punida. O país perdeu várias partes do seu território e a região estratégica da [[Renânia]] foi desmilitarizada. O tratado também impôs pesadas sanções econômicas e exigiu que o país pagasse grandes reparações para as [[Aliados da Primeira Guerra Mundial|nações vencedoras]]. Muitos [[alemães]] viram o tratado como uma humilhação injusta.{{sfn|Kershaw|2008|p=96}} O rancor com o Tratado de Versalhes, junto com a grave crise econômica, social e política do pós-guerra na Alemanha seria explorado por Hitler para fins políticos.{{sfn|Kershaw|2008|pp=80, 90, 92}}
== Início da carreira política ==
[[Ficheiro:Hitler's DAP membership card.png|miniaturadaimagem|A carteira de membro de Hitler do Partido Alemão dos Trabalhadores.]]
Após a primeira guerra mundial, Hitler retornou para [[Munique]].{{sfn|Bullock|1999|p=61}} Sem uma educação formal ou prospectos de carreira, ele decidiu permanecer no exército.{{sfn|Kershaw|1999|p=109}} Em julho de 1919, ele foi apontado como ''Verbindungsmann'' (agente de inteligência) da ''Aufklärungskommando'' (Comando de Reconhecimento) do ''[[Reichswehr]]'' (o novo exército alemão), com o propósito de influenciar outros soldados e se infiltrar no [[Partido Alemão dos Trabalhadores]] (DAP). Enquanto monitorava as atividades do DAP, Hitler foi atraído pelo fundador do partido, [[Anton Drexler]], e sua retórica anti-semita, nacionalista, [[anti-capitalista]] e anti-marxista.{{sfn|Kershaw|2008|p=82}} Drexler favorecia um governo forte e ativo, uma versão não judaica do socialismo (como ele descrevia), e solidariedade entre os membros da sociedade. Impressionado com as capacidades oratórias de Hitler, Drexler o convidou para se juntar ao DAP. Hitler aceitou a 12 de setembro de 1919,{{sfn|Stackelberg|2007|p=9}} se tornando o membro nº 555 (o partido havia começado a contagem de membros no número 500 para dar a impressão de serem maiores do que realmente eram).{{sfn|Mitcham|1996|p=67}}
No DAP, Hitler conheceu [[Dietrich Eckart]], um dos fundadores do partido e membro da [[Ocultismo|ocultista]] [[Sociedade Thule]].{{sfn|Fest|1970|p=21}} Eckart se tornou um dos mentores de Hitler, trocando ideias com ele e o apresentando a alta sociedade de Munique.{{sfn|Kershaw|2008|pp=94, 95, 100}} Para aumentar seu apelo popular, o DAP mudou seu nome para ''Nationalsozialistische Deutsche Arbeiterpartei'' ([[Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães]]; NSDAP, ou Partido Nazista).{{sfn|Kershaw|2008|p=87}} Hitler desenhou a bandeira do partido colocando uma [[suástica]] preta dentro de um círculo branco com um fundo vermelho.{{sfn|Kershaw|2008|p=88}}
Hitler foi formalmente dispensado pelo exército em 31 de março de 1920 e começou a trabalhar em tempo integral no Partido Nazista (NSDAP).{{sfn|Kershaw|2008|p=93}} O quartel-general do partido era em Munique, um viveiro do sentimento nacionalista alemão anti-governo determinado a esmagar o [[marxismo]] e minar a autoridade da [[República de Weimar]].{{sfn|Kershaw|2008|p=81}} Em fevereiro de 1921 — já acostumado a falar para grandes públicos — ele se dirigiu a uma platéia de mais de 6 000 numa noite.{{sfn|Kershaw|2008|p=89}} Para divulgar a reunião, dois caminhões cheios de partidários do seu movimento dirigiram por Munique balançando suásticas e distribuindo panfletos nazistas. Hitler ganhou notoriedade por seus grandes e polêmicos discursos contra o Tratado de Versalhes, rivais políticos e especialmente contra os marxistas-comunistas e os judeus.{{sfn|Kershaw|2008|pp=89–92}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 102-10460, Adolf Hitler, Rednerposen.jpg|esquerda|miniaturadaimagem|Hitler posando para uma câmera durante um discurso, em 1930.]]
Em junho de 1921, enquanto Hitler e Eckart estavam em uma viagem para angariar fundos em [[Berlim]], um motim irrompeu na sede do NSDAP em Munique. Membros do comitê executivo queriam fundir a legenda com os rivais do [[Partido Socialista Alemão]] (DSP), que também era de [[extrema-direita]].{{sfn|Kershaw|2008|pp=100, 101}} Hitler retornou para Munique em 11 de julho e, com raiva, renunciou sua filiação do partido. Os membros do comitê sabiam que a resignação da sua principal figura pública e orador significaria o fim do partido.{{sfn|Kershaw|2008|p=102}} Hitler anunciou que ele retornaria a legenda na condição de que ele substituiria Drexler na liderança do partido e o quartel-general deles permaneceria em Munique.{{sfn|Kershaw|2008|p=103}} O comitê aceitou e ele formalmente retornou ao NSDAP em 26 de julho como o membro nº 3 680. Hitler continuou a enfrentar oposição dentro do próprio NSDAP: entre seus principais oponentes estava [[Hermann Esser]], que fora expulso do partido. Foram impressos mais de 3 000 panfletos criticando Hitler, o acusando de ser um traidor.{{sfn|Kershaw|2008|p=103}}{{efn|name=libel suit}} Nos dias seguintes, Hitler discursou em vários locais (sempre lotados) e se defendeu, atacando Esser, sempre recebendo estrondosos aplausos. Sua estratégia foi bem sucedida e em uma reunião com a cúpula do partido, em 29 de julho, foi concedido a ele poderes absolutos dentro do Partido Nazista, substituindo Drexler, numa votação de 533 a 1.{{sfn|Kershaw|2008|pp=83, 103}}
Os discursos vitriólicos de Hitler na cervejaria de Munique começaram a atrair grandes multidões com muita frequência. Ele utilizava táticas [[Populismo|populistas]], incluindo o uso de [[bode expiatório]]s, no qual ele jogava toda a culpa pelos males que o país atravessava.{{sfn|Bullock|1999|p=376}}{{sfn|Frauenfeld|1937}}{{sfn|Goebbels|1936}} Hitler usava magnetismos pessoais e seu entendimento da psicologia das multidões para se engajar com o público durante os discursos. Ele sabia como falar e o que falar e em qual momento.{{sfn|Kershaw|2008|pp=105–106}}{{sfn|Bullock|1999|p=377}} Historiadores notam o efeito hipnótico da oratória de Hitler, manipulando as massas.{{sfn|Kressel|2002|p=121}} [[Alfons Heck]], um ex membro da [[Juventude Hitlerista]], mais tarde afirmou:
{{citação2|Nós nos irrompemos em um frenesi de orgulho nacionalista que beirava a histeria. Por vários minutos, nós gritávamos a plenos pulmões, com lágrimas caindo dos nossos rotos: ''[[Sieg Heil]], Sieg Heil, Sieg Heil!'' Daquele momento em diante, eu pertencia, de corpo e alma, a Adolf Hitler.{{sfn|Heck|2001|p=23}} }}
Contudo, alguns visitantes que encontraram Hitler em privado notavam que sua aparência e comportamento não eram nada impressionantes.{{sfn|Larson|2011|p=157}}{{sfn|Kershaw|1999|p=367}}
Entre seguidores que o apoiaram desde o início inclui [[Rudolf Hess]], o ex piloto [[Hermann Göring]] e o capitão do exército [[Ernst Röhm]]. Hitler recrutou Röhm para organizar e comandar o grupo [[paramilitar]] conhecido como ''[[Sturmabteilung]]'' (SA), que servia como braço armado do partido, protegendo as reuniões e os líderes nazistas e também atacavam oponentes políticos. Uma influência importante sobre o pensar de Hitler aconteceu durante o período da ''[[Aufbau Vereinigung]]'',{{sfn|Kellogg|2005|p=275}} um grupo conspiratório formado por "[[Movimento Branco|russos brancos]]" (como eram chamados os monarquistas [[Contrarrevolução|contrarrevolucionários]] do antigo [[Império Russo]]) exilados e nacionais socialistas no início. Este grupo, financiado por industrialistas ricos, introduziu a Hitler a ideia de uma conspiração judaica internacional, ligada ao movimento [[bolchevique]].{{sfn|Kellogg|2005|p=203}}
=== Golpe da Cervejaria ===
{{AP|Putsch da Cervejaria}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 102-00344A, München, nach Hitler-Ludendorff Prozess.jpg|miniaturadaimagem|Os réus do julgamento do Putsch da Cervejaria. Da esquerda para a direita: Pernet, Weber, Frick, Kiebel, Ludendorff, Hitler, Bruckner, Röhm e Wagner.]]
Em 1923, Hitler se aproximou do general [[Erich Ludendorff]], que também era veterano da primeira guerra mundial, para tentar tomar o poder na [[Baviera]] através de um golpe (conhecido como "[[Putsch da Cervejaria]]"). O Partido Nazista se inspirou no [[Itália fascista|fascismo italiano]] como modelo para sua aparência, estilo e até políticas. Hitler queria emular a "[[Marcha sobre Roma]]" de [[Benito Mussolini]], feita em 1922, dando seu próprio golpe em Munique, desafiando o governo central em [[Berlim]]. Hitler e Ludendorff buscaram apoio do ''Staatskommissar'' (comissário do estado) [[Gustav Ritter von Kahr]], o ''de facto'' governador da Baviera. Contudo, Kahr, junto com o chefe de polícia [[Hans Ritter von Seisser]] e o general do exército [[Otto von Lossow]], queriam tentar seu próprio golpe e instituir no país uma [[ditadura militar]] sob sua liderança, sem a participação de Hitler.{{sfn|Kershaw|2008|p=126}}
Em 8 de novembro de 1923, Hitler e vários membros da [[Sturmabteilung|SA]] invadiram uma reunião pública, organizada por Kahr, onde 3 000 pessoas estavam reunidas na [[Bürgerbräukeller]], uma grande cervejaria de Munique. Interrompendo o discurso de Kahr, ele anunciou que a revolução nacional havia começado e declarou a formação de um novo governo com Ludendorff.{{sfn|Kershaw|2008|p=128}} Numa sala nos fundos, Hitler, com uma pistola em mãos, exigiu apoio de Kahr, Seisser e Lossow. Eles, temporariamente, concordaram.{{sfn|Kershaw|2008|p=128}} As tropas de Hitler inicialmente conseguiram ocupar o quartel-general do [[Reichswehr]] e da polícia, mas Kahr e seus colegas retiraram seu apoio e fugiram. As forças de segurança da Baviera decidiram não apoiar Hitler.{{sfn|Kershaw|2008|p=129}} No dia seguinte, os nazistas marcharam da cervejaria até o prédio do ministério da guerra bávaro para derrubar o governo local, mas a polícia estava preparada e abriu fogo contra as multidões, dispersando eles.{{sfn|Kershaw|2008|pp=130–131}} Cerca de dezesseis membros do [[Partido Nacional Socialista dos Trabalhadores Alemães|NSDAP]] e quatro policiais morreram no fracassado golpe.{{sfn|Shirer|1960|pp=73–74}}
[[Ficheiro:Mein Kampf dust jacket.jpeg|miniaturadaimagem|Sobrecapa do livro ''[[Mein Kampf]]'' (1926–27).]]
Hitler fugiu para casa de [[Ernst Hanfstaengl]], um membro do partido, e lá chegou a contemplar suicídio.{{sfn|Kershaw|2008|p=132}} Ele estava depressivo mas foi acalmado e acabou sendo preso pelas autoridades locais em 11 de novembro de 1923 sob acusação de [[alta traição]].{{sfn|Kershaw|2008|p=131}} Foi levado a corte popular de Munique e seu julgamento começou em fevereiro de 1924.{{sfn|Munich Court, 1924}} [[Alfred Rosenberg]] assumiu interinamente a liderança do partido. Hitler usou o julgamento em seu benefício, usando a publicidade que a tentativa de golpe fracassada lhe trouxe. Ele discursou em defesa própria e chamou a atenção de muita gente para sua causa. Ainda assim, em 1 de abril, Hitler foi sentenciado a cinco anos de prisão em [[Prisão de Landsberg|Landsberg]].{{sfn|Fulda|2009|pp=68–69}} Lá, ele foi muito bem tratado pelos guardas e foi permitido que recebesse constantes visitas de [[camarada]]s do NSDAP, além de cartas e encomendas de apoiadores. Após ser perdoado pela Suprema Corte da Baviera, foi liberado da cadeia em 20 de dezembro de 1924, sob objeções do procurador-geral do estado.{{sfn|Kershaw|1999|p=239}} Incluindo o tempo da prisão preventiva, Hitler ficou apenas um pouco mais de um ano na prisão.{{sfn|Bullock|1962|p=121}}
Enquanto estava preso em Landsberg, Hitler ditou boa parte do seu livro ''[[Mein Kampf]]'' ("''Minha Luta''"; originalmente chamado de ''Quatro anos e meio de Lutas contra Mentiras, Estupidez e Covardice'') para o seu ajudante, Rudolf Hess.{{sfn|Bullock|1962|p=121}} O livro, dedicado ao membro da [[Sociedade Thule]] e amigo Dietrich Eckart, era uma autobiografia e exposição de suas ideologias. O livro detalhou os planos de Hitler para transformar a sociedade alemã sob apenas uma [[raça]]. Algumas passagens do livro deixavam explicita a ideia de um [[genocídio]].{{sfn|Kershaw|2008|pp=148–149}} Publicado em dois volumes, em 1925 e 1926, vendeu pelo menos 228 000 cópias entre 1925 e 1932. Um milhão de cópias foram vendidas então apenas em 1933, o primeiro ano de Hitler no poder.{{sfn|Shirer|1960|pp=80–81}}
Pouco antes de Hitler poder entrar com um pedido de condicional, o governo da Baviera tentou extraditá-lo para a Áustria.{{sfn|Kershaw|1999|p=237}} Contudo, o [[Chanceler da Áustria]], [[Rudolf Ramek]], recusou o pedido.{{sfn|Kershaw|1999|p=238}} Hitler renunciou sua cidadania austríaca em 7 de abril de 1925.{{sfn|Kershaw|1999|p=238}}
=== Reconstruindo o Partido Nazista ===
No período que Hitler foi solto da cadeia, a situação política na Alemanha havia se tornado menos combativa e a situação da economia havia melhorado, limitando as oportunidades políticas de Hitler para agitação política. Como resultado do golpe fracassado, o Partido Nazista e suas organizações filiadas foram banidas da Baviera . Após um encontro com [[Heinrich Held]], então primeiro-ministro bávaro, em 4 de janeiro de 1925, Hitler concordou em respeitar a autoridade do estado e prometeu que buscaria poder político agora apenas por meios democráticos. Um mês depois da reunião, o Partido Nazista deixou de ser banido e voltou a ativa.{{sfn|Kershaw|2008|pp=158, 161, 162}} Hitler, contudo, foi barrado de fazer discursos públicos mas este banimento foi suspenso também em 1927.{{sfn|Kershaw|2008|pp=162, 166}}{{sfn|Shirer|1960|p=129}} Para avançar suas ambições políticas, apesar destes contratempos, Hitler nomeou [[Gregor Strasser]], [[Otto Strasser]] e [[Joseph Goebbels]] para organizar e fazer crescer o Partido Nazista no norte da Alemanha. Um grande organizador, Gregor Strasser dirigiu um curso político mais independente, enfatizando os elementos socialistas do programa do partido.{{sfn|Kershaw|2008|pp=166, 167}}
Em 29 de outubro de 1929, na [[Terça-Feira Negra]], a [[bolsa de valores]] dos [[Estados Unidos]] quebrou. O impacto atingiu o mundo todo, inclusive a Alemanha. Várias empresas fecharam as portas, resultando em milhares de desempregados. Bancos faliram, causando um colapso parcial do sistema financeiro da nação. Hitler e os nazistas tomaram vantagem da situação emergencial para angariar apoio ao partido. Eles prometeram ao povo repudiar o Tratado de Versalhes, fortalecer a economia e garantir empregos e oportunidades.{{sfn|Shirer|1960|pp=136–137}}
== Ascensão ao poder ==
{{AP|Ascensão de Hitler ao poder}}
=== Governo Brüning ===
A [[Grande Depressão]] providenciou a Hitler uma ótima oportunidade política. Os alemães estavam ambivalentes sobre a [[república parlamentarista]], que enfrentava forte oposição de extremistas de [[Extrema-esquerda|esquerda]] e [[Extrema-direita|direita]]. Já os partidos moderados não conseguiam competir com os radicais. No [[Referendo Alemão de 1929|referendo de 1929]], o povo alemão votou, por grande maioria, repudiar o pagamento de reparações de guerra estipulados no Tratado de Versalhes. A ideologia nazista, neste período, ganhou muito apoio popular.{{sfn|Kolb|1988|p=105}} As [[Eleição federal alemã de 1930|eleições de setembro de 1930]] resultou na quebra da "grande coalizão", substituindo a administração do país por um governo de minoria. O chanceler [[Heinrich Brüning]], do [[Partido do Centro Alemão|Partido do Centro]], governava a nação por meio de [[Estado de emergência|decretos emergenciais]] do presidente [[Paul von Hindenburg]]. Governar por decreto acabou pavimentando o caminho para uma forma de governo mais [[Autoritarismo|autoritarista]].{{sfn|Halperin|1965|p=403 ''et. seq''}} O Partido Nazista saiu da obscuridade e conquistou 18,3% dos votos (ou 6,409,600 de pessoas) e 107 assentos no parlamento nas eleições de 1930, tornando-se a segunda maior bancada no [[Reichstag]].{{sfn|Halperin|1965|pp=434–446 ''et. seq''}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 119-0289, München, Hitler bei Einweihung "Braunes Haus".jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Hitler com membros do Partido Nazista no prédio Brown, em Munique, em dezembro de 1930.]]
