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Língua portuguesa: mudanças entre as edições

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Na África subsaariana, o português é uma língua crescente e está projectada para ser uma das mais faladas dentro de 50 anos pela UNESCO. Assim que as populações de [[Angola]] e [[Moçambique]] continuam a crescer, a sua influência no português será cada vez mais importante. Angola e Moçambique, com [[Cabo Verde]], [[Guiné-Bissau]] e [[São Tomé e Príncipe]] são conhecidos como "Paises Africanos de Língua Oficial Portuguesa" ou PALOP, formando uma comunidade de quase 9 milhões de falantes nativos. A língua portuguesa cresceu especialmente em uso depois da independencia das antigas colónias de Portugal. Os movimentos independentistas desde a Guiné-Bissau a Moçambique viram nela um instrumento para conseguir o desenvolvimento e unidade nacionais. O português é uma língua minoritária na [[República Democrática do Congo]], [[Malawi]], [[Namíbia]] (refugiados angolanos, ~ 20% da população), [[África do Sul]] (mais de um milhão de falantes), [[Zâmbia]] e [[Zimbabwe]].   
Na África subsaariana, o português é uma língua crescente e está projectada para ser uma das mais faladas dentro de 50 anos pela UNESCO. Assim que as populações de [[Angola]] e [[Moçambique]] continuam a crescer, a sua influência no português será cada vez mais importante. Angola e Moçambique, com [[Cabo Verde]], [[Guiné-Bissau]] e [[São Tomé e Príncipe]] são conhecidos como "Paises Africanos de Língua Oficial Portuguesa" ou PALOP, formando uma comunidade de quase 9 milhões de falantes nativos. A língua portuguesa cresceu especialmente em uso depois da independencia das antigas colónias de Portugal. Os movimentos independentistas desde a Guiné-Bissau a Moçambique viram nela um instrumento para conseguir o desenvolvimento e unidade nacionais. O português é uma língua minoritária na [[República Democrática do Congo]], [[Malawi]], [[Namíbia]] (refugiados angolanos, ~ 20% da população), [[África do Sul]] (mais de um milhão de falantes), [[Zâmbia]] e [[Zimbabwe]].   


[[image:Portuguese_discoveries_diogo_cao.jpg|thumb|left|Uma representação da colocação do padrão de Portugal depois da descoberta do Rio Congo no séc. XV. No séc. XXI, é em África que a língua portuguesa mais cresce, tornando-a importante no futuro desenvolvimento do português.
Existe crioulos portugueses noutras partes de África. O sul do [[Senegal]], conhecido como [[Casamança]] tem uma comunidade ativa que está ligada culturalmente e linguisticamente à Guiné-Bissau e aprender português é popular. Um crioulo português ligado a São Tomé e Príncipe é a língua da [[Ilha de Ano Bom]], na [[Guiné Equatorial]].


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Edição das 11h38min de 15 de junho de 2004

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O Português é uma língua latina falada em Portugal e na maioria das suas antigas colónias, incluindo Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau e Timor Leste. Com 199 milhões de falantes nativos, o português é a sexta língua mãe mais popular no mundo, e a segunda língua latina, só ultrapassada pelo Espanhol.

O português chama-se A língua de Camões (por causa de Luís de Camões, autor de Os Lusíadas); e a A última flor do Lácio.

Português
Falado em: Andorra, Angola, Brasil, Cabo Verde, Timor Leste, Guiné-Bissau, Luxemburgo, Macau, Moçambique, Namíbia, Portugal, São Tomé e Príncipe, Índia, África do Sul, Espanha e 20 outros países
Total falantes: 199 Milhões - 207 Milhões1
Posição:6
Genética
classificaçãi:

Indo-Europeias
 Itálico
  Romanço
   Itálo-Ocidental
    Ocidental
     Galo-Ibérica
      Ibero-Romanço
       Ibéro-Ocidentais
        Galaico-Português
         Português

Estatuto Oficial
Língua oficial de:Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste, Macau
Regulado por:Instituto Internacional de Língua Portuguesa; CPLP
Cógido de Línguas
ISO 639-1: pt
ISO 639-2: (T): por
SIL: POR

