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Nascido em [[Amsterdão]] no seio de um família [[judaísmo|judaica]] [[portugal|portuguesa]], ganhou a fama pelas suas posições do panteísmo e do monismo neutro, e ainda devido ao facto da sua ética ter sido escrita sob a forma de postulados e definições, como se fosse um tratado de geometria. No verão de [[1656]], foi excomungado da comunidade judaica pelas sua crítica da ortodoxia religiosa, defendendo que [[Deus]] é o mecanismo imanente da natureza e do universo, e a Bíblia uma obra metafórico-alegórica usada para ensinar a natureza de Deus, duas proposições baseadas numa argumentação cartesiana. Depois da sua excomunhão adotou o primeiro nome Benedictus (o equivalente latino do seu nome próprio, Baruch). Uma vez que as reações públicas ao Tratado Teológico-Político não lhe eram favoráveis, absteve-se de publicar seus trabalhos. A [[Ética]] foi publicada após sua morte, na Opera Postuma editada por seus amigos. | |||
Espinoza defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber, a única substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades menores constituem modalidades ou modificações. Ele afirmou que esse "Deus sive Natura" ("Deus ou Natureza") era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão e o pensamento eram dois. Sua visão da natureza da realidade, então, parece tratar os mundos físicos e mentais como dois diferentes, submundos paralelos; que nem se sobrepõem nem interagem. Esta formulação é uma solução panpsíquica historicamente significativa ao problema da Mente-corpo conhecida como o monismo neutro. | Espinoza defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber, a única substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades menores constituem modalidades ou modificações. Ele afirmou que esse "Deus sive Natura" ("Deus ou Natureza") era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão e o pensamento eram dois. Sua visão da natureza da realidade, então, parece tratar os mundos físicos e mentais como dois diferentes, submundos paralelos; que nem se sobrepõem nem interagem. Esta formulação é uma solução panpsíquica historicamente significativa ao problema da Mente-corpo conhecida como o monismo neutro. | ||
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Edição das 13h29min de 17 de fevereiro de 2006
Benedictus de Spinoza (Amsterdam, 24 de Novembro de 1632 — Haia, 21 de Fevereiro de 1677), mais conhecido como Baruch de Espinoza (seu nome hebraico), Bento de Espinosa ou Bento d'Espiñoza, foi um dos grandes racionalistas da filosofia moderna, juntamente com René Descartes e Gottfried Leibniz. Considerado o fundador do criticismo bíblico moderno.
Nascido em Amsterdão no seio de um família judaica portuguesa, ganhou a fama pelas suas posições do panteísmo e do monismo neutro, e ainda devido ao facto da sua ética ter sido escrita sob a forma de postulados e definições, como se fosse um tratado de geometria. No verão de 1656, foi excomungado da comunidade judaica pelas sua crítica da ortodoxia religiosa, defendendo que Deus é o mecanismo imanente da natureza e do universo, e a Bíblia uma obra metafórico-alegórica usada para ensinar a natureza de Deus, duas proposições baseadas numa argumentação cartesiana. Depois da sua excomunhão adotou o primeiro nome Benedictus (o equivalente latino do seu nome próprio, Baruch). Uma vez que as reações públicas ao Tratado Teológico-Político não lhe eram favoráveis, absteve-se de publicar seus trabalhos. A Ética foi publicada após sua morte, na Opera Postuma editada por seus amigos.
Espinoza defendeu que Deus e Natureza eram dois nomes para a mesma realidade, a saber, a única substância em que consiste o universo e do qual todas as entidades menores constituem modalidades ou modificações. Ele afirmou que esse "Deus sive Natura" ("Deus ou Natureza") era um ser de infinitos atributos, entre os quais a extensão e o pensamento eram dois. Sua visão da natureza da realidade, então, parece tratar os mundos físicos e mentais como dois diferentes, submundos paralelos; que nem se sobrepõem nem interagem. Esta formulação é uma solução panpsíquica historicamente significativa ao problema da Mente-corpo conhecida como o monismo neutro.
Espinoza acreditava profundamente no determinismo, que propunha que absolutamente tudo o que acontece ocorre através da operação da necessidade. Para ele, mesmo o comportamento humano é totalmente determinado, sendo a liberdade a nossa capacidade de saber que somos determinados e compreender por que agimos como agimos. Deste modo, liberdade não é a possibilidade de dizer "não" àquilo que nos acontece, mas sim a possibilidade de dizer "sim" e compreender completamente por que as coisas deverão acontecer dessa maneira.
A filosofia de Espinoza tem muito em comum com o estoicismo, mas difere muito dos estoicos num aspecto importante: ele rejeitou fortemente a afirmação de que a razão pode dominar a emoção. Pelo contrário, ele defendeu que uma emoção pode ser ultrapassada apenas por uma maior emoção. A distinção crucial era, para ele, entre as emoções activas e passivas, sendo as primeiras aquelas que são compreendidas racionalmente e as outras as que não o são.
O retrato de Espinoza foi impresso nas antigas notas de 1000 Florins, a moeda oficial dos Países Baixos até à introdução do Euro em 2002.
Ver também
- Espinoza foi uma das várias figuras de destaque na comunidade judaica de origem portuguesa em Amsterdão. Para um panorama geral ver: Sinagoga Portuguesa de Amsterdão
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