Hitler teve uma participação proeminente no julgamento de dois [[Oficial (militar)|oficiais]] do [[Reichswehr]], os tenentes Richard Scheringer e Hans Ludin, ao fim de 1930. Eles foram acusados de serem membros do Partido Nazista (filiação partidária era proibida aos militares).{{sfn|Wheeler-Bennett|1967|p=218}} A acusação disse que os nazistas eram extremistas, e o advogado de defesa, [[Hans Frank]], chamou Hitler para testemunhar.{{sfn|Wheeler-Bennett|1967|p=216}} Em 25 de setembro de 1930, Hitler afirmou novamente que buscaria poder político apenas pela via democrática.{{sfn|Wheeler-Bennett|1967|pp=218–219}} Seu discurso neste julgamento chamou atenção do corpo de oficiais do exército e muitos lá passaram a apoia-lo.{{sfn|Wheeler-Bennett|1967|p=222}}
As medidas de austeridade do chanceler Brüning trouxe poucos resultados e eram tremendamente impopulares.{{sfn|Halperin|1965|p=449 ''et. seq''}} Hitler explorou isso em suas mensagens políticas para o povo, falando especialmente as classes mais baixas que eram mais extensamente afetadas pela [[hiperinflação]] e a retração econômica. Assim, os nazistas conquistaram bastante apoio de fazendeiros, veteranos de guerra e trabalhadores da [[classe média]].{{sfn|Halperin|1965|pp=434–436, 471}}
Apesar de Hitler ter renunciado a sua cidadania austríaca em 1925, demorou cerca de sete anos para ele se tornar cidadão alemão. Isso significava que, na prática, ele era um [[apátrida]] e não podia se candidatar a um cargo público e até podia ser deportado.{{sfn|Shirer|1960|p=130}} Em 25 de fevereiro de 1932, o ministro do interior de Brunswick, [[Dietrich Klagges]], que era membro do Partido Nazista, nomeou Hitler como administrador da delegação do estado para o [[Reichsrat]] em Berlim, fazendo de Hitler um cidadão de Brunswick,{{sfn|Hinrichs|2007}} e assim um alemão.{{sfn|Halperin|1965|p=476}}
Em 1932, agora como pleno cidadão alemão, Hitler concorreu contra [[Paul von Hindenburg]] nas [[Eleição presidencial na Alemanha em 1932|eleições presidenciais]]. A 27 de janeiro de 1932, ele fez um discurso no Clube Industrial de [[Düsseldorf]] e lá conquistou apoio dos principais empresários industrialistas alemães.{{sfn|Halperin|1965|pp=468–471}} Hindenburg tinha apoio de vários partidos nacionalistas, monarquistas, católicos e [[Republicanismo|republicanos]], e até mesmo dos [[Partido Social-Democrata da Alemanha|Sociais Democratas]]. Hitler usou como slogan de campanha a frase "''Hitler über Deutschland''" ("Hitler sobre a Alemanha"), uma referência as suas ambições políticas e sua campanha, sendo que ele viajava muito de aeronave pelo país.{{sfn|Bullock|1962|p=201}} Ele foi um dos primeiros políticos a usar viagens do avião para fins políticos e utilizava este método rápido de viagem de forma eficiente.{{sfn|Hoffman|1989}}{{sfn|Kershaw|2008|p=227}} Hitler terminou em segundo lugar nesta eleição, ganhando cerca de 36% dos votos (ou 13,418,517 de pessoas). Apesar dele ter perdido o pleito para Hindenburg, esta eleição estabeleceu Hitler como uma figura forte na política alemã.{{sfn|Halperin|1965|pp=477–479}}
=== Indicação para Chanceler ===
A ausência de um governo eficiente fez com que dois políticos influentes, [[Franz von Papen]] e [[Alfred Hugenberg]], juntos com vários industrialistas e empresários, escrevessem uma carta para Hindenburg. Os signatários pediram para o presidente apontar Adolf Hitler como líder do governo "independente dos partidos parlamentares", dizendo que isso iria "encantar milhões de pessoas".{{sfn|Letter to Hindenburg, 1932}}{{sfn|Fox News, 2003}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-1972-026-11, Machtübernahme Hitlers.jpg|miniaturadaimagem|Hitler, na janela da [[Chancelaria do Reich]], sendo ovacionado por seus apoiadores na sua investidura como [[Chanceler da Alemanha|Chanceler]], em 30 de janeiro de 1933.]]
Hindenburg desprezava Hitler, mas foi ficando sem opções, com o governo no Parlamento a beira do colapso, sem base política para se sustentar. Relutantemente, o presidente decidiu concordar em indicar Hitler para o cargo de [[Chanceler da Alemanha|chanceler]] ([[chefe de governo]]) após duas turbulentas eleições parlamentares — em julho e novembro de 1932 — que não tinham conseguido formar um governo de maioria. Hitler liderou uma coalizão, que durou pouco tempo, formada pelo Partido Nazista e os apoiadores de Alfred Hugenberg do [[Partido Popular Nacional Alemão]] (DNVP). Em 30 de janeiro de 1933, um novo gabinete foi formado e oficializado no escritório do presidente Hindenburg. O Partido Nazista ganhou três postos no governo: Hitler passou a ser o chanceler, [[Wilhelm Frick]] o Ministro do Interior do país e [[Hermann Göring]] o Ministro do Interior da [[Prússia]].{{sfn|Shirer|1960|p=184}} Hitler queria estes postos ministeriais pois ele almejava controlar por completo a polícia alemã.{{sfn|Evans|2003|p=307}}
=== Incêndio do Reichstag e eleições de março ===
Como chanceler, Hitler trabalhou para impedir que os oponentes do Partido Nazista se unificassem e tentassem formar um governo de coalizão de maioria contra ele. A oposição, contudo, não conseguia se unificar, com os comunistas e socialistas não se entendendo com os partidos sociais democratas de esquerda. Com o impasse político se acentuando no Reichstag, Hitler pediu para o presidente Hindenburg dissolver o parlamento e convocar novas eleições para março. Em 27 de fevereiro de 1933, o prédio do [[Palácio do Reichstag|Reichstag]] [[Incêndio do Reichstag|pegou fogo]] e ficou parcialmente destruído. Hermann Göring culpou os [[Comunismo|comunistas]] pelo atentado. De fato, um comunista [[Países Baixos|holandês]] [[Marinus van der Lubbe]] foi capturado dentro do edifício.{{sfn|Bullock|1962|p=262}} De acordo com o historiador britânico Sir [[Ian Kershaw]], o consenso entre os acadêmicos era que van der Lubbe possivelmente foi mesmo o responsável pelo incêndio.{{sfn|Kershaw|1999|pp=456–458, 731–732}} Outros, contudo, incluindo [[William L. Shirer]] e [[Alan Bullock]], e acreditam que os próprios nazistas foram os responsáveis, em uma [[operação de bandeira falsa]].{{sfn|Shirer|1960|p=192}}{{sfn|Bullock|1999|p=262}} Por insistência de Hitler, Hindenburg aprovou o [[Decreto do Incêndio do Reichstag]] de 28 de fevereiro de 1933, que suspendeu vários [[direitos civis]] e permitiu que o governo fizesse prisões sem mandato judicial. O decreto era permitido devido ao Artigo 48 da [[Constituição de Weimar]], que dava ao presidente poderes emergenciais para proteger a população e manter a ordem pública.{{sfn|Shirer|1960|pp=194, 274}} As atividades do [[Partido Comunista da Alemanha|Partido Comunista Alemão]] (KPD) foram reprimidas e mais de 4 000 comunistas foram presos.{{sfn|Shirer|1960|p=194}}
Além da campanha política, o Partido Nazista engajou em violência [[paramilitar]] nas ruas e espalhou propaganda [[anticomunista]] antes das próximas eleições. No dia do pleito, a 6 de março de 1933, os nazistas conquistaram 43,9% dos votos (ou 17,277,180 de pessoas) e se tornaram o maior partido no Parlamento. Ainda assim, o partido de Hitler não tinha maioria absoluta para formar um governo de maioria, necessitando fazer outra coalizão com o [[Partido Popular Nacional Alemão|DNVP]].{{sfn|Bullock|1962|p=265}}
=== Dia de Potsdam e Lei habilitante de 1933 ===
{{AP|Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-S38324, Tag von Potsdam, Adolf Hitler, Paul v. Hindenburg.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Adolf Hitler cumprimentando o presidente Paul von Hindenburg no Dia de Potsdam, em 21 de março de 1933.]]
Em 21 de março de 1933, o novo Reichstag foi constituído com uma cerimônia feita na Igreja Garrison em [[Potsdam]]. Este "Dia de Potsdam" deveria demonstrar a unidade entre o movimento nazista e a velha elite [[prussia]]na e militar. Hitler utilizava um [[fraque]] e humildemente e com toda a reverência cumprimentou o presidente Hindenburg.{{sfn|City of Potsdam}}{{sfn|Shirer|1960|pp=196–197}}
Para conquistar controle político total, apesar de não ter maioria absoluta no parlamento, o governo de Hitler levou para votação no recém eleito Reichstag o projeto de lei ''Ermächtigungsgesetz'' ([[Lei de Concessão de Plenos Poderes de 1933|Lei habilitante de 1933]]). A lei, oficialmente chamada ''Gesetz zur Behebung der Not von Volk und Reich'' ("Lei para Redimir a angústia do Povo e do Reich"), deu a Hitler e seu gabinete de governo o poder de passar leis sem o consentimento do Parlamento por um período de quatro anos. Estas leis (com certas exceções) não eram contempladas pela constituição.{{sfn|Shirer|1960|p=198}}
Já que iria afetar a constituição, a Lei Habilitante precisava da aprovação de dois-terços do parlamento para passar. Deixando nada ao acaso, os nazistas utilizaram provisões aprovadas no [[Decreto do Incêndio do Reichstag]] para prender 81 deputados comunistas{{sfn|Evans|2003|p=335}} e impediram que muitos parlamentares de esquerda, como os Sociais Democratas, participassem da votação.{{sfn|Shirer|1960|p=196}}
Em 23 de março de 1933, o Reichstag se reuniu na Casa de Ópera Kroll sob circunstâncias turbulentas. Linhas de homens da [[Sturmabteilung|SA]] serviam como guardas dentro do prédio, enquanto grandes grupos de opositores da proposta gritavam slogans de discórdia e ameaças durante a chegada dos parlamentares no prédio.{{sfn|Bullock|1999|p=269}} A posição do [[Partido do Centro Alemão|Partido do Centro]], a terceira maior legenda do Reichstag, era decisiva. Após Hitler verbalmente prometer a [[Ludwig Kaas]], o líder deste partido, que Hindenburg reteria o poder de veto, Kaas anunciou que seus correligionários apoiariam a Lei Habilitante. No final, a lei passou por 441 votos a 84, com todos os partidos, exceto os Sociais Democratas, votando a favor (os comunistas foram impedidos de participar). A Lei Habilitante, junto com o Decreto do [[Incêndio do Reichstag]], transformou, legalmente, o governo de Adolf Hitler em uma ''[[de facto]]'' [[ditadura]].{{sfn|Shirer|1960|p=199}}
=== Expansão final dos poderes ===
{{citação2|Sob o risco de parecer estar falando besteira eu te digo que o [[Nazismo|Nacional Socialismo]] durará mais de 1 000 anos! […] Não se esqueça como o povo riu de mim quinze anos atrás quando eu declarei que um dia governaria a Alemanha. Eles riem agora, de forma igualmente tola, quando eu digo que vou manter o poder!{{sfn|''Time'', 1934}}|Adolf Hitler em uma entrevista para um correspondente britânico em Berlim, em junho de 1934.}}
Tendo alcançado poder legislativo e executivo total, Hitler e seus aliados iniciaram o processo de reprimir a oposição. O Partido Social Democrata foi banido e seus bens apreendidos.{{sfn|Shirer|1960|p=201}} Enquanto várias lideranças de sindicatos estavam em Berlim para as atividades do [[Dia de Maio]], soldados das [[Sturmabteilung|SA]] atacaram escritórios dos líderes de sindicatos por todo o país. Em 2 de maio de 1933 todos os sindicatos foram dissolvidos e seus presidentes foram presos. Muitos foram enviados para os recém abertos [[Campo de concentração|campos de concentração]], onde os nazistas passaram a aprisionar os seus oponentes políticos.{{sfn|Shirer|1960|p=202}} A [[Frente Alemã para o Trabalho]], uma organização que visava representar todos os trabalhadores, administradores e donos de companhias, foi criada refletindo o conceito nazista de ''[[Volksgemeinschaft]]'' ("comunidade do povo").{{sfn|Evans|2003|pp=350–374}}
[[Ficheiro:Adolf Hitler-1933.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Em 1934, Hitler se tornou o Chefe de Estado da Alemanha sob o título de ''[[Führer]] und Reichskanzler'' ("Líder e Chanceler do Reich").]]
Ao fim de junho, vários partidos, não só de esquerda, passaram a ser dissolvidos. Isto incluiu o antigo parceiro de coalizão dos Nazistas, o [[Partido Popular Nacional Alemão|DNVP]]; com a ajuda dos paramilitares da SA, Hitler forçou o seu líder, Alfred Hugenberg, a renunciar em 29 de junho. Duas semanas depois, o Partido Nazista foi declarado o único partido legal na Alemanha.{{sfn|Evans|2003|pp=350–374}}{{sfn|Shirer|1960|p=201}} A ascensão da SA como uma força política e militar causava ansiedade entre as elites militares, industriais e políticas na Alemanha. Em resposta, Hitler decidiu expurgar a liderança da SA na chamada "''[[Noite das facas longas|Nacht der langen Messer]]''" (a "Noite das facas longas"), que aconteceu de 30 de junho a 2 de julho de 1934.{{sfn|Kershaw|2008|pp=309–314}} Hitler mirou no seu velho amigo [[Ernst Röhm]] e em outros líderes da SA que, junto com outros adversários políticos (como Gregor Strasser e [[Kurt von Schleicher]]), foram presos e executados.{{sfn|Tames|2008|pp=4–5}} Enquanto várias nações e muitos alemães ficaram chocados com os assassinatos, a maioria da população da Alemanha acreditava que estas ações eram simplesmente Hitler restaurando a ordem no país.{{sfn|Kershaw|2008|pp=313–315}} O presidente Hindenburg, então prestes a completar 87 anos de idade, ficou desorientado ao ser informado sobre o massacre.<ref>''Os Grandes Líderes: Hitler.'' Autor: Dennis Wepman. Editora [[Nova Cultural]], 1987, pág. 51. (25 de outubro de 2016).</ref>
Em 2 de agosto de 1934, o presidente [[Paul von Hindenburg]] faleceu. No dia anterior, o gabinete de governo aprovou a "Lei sobre o Mais Alto Cargo do Reich",{{sfn|Overy|2005|p=63}} que afirmava que, caso Hindenburg morresse, o cargo de presidente seria abolido e seus poderes seriam fundidos aos do [[chanceler da Alemanha]]. Hitler, então, tornou-se tanto [[chefe de estado]] quanto de [[Chefe de governo|governo]], sendo formalmente chamado agora de ''[[Führer]] und Reichskanzler'' ("Líder e Chanceler").{{sfn|Shirer|1960|pp=226–227}} Assim, ele derrubou o único remédio legal que poderia remove-lo do cargo. Sua ditadura estava agora firmemente estabelecida.{{sfn|Shirer|1960|p=229}}
Como chefe de estado, Hitler se tornou o [[comandante em chefe]] das [[Wehrmacht|forças armadas]]. O tradicional juramento de lealdade feito pelos militares passou a ser um [[Juramento de Hitler|voto de lealdade pessoal a Hitler]].{{sfn|Bullock|1962|p=309}} Em 19 de agosto, a fusão da presidência e da chancelaria foi aprovada por quase 90% da população mediante [[Referendo Alemão de 1934|plebiscito]].{{sfn|Shirer|1960|p=230}}
[[Ficheiro:Standarte Adolf Hitlers.svg|miniaturadaimagem|Estandarte pessoal de Adolf Hitler.]]