A língua portuguesa espalhou-se mundialmente no século XV e XVI assim que Portugal criava o primeiro e o mais longo império colonial e comercial, estendendo-se do Brasil nas américas até Macau na China e Japão. Como resultado dessa expanção, o português é agora língua oficial de vários países independentes do mundo, e é largamente falado ou estudado como segunda língua noutros. Existem ainda cerca de vinte línguas crioulas portuguesas. É uma importante língua minoritária em Andorra, Luxemburgo, Namíbia e África do Sul. Imensas comunidades imigrantes falantes de português existem em muitas cidades pelo mundo fora, ex. Paris na França, Boston, New Jersey e Miami nos EUA.

História

O português se desenvolveu na parte ocidental da Península Ibérica do Latim falado trazido pelos soldados romanos desde o século III a.C. A língua começou a se diferenciar das outras línguas romanças depois da queda do Império Romano e das invasões bárbaras no século V. Começou a ser usada em documentos escritos cerca do século IX, e no século XV já se tinha tornado numa língua com uma literatura rica.

Colonização Romana

Os romanos conquistaram a parte ocidental da Península Ibérica; a província romana da Lusitânia, actuais Portugal e a região espanhola da Galiza em 218 a.C., e trouxeram com eles uma versão popular do Latim, o Latim Vulgar do qual se acredita que todas as línguas latinas descendam. Cerca de 90% do léxico do português vem do Latim: mesmo que a Península Ibérica é habitada desde bem antes da colonização romana, muito poucos traços das línguas nativas persistem no português moderno.

Invasões bárbaras

Entre 409 A.D. e 711, asssim que o Império Romano entrava em colapso, a Península Ibérica foi invadida por povos de origem germânica, conhecidos pelos romanos como bárbaros. Estes bárbaros (principalmente os suevos e os visigodos) absorveram rapidamente a cultura e língua romanas da península; contudo, e como as escolas romanas foram encerradas, o latim foi libertado para começar a evoluir sozinho. Porque cada tribo bárbara falavam latim de maneira diferente, a uniformidade da península rompeu-se, levando à formação de línguas bem diferentes (Galaico-Português, Espanhol e Catalão). Os suevos, em particular, acredita-se que são responsáveis pela diferenciação línguistica dos portugueses e galegos quando comparados com os castelhanos. As línguas germânicas influenciaram o português em palavras ligadas à guerra e violência, tal como "Guerra".

Invasão dos mouros

Desde 711, com a invação dos mouros na península, o Árabe foi adoptado como língua administrativa nas regiões conquistadas. Contudo, a população continuou a falar Romanço; logo que os mouros foram expulsos, a influência exercida na língua foi pequena. O seu efeito principal está no léxico: o português moderno ainda tem um grande número de palavras de origem árabe, especialmente relacionadas com comida e agricultura, o que não tem equivalente noutras línguas latinas. A influência árabe é também visívei nos nomes de locais no sul do país, tal como "Algarve" e "Fátima".


O despertar da Língua Portuguesa

Arquivo:Ajuda library IPPAR.jpg
Biblioteca da Ajuda, criada no século XV como "Biblioteca Real". A mãe das Bibliotecas Nacionais de Portugal e Brasil. (cortesia IPPAR)

A antiga província romana da Lusitânia dividiu-se em duas províncias separadas, a Lusitânia a sul e a Galécia a norte. A língua portuguesa se desenvolveu principalmente no norte de Portugal e na Galiza, mas é largamente influenciada por dialects romanços falados no sul de Portugal. Por bastante tempo, o dialecto latino dessa região desenvolveu-se apenas como uma língua falada.

Os registos mais antigos de uma língua portuguesa distinta aparecem em documentos administrativos do século IX, mas com muitas frases em latim à mistura.

O vernáculo escrito passou gradualmente para uso geral nos séculos seguintes. Portugal tornou-se um país independente em 1143, com o rei D. Afonso I. A separação geográfica e política entre Portugal e Castela (mais tarde, Espanha) permitiu que os dois países desenvolvessem os seus latins vernáculos em direcções opostas. Em 1290, o rei D. Dinis criava a primeira universidade portuguesa em Lisboa (o Estudo Geral) e decretou que o português, que então era chamado de "Língua vulgar" ou "Latim Vulgar" fosse usado em vez do Latim Clássico e conhecido como "Língua Portuguesa". Em 1296, o português é adotado pela Chancelaria Real. Usado agora não só em poesia, mas também quando escrevendo leis e nos notários.