No começo de 1938, Hitler usou de chantagem para consolidar seu poder sobre os militares instigando o [[Caso Blomberg-Fritsch]]. Hitler forçou seu ministro da guerra, o marechal [[Werner von Blomberg]], a renunciar usando um dossiê que dizia que a nova esposa de Blomberg já tinha sido uma prostituta.{{sfn|Kershaw|2008|pp=392, 393}}{{sfn|Shirer|1960|p=312}} O comandante do exército, o coronel-general [[Werner von Fritsch]] foi removido do seu cargo também após a ''[[Schutzstaffel]]'' (SS) produzir alegações de que ele tinha tido [[Homossexuais na Alemanha Nazista|uma relação homossexual]] no passado.{{sfn|Kershaw|2008|pp=393–397}} Na verdade, ambos estes homens haviam caído em desgraça com Hitler quando eles se opuseram a ordem do ''Führer'' para a ''[[Wehrmacht]]'' se preparar para uma guerra até 1938.{{sfn|Shirer|1960|p=308}} Hitler substituiu o ministério da guerra pelo ''[[Oberkommando der Wehrmacht]]'' (''OKW'', ou "Alto Comando das Forças Armadas"), sob a chefia do general [[Wilhelm Keitel]]. No mesmo dia, dezesseis generais foram demitidos dos seus cargos e outros quarenta e quatro foram transferidos; todos estes homens eram suspeitos de não serem tão pró-nazismo.{{sfn|Shirer|1960|pp=318–319}} Em fevereiro de 1938, mais doze generais foram afastados dos seus cargos.{{sfn|Kershaw|2008|pp=397–398}}
Hitler queria dar a sua ditadura toda a aparência de legalidade. Várias das leis que ele passou eram protegidas pelo Decreto do Incêndio do Reichstag e assim respeitando o Artigo 48 da [[Constituição de Weimar]]. O Parlamento renovou a Lei de Habilitante mais duas vezes, cada uma por um período de quatro anos.{{sfn|Shirer|1960|p=274}} Enquanto eleições para o Reichstag continuaram (em 1933, 1936 e 1938), era apresentado aos eleitores uma lista com candidatos nazistas e pró-nazistas, que levaram em cada eleição pelo menos 90% dos votos válidos.{{sfn|Read|2004|p=344}} A votação não era secreta; os nazistas ameaçavam com duras represálias quem votasse contra ou aqueles que pretendessem não votar.{{sfn|Evans|2005|pp=109-111}}
== Ditador da Alemanha ==
{{AP|Alemanha Nazi}}
=== Economia e cultura ===
{{AP|Economia da Alemanha nazista}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 102-04062A, Nürnberg, Reichsparteitag, SA- und SS-Appell.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Uma cerimônia em honra aos mortos (''Totenehrung'') feita no Salão da Honra (''Ehrenhalle'') na [[Áreas de desfile do partido nazista|área de desfile do Partido Nazista]], em [[Nurembergue]], setembro de 1934.]]
Em agosto de 1934, Hitler nomeou o presidente do ''[[Reichsbank]]'', [[Hjalmar Schacht]], como o novo Ministro da Economia e no ano seguinte, iniciou os processos de reforma econômica para preparar o país para a guerra.{{sfn|McNab|2009|p=54}} A reconstrução e [[Rearmamento da Alemanha|rearmamento]] do país foram financiados pelas leis Mefo-Wechsel, imprimindo dinheiro e tomando bens de pessoas presas como inimigos do Estado, incluindo milhares de judeus.{{sfn|Shirer|1960|pp=259–260}} O número de desempregados caiu de seis milhões em 1932 para menos de um milhão em 1936.{{sfn|Shirer|1960|p=258}} Hitler supervisionou um extenso programa de reorganização e melhorias da infraestrutura da Alemanha, levando a construção de represas, [[autobahn]]s, ferrovias e outras obras públicas. De início os salários caíram no final da década de 1930, enquanto o [[custo de vida]] aumentou.{{sfn|Shirer|1960|p=262}} Porém a média salarial voltou a subir em 1939, com o alemão comum trabalhando com uma jornada de 47 a 50 horas semanais.{{sfn|McNab|2009|pp=54–57}}
O governo de Hitler patrocinou várias obras de [[Arquitetura Nazista|arquitetura]] em imensa escala. [[Albert Speer]], instrumental em implementar a reinterpretação do Führer da cultura alemã, foi colocado na liderança da [[Welthauptstadt Germania|proposta de renovação arquitetônica de Berlim]].{{sfn|Speer|1971|pp=118–119}} Em 1936, Hitler participou da cerimônia de abertura dos [[Jogos Olímpicos de Verão de 1936|Jogos Olímpicos de Verão]] na [[Berlim|capital alemã]].<ref>[[Arnd Krüger]]: ''The Nazi Olympics of 1936'', Kevin Young & Kevin B. Wamsley (eds.): Global Olympics. Historical and Sociological Studies of the Modern Games. Oxford: Elsevier 2005, 43 – 58 ISBN 0-7623-1181-9.</ref>
=== Rearmamento e novas alianças ===
{{AP|Potências do Eixo|Pacto Tripartite|Rearmamento da Alemanha}}
Em  3 de fevereiro de 1933, durante uma reunião com a liderança militar alemã, Hitler falou que a "conquista do ''[[Lebensraum]]'' no Leste e a implacável ''Germanização''" eram seus objetivos principais de política externa.{{sfn|Weinberg|1970|pp=26–27}} Em março, o príncipe Bernhard Wilhelm von Bülow, secretário do [[Ministério das Relações Exteriores da Alemanha|''Auswärtiges Amt'']] (Ministério de Relações Exteriores), emitiu uma declaração dos principais objetivos de política externa do país: o ''[[Anschluss]]'' com a [[Áustria]], a restauração das fronteiras nacionais de 1914 da Alemanha, rejeição de todas as restrições militares impostas pelo Tratado de Versalhes, devolução das [[Colonização alemã de África|colônias alemãs na África]] e a criação de uma zona de influência alemã na Europa Oriental. Hitler achava, na verdade, os objetivos de Bülow modestos demais.{{sfn|Kershaw|1999|pp=490–491}} Em discursos feitos na época, ele afirmou que suas políticas eram pacíficas e estava disposto a trabalhar dentro dos acordos internacionais.{{sfn|Kershaw|1999|pp=492, 555–556, 586–587}} Na sua primeira reunião de gabinete em 1933, Hitler priorizou aumento de gastos com os militares.{{sfn|Carr|1972|p=23}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-B23938, Adolf Hitler, Benito Mussolini.jpg|miniaturadaimagem|Adolf Hitler e [[Benito Mussolini]] (direita) se encontrando em 1943. A Itália e a Alemanha assinaram um acordo de cooperação e aliança em outubro de 1936.]]
Hitler retirou a [[Alemanha Nazi|Alemanha]] da [[Liga das Nações]] e da [[Conferência para o Desarmamento em Genebra]] em outubro de 1933.{{sfn|Kershaw|2008|p=297}} Em janeiro de 1935, mais de 90% da população de [[Sarre|Saarland]], até então sob administração da Liga das Nações, votou num plebiscito por se unir a Alemanha.{{sfn|Shirer|1960|p=283}} Em março, Hitler anunciou que a ''[[Wehrmacht]]'' seria expandida para mais de 600 000 membros — seis vezes mais que o número permitido pelo Tratado de Versalhes — incluindo o desenvolvimento de uma nova força aérea (''[[Luftwaffe]]'') e o aumento da marinha de guerra (''[[Kriegsmarine]]''). O [[Reino Unido]], a [[França]], a [[Itália]] e outros países da Liga das Nações protestaram contra o rearmamento alemão em violação do tratado, mas nada fizeram para impedi-lo.{{sfn|Messerschmidt|1990|pp=601–602}}{{sfn|Martin|2008}} O [[Acordo Naval Anglo-Germânico]] de 18 de junho de 1935 permitiu que a tonelagem da marinha alemã aumentasse para 35% daquele da marinha britânica. Hitler chamara tal acordo com os ingleses de "o melhor dia da minha vida", acreditando que este acordo seria o primeiro passo para a aliança anglo-germânica que ele havia previsto no ''Mein Kampf''.{{sfn|Hildebrand|1973|p=39}} A França e a Itália não foram consultadas a respeito deste entendimento, minando diretamente a Liga das Nações e jogando o Tratado de Versalhes no caminho da irrelevância.{{sfn|Roberts|1975|p= }}
Sob ordens do Führer, a Alemanha [[Remilitarização da Renânia|reocupou]] a zona desmilitarizada da [[Renânia]] em março de 1936, em uma nova violação direta do Tratado de Versalhes. Hitler também enviou tropas para a [[Espanha]] em apoio ao [[Francisco Franco|General Franco]] durante a sangrenta [[guerra civil espanhola]] após receber um pedido de ajuda dos [[Espanha Nacionalista|nacionalistas espanhóis]] em julho de 1936. Ao mesmo tempo, Hitler continuou com seu esforço de criar uma aliança Anglo-Germânica.{{sfn|Messerschmidt|1990|pp=630–631}} Em agosto de 1936, em resposta a um princípio de crise econômica devido aos gastos com o rearmamento, Hitler ordenou que Göring implementasse o [[Plano de Quatro Anos|Vierjahresplan]] ("Plano de Quatro Anos") para preparar a Alemanha para a guerra nos próximos quatro anos.{{sfn|Overy, ''Origins of WWII Reconsidered''|1999}} O plano previa uma luta total entre os "Judeus-Bolchevistas" e o nazismo alemão, onde Hitler pretendia prosseguir com o rearmamento do país independente do custo econômico.{{sfn|Carr|1972|pp=56–57}}
O conde [[Galeazzo Ciano]], ministro de relações exteriores do governo de [[Benito Mussolini]], declarou um [[Potências do Eixo|eixo]] [[Alemanha Nazista|Alemanha]] e [[Itália Fascista|Itália]], e em 25 de novembro de 1936, os alemães assinaram o [[Pacto Anticomintern]] com o [[Império do Japão|Japão]]. Reino Unido, [[República da China (1912–1949)|China]], Itália e Polônia também foram convidados para se unir a este pacto, que tinha como propósito defender as nações do [[comunismo]], mas apenas os italianos aceitaram, assinando o acordo em 1937. Hitler abandonou seu plano de uma aliança Anglo-Germânica, culpando a "inadequada" liderança política britânica.{{sfn|Messerschmidt|1990|p=642}}
Em uma reunião na [[Chancelaria do Reich]] com seus ministros de estado e chefes militares, em novembro de 1936, Hitler voltou a falar de suas intenções de estabelecer o ''[[Lebensraum]]'' para o [[Alemães|povo alemão]]. Ele ordenou que preparações fossem feitas para uma guerra no leste, para começar, no mais cedo, em 1938 ou no mais tardar em 1943.{{sfn|Aigner|1985|p=264}} Ele acreditava que a queda no padrão de vida na Alemanha como resultado de uma crise econômica poderia apenas ser parada por uma agressão militar para [[Anschluss|anexar a Áustria]] e [[Ocupação alemã da Checoslováquia|ocupar a Tchecoslováquia]].{{sfn|Messerschmidt|1990|pp=636–637}}{{sfn|Carr|1972|pp=73–78}} Hitler exigiu ações rápidas antes que a França e o Reino Unido passassem a frente na [[corrida armamentista]].{{sfn|Messerschmidt|1990|pp=636–637}} No começo de 1938, na sequência do Caso Blomberg-Fritsch, Hitler tomou controle total do aparato das políticas externas e militares, apontando a si mesmo como ''Oberster Befehlshaber der Wehrmacht'' ("comandante supremo das forças armadas").{{sfn|Overy, ''Origins of WWII Reconsidered''|1999}} De 1938 em diante, Hitler fazia uma política externa que, em última análise, destinava-se à guerra.{{sfn|Messerschmidt|1990|p=638}}
{{clear}}
== Segunda Guerra Mundial ==
=== Sucessos diplomáticos iniciais ===
==== Aliança com o Japão ====
[[Ficheiro:Matsuoka visits Hitler.jpg|miniaturadaimagem|Hitler e o ministro de relações exteriores japonês, [[Yōsuke Matsuoka]], em uma reunião em Berlim em março de 1941. Entre os dois pode ser visto [[Joachim von Ribbentrop]].]]
Em fevereiro de 1938, seguindo o conselho do seu novo ministro de relações exteriores, o conde [[Joachim von Ribbentrop]], Hitler começou a encerrar a [[Cooperação Sino-Germânica (1911–1941)|Aliança Sino-Alemã]] com a [[República da China (1912–1949)|República da China]] para então firmar uma maior cooperação com o mais poderoso e moderno [[Império do Japão]]. Hitler anunciou que reconhecia a região de [[Manchukuo]], o [[estado fantoche]] ocupado pelos japoneses da [[Manchúria]], e que renunciava as reivindicações sobre as antigas colônias alemãs na Ásia, que foram ocupados pelo Japão após a primeira guerra mundial.{{sfn|Bloch|1992|pp=178–179}} O führer alemão ordenou o fim do envio de carregamentos de armas para a China e chamou de volta todos os oficiais alemães trabalhando com o exército chinês.{{sfn|Bloch|1992|pp=178–179}} Em retaliação, o general [[Chiang Kai-shek]] (de facto líder da China) cancelou todos os acordos econômicos entre os países, privando a Alemanha de muitas matérias primas vindas necessárias.{{sfn|Plating|2011|p=21}}
==== Áustria e Tchecoslováquia ====
Em 12 de março de 1938, Hitler anunciou a unificação da [[Áustria]] com a [[Alemanha Nazista]] (o ''[[Anschluss]]'').{{sfn|Butler|Young|1989|p=159}} A anexação austríaca foi rápida e sem percalços.{{sfn|Bullock|1962|p=434}} Ele então virou sua atenção para a [[Alemães dos Sudetos|população etnicamente alemã]] na região dos [[Sudetos#Os sudetos|Sudetos]] na [[Tchecoslováquia]].{{sfn|Overy|2005|p=425}}
Entre 28 e 29 de março de 1938, Hitler teve várias reuniões secretas em Berlim com [[Konrad Henlein]] do ''Sudetendeutsche Partei'', o maior partido pan-germânico dos [[Sudetos]]. Os dois concordaram que Henlein passaria a exigir do governo tchecoslovaco mais autonomia para os [[alemães dos Sudetos]], assim dando um motivo para intervenção militar alemã no país. Em abril de 1938, Henlein disse para o ministro de relações exteriores da [[Hungria]] que "não importa o que o governo tcheco ofereça, ele aumentaria as exigências […] ele queria sabotar um entendimento de toda a forma porque essa era a única maneira de explodir a Tchecoslováquia rapidamente".{{sfn|Weinberg|1980|pp=334–335}} Em privado, Hitler considerava a região dos sudetos como não muito importante; seu principal objetivo era conquistar a Tchecoslováquia e tomar o controle de sua forte indústria.{{sfn|Weinberg|1980|pp=338–340}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 137-004055, Eger, Besuch Adolf Hitlers.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Outubro de 1938: Hitler (em pé na sua Mercedes) sendo saudado pela população de [[Cheb]] ({{lang-de|link=no|Eger}}), na parte de maioria [[Alemães|alemã]] do [[Sudetos]] na região da [[Tchecoslováquia]], que foi anexada a Alemanha após a assinatura do [[Acordo de Munique]].]]
Ainda em abril de 1938, Hitler ordenou que o quartel-general das forças armadas (o OKW) preparasse um plano, o ''[[Fall Grün]]'' ("Caso Verde"), para a invasão da Tchecoslováquia.{{sfn|Weinberg|1980|p=366}} Como resultado de intensa pressão diplomática por parte dos franceses e britânicos, a 5 de setembro, o presidente tchecoslovaco [[Edvard Beneš]] anunciou o "quarto plano" para reorganização constitucional do seu país, cedendo as exigências de Henlein a respeito da autonomia dos Sudetos.{{sfn|Weinberg|1980|pp=418–419}} Alemães tchecos simpatizantes dos nazistas passaram então organizar protestos e ações contra o governo, enfrentando a polícia tcheca, forçando a declaração de lei marcial nos Sudetos.{{sfn|Kee|1988|pp=149–150}}{{sfn|Weinberg|1980|p=419}}
A Alemanha dependia muito da importação de [[petróleo]]; então confronto com a Grã-Bretanha a respeito da Tchecoslováquia poderia resultar em um embargo de combustível aos alemães. Isso forçou Hitler a cancelar o plano ''Fall Grün'', que estava sendo planejado para outubro de 1938.{{sfn|Murray|1984|pp=256–260}} Em 29 de setembro, Hitler, [[Neville Chamberlain]], [[Édouard Daladier]] e Mussolini se reuniram em Munique e firmaram [[Acordo de Munique|um acordo]], que deu o controle dos distritos dos Sudetos para a Alemanha.{{sfn|Bullock|1962|p=469}}{{sfn|Overy, ''The Munich Crisis''|1999|p=207}}
Chamberlain ficou satisfeito com os resultados da conferência de Munique, afirmando que significava "''[[Paz para o nosso tempo|peace for our time]]''" ("Paz para o nosso tempo"), enquanto Hitler estava irritado a respeito da oportunidade perdida para a guerra em 1938;{{sfn|Kee|1988|pp=202–203}}{{sfn|Weinberg|1980|pp=462–463}} ele expressou este desapontamento em um discurso feito em 9 de outubro em [[Saarbrücken]].{{sfn|Messerschmidt|1990|p=672}} Segundo ele, a paz feita pelos britânicos, apesar de favorável para os termos alemães, foi uma derrota diplomática que estragou seus planos de limitar o poder britânico na [[Europa Continental]] para abrir caminho para o poder da Alemanha no leste.{{sfn|Messerschmidt|1990|pp=671, 682–683}}{{sfn|Rothwell|2001|pp=90–91}} Como resultado da Conferência de Munique, Hitler foi nomeado pela revista ''[[Time (revista)|Time]]'' como o "[[Pessoa do Ano (revista Time)|Homem do Ano]]" de 1938.{{sfn|''Time'', January 1939}}
Ao fim de 1938 e começo de 1939, para evitar uma crise econômica, devido aos altos gastos do governo, Hitler anunciou cortes no orçamento de defesa.{{sfn|Murray|1984|p=268}} No seu discurso de "Exportar ou Morrer" de 30 de janeiro de 1939, ele anunciou seus planos de aumentar as exportações da Alemanha e o comércio internacional para pagar pelas tão necessárias matérias primas (como [[minério de ferro]]) para completar a reconstrução das forças armadas. Ao fim da década de 1930, a economia alemã voltou a crescer com força total e sua indústria se tornou uma das mais poderosas do mundo, com a Alemanha retomando seu posto de grande centro tecnológico e de inovação.{{sfn|Murray|1984|p=268}}
Em 15 de março de 1939, em violação do Acordo de Munique, Hitler ordenou que a Wehrmacht invadisse [[Praga]] e ocupassem a [[Boêmia]] e a [[Moravia]], proclamando a criação de [[Protetorado da Boêmia e Morávia|um protetorado na região]].{{sfn|Murray|1984|pp=268–269}} Um dos motivos desta invasão era a necessidade crônica de matérias primas para suprir a economia alemã e impedir uma nova crise.{{sfn|Shirer|1960|p=448}}
=== Começo da Segunda Guerra Mundial ===
Em discussões privadas em 1939, Hitler declarou que o [[Reino Unido]] era o principal inimigo do país e que a [[Segunda República Polonesa|Polônia]] deveria ser obliterada como preludio para a guerra com os ingleses.{{sfn|Weinberg|1980|p=562}} O flanco leste da Alemanha tinha que estar seguro e terras da ''[[Lebensraum]]'' adicionadas ao país.{{sfn|Weinberg|1980|pp=579–581}} Em 31 de março de 1939, o governo britânico "garantiu" apoio para um Estado polonês independente e isso irritou os nazistas. Hitler afirmou: "Vou preparar-lhes uma bebida do diabo".{{sfn|Maiolo|1998|p=178}} Em um discurso em [[Wilhelmshaven]] para o lançamento do navio de guerra ''[[Tirpitz (couraçado)|Tirpitz]]'', em 1 de abril, ele ameaçou romper o [[Acordo Naval Anglo-Germânico]] se os britânicos continuassem a dispensar apoio para os poloneses, numa política que ele descreveu como um "cerco".{{sfn|Maiolo|1998|p=178}} Para os nazistas, a Polônia deveria virar um [[estado satélite]] alemão ou deveria ser neutralizada para garantir a segurança do flanco esquerdo do Reich para impedir um bloqueio inglês.{{sfn|Messerschmidt|1990|pp=688–690}} Hitler inicialmente favorecia a ideia de criar estados satélites nas fronteiras, mas após a rejeição do governo polonês para algum tipo de acordo, ele decidiu que iria invadir o país e fez disso seu objetivo de política externa para 1939.{{sfn|Weinberg|1980|pp=537–539, 557–560}} Em 3 de abril, Hitler ordenou que as forças armadas preparassem um plano, o ''[[Fall Weiss (1939)|Fall Weiss]]'' ("Caso Branco"), para atacar a Polônia.{{sfn|Weinberg|1980|pp=537–539, 557–560}} Em um discurso para o Reichstag, em 28 de abril, ele renunciou tanto o Acordo Naval Anglo-Germânico como o [[Pacto de não agressão germano-polonês]].{{sfn|Weinberg|1980|p=558}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-2001-0706-501, Warschau, Walther v. Brauchitsch, Adolf Hitler.jpg|miniaturadaimagem|Hitler e o marechal de campo [[Walther von Brauchitsch]] em 1939.]]
Hitler estava preocupado que um ataque militar contra a Polônia poderia causar uma guerra prematura contra o Reino Unido.{{sfn|Messerschmidt|1990|pp=688–690}}{{sfn|Robertson|1985|p=212}} O ministro de relações exteriores da Alemanha e ex embaixador em Londres, [[Joachim von Ribbentrop]], garantiu que nem a Grã-Bretanha ou a França iriam honrar seus acordos para proteger a Polônia.{{sfn|Bloch|1992|p=228}}{{sfn|Overy|Wheatcroft|1989|p=56}} Assim, em 22 de agosto de 1939, Hitler ordenou uma mobilização militar contra os poloneses.{{sfn|Kershaw|2008|p=497}}
O plano de invasão da Polônia necessitava do apoio tácito da [[União Soviética]], a principal potência do leste europeu.{{sfn|Robertson|1963|pp=181–187}} É firmado então um pacto de não-agressão entre os alemães e os soviéticos (o [[Pacto Molotov-Ribbentrop]]), que também firmava, com o ditador russo [[Joseph Stalin]], um acordo secreto para partição do território polonês entre as duas nações.{{sfn|Evans|2005|p=693}} Ao contrário do que Ribbentrop havia prevido, contudo, os britânicos assinaram um tratado de aliança com a Polônia, em 25 de agosto de 1939. Isso, junto com notícias de que a Itália de Mussolini não iria honrar o [[Pacto de Aço]] para ajudar a Alemanha, fez com que Hitler adiasse seus planos para fazer guerra, de 25 de agosto para 1 de setembro.{{sfn|Bloch|1992|pp=252–253}} Hitler não conseguiu garantir a neutralidade britânica ao oferecer a Londres um pacto de não-agressão em 25 de agosto; ele então instruiu Ribbentrop para apresentar um plano de paz de última hora numa tentativa de botar a culpa da guerra na inação polonesa e britânica.{{sfn|Weinberg|1995|pp=85–94}}{{sfn|Bloch|1992|pp=255–257}}
Em 1 de setembro de 1939, a Alemanha [[Invasão da Polônia|invadiu a Polônia]] pelo oeste sob o pretexto de que lhes havia sido negado acesso a [[Cidade Livre de Danzig]] e ao território do [[Corredor polonês]], regiões que pertenciam aos alemães antes do Tratado de Versalhes.{{sfn|Weinberg|1980|pp=561–562, 583–584}} Em resposta, o Reino Unido e a França declararam guerra a Alemanha em 3 de setembro, surpreendendo Hitler. O ditador alemão teria então se irritado com Ribbentrop e se virou para ele e gritou "E agora?"{{sfn|Bloch|1992|p=260}} Para sua sorte, os britânicos e franceses não agiram imediatamente, e em 17 de setembro, [[Exército Vermelho|tropas soviéticas]] [[Invasão soviética da Polónia|invadiram a Polônia]] pelo leste.{{sfn|Hakim|1995}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-S55480, Polen, Parade vor Adolf Hitler.jpg|miniaturadaimagem|Hitler em revista as [[Wehrmacht|tropas alemãs]] durante a [[invasão da Polônia]], em setembro de 1939.]]
A Polônia foi conquistada em apenas um mês. O que se seguiu foi um período chamado de "[[Guerra de Mentira]]" ou ''Sitzkrieg'' ("guerra sentada"). Hitler instruiu então que os dois [[Gauleiter]]s da Polônia, [[Albert Forster]] (do [[Reichsgau Danzig Westpreußen]]) e [[Arthur Greiser]] (do [[Reichsgau Wartheland]]), a iniciar o processo de "[[germanização]]" dos territórios ocupados, "sem querer saber" como isso seria alcançado.{{sfn|Rees|1997|pp=141–145}} Os alemães então começaram um brutal processo de [[limpeza étnica]] contra a população polonesa, mirando especialmente na população judaica local.{{sfn|Rees|1997|pp=141–145}} Greiser reclamou com Hitler que Forster estava aceitando milhares de poloneses como "racialmente" alemães, ameaçando a "pureza racial" pregada pelo nazismo. Hitler não se interessou em se envolver. Esse tipo de inação fazia parte de um dos estilos de trabalhar do Führer: Hitler dava instruções vagas e esperava que seus subordinados agissem em suas próprias políticas.{{sfn|Rees|1997|pp=141–145}}
Outra disputa começou com Heinrich Himmler e Greiser, que advogavam políticas de limpeza racial, contra Hermann Göring e Hans Frank (Governador do [[Governo Geral]] da [[Ocupação da Polónia (1939–1945)|Polônia ocupada]]), que queriam transformar o território polonês no "celeiro" do Reich, utilizando mão de obra local escrava.{{sfn|Rees|1997|pp=148–149}} Em 12 de fevereiro de 1940, Hitler decidiu por favorecer a visão de Göring e Frank, que terminou com as deportações em massa que não eram boas para a economia.{{sfn|Rees|1997|pp=148–149}} A partir de maio de 1940, milhares de poloneses passaram a ser usados como [[escravo]]s para suprir a máquina de guerra da Alemanha.{{sfn|Rees|1997|pp=148–149}} Hitler elogiou os planos de Himmler e iniciou uma política para lidar com os judeus na Polônia, dando início ao [[Holocausto]] em território polonês.{{sfn|Rees|1997|pp=148–149}}
[[Ficheiro:Hitler, Speer y Breker en París, 23 de junio de 1940.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Hitler durante sua visita a cidade de [[Paris]], logo após a queda da cidade. Ele esta acompanhado por [[Albert Speer]] (esquerda) e o escultor [[Arno Breker]] (direita), em 23 de junho de 1940.]]
No começo de 1940, Hitler começou a engrossar as defesas no oeste da Alemanha e a convocar tropas para campanhas militares. Em abril, forças alemãs [[Operação Weserübung|invadiram e tomaram de assalto]] a [[Noruega]] e a [[Dinamarca]]. No dia 9 desse mês, Hitler proclamou o [[Grande Reich Germânico]], sua visão de um império unificado de todas as nações germânicas da Europa, com os [[holandeses]], [[flamengos]] e [[escandinavos]] se juntando a política de "pureza racial" sob a liderança alemã.{{sfn|Winkler|2007|p=74}} Em maio de 1940, a Alemanha [[Batalha de França|atacou a França]], e conquistou [[Ocupação alemã de Luxemburgo|Luxemburgo]], a [[Batalha dos Países Baixos|Holanda]] e a [[Batalha da Bélgica|Bélgica]]. Essas vitórias convenceram Mussolini a trazer a [[Itália]] para a guerra ao lado dos alemães a 10 de junho. Sem alternativa, os franceses decidiram pedir a cessação das hostilidades. A França e a Alemanha assinaram [[Armistício de 22 de junho de 1940|um armistício]] em 22 de junho.{{sfn|Shirer|1960|pp=696–730}} [[Arthur Greiser]] afirmou que a popularidade de Hitler – e o apoio a guerra – dentre o povo alemão chegou ao seu auge em 6 de julho de 1940, quando Hitler voltou para Berlim após visitar [[Paris]]. Milhares de pessoas foram nas ruas para saudar o [[Führer]].{{sfn|Kershaw|2008|p=562}} Após as vitórias rápidas nas frentes de batalha, Adolf Hitler promoveu doze generais para a patente de [[marechal de campo]].{{sfn|Deighton|2008|pp=7–9}}{{sfn|Ellis|1993|p=94}}
Os britânicos, cujas tropas foram derrotadas na [[batalha de Dunquerque]] e tiveram que evacuar de forma desesperada da França através da [[operação Dínamo]],{{sfn|Shirer|1960|pp=731–737}} continuaram a lutar na [[Batalha do Atlântico]] junto com seus [[Commonwealth|Domínios ultramarinos]]. Hitler chegou a fazer propostas de paz para o líder britânico, [[Winston Churchill]], mas este rejeitou, jurando lutar até a morte. Irritado, Hitler ordenou uma série de ataques aéreos para destruir as bases da [[Força Aérea Real|força área britânica]] e seus postos de radar no sul da [[Inglaterra]]. A [[Luftwaffe]] (força aérea nazista) falhou em derrotar a aviação inglesa no que ficou conhecido como "a [[Batalha da Grã-Bretanha]]".{{sfn|Shirer|1960|pp=774–782}} Ao fim de outubro de 1940, Hitler percebeu que já não dava mais para garantir a superioridade aeronaval sobre a Inglaterra e decidiu por adiar indefinidamente a invasão das ilhas britânicas (a [[Operação Leão Marinho]]), e então ordenou uma enorme [[Blitz|campanha de bombardeios aéreos punitivos]] contra várias cidades britânicas, como [[Londres]], [[Plymouth (Devon)|Plymouth]] e [[Coventry]].{{sfn|Kershaw|2008|pp=563, 569, 570}}
Em 27 de setembro de 1940, o [[Pacto Tripartite]] foi assinado em Berlim com [[Saburō Kurusu]] do [[Império do Japão]], Hitler e o ministro de relações exteriores italiano, Galeazzo Ciano.{{sfn|Kershaw|2008|p=580}} O acordo de cooperação se expandiu, abrangendo a [[Reino da Hungria|Hungria]], a [[Romênia]] e a [[Reino da Bulgária|Bulgária]], formando o [[Potências do Eixo|Eixo]]. A tentativa de Hitler [[Negociações sobre a adesão da União Soviética ao Eixo|de integrar a União Soviética ao bloco anti-britânico]] falhou em novembro. Então, em busca de novas regiões para conquistar novas matérias primas (principalmente minério de ferro e petróleo), foi iniciado o planejamento de invasão do território soviético.{{sfn|Roberts|2006|pp=58–60}}
Na primavera de 1941, a guerra ia bem para a Alemanha e a popularidade de Hitler estava mais alta do que nunca. A [[Wehrmacht]] enviou o ''[[Afrika Korps]]'' para o norte da África para [[Campanha Norte-Africana|tomar a região]] e abrir caminho para um ataque ao [[Oriente Médio]]. Em fevereiro, os alemães [[Operação Sonnenblume|chegaram na Líbia]] para apoiar os italianos. Em abril, Hitler mandou tropas para [[Campanha dos Balcãs (Segunda Guerra Mundial)|os Bálcãs]] e [[Invasão da Iugoslávia|invadiu a Iugoslávia]], movendo-se logo em seguida para [[Batalha da Grécia|conquistar a Grécia]].{{sfn|Kershaw|2008|pp=604–605}} Por ordens do Führer, [[Guerra Anglo-Iraquiana|os alemães ajudaram os iraquianos a lutar contra os britânicos]] e depois [[Batalha de Creta|invadiram e conquistaram a ilha de Creta]].{{sfn|Kurowski|2005|pp=141–142}}
=== Caminho para a derrota ===
Em 22 de junho de 1941, quebrando o Pacto de não agressão firmado em 1939, cerca de 4 milhões de soldados do Eixo invadiram a União Soviética.{{sfn|Jones|1989}} Esta ofensiva (codinome [[Operação Barbarossa]]) tinha como objetivo destruir o Estado soviético e assumir o controle dos seus abundantes recursos naturais para alimentar a máquina de guerra nazista contra o Ocidente.{{sfn|Glantz|2001|p=9}}{{sfn|Koch|1988}} O ataque inicial foi um sucesso, com as forças alemãs conquistando várias regiões, incluindo a região Báltica, a [[Bielorrússia]] e o oeste da [[Ucrânia]]. Em agosto de 1941, as forças do Eixo avançaram mais de 500&nbsp;km dentro do território soviético. Logo após as tropas nazistas terem derrotado o [[exército vermelho]] na [[Batalha de Smolensk (1941)|Batalha de Smolensk]], Hitler ordenou que o [[Grupo de Exércitos Centro]] temporariamente se detivesse nas cercanias de Moscou e enviou tropas para cercar [[Cerco a Leninegrado|Leninegrado]] e [[Batalha de Kiev|Kiev]].{{sfn|Stolfi|1982}} Seus generais discordaram disso, preferindo ter focado suas forças em avançar contra a capital russa. Hitler manteve-se irredutível e as lideranças militares da Wehrmacht começaram a questionar a estratégia da guerra.{{sfn|Wilt|1981}}{{sfn|Evans|2008|p=202}} Esta parada deu tempo para o exército soviético se reorganizar e mobilizar suas reservas; a decisão de Hitler de atrasar o ataque contra Moscou é creditada como um dos maiores erros táticos do conflito. Em novembro de 1941 Hitler finalmente ordenou que a ofensiva contra Moscou recomeçasse mas o avanço [[Batalha de Moscou|terminou em desastre em dezembro]].{{sfn|Stolfi|1982}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-1987-0703-507, Berlin, Reichstagssitzung, Rede Adolf Hitler.jpg|miniaturadaimagem|Hitler [[Declaração de guerra da Alemanha Nazi contra os Estados Unidos|na declaração de guerra contra os Estados Unidos]] no [[Palácio do Reichstag|Reichstag]], em 11 de dezembro de 1941.]]