Até 1350, a língua Galaico-Portuguesa permaneceu apenas como língua nativa da Galiza e Portugal d Portugal; mas pelo século XIV, o Português se tornou uma língua madura com uma tradição literária riquíssima, e também foi adotada por muitos poetas Leoneses, Castelhanos, Aragoneses e Catalães. Durante essa época, a Galiza começou a ser influenciada pelo Castelhano (basicamente o Espanhol moderno), e a variante do sul tornou-se na língua de Portugal.

Os descobrimentos portugueses

Sagres, no antigo "Promontorium Sacrum" romano -dedicado ao deus Saturno. Símbolo dos descobrimentos portugueses, no século XV era o centro mundial e líder em ciência e tecnologia. (cortesia IPPAR)

Entre os séculos XIV e XVI, com os descobrimentos portugueses, a língua portuguesa espalhou-se por muitas regiões da Ásia, África e América. Pelo século XVI tornou-se uma "Língua Franca" na Ásia e África, usado não só pela administração colonial e comércio, mas também para comunicação entre os oficiais locais e os europeus de todas as nacionalidades. No Ceilão (actual Sri Lanka) vários reis tornaram-se falantes de português fluente, e os nobres normalmente adquiriram nomes portugueses. O alastramento da língua foi ajudada por casamentos mistos entre portugueses e as gentes locais (algo muito comum também noutras zonas do mundo), e a sua associação com os esforços missionários católicos que levaram a que a língua fosse chamada de "Cristão" em muitos locais. A língua continuou popular mesmo com várias medidas contra ela levadas a cabo pelos holandeses no Ceilão e Indonésia.

Algumas comunidades cristãs falantes de português na Índia, Sri Lanka, Malásia e Indónesia preservaram as suas línguas mesmo depois de se isolarem de Portugal, e desenvolveram-se pelos séculos em váios Crioulos portugueses. Também, muitas palavras portuguesas entraram no léxico de muitas outras línguas, tais como "arigatô" que significa "Obrigado" em japonês, "sepatu" que vem de "sapato" em Indonésio, "keju" que significa "queijo" em Malaio e "meza" (de "mesa") em Swahili.

A Renascênça

Com a Renascênça, aumenta o número de palavras eruditas com origem no latim clássico e no grego arcaico, o que aumenta a complexidade do português. O fim do "português arcaico" é marcado com a publicação do Cancioneiro Geral de Garcia de Resende, em 1516. Mas o português arcaico é ainda falado por muitas populações em São Tomé e Príncipe, mas também no Brasil e Portugal rural.

Classificação e línguas relacionadas

Indo-European - Italic - Romance - Italo-Western - Western - Gallo-Iberian - Ibero-Romance - West-Iberian - Portuguese-Galician

A língua portuguesa é ortograficamente parecida em muitos aspectos com a língua espanhola, mas é diferente na fonologia. Um falante de uma das línguas requer alguma prática para entender efetivamente um falante da outra. Compare por exemplo:

Ela fecha sempre a janela antes de jantar. (português)
Ella cierra siempre la ventana antes de cenar. (espanhol)

Quase todas as palavras em espanhol e português estão relacionadas, caso você seja culto o suficiente, poderá usar palavras menos comuns:

Ela encerra sempre a janela antes de cear. (português pouco comum)

Em alguns sítios, o português e o espanhol são falados em conjunto. Os falantes de português lêem e entendem espanhol com alguma facilidade, enquanto que espanhóis são capazes de ler português, mas muitas vezes incapazes de perceber a língua falada. Isto leva a que alguns estranjeiros em Portugal e no Brasil tentem comunicar em espanhol, o que faz com que as populações locais se sintam ofendidas.

O Português é, naturalmente, relacionado com o catalão, italiano e todas as outras línguas latinas. Falantes de outras línguas latinas podem achar peculiar a conjugação de verbos aparentemente infinitivos.