Em 7 de de dezembro de 1941, o [[Império do Japão|Japão]] lançou um [[Ataque a Pearl Harbor|ataque contra a base americana]] de [[Pearl Harbor]], no [[Havaí]]. Quatro dias mais tarde, Hitler [[Declaração de guerra da Alemanha Nazi contra os Estados Unidos|declarou guarra contra os Estados Unidos]]. Seus conselheiros, como o seu ministro de relações exteriores, o conde Ribbentrop, tentaram dissuadi-lo disso, mas Hitler achava que confrontar os americanos poderia trazer apoio dos japoneses na sua luta contra a União Soviética, mas Tóquio estava ocupado demais lutando na [[Guerra do Pacífico]]. Para muitos historiadores, esta decisão foi mais um erro de cálculo de Hitler.{{sfn|Shirer|1960|pp=900–901}}
Em 18 de dezembro de 1941, Himmler perguntou a Hitler, "O que fazer com os judeus da Rússia?" e recebeu como resposta: "''als Partisanen auszurotten''" ("extermine-os como [[partisan]]s").{{sfn|Bauer|2000|p=5}} O historiador israelense [[Yehuda Bauer]] afirma que esta ordem é provavelmente a coisa mais perto que os acadêmicos chegaram de encontrar uma ordem específica de [[genocídio]] por parte do Führer durante o Holocausto.{{sfn|Bauer|2000|p=5}}
Em setembro de 1942, no norte da África, as forças alemãs foram derrotadas na [[segunda batalha de El Alamein]],{{sfn|Shirer|1960|p=921}} estragando os planos de Hitler de tomar o [[Canal de Suez]] e o [[Oriente Médio]]. Ainda superconfiante de suas capacidades devido as suas vitórias militares em 1940, Hitler começou a nutrir desconfiança do alto-comando do exército e começou a interferir com mais frequência nas decisões táticas, o que não foi bom para o esforço de guerra.{{sfn|Kershaw|2000b|p=417}} Entre dezembro de 1942 e janeiro de 1943, Hitler se recusou a acatar qualquer conselho dado a ele e deu ordens para que o [[6.º Exército (Alemanha)|6º Exército Alemão]], preso em [[Stalingrado]], no sul da Rússia, não se retirasse e lutasse até as últimas consequências. A decisão foi desastrosa, com as tropas alemãs [[Batalha de Stalingrado|sendo derrotadas]] e sofrendo pesadas baixas. Mais de 200 000 soldados do Eixo foram mortos e outros 235 000 foram feitos prisioneiros (incluindo 91 mil alemães).{{sfn|Evans|2008|pp=419–420}} Após outro revés na [[Batalha de Kursk]], meses mais tarde,{{sfn|Shirer|1960|p=1006}} o julgamento de Hitler se tornou mais errático, com a posição econômica e militar alemã se deteriorando, assim como a própria saúde de Adolf Hitler.{{sfn|BBC News, 1999}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-1969-071A-03, Hitler-Attentat vom 20. Juli 1944.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Hitler, na [[Wolfsschanze|Toca do Lobo]], mostrando ao ditador italiano Benito Mussolini a sala destruída no [[Atentado de 20 de julho]].]]
Após a [[invasão aliada da Sicília]] em meados de 1943, Mussolini é [[25 Luglio|removido do cargo]] de [[primeiro-ministro da Itália]], após receber um voto de desconfiança do [[Grande Conselho do Fascismo]], com apoio do rei [[Vítor Emanuel III da Itália|Vítor Emanuel III]]. O marechal [[Pietro Badoglio]] assumiu o controle do governo e logo começou a negociar a rendição do seu país para os Aliados. Enfurecido, Hitler ordenou que a Wehrmacht invadisse a Itália, [[Campanha da Itália|prologando os combates]] naquela nação.{{sfn|Shirer|1960|pp=996–1000}} Enquanto isso, na [[Frente Leste (Segunda Guerra Mundial)|frente leste]], entre 1943 e 1944, os exércitos da União Soviética empurravam as forças de Hitler para trás. Em 6 de junho de 1944, os [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados]] ocidentais abriram a tão esperada segunda frente, desembarcando no norte da França com uma grande invasão [[Guerra anfíbia|anfíbia]], a [[Operação Overlord]].{{sfn|Shirer|1960|p=1036}} Muitos oficiais do [[exército alemão]] concluíram então que a derrota era inevitável e que continuar sob a liderança de Hitler levaria a destruição completa da Alemanha.{{sfn|Speer|1971|pp=513–514}}
Entre 1939 e 1945, vários alemães [[Tentativas de assassinato de Adolf Hitler|tentaram assassinar Hitler]], fracassando todas as vezes.{{sfn|Kershaw|2008|pp=544–547, 821–822, 827–828}} A maioria aconteceu dentro da Alemanha e a [[resistência alemã]] ganhou mais força com o passar do tempo, quando a derrota parecia mais eminente.{{sfn|Kershaw|2008|pp=816–818}} Em 1944 foi organizado o [[atentado de 20 de julho]], através da [[Operação Valquíria]], planejado pelo coronel [[Claus von Stauffenberg]] que plantou uma bomba no quartel-general do Führer, a [[Wolfsschanze|Toca do Lobo]] (''Wolfsschanze''), em [[Kętrzyn|Rastenburg]]. Hitler sobreviveu com alguns poucos ferimentos. Mais de 4 900 alemães foram mortos nas represálias nazistas.{{sfn|Shirer|1960|loc=§&nbsp;29}}
=== Derrota e morte ===
{{AP|Morte de Adolf Hitler}}
Ao fim de 1944, o [[exército vermelho]] e os [[Aliados da Segunda Guerra Mundial|Aliados Ocidentais]] (principalmente os [[Estados Unidos]], o [[Reino Unido]] e a [[França Livre]]) continuavam avançando a todo o vapor contra a Alemanha. [[Paris]] havia sido libertada e o exército alemão havia quase que completamente sido expulso da França, da [[Bélgica]] e [[Holanda]]. Na Itália, as forças [[Nazifascismo|nazifascistas]] também recuavam para o norte, mas o principal perigo estava no leste, com Stalin tomando os países da Europa oriental um a um. Assim, reconhecendo a força e determinação dos soviéticos, Hitler decidiu que seria quebrando as linhas do inimigo [[Frente Ocidental (Segunda Guerra Mundial)|no Ocidente]] que a maré da guerra poderia mudar em favor dos alemães. Ele então começou a planejar um ataque contra os americanos e ingleses.{{sfn|Weinberg|1964}} Em 16 de dezembro, os nazistas lançaram a [[Batalha das Ardenas|Ofensiva das Ardenas]] para tentar desunir os Aliados e talvez convence-los assim a parar de lutar.{{sfn|Crandell|1987}} Apesar de sucessos iniciais, a batalha das Ardenas terminou em fracasso e as últimas reservas de homens e máquinas da Alemanha foi perdida.{{sfn|Bullock|1962|p=778}} No começo de 1945, a situação dos alemães era precária. Aviões aliados bombardeavam o país dia e noite, deixando várias cidades alemãs e seus principais centros industriais em ruínas. O exército estava em frangalhos e pouco podiam fazer a não ser recuar em todas as frentes de batalha. Hitler falou então no rádio ao povo alemão: "Mesmo sendo grave a crise neste momento, ela irá, apesar de tudo, ser domada por nossa vontade inalterável."{{sfn|Rees|Kershaw|2012}} Hitler nutria esperanças de que a morte do presidente americano [[Franklin D. Roosevelt]] pudesse resultar em paz no Ocidente em 12 de abril de 1945, mas nada aconteceu e a determinação dos Aliados permaneceu forte.{{sfn|Crandell|1987}}{{sfn|Bullock|1962|pp=753, 763, 780–781}} Agindo conforme sua visão de que os fracassos militares alemães significavam abrir mão do seu direito de sobreviver como nação, Hitler ordenou a destruição da infraestrutura industrial e tecnológica alemã, para que estes não caíssem em mãos dos Aliados.{{sfn|Bullock|1962|pp=774–775}} O ministério dos armamentos, sob a liderança de Albert Speer, recebeu ordens de adotar uma política de [[terra arrasada]], mas tais instruções secretamente não foram obedecidas.{{sfn|Bullock|1962|pp=774–775}}{{sfn|Sereny|1996|pp=497–498}}
Em 20 de abril, no seu aniversário de 56 anos, Hitler saiu pelo última vez do ''[[Führerbunker]]'', em [[Berlim]], para a superfície. No meio do jardim arruinado da Chancelaria do Reich, enquanto as bombas caíam, ele participou de uma cerimônia para entregar medalhas [[Cruz de Ferro]] para [[crianças soldados]] da [[Juventude Hitlerista]], que agora eram (junto com a [[Volkssturm]]) a última linha de defesa alemã.{{sfn|Beevor|2002|p=251}} Em 21 de abril, as tropas do marechal [[Gueorgui Júkov]] derrotaram as forças do general [[Gotthard Heinrici]] na [[batalha de Seelow]] e começaram a [[Batalha de Berlim|atacar as cercanias de Berlim]].{{sfn|Beevor|2002|pp=255–256}} Em negação da situação precária, Hitler acreditava que o destacamento ''Armeeabteilung Steiner'', sob comando do general [[Felix Steiner]], da [[Waffen SS]], poderia vir do norte e se juntar ao [[9.º Exército (Alemanha)|9º Exército]], do general [[Theodor Busse]], para atacar os russos em um [[movimento de pinça]].{{sfn|Le Tissier|2010|p=45}}
{{multiple image
| align    = right
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| image1    = Bundesarchiv Bild 183-V00538-3, Karl Dönitz, Adolf Hitler.jpg
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| caption1  = Hitler encontrando com o almirante [[Karl Dönitz]], que o sucederia interinamente como presidente do Reich após sua morte.
| image2    = Stars & Stripes & Hitler Dead2.jpg
| width2    = 150
| caption2  = O jornal das [[Forças Armadas dos Estados Unidos|forças armadas americanas]], o ''Stars and Stripes'', em 2 de maio de 1945, anunciando a morte de Hitler.
}}
Durante uma conferência com seus líderes militares em seu bunker, em 22 de abril de 1945, Hitler perguntou se Steiner já tinha começado o seu ataque. Porém falaram a ele que a ofensiva sequer tinha começado e que as tropas soviéticas já estavam marchando por Berlim. Hitler pediu então para que todos exceto [[Wilhelm Keitel]], [[Alfred Jodl]], [[Hans Krebs (general)|Hans Krebs]] e [[Wilhelm Burgdorf]] deixassem a sala e então começou a gritar irritado.{{sfn|Dollinger|1995|p=231}} Ele afirmou que a liderança das forças armadas eram incompetentes e traidoras e, pela primeira vez, declarou que "tudo estava perdido".{{sfn|Jones|1989}} Hitler anunciou que permaneceria em Berlim até o amargo final e não seria capturado vivo, preferindo se suicidar.{{sfn|Beevor|2002|p=275}}
Em 23 de abril, o exército vermelho cercava completamente Berlim e já havia tomado alguns pontos estratégicos na cidade.{{sfn|Ziemke|1969|p=92}} [[Joseph Goebbels]], agora praticamente o segundo no comando do [[Alemanha Nazi|III Reich]], fez uma declaração para que o povo berlinense pegasse em armas para defender a cidade.{{sfn|Dollinger|1995|p=231}} No mesmo dia, Hermann Göring enviou um telegrama para [[Berchtesgaden]], falando que Hitler estava isolado em Berlim e que ele, Göring, assumiria o comando da Alemanha afirmando que o Führer logo estaria incapacitado.{{sfn|Bullock|1962|p=787}} Hitler respondeu ordenando a prisão de Göring e tirando dele todas as suas posições no governo.{{sfn|Bullock|1962|pp=787, 795}}{{sfn|Butler|Young|1989|pp=227–228}} Em 28 de abril, Hitler descobriu que [[Heinrich Himmler]], chefe das [[Schutzstaffel|SS]], havia deixado a capital oito dias antes e estava tentando negociar a paz com os Aliados Ocidentais.{{sfn|Kershaw|2008|pp=923–925, 943}}{{sfn|Bullock|1962|p=791}} Ele ordenou que Himmler também fosse preso e autorizou a execução de [[Hermann Fegelein]] (o representante de Himmler no QG do Führer). Enquanto isso, Hitler (que naquela altura já tinha perdido a noção da realidade, movendo exércitos imaginários no seu mapa), ordenou que o general [[Walther Wenck]] atacasse e quebrasse o cerco a Berlim, mas ele foi detido em [[Potsdam]] e, contrariando ordens do Führer, retirou-se com seus soldados para o Oeste e, logo depois, rendeu-se aos [[Estados Unidos|americanos]], enterrando qualquer possibilidade de salvar a capital alemã.{{sfn|Bullock|1962|pp=792, 795}}
Perto da meia-noite de 29 de abril, Hitler se casou com a sua amante de longa data [[Eva Braun]] em uma pequena cerimonia dentro do ''[[Führerbunker]]''. Após um café da manhã com sua nova esposa, Hitler ditou [[Testamento político de Adolf Hitler|seu testamento político]] para sua secretária particular [[Traudl Junge]].{{sfn|Beevor|2002|p=343}}{{efn|name=will and marriage}} O evento foi testemunhado e os documentos assinados por Krebs, Burgdorf, Goebbels e [[Martin Bormann]].{{sfn|Bullock|1962|p=795}} Logo depois, na parte da tarde, Hitler foi informado da [[Morte de Benito Mussolini|execução de Mussolini]], que havia sido preso e torturado antes de morrer, e depois teve seu corpo pendurado em praça pública para ser cuspido pela população. Isso aumentou a determinação de Hitler de se suicidar para evitar a captura e deu ordens específicas para que seu cadáver fosse queimado e seus restos escondidos.{{sfn|Bullock|1962|p=798}}
A 30 de abril de 1945, as tropas soviéticas estavam a apenas algumas horas de marcha da [[Chancelaria do Reich]]. Hitler então cometeu suicídio com um tiro na cabeça e sua mulher, Eva Braun, ingeriu uma cápsula de [[cianeto]].{{sfn|Linge|2009|p=199}}{{sfn|Joachimsthaler|1999|pp=160–182}} Seus corpos foram levados para fora do bunker no jardim atrás da Chancelaria, onde foram colocados dentro de uma cratera de bomba e encharcados em gasolina, enquanto nos arredores as bombas russas caiam.{{sfn|Joachimsthaler|1999|pp=217–220}} Os corpos foram então incendiados.{{sfn|Linge|2009|p=200}}{{sfn|Bullock|1962|pp=799–800}} O almirante [[Karl Dönitz]] e o ministro [[Joseph Goebbels]] assumiram os postos de Hitler de Chefe de Estado e Chanceler, respectivamente.{{sfn|Kershaw|2008|pp=949–950}}
Berlim se rendeu em 2 de maio. A Alemanha Nazista capitulou formalmente seis dias depois. O [[Dia da Vitória na Europa|Dia da Vitória]] [[Fim da Segunda Guerra Mundial na Europa|finalizou a guerra na Europa]]. Documentos nos arquivos soviéticos liberados após a [[dissolução da União Soviética]] afirmam que os restos mortais de Hitler, Braun, Joseph e [[Magda Goebbels]] (e os [[Família Goebbels#As Crianças|seus filhos]]), do general Hans Krebs e de [[Blondi]] (a cadela de Hitler) foram repetidamente enterrados e exumados.{{sfn|Vinogradov|2005|pp=111, 333}} Em 4 de abril de 1970, um time de agentes da [[KGB]] usou mapas detalhados para exumar cinco caixas com ossos de uma fábrica da [[SMERSH]] em [[Magdeburgo]]. Os restos encontrados nestas caixas foram queimados, esmagados e dispersos, e depois jogados no rio Biederitz, um afluente do [[Rio Elba|Elba]].{{sfn|Vinogradov|2005|pp=335–336}} De acordo com o historiador Kershaw, os corpos de Hitler e Braun foram completamente queimados quando o exército vermelho chegou e apenas uma parte da mandíbula com a arcada dentária que poderia ter identificado o cadáver de Hitler sobrou.{{sfn|Kershaw|2000b|p=1110}}
=== O Holocausto ===
{{AP|Holocausto|Solução final|Lista dos campos de concentração nazistas}}
{{citação2|Se os financiadores judeus internacionais de dentro e fora da Europa forem bem sucedidos em mergulhar as nações mais uma vez numa [[guerra mundial]], então o resultado não seria a bolchevização da Europa, e, assim, a vitória dos [[judeus]], mas a aniquilação da raça judia da Europa!{{sfn|Marrus|2000|p=37}}|Discurso de Adolf Hitler no [[Reichstag]], em 30 de janeiro de 1939}}
[[Ficheiro:Buchenwald Corpses 60623.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Um vagão cheio de corpos fora de um crematório no [[Buchenwald|campo de concentração de Buchenwald]], em abril de 1945.]]
O [[Holocausto]] e a [[Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)|guerra da Alemanha no leste]] eram baseados na visão de longa data de Hitler de que os [[judeus]] eram os verdadeiros inimigos do [[Alemanha Nazi|Reich]] e do povo alemão e que o ''[[Lebensraum]]'' ("espaço vital") era necessário para a expansão da Alemanha. Ele focou no [[leste da Europa]] para a sua expansão, mirando em derrotar a Polônia e a União Soviética e então removendo os judeus e os [[eslavos]].{{sfn|Gellately|1996}} O ''[[Generalplan Ost]]'' ("Plano Geral Leste") previa a deportação da população da Europa oriental e da União Soviética para o oeste da [[Sibéria]], para serem usados como mão de obra escrava ou para serem mortos;{{sfn|Snyder|2010|p=416}} os territórios tomados seriam então ocupados por colonizadores alemães ou passariam por um processo de [[germanização]].{{sfn|Steinberg|1995}} A ideia era implementar este plano após a conquista da União Soviética, mas quando isso falhou Hitler antecipou os planos.{{sfn|Snyder|2010|p=416}}{{sfn|Kershaw|2008|p=683}} Em janeiro de 1942, Hitler decidiu que os judeus, eslavos e outros deportados considerados "indesejáveis" seriam mortos. No mesmo ano, a cúpula nazista orquestrou a chamada "[[Solução Final]]" para o problema judeu, para exterminar todos os que o regime considerassem indesejáveis e inferiores.{{sfn|Shirer|1960|p=965}}{{efn|name=recent scholarship}}
[[Ficheiro:Aktion brand.jpg|miniaturadaimagem|A ordem, assinada por Hitler, autorizando a ''[[Aktion T4]]'', datada de 1 de setembro de 1939.]]
O genocídio foi ordenado por Hitler e organizado por [[Heinrich Himmler]] e [[Reinhard Heydrich]]. Os arquivos da [[Conferência de Wannsee]], que aconteceu em 20 de janeiro de 1942 e foi presidido por Heydrich, na presença de quinze oficiais de alta patente nazistas, mostram a prova definitiva de que o genocídio em massa (o [[Holocausto]]) foi sistemático e premeditado. Em 22 de fevereiro, Hitler afirmou: "nós iremos reganhar nossa saúde apenas eliminando os judeus".{{sfn|Naimark|2002|p=81}} Apesar de nunca ter havido uma ordem direta e expressa de Hitler autorizando os [[assassinatos em massa]],{{sfn|Megargee|2007|p=146}} em seus discursos públicos, ordens dos seus generais e diários oficiais nazistas, demonstram que ele concebeu e autorizou o extermínio dos judeus da Europa.{{sfn|Longerich, Chapter 15|2003}}{{sfn|Longerich, Chapter 17|2003}} Ele autorizou as ações dos ''[[Einsatzgruppen]]'' — esquadrões da morte da [[Schutzstaffel|SS]] que atuavam principalmente na Polônia, nos [[Bálcãs]] e na União Soviética{{sfn|Kershaw|2008|pp=670–675}} — e estava ciente de todas as suas atividades.{{sfn|Longerich, Chapter 15|2003}}{{sfn|Megargee|2007|p=144}} No verão de 1942, [[Auschwitz]] foi expandido para atender a um maior número de deportados para serem mortos ou escravizados.{{sfn|Kershaw|2008|p=687}} [[Campos de concentração]], pequenos e grandes, começaram a aparecer pela Europa, com vários destes [[Campo de extermínio|devotados primordialmente para o extermínio]]. Apenas em Auschwitz-Birkenau morreram mais de um milhão de pessoas.{{sfn|Evans|2008|loc=map, p. 366}}
Entre 1939 e 1945, a ''[[Schutzstaffel]]'' (SS), auxiliados por [[Colaboracionismo|colaboradores]] dos [[Europa ocupada pela Alemanha Nazista|países ocupados]], foram os principais responsáveis pelos mais de onze milhões de mortos no Holocausto,{{sfn|Rummel|1994|p=112}}{{sfn|Snyder|2010|p=416}} incluindo 5,5 a 6 milhões de judeus (ou quase dois terços da população judia da Europa),{{sfn|Evans|2008|p=318}}{{sfn|Holocaust Memorial Museum}} e 200 000 a 1 500 000 [[Porajmos|ciganos porajmos]].{{sfn|Hancock|2004|pp=383–396}}{{sfn|Holocaust Memorial Museum}} As mortes aconteceram primordialmente em campos de concentração [[Campo de extermínio|e de extermínio]], nos [[gueto]]s e em outras áreas de execução em massa. Muitas vítimas do Holocausto morreram em [[Câmara de gás|câmaras de gás]], enquanto outros morreram de fomes, doenças ou maus tratos enquanto faziam trabalhos forçados.{{sfn|Shirer|1960|p=946}} Além da eliminação dos judeus, os nazistas planejavam também acabar com a população (algo em torno de 30 milhões de pessoas) [[Europa ocupada pela Alemanha Nazista|nos territórios ocupados]] através da fome em um plano chamado ''Hungerplan'' ("Plano Fome"). Os suprimentos de comida dos países eram desviados para alimentar o exército alemão ou para os civis na Alemanha. Cidades seriam arrasadas e terras eram descartadas ou ocupadas com colonos alemães.{{sfn|Snyder|2010|pp=162–163, 416}} Juntos, o ''Hungerplan'' e o ''Generalplan Ost'' levaram, por consequência, a fome de mais de 80 milhões de pessoas na União Soviética.{{sfn|Dorland|2009|p=6}} Isso ajudou a cumprir os planos [[Democídio|democídas]] e terminaram na morte de quase 19,3 milhões de civis e prisioneiros de guerra.{{sfn|Rummel|1994|loc=[http://www.hawaii.edu/powerkills/NAZIS.TAB1.1.GIF table, p. 112]}}
As políticas de Hitler resultaram na morte de pelo menos dois milhões de poloneses{{sfn|US Holocaust Memorial Museum}} e mais de três milhões de [[Prisioneiro de guerra|prisioneiros de guerra]] soviéticos,{{sfn|Snyder|2010|p=184}} comunistas, prisioneiros políticos, homossexuais, pessoas física e mentalmente deficientes,{{sfn|Niewyk|Nicosia|2000|p=45}}{{sfn|Goldhagen|1996|p=290}} [[Testemunhas de Jeová e o Holocausto|testemunhas de Jeová]], [[Adventismo|adventistas]] e líderes de sindicatos. Hitler não falava publicamente a respeito dessas mortes e, até onde se sabe, nunca visitou um campo de concentração.{{sfn|Downing|2005|p=33}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-S33882, Adolf Hitler retouched.jpg|miniaturadaimagem|esquerda|Adolf Hitler, o [[führer]] da [[Alemanha Nazista]].]]
Os nazistas acreditavam no conceito de [[higiene racial]]. Em 15 de setembro de 1935, Hitler apresentou duas leis — conhecidas como [[Leis de Nuremberg]] — para o [[Reichstag]]. Tais leis baniam relações sexuais e casamentos entre [[Raça ariana|arianos]] e judeus e depois foi expandido para incluir "ciganos, negros e suas crianças bastardas".{{sfn|Gellately|2001|p=216}} A lei tirou a cidadania de todos os não-arianos e proibiu o emprego de mulheres não-judias com menos de 45 anos em casas de famílias judiais.{{sfn|Kershaw|1999|pp=567–568}} As políticas de [[Eugenia nazista|eugenia]] de Hitler miravam crianças com deficiências ou que tiveram problemas de desenvolvimento em geral em um programa chamado de ''Kinder-Euthanasie'' e depois ele autorizou um programa de [[eutanásia]] para adultos com sérios problemas mentais e deficiências físicas no que ficou conhecido como [[Aktion T4|''Aktion'' T4]].{{sfn|Overy|2005|p=252}}
== Estilo de liderança ==
Hitler governava o [[Partido Nazista]] de forma [[Autocracia|autocrática]] ao afirmar sua ''[[Führerprinzip]]'' ("Princípio do Líder"). O princípio se baseava em lealdade absoluta dos subordinados aos seus superiores; ele via a estrutura do governo como uma pirâmide, com o próprio Hitler — o "Líder infalível" — no ápice. As posições dentro do partido não eram preenchidas mediante eleições mas sim as pessoas eram indicadas pelos superiores, que exigiam obediência completa a vontade do líder.{{sfn|Kershaw|2008|pp=170, 172, 181}} O estilo de liderança de Hitler era dar ordens contraditórias aos seus subordinados e coloca-los em uma posição que seus deveres e responsabilidades se entrelaçavam uns com os outros, para ter "o mais forte completar o trabalho".{{sfn|Speer|1971|p=281}} Deste jeito, gerava desconfiança, competição e luta interna entre seus subordinados para consolidar e maximizar o seu poder. O gabinete do líder nunca se encontrou até 1938 e ele desencorajava seus ministros de se encontrarem de forma independente.{{sfn|Manvell|Fraenkel|2007|p=29}}{{sfn|Kershaw|2008|p=323}} Hitler tipicamente quase nunca dava ordens por escrito, preferindo se expressar verbalmente ou passava os comandos através dos seus associados mais próximos, como [[Martin Bormann]].{{sfn|Kershaw|2008|p=377}} Ele instruía Bormann com seus papéis, nomeações e finanças pessoais; Bormann usava sua posição para controlar o fluxo de informações e o acesso a Hitler.{{sfn|Speer|1971|p=333}}
Hitler dominou o esforço de guerra do seu país durante a Segunda Guerra Mundial em uma extensão muito superior ao dos outros líderes durante o conflito. Ele assumiu o posto de [[Comandante em chefe|líder supremo das forças armadas]] em 1938 e subsequentemente foi responsável por muito da estratégia militar da Alemanha na guerra. Sua decisão de lançar uma série de campanhas militares rápidas contra a [[Noruega]], a [[França]], os [[Países Baixos]] e a [[Bélgica]] em 1940, contra a recomendação dos seus líderes militares, provou-se muito bem sucedida, apesar de seus esforços militares e diplomáticos para derrotar o Reino Unido tenham eventualmente falhado.{{sfn|Overy|2005|pp=421–425}} Hitler se envolvia cada vez mais no esforço de guerra, apontando a si mesmo como o comandante em chefe do exército em dezembro de 1941; deste ponto em diante ele tomou controle da [[Operação Barbarossa|estratégia para sobrepujar]] a União Soviética, enquanto seus comandantes militares na [[Frente Ocidental (Segunda Guerra Mundial)|frente ocidental]] tinham um grau maior de autonomia.{{sfn|Kershaw|2012|pp=169–170}} A liderança de Hitler se tornou cada vez mais desconexa com a realidade uma vez que a maré da guerra começou a se voltar contra a Alemanha, com a estratégia defensiva sendo prejudicada por seu processo lento de tomar decisões e frequentes diretivas para manter posições indefensáveis. Mesmo assim, ele continuava a acreditar que sua liderança levaria a vitória.{{sfn|Overy|2005|pp=421–425}} Nos meses finais da guerra, Hitler se recusou a considerar negociações de paz, afirmando que a destruição completa da Alemanha seria um resultado mais preferível que a rendição.{{sfn|Kershaw|2012|pp=396–397}} Os militares praticamente nunca desafiavam a dominância de Hitler sobre o esforço de guerra e os oficiais de patente mais graduada frequentemente expressavam apoio e confiança em sua liderança.{{sfn|Kershaw|2008|pp=171–395}}
== Legado ==
{{AP|Desnazificação|Neonazismo}}
[[Ficheiro:Mahnstein.JPG|miniaturadaimagem|O lado de fora do edifício que Hitler nasceu em [[Braunau am Inn]], na Áustria, com um memorial em pedra para lembrar os horrores da Segunda Guerra Mundial.
A tradução diz:
<poem>
"''Pela paz, liberdade
''e democracia
''fascismo nunca mais
''milhões de mortos lembram''"</poem>]]
O [[Morte de Adolf Hitler|suicídio de Hitler]] é ligado por muitos contemporâneos como "um feitiço sendo quebrado".{{sfn|Fest|1974|p=753}}{{sfn|Speer|1971|p=617}} O apoio popular a Hitler havia colapsado no período próximo a sua morte e pouquíssimos alemães lamentaram seu falecimento; Kershaw afirma que a maioria dos civis e militares estavam ocupados demais se ajustando ao colapso do país ou fugindo da luta para demonstrar qualquer interesse no destino do [[führer]] ("líder").{{sfn|Kershaw|2012|pp=348–350}} De acordo com o historiador John Toland, o Nazismo "estourou feito uma bolha" sem seu líder.{{sfn|Toland|1992|p=892}}
As ações de Hitler e a ideologia [[Nazismo|nazista]] são quase que universalmente retratadas como gravemente imorais;{{sfn|Kershaw|2000a|pp=1–6}} de acordo com Kershaw, "nunca na história tanta ruína, imoralidade e maldade foi tão associada ao nome de um homem".{{sfn|Kershaw|2000b|p=841}} O programa político de Hitler trouxe uma guerra mundial, deixou para trás devastação e pobreza pela Europa. A própria Alemanha sofreu muito e foi assolada pela destruição, caracterizada pelo termo ''[[Stunde Null]]'' ("Hora Zero").{{sfn|Fischer|1995|p=569}} As políticas do líder nazista infligiram a humanidade sofrimento em uma escala jamais vista;{{sfn|Del Testa|Lemoine|Strickland|2003|p=83}} de acordo com [[R.J. Rummel]], o regime nazista [[Democídio|democida]] matou mais de 19,3 milhões de civis e prisioneiros de guerra.{{sfn|Rummel|1994|p=112}} Além disso, 29 milhões de soldados e civis também morreram como resultado das ações militares durante o [[Segunda Guerra Mundial#A guerra|teatro de operações europeu]] da [[Segunda Guerra Mundial]].{{sfn|Rummel|1994|p=112}}
O número de civis mortos durante a segunda grande guerra foi sem precedentes na história do conflito humano e causou grande devastação no mundo.{{sfn|Murray|Millett|2001|p=554}} Historiadores, filósofos e políticos usam, normalmente, o termo "[[mal]]" para descrever o [[Alemanha Nazi|regime nazista]].{{sfn|Welch|2001|p=2}} Muitos países europeus, incluindo a [[Alemanha]], criminalizaram as ideologias nazistas e o [[negacionismo do holocausto]].{{sfn|Bazyler|2006|p=1}}
O historiador [[Friedrich Meinecke]] descreveu Hitler como "um dos grandes exemplos do poder singular e incalculável da personalidade na vida histórica".{{sfn|Shirer|1960|p=6}} O historiador inglês [[Hugh Trevor-Roper]] o via como "um dos 'simplificadores terríveis' da história, o mais sistemático, o mais histórico, o mais filosófico e ainda assim o mais grosseiro, cruel e menos magnânimo dos conquistadores que o mundo já conheceu".{{sfn|Hitler|Trevor-Roper|1988|p=xxxv}} Já o acadêmico John M. Roberts, acha que a derrota de Hitler marcou o fim da história europeia dominada pela Alemanha.{{sfn|Roberts|1996|p=501}} No seu lugar surgiu a [[Guerra Fria]], uma grande deflagração entre o [[Bloco capitalista|Bloco Ocidental]], dominado pelos [[Estados Unidos]] e por nações da [[Organização do Tratado do Atlântico Norte|OTAN]], e o [[Bloco do Leste]], dominado pela [[União Soviética]].{{sfn|Lichtheim|1974|p=366}} O historiador [[Sebastian Haffner]] afirma que sem Hitler e o deslocamento dos judeus, o moderno Estado de [[Israel]] não teria existido. Sem o líder nazista, a [[descolonização]] das esferas de influência europeia pelo mundo teria acontecido bem mais tarde do que foi.{{sfn|Haffner|1979|pp=100–101}} Além disso, Haffner alega que Hitler teve um maior impacto do que qualquer outra figura histórica comparável, que causou grande impacto pelo mundo e drásticas mudanças no cenário [[Geopolítica|geopolítico]] em um curto espaço de tempo.{{sfn|Haffner|1979|p=100}}
== Visões religiosas ==
{{AP|Visão religiosa de Adolf Hitler}}
Hitler nasceu de uma mãe que era [[Igreja Católica|católica]] praticante e um pai [[Anticlericalismo|anti-clérigo]]; após deixar sua casa, Hitler praticamente nunca mais frequentou [[missa]]s ou recebeu [[Sacramentos católicos|sacramentos]].{{sfn|Kershaw|2008|p=5}}{{sfn|Rißmann|2001|pp=94–96}}{{sfn|Toland|1992|pp=9–10}} [[Albert Speer]] afirmou que Hitler fez pronunciamentos duros contra a Igreja para seus associados políticos e apesar de não ter abandonado a [[fé]], nunca ligou muito para ela.{{sfn|Speer|1971|pp=141–142}} Hitler dizia que se os fiéis abandonassem a igreja eles iriam se virar ao [[misticismo]], o que ele considerava um retrocesso.{{sfn|Speer|1971|pp=141–142}} De acordo com Speer, o Führer acreditava que a [[Xintoísmo estatal|religião japonesa]] ou o [[islamismo]] seriam religiões melhores para os alemães do que o [[cristianismo]], com sua "mansidão e flacidez".{{sfn|Speer|1971|p=143}}
O historiador John S. Conway afirmou que Hitler se opunha fundamentalmente as igrejas cristãs.{{sfn|Conway|1968|p=3}} De acordo com Alan Bullock, Hitler não acreditava em [[Deus]], era anti-clérigo e não acreditava muito na 'ética cristã' por que ela ia de encontro a sua crença de "[[sobrevivência do mais apto]]".{{sfn|Bullock|1999|pp=385, 389}} Ele, contudo, favorecia alguns pontos de vista do [[protestantismo]] e adotou elementos da hierarquia organizacional da Igreja Católica, a [[liturgia]] e fraseologia nas suas políticas.{{sfn|Rißmann|2001|p=96}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-1983-0210-507, Berlin, Staatsakt für Admiral von Trotha.jpg|miniaturadaimagem|Hitler com suas tropas. Atrás dele estão alguns oficiais de alta patente da Wehrmacht.]]