Distribuição geográfica

O português é primeira língua em Angola, Brasil, Portugal e São Tomé e Príncipe.

A língua portuguesa é também uma das línguas principais de Timor Leste (com tetum) e Macau (com Chinês). É uma língua oficial, mas não a primeira, em Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique. É bastante falado, mas não oficial, em Andorra, Luxemburgo e Namíbia.


As américas

No entanto, a língua portuguesa está crecendo em importância na América do Sul. Por causa do Brasil, está sendo ensinado (e é popular, especialmente na Argentina) no resto dos países da América do Sul que constituem o Mercosul. Existem no Brasil, 182,1 milhões de pessoas que usam português como sua língua principal, mas também há falantes em língua materna na Argentina, Bolívia, Paraguai e Uruguai. No resto das américas, há também comunidades importantes em: Antigua e Barbuda, Bermudas, Canadá, Guiana, Jamaica, Estados Unidos (0,6 milhões de falantes activos numa comunidade de 1,5 milhões, especialmente New Jersey) e Venezuela.

Europa

Na Europa, o português é falado principalmente em Portugal pelos seus 10,3 milhões de habitantes, como primeira língua. A língua é falada também por toda a Europa por influência de Portugal, por mais de 10% da população do Luxemburgo e Andorra. Existem também fortes comunidades falantes de português na Bélgica, França, Alemanha, Jersey e Suíça. É também falado na Espanha, especialmente na Galiza (reconhecido oficialmente como galego), Olivença e no Vale do Xalima (conhecido como A fala).

O galego (também conhecido como Gallego em espanhol) pode ser visto como uma forma castelhanizada de português. O governo atual da Galiza apoia uma variedade standartizada de galego que o distancia do português e o torna mais parecido com espanhol. Contudo, há outro standard, usado por certos círculos políticos e universidades, que tratam o galego como um dialeto português com pequenas diferenças. Os linguístas sempre reconheceram a unidade destas variedades linguísticas (por exemplo, Coriminhas, Lindley Cintra, Coriseu entre outros), como eram antes a mesma língua e ambas são variedades relativamente conservadas. No entanto, na prática, são tratadas, muitas vezes, como línguas diferentes por ambas as populações principalmente devido a fatores sociolinguísticos, em que obras em galego são traduzidas para português e vice-versa. Durante a idade média, o galego e o português eram sem dúvida a mesma língua, conhecida nos dias de hoje como galaico-português, uma língua usada em poesia até em Castela. O único deputado galego no parlamento da União Europeia, Camilo Nogueira, fala em português e entende que a sua língua já é oficial nela, ou seja, o português.

África

Na África subsaariana, o português é uma língua crescente e está projectada para ser uma das mais faladas dentro de 50 anos pela UNESCO. Assim que as populações de Angola e Moçambique continuam a crescer, a sua influência no português será cada vez mais importante. Angola e Moçambique, com Cabo Verde, Guiné-Bissau e São Tomé e Príncipe são conhecidos como "Paises Africanos de Língua Oficial Portuguesa" ou PALOP, formando uma comunidade de quase 9 milhões de falantes nativos. A língua portuguesa cresceu especialmente em uso depois da independencia das antigas colónias de Portugal. Os movimentos independentistas desde a Guiné-Bissau a Moçambique viram nela um instrumento para conseguir o desenvolvimento e unidade nacionais. O português é uma língua minoritária na República Democrática do Congo, Malawi, Namíbia (refugiados angolanos, ~ 20% da população), África do Sul (mais de um milhão de falantes), Zâmbia e Zimbabwe.

[[image:Portuguese_discoveries_diogo_cao.jpg|thumb|left|Uma representação da colocação do padrão de Portugal depois da descoberta do Rio Congo no séc. XV. No séc. XXI, é em África que a língua portuguesa mais cresce, tornando-a importante no futuro desenvolvimento do português.

Existe crioulos portugueses noutras partes de África. O sul do Senegal, conhecido como Casamança tem uma comunidade ativa que está ligada culturalmente e linguisticamente à Guiné-Bissau e aprender português é popular. Um crioulo português ligado a São Tomé e Príncipe é a língua da Ilha de Ano Bom, na Guiné Equatorial.


Páginas externas

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