Hitler via a igreja como uma importante influência política [[Conservadorismo|conservadora]] na sociedade,{{sfn|Speer|1971|p=141}} e adotou uma estratégia para lidar com eles que "se encaixava com seus propósitos políticos imediatos".{{sfn|Conway|1968|p=3}} Em público, Hitler exaltava a herança cristã alemã e sua cultura, professando sua crença no "[[Jesus Cristo|Jesus]] [[Raça ariana|Ariano]]", que havia lutado contra os judeus.{{sfn|Steigmann-Gall|2003|pp=27, 108}} Muitas de suas retóricas pró-cristãs não eram as mesmas que ele fazia em privado, descrevendo o cristianismo como o "absurdo"{{sfn|Hitler|2000|p=59}} e fundado em mentiras.{{sfn|Hitler|2000|p=342}}
De acordo com um relatório da [[Office of Strategic Services|Agência de Serviços Secretos]] dos [[Estados Unidos]], intitulado "''The Nazi Master Plan''" ("O Plano mestre Nazista"), Hitler planejava destruir a influência da igreja cristã dentro do [[Alemanha Nazi|Reich]].{{sfn|Sharkey|2002}}{{sfn|Bonney|2001|pp=2–3}} Seu plano final seria a eliminação total do cristianismo.{{sfn|Phayer|2000}} De acordo com Bullock, Hitler iria executar tal plano após a [[Fim da Segunda Guerra Mundial na Europa|conclusão da guerra na Europa]].{{sfn|Bullock|1962|pp=219, 389}}
Speer escreveu que Hitler também tinha visões negativas a respeito das tendências ao [[misticismo]] de [[Heinrich Himmler]] e [[Alfred Rosenberg]]. O führer não gostava da tentativa de Himmler de tentar mitificar a [[SS]]. Hitler era mais pragmático e suas ambições centravam em preocupações mais práticas.{{sfn|Speer|1971|pp=141, 171, 174}}{{sfn |Bullock|1999|p=729}}
Pessoas próximas a Hitler afirmavam que ele era [[Teísmo|teísta]]. Frequentemente, ele mencionava que a "[[Divina Providência|Providência]]" o protegia e dizia estar em uma missão divina na terra para eliminar os judeus e reerguer o povo alemão.{{sfn|Toland|1992|p=507}}
== Saúde ==
{{AP|Saúde de Adolf Hitler}}
Pesquisadores sugerem que Hitler sofria de vários males, incluindo [[síndrome do cólon irritável]], lesões na pele, [[arritmia cardíaca]], [[aterosclerose]],{{sfn|Evans|2008|p=508}} [[doença de Parkinson]],{{sfn|BBC News, 1999}}{{sfn|Bullock|1962|p=717}} [[sífilis]],{{sfn|Bullock|1962|p=717}} [[Arterite temporal|arterite de células gigantes]] com [[arterite temporal]],{{sfn|Redlich|1993}} e [[acufeno]].{{sfn|Redlich|2000|pp=129–190}} Em um relatório feito para a Agência de Serviços Estratégicos em 1943, [[Walter Charles Langer|Walter C. Langer]] da [[Universidade Harvard]] descreveu Hitler como um "neurótico [[psicopata]]".{{sfn|Langer|1972|p=126}} Em seu livro de 1977, ''The Psychopathic God: Adolf Hitler'', o historiador [[Robert G. L. Waite]] afirma que o Führer sofria de [[transtorno de personalidade limítrofe]].{{sfn|Waite|1993|p=356}} Já os historiadores Henrik Eberle e Hans-Joachim Neumann consideravam que Hitler sofria mesmo de várias doenças, incluindo a de Parkinson, mas que ele não tinha nenhuma desilusão patológica e sempre estava ciente, e portanto responsável, das decisões que tomava.{{sfn|Gunkel|2010}}{{sfn|Jones|1989}} Teorias a respeito da saúde pessoal do ditador alemão são difíceis de provar e dar muito peso a estas suposições podem tirar um pouco das responsabilidades das consequências dos atos perpetrados pela Alemanha Nazista.{{sfn|Kershaw|2000a|p=72}} Kershaw acredita que é necessário ter uma visão mais ampla da história da Alemanha ao examinar as forças sociais que levaram a ditadura nazista e suas forças, ao invés de perseguir explicações limitadas para o Holocausto e a Segunda Guerra Mundial baseado apenas em uma única pessoa.{{sfn|Kershaw|2008|pp=xxxv–xxxvi}}
[[Vegetarianismo de Adolf Hitler|Hitler seguia uma dieta vegetariana]].{{sfn|Bullock|1999|p=388}} Em eventos sociais ele as vezes dava relatos gráficos sobre o assassinato de animais para fazer com que seus convidados evitassem comer carne nos jantares.{{sfn|Wilson|1998}} Bormann mandou construir uma estufa em [[Berghof]] (próxima de [[Berchtesgaden]]) para garantir um suprimento contínuo de frutas e vegetais frescos para Hitler durante a guerra.{{sfn|McGovern|1968|pp=32–33}} Hitler publicamente evitava álcool. Ele as vezes bebia cerveja e vinho em privado, mas abriu mão destas bebidas quando começou a ganhar peso em 1943.{{sfn|Linge|2009|p=Chapter 3}} Ele não fumava durante boa parte da sua vida adulta, mas na sua juventude chegava a fumar de 25 a 40 cigarros por dia. Ele largou o fumo argumentando que o hábito era um "desperdício de dinheiro".{{sfn|Proctor|1999|p=219}} Ele [[Movimento antitabagista na Alemanha nazista|encorajava seus associados mais próximos a parar de fumar também]] oferecendo a eles relógios de ouro como estímulo.{{sfn|Toland|1992|p=741}} Hitler utilizava [[anfetamina]] ocasionalmente em 1937 e se tornou viciado nisso em 1942.{{sfn|Heston|Heston|1980|pp=125–142}} Speer ligou o aumento do comportamento errático e sua inflexibilidade (como sua recusa em ordenar retiradas militares) ao uso da anfetamina.{{sfn|Heston|Heston|1980|pp=11–20}}
Durante a guerra, mais de 90 medicamentos foram prescritos para Hitler. Ele tomava pílulas todos os dias para dores crônicas no estomago e outros problemas de saúde.{{sfn|Kershaw|2008|p=782}} Ele constantemente consumia [[metanfetamina]], [[barbitúrico]], [[opiáceo]] e [[cocaína]].{{sfn|Porter|2013}} Ele tinha uma [[Perfuração da membrana do tímpano|perfuração no tímpano]] como resultado da explosão do [[atentado de 20 de julho]] de 1944. Neste atentado, cerca de 200 estilhaços de madeira foram removidos de sua perna.{{sfn|Linge|2009|p=156}} Imagens de Hitler feitas perto do fim da guerra mostravam tremores agudos em sua mão esquerda e seu caminhar era embaralhado. Isso começou logo antes da guerra, mas se acentuou durante ela.{{sfn|Kershaw|2008|p=782}} [[Ernst-Günther Schenck]] e vários outros médicos que encontraram Hitler em suas últimas semanas de vida o diagnosticaram com doença de Parkinson.{{sfn|O'Donnell|2001|p=37}}
[[Ficheiro:Bundesarchiv B 145 Bild-F051673-0059, Adolf Hitler und Eva Braun auf dem Berghof.jpg|miniaturadaimagem|Hitler fotografado em 1942 com sua amante de longa data, [[Eva Braun]], com quem ele se casou em 29 de abril de 1945.]]
== Família ==
{{AP|Família de Adolf Hitler|Sexualidade de Adolf Hitler}}
Hitler queria passar a imagem de um homem celibatário que não tinha vida doméstica, dedicando-se inteiramente a sua missão política e a sua nação.{{sfn|Shirer|1960|p=130}}{{sfn|Bullock|1999|p=563}} Ele conheceu sua principal amante, [[Eva Braun]], em 1929,{{sfn|Kershaw|2008|p=378}} e se casou com ela em abril de 1945.{{sfn|Kershaw|2008|pp=947–948}} Em setembro de 1931, sua meia-sobrinha, [[Geli Raubal]], cometeu suicídio com a arma do próprio Hitler no apartamento dele em Munique. Entre as razões que levaram Geli ao suicídio seria um suposto interesse romântico de Hitler nela e sua morte seria resultado de uma obsessão dele por ela.{{sfn|Bullock|1962|pp=393–394}} [[Paula Hitler]], a irmã do Führer e seu último parente vivo de sua família imediata, faleceu em 1960.{{sfn|Kershaw|2008|p=4}}
[[Ficheiro:Gitler-vizvolitel.jpg|miniaturadaimagem|Uma peça de propaganda nazista mostrando Hitler em um uniforme militar.]]
== Em filmes de propaganda ==
{{AP|Adolf Hitler na cultura popular}}
Hitler explorava filmes documentários e vários outras peças de propaganda de forma extensa na parte do seu [[culto de personalidade]]. Ele participou de vários filmes de propaganda durante sua carreira política, como ''[[Der Sieg des Glaubens]]'' e ''[[Triumph des Willens]]''— feitos pela lendária diretora [[Leni Riefenstahl]].{{sfn|''The Daily Telegraph'', 2003}}
=== Lista com alguns filmes ===
*''Der Sieg des Glaubens'' (''Vitória da Fé'', 1933)
*''Triumph des Willens'' (''Triunfo da Vontade'', 1935)
*''[[Tag der Freiheit: Unsere Wehrmacht]]'' (''Dia da Liberdade: Nossas Forças Armadas'', 1935)
*''[[Olympia (filme)|Olympia]]'' (1938)
== Ver também ==
*[[Bigode de broxa|Bigode de Hitler]]
*[[Führer]]
*[[Nazismo]]
{{notas
| refs =30em
{{efn
| name = Realschule
| O instituto de sucessão de ''Realschule'' em Linz é o [[:de:Bundesrealgymnasium Linz FadingerstraßeBundesrealgymnasium|Linz Fadingerstraße]].
}}
{{efn
| name = libel suit
| Hitler também ganhou um acordo por [[difamação]] contra o jornal socialista ''Münchener Post'', que havia questionado seu estilo de vida e renda. {{harvnb|Kershaw|2008|p=99}}.
}}
{{efn
| name = recent scholarship
| Para mais informações do assunto, ver {{harvnb|McMillan|2012}}.
}}
{{efn
| name = will and marriage
| {{harvnb|MI5, ''Hitler's Last Days''}}: "O testamento de Hitler e seu casamento" no website da [[MI5]], usando fontes disponíveis para Trevor-Roper (um agente da MI5 durante a Segunda Grande Guerra e historiador/autor de ''The Last Days of Hitler''), dados do casamento após Hitler ditar seu testamento.
}}
}}
{{referências|col=4}}
=== Bibliografia ===
{{Div col|2}}
*{{citar livro|último = Aigner
|primeiro = Dietrich
|editor-sobrenome1 = Koch
|editor-nome1 = H. W.
|título= Aspects of the Third Reich
|ano= 1985
|publicadopor= MacMillan
|local= Londres
|capítulo= Hitler's ultimate aims&nbsp;– a programme of world dominion?
| isbn = 978-0-312-05726-8
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Bauer
|primeiro = Yehuda
|título= Rethinking the Holocaust
|publicadopor= Yale University Press
|ano= 2000
|página= 5
| isbn = 978-0-300-08256-2
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Beevor
|primeiro = Antony
|autorlink = Antony Beevor
|título= [[Berlin: The Downfall 1945]]
|ano= 2002
|publicadopor= Viking-Penguin Books
|local= Londres
| isbn = 978-0-670-03041-5
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Bendersky
|primeiro = Joseph W
|título= A History of Nazi Germany: 1919–1945
|ano= 2000
|publicadopor= Rowman & Littlefield
| isbn = 978-1-4422-1003-5
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Bloch
|primeiro = Michael
|título= Ribbentrop
|local= Nova Iorque
|publicadopor= Crown Publishing
|ano= 1992
| isbn = 978-0-517-59310-3
| ref = harv
}}
*{{citar periódico|último = Bonney
|primeiro = Richard
|autorlink = Richard Bonney
|título= The Nazi Master Plan, Annex 4: The Persecution of the Christian Churches
|periódico= Rutgers Journal of Law and Religion
|ano= 2001
| url = http://www.leics.gov.uk/the_nazi_master_plan.pdf
|acessodata= 15 de setembro de 2016
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Bullock
|primeiro = Alan
|autorlink = Alan Bullock
|título= Hitler: A Study in Tyranny
|local= Londres
|publicadopor= Penguin Books
|ano= 1962
|anooriginal= 1952
| isbn = 978-0-14-013564-0
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Bullock
|primeiro = Alan
|autorlink = Alan Bullock
|título= Hitler: A Study in Tyranny
|ano= 1999
|anooriginal= 1952
|publicadopor= Konecky & Konecky
|local= Nova Iorque
| isbn = 978-1-56852-036-0
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último1 = Butler
|primeiro1 = Ewan
|último2 = Young
|primeiro2 = Gordon
|título= The Life and Death of Hermann Göring
|publicadopor= [[David & Charles]]
|local= Newton Abbot, Devon
|ano= 1989
| isbn = 978-0-7153-9455-7
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Carr
|primeiro = William
|título= Arms, Autarky and Aggression
|publicadopor= Edward Arnold
|local= Londres
|ano= 1972
| isbn = 978-0-7131-5668-3
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Conway
|primeiro = John S.
|autorlink = John S. Conway (historian)
|título= The Nazi Persecution of the Churches 1933–45
|ano= 1968
|local= Londres
|publicadopor= Weidenfeld & Nicolson
| isbn = 978-0-297-76315-4
| ref = harv
}}
*{{citar periódico|último = Crandell
|primeiro = William F.
|título= Eisenhower the Strategist: The Battle of the Bulge and the Censure of Joe McCarthy
|periódico= Presidential Studies Quarterly
|ano= 1987
| volume = 17
|número= 3
|páginas= 487–501
| jstor = 27550441
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*{{citar livro|último = Deighton
|primeiro = Len
|autorlink = Len Deighton
|título= Fighter: The True Story of the Battle of Britain
|publicadopor= Random House
|local= Nova Iorque
|ano= 2008
| isbn = 978-1-84595-106-1
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}}
*{{citar livro|último1 = Del Testa
|primeiro1 = David W
|último2 = Lemoine
|primeiro2 = Florence
|último3 = Strickland
|primeiro3 = John
|título= Government Leaders, Military Rulers, and Political Activists
|ano= 2003
|publicadopor= Greenwood Publishing Group
|página= 83
| isbn = 978-1-57356-153-2
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Dollinger
|primeiro = Hans
|título= The Decline and Fall of Nazi Germany and Imperial Japan: A Pictorial History of the Final Days of World War II
| isbn = 978-0-517-12399-7
|ano= 1995
|anooriginal= 1965
|publicadopor= Gramercy
|local= Nova Iorque
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}}
*{{citar livro|último = Dorland
|primeiro = Michael
|título= Cadaverland: Inventing a Pathology of Catastrophe for Holocaust Survival: The Limits of Medical Knowledge and Memory in France
|publicadopor= University Press of New England
| series = Tauber Institute for the Study of European Jewry series |local= Waltham, Mass
|ano= 2009
| isbn = 1-58465-784-7
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}}
*{{citar livro|último = Downing
|primeiro = David
|título= The Nazi Death Camps
|ano= 2005
|publicadopor= Gareth Stevens
| series = World Almanac Library of the Holocaust
| isbn = 978-0-8368-5947-8
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}}
*{{citar livro|último = Ellis
|primeiro = John
|título= World War II Databook: The Essential Facts and Figures for All the Combatants
|ano= 1993
|publicadopor= Aurum
|local= Londres
| isbn = 1-85410-254-0
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Evans
|primeiro = Richard J.
|autorlink = Richard J. Evans
|título= [[The Coming of the Third Reich]]
|ano= 2003
|publicadopor= Penguin Group
| isbn = 978-0-14-303469-8
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*{{citar livro|último = Evans
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|título= The Third Reich in Power
|ano= 2005
|publicadopor= Penguin Group
|local= Nova Iorque
| isbn = 978-0-14-303790-3
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}}
*{{citar livro|último = Evans
|primeiro = Richard J.
|título= The Third Reich At War
|ano= 2008
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|local= Nova Iorque
| isbn = 978-0-14-311671-4
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}}
*{{citar livro|último = Fest
|primeiro = Joachim C.
|autorlink = Joachim Fest
|título= The Face of the Third Reich
|local= Londres
|publicadopor= Weidenfeld & Nicolson
|ano= 1970
| isbn = 978-0-297-17949-8
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*{{citar livro|último = Fest
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|título= Hitler
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|publicadopor= Weidenfeld & Nicolson
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*{{citar livro|último = Fest
|primeiro = Joachim C.
|título= Hitler
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|publicadopor= Penguin
|local= Harmondsworth
| isbn = 978-0-14-021983-8
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}}
*{{citar livro|último = Fischer
|primeiro = Klaus P.
|título= Nazi Germany: A New History
|local= Londres
|publicadopor= Constable and Company
|ano= 1995
| isbn = 978-0-09-474910-8
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}}
*{{citar livro|último = Fromm
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|título= The Anatomy of Human Destructiveness
|ano= 1977
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|publicadopor= Penguin Books
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| isbn = 978-0-14-004258-0
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}}
*{{citar livro|último = Fulda
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|título= Press and Politics in the Weimar Republic
|ano= 2009
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| isbn = 978-0-19-954778-4
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}}
*{{citar periódico|último = Gellately
|primeiro = Robert
|autorlink = Robert Gellately
|título= Reviewed work(s): Vom Generalplan Ost zum Generalsiedlungsplan by Czeslaw Madajczyk. Der "Generalplan Ost". Hauptlinien der nationalsozialistischen Planungs- und Vernichtungspolitik by Mechtild Rössler; Sabine Schleiermacher
|periódico= Central European History
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| doi = 10.1017/S0008938900013170
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*{{citar livro|último = Gellately
|primeiro = Robert
|título= Social Outsiders in Nazi Germany
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| isbn = 978-0-691-08684-2
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*{{citar livro|último = Ghaemi
|primeiro = Nassir
|título= A First-Rate Madness: Uncovering the Links Between Leadership and Mental Illness
|ano= 2011
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*{{citar livro|último = Goldhagen
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|título= [[Hitler's Willing Executioners]]: Ordinary Germans and the Holocaust
|ano= 1996
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*{{citar livro|último = Haffner
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|título= The Meaning of Hitler
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*{{citar livro|último = Hakim
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|título= War, Peace, and All That Jazz
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*{{citar livro|último1 = Halperin
|primeiro1 = Samuel William
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|publicadopor= W.W. Norton
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*{{citar livro|último = Hamann
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*{{citar livro|último = Hancock
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|título= The Historiography of the Holocaust
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|capítulo= Romanies and the Holocaust: A Reevaluation and an Overview
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*{{citar livro|último = Heck
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|título= A Child of Hitler: Germany In The Days When God Wore A Swastika
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*{{citar livro|último1 = Heston
|primeiro1 = Leonard L.
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*{{citar livro|último = Hildebrand
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|título= The Foreign Policy of the Third Reich
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*{{citar livro|último = Hitler
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*{{citar livro|último1 = Hitler
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|título= [[Hitler's Table Talk|Hitler's Table-Talk, 1941–1945: Hitler's Conversations Recorded by Martin Bormann]]
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*{{citar livro|último = Hitler
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*{{citar livro|último = Kee
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|título= Munich: The Eleventh Hour
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*{{citar livro|último = Keegan
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*{{citar livro|último = Keller
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| trans_title = The Student Adolf Hitler: The Story of a Lifelong Rampage
|publicadopor= LIT
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*{{citar livro|último = Kellogg
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|título= The Russian Roots of Nazism White Émigrés and the Making of National Socialism, 1917–1945
|publicadopor= Cambridge University Press
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*{{citar livro|último = Kershaw
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|autorlink = Ian Kershaw
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|local= Nova Iorque
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*{{citar livro|último = Kershaw
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*{{citar livro|último = Kershaw
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|local= Nova Iorque; Londres
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*{{citar livro|último = Kershaw
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*{{citar periódico|último = Koch
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|periódico= [[The Historical Journal]]
| volume = 31
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*{{citar livro|último = Kolb
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|autorlink = Eberhard Kolb
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*{{citar livro|último = Kolb
|primeiro = Eberhard
|ano= 1988
|anooriginal= 1984
|título= The Weimar Republic
|local= Nova Iorque
|publicadopor= Routledge
| isbn = 978-0-415-09077-3
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}}
*{{citar livro|último = Kressel
|primeiro = Neil J.
|título= Mass Hate: The Global Rise Of Genocide And Terror
|ano= 2002
|publicadopor= Basic Books
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| isbn = 978-0-8133-3951-1
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*{{citar livro|último = Kubizek
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|título= The Young Hitler I Knew
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*{{citar livro|último = Kurowski
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|autorlink = Franz Kurowski
|título= The Brandenburger Commandos: Germany's Elite Warrior Spies in World War II
|publicadopor= Stackpole Books
| series = Stackpole Military History series
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*{{citar livro|último = Langer
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|autorlink = Walter Charles Langer
|título= [[The Mind of Adolf Hitler]]: The Secret Wartime Report
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*{{citar livro|último = Larson
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|título= In the Garden of Beasts: Love, Terror, and an American Family in Hitler's Berlin
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*{{citar livro|último = Lichtheim
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|título= Europe In The Twentieth Century
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*{{citar livro|último1 = Linge
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| authorlink1 = Heinz Linge
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*{{citar livro|último = Maiolo
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*{{citar livro|último1 = Manvell
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*{{citar livro|último = Maser
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*{{citar livro|último = Marrus
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|título= The Holocaust in History
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*{{citar livro|último = McGovern
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*{{citar livro|último = McNab
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|ano= 2009
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}}
*{{citar livro|último = Megargee
|primeiro = Geoffrey P.
|título= War of Annihilation: Combat and Genocide on the Eastern Front, 1941
|local= Lanham, Md
|publicadopor= Rowman & Littlefield
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}}
*{{citar livro|último = Messerschmidt
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|título= [[Germany and the Second World War]]
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|capítulo= Foreign Policy and Preparation for War
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*{{citar livro|último = Mitcham
|primeiro = Samuel W.
|título= Why Hitler?: The Genesis of the Nazi Reich
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|local= Westport, Conn
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}}
*{{citar livro|último = Murray
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|título= The Change in the European Balance of Power
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*{{citar livro|último1 = Murray
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|primeiro2 = Allan R.
|título= A War to be Won: Fighting the Second World War
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|publicadopor= Belknap Press of Harvard University Press
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}}
*{{citar livro|último = Naimark
|primeiro = Norman M.
|ano= 2002
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|publicadopor= Harvard University Press
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}}
*{{citar livro|último = Nicholls
|primeiro = David
|título= Adolf Hitler: A Biographical Companion
|ano= 2000
|publicadopor= University of North Carolina Press
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| ref = harv
}}
*{{citar livro|último1 = Niewyk
|primeiro1 = Donald L.
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|título= The Columbia Guide to the Holocaust
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}}
*{{citar livro|último = O'Donnell
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|autorlink = James P. O'Donnell
|título= [[The Bunker (book)|The Bunker]]
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}}
*{{citar livro|último1 = Overy
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| author-link1 = Richard Overy
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*{{citar livro|último = Overy
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|capítulo= Germany and the Munich Crisis: A Mutilated Victory?
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*{{citar livro|último = Overy
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|título= The Origins of the Second World War Reconsidered
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*{{citar livro|último = Overy
|primeiro = Richard
|título= The Dictators: Hitler's Germany, Stalin's Russia
|publicadopor= Penguin Books
|ano= 2005
| isbn = 978-0-393-02030-4
| ref = harv
}}
*{{citar livro|último = Overy
|primeiro = Richard
|título= Hitler As War Leader
|publicadopor= Oxford: Oxford University Press
|ano= 2005
| isbn = 978-0-19-280670-3
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*{{citar livro|último = Payne
|primeiro = Robert
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|título= The Life and Death of Adolf Hitler
|publicadopor= Hippocrene Books
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| isbn = 978-0-88029-402-7
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}}
*{{citar livro|último = Plating
|primeiro = John D.
|título= The Hump: America's Strategy for Keeping China in World War II
|ano= 2011
|publicadopor= Texas A&M University Press
|local= College Station
| series = Williams-Ford Texas A&M University military history series, no. 134
| isbn = 978-1-60344-238-1
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*{{citar livro|último = Proctor
|primeiro = Robert
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|título= The Nazi War on Cancer
|publicadopor= [[Princeton University Press]]
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*{{citar livro|último = Read
|primeiro = Anthony
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|título= The Devil's Disciples: The Lives and Times of Hitler's Inner Circle
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*{{citar livro|último = Redlich
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|título= Hitler: Diagnosis of a Destructive Prophet
|data= Setembro de 2000
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*{{citar livro|último = Rees
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|local= Nova Iorque
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*{{citar livro|último = Rißmann
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*{{citar livro|último = Roberts
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*{{citar livro|último = Roberts
|primeiro = J. M.
|autorlink = John Roberts (historian)
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*{{citar livro|último = Roberts
|primeiro = Martin
|título= The New Barbarism&nbsp;– A Portrait of Europe 1900–1973
|ano= 1975
|publicadopor= Oxford University Press
| isbn = 978-0-19-913225-6
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}}
*{{citar livro|último = Robertson
|primeiro = Esmonde M.
|título= Hitler's Pre-War Policy and Military Plans: 1933–1939
|publicadopor= Longmans
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*{{citar livro|último = Robertson
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|editor-nome1 = Koch
|editor-sobrenome1 = H. W.
|título= Aspects of the Third Reich
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*{{citar livro|último = Rosenbaum
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|título= [[Explaining Hitler: The Search for the Origins of His Evil]]
|ano= 1999
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| isbn = 978-0-06-095339-3
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*{{citar livro|último = Rosmus
|primeiro = Anna Elisabeth
|ano= 2004
|título= Out of Passau: Leaving a City Hitler Called Home
|publicadopor= University of South Carolina Press
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| isbn = 978-1-57003-508-1
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*{{citar livro|último = Rothwell
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*{{citar livro|último = Rummel
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*{{citar livro|último = Ryschka
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|título= Constructing and Deconstructing National Identity: Dramatic Discourse in Tom Murphy's the Patriot Game and Felix Mitterer's in Der Löwengrube
|data= 16 de setembro de 2016
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*{{citar livro|último = Sereny
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*{{citar livro|último = Shirer
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|título= [[The Rise and Fall of the Third Reich]]
|publicadopor= Simon & Schuster
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*{{citar livro|último = Snyder
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|título= [[Bloodlands: Europe Between Hitler and Stalin]]
|publicadopor= Basic Books
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*{{citar livro|último = Speer
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|título= [[Inside the Third Reich]]
|publicadopor= Avon
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| isbn = 978-0-380-00071-5
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}}
*{{citar livro|último = Stackelberg
|primeiro = Roderick
|título= The Routledge Companion to Nazi Germany
|ano= 2007
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| isbn = 978-0-415-30860-1
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*{{citar livro|último = Steigmann-Gall
|primeiro = Richard
|autorlink = Richard Steigmann-Gall
|título= The Holy Reich: Nazi Conceptions of Christianity, 1919–1945
|local= Cambridge; Nova Iorque
|publicadopor= Cambridge University Press
|ano= 2003
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*{{citar periódico|último = Steinberg
|primeiro = Jonathan
|título= The Third Reich Reflected: German Civil Administration in the Occupied Soviet Union, 1941-4
|periódico= The English Historical Review
|data= Junho de 1995
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*{{citar livro|último = Steiner
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|título= Power Politics and Social Change in National Socialist Germany: A Process of Escalation into Mass Destruction
|ano= 1976
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*{{citar periódico|último = Stolfi
|primeiro = Russel
|título= Barbarossa Revisited: A Critical Reappraisal of the Opening Stages of the Russo-German Campaign (June–December 1941)
|periódico= The Journal of Modern History
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*{{citar livro|último = Tames
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|título= Dictatorship
|publicadopor= Heinemann Library
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*{{citar livro|último = Le Tissier
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|publicadopor= Pen & Sword
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*{{citar livro|último = Toland
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|autorlink = John Toland (author)
|título= Adolf Hitler
|publicadopor= Anchor Books
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}}
*{{citar livro|último = Vinogradov
|primeiro = V. K.
|título= Hitler's Death: Russia's Last Great Secret from the Files of the KGB
|publicadopor= Chaucer Press
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}}
*{{citar livro|último = Waite
|primeiro = Robert G. L.
|autorlink = Robert G. L. Waite
|ano= 1993
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|título= The Psychopathic God: Adolf Hitler
|publicadopor= Da Capo Press
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*{{citar livro|último = Weber
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|título= Hitler's First War: Adolf Hitler, The Men of the List Regiment, and the First World War
|ano= 2010
|publicadopor= Oxford University Press
|local= Oxford; Nova Iorque
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*{{citar periódico|último = Weinberg
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|título= Hitler's Private Testament of 2 May 1938
|periódico= The Journal of Modern History
|data= Dezembro de 1955
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*{{citar periódico|último = Weinberg
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|data= Dezembro de 1964
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*{{citar livro|último = Weinberg
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|título= The Foreign Policy of Hitler's Germany Diplomatic Revolution in Europe 1933–1936
|publicadopor= University of Chicago Press
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*{{citar livro|último = Weinberg
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*{{citar livro|último = Weinberg
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|ano= 1995
|publicadopor= Cambridge University Press
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|capítulo= Hitler and England, 1933–1945: Pretense and Reality
| isbn = 978-0-521-47407-8
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}}
*{{citar livro|último = Welch
|primeiro = David
|título= Hitler: Profile of a Dictator
|ano= 2001
|publicadopor= Routledge
| isbn = 978-0-415-25075-7
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}}
*{{citar livro|último = Wheeler-Bennett
|primeiro = John
|autorlink = John Wheeler-Bennett
|título= The Nemesis of Power
|local= Londres
|publicadopor= Macmillan
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*{{citar periódico|último = Wilt
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|autorlink = Alan F. Wilt
|título= Hitler's Late Summer Pause in 1941
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*{{citar livro|último = Winkler
|primeiro = Heinrich August
| others = Sager, Alexander (trans.)
|título= Germany: The Long Road West. Vol. 2, 1933–1990
|publicadopor= [[Oxford University Press]]
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*{{citar livro|último = Ziemke
|primeiro = Earl F.
|título= Battle for Berlin: End of the Third Reich
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|publicadopor= [[Ballantine Books]]
|ano= 1969<!--pre isbn-->
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=== Online ===
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*{{citar web|título= 1933&nbsp;– Day of Potsdam
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*{{citar web|último = Bazyler
|primeiro = Michael J.
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*{{citar periódico|título= Der Hitler-Prozeß vor dem Volksgericht in München
| trans_title = The Hitler Trial Before the People's Court in Munich
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*{{citar jornal|título= Documents: Bush's Grandfather Directed Bank Tied to Man Who Funded Hitler
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*{{citar web|título= Eingabe der Industriellen an Hindenburg vom November 1932
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*{{citar jornal|último = Evans
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*{{citar web|último = Frauenfeld
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*{{citar jornal|título= Germany: Second Revolution?
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*{{citar web
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*{{citar web|último = Goebbels
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*{{citar periódico|último = Gunkel
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*{{citar jornal|último = Hinrichs
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| trans_title = The Führer's Passport: Hitler's Naturalisation
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*{{citar web| url = http://www.ns-archiv.de/personen/hitler/oesterreich/staatsbuergerschaft.php
|título= Hitler ersucht um Entlassung aus der österreichischen Staatsangehörigkeit
| trans_title = Hitler's official application to end his Austrian citizenship
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*{{citar web|título= Hitler's Last Days
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*{{citar vídeo|pessoas= Hoffman, David (creator, writer)
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*{{citar web|título= Introduction to the Holocaust
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*{{citar web|último = Kotanko
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*{{citar jornal|título= Leni Riefenstahl
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*{{citar periódico|último = Longerich
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*{{citar periódico|último = Longerich
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|em= 17. Radicalisation of the Persecution of the Jews by Hitler at the Turn of the Year 1941–1942
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*{{citar jornal|título= Man of the Year
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}}
*{{citar vídeo|pessoas= Martin, Jonathan (creator, writer)
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|título= World War II In HD Colour
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*{{citar web|último = McMillan
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|título= Review of Fritz, Stephen G., ''Ostkrieg: Hitler's War of Extermination in the East''
|publicadopor= H-Genocide, H-Net Reviews
|data= Outubro de 2012
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*{{citar jornal|título= Parkinson's part in Hitler's downfall
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*{{citar web|último = Phayer
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|título= The Response of the Catholic Church to National Socialism
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|obra= The Churches and Nazi Persecution
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*{{citar web
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*{{citar web|último = Porter
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|título= Adolf Hitler 'Took Cocktail of Drugs' Reveal New Documents
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*{{citar periódico|último = Redlich
|primeiro = Fritz C.
|data= 22 de março de 1993
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|periódico= Arch Intern Med
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*{{citar vídeo|pessoas= [[Laurence Rees|Rees, Laurence]] (writer, director) [[Ian Kershaw|Kershaw, Ian]] (writer, consultant)
|ano= 2012
|título= The Dark Charisma of Adolf Hitler
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*{{citar jornal|último = Sharkey
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|título= Word for Word/The Case Against the Nazis; How Hitler's Forces Planned To Destroy German Christianity
|jornal= The New York Times
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*{{citar web
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|primeiro = Thomas
|título      = New Evidence Uncovers Hitler's Real First World War Story
|publicadopor = [[BBC]] History Magazine
|obra        = Immediate Media Company
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*{{citar web|último = Wilson
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|título= Mein Diat&nbsp;– Adolf Hitler's diet
|publicadopor= Questia
|obra= New Statesman
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== Ligações externas ==
*{{PND|118551655}}
*{{IMDb nome|id=0386944|nome=Adolf Hitler}}
*[http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI4148098-EI8141,00-Album+reune+obras+que+Hitler+queria+para+Fuhrermuseum.html Álbum reúne obras que Hitler queria para "Führermuseum"]
*[http://aryanism.net/downloads/books/martin-bormann/hitler-bormann-documents.pdf Testamento político do Fuhrer]
*[http://aryanism.net/downloads/books/adolf-hitler/mein-kampf.pdf Mein Kampf]
*{{Munzinger|00000000564|Adolf Hitler}}
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|Adolf Hitler
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Edição das 10h44min de 18 de novembro de 2019

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