𝖂𝖎ƙ𝖎𝖊

Sebastião José de Carvalho e Melo: mudanças entre as edições

imported>Mschlindwein
Sem resumo de edição
imported>Mschlindwein
Sem resumo de edição
(Sem diferença)

Edição das 12h32min de 9 de julho de 2004

Arquivo:Pombal.jpg
Marquês de Pombal

Sebastião José de Carvalho e Melo, Conde de Oeiras e Marquês de Pombal (13 de Maio de 1699- 8 de Maio de 1782) foi Primeiro Ministro de D. José I de 1750 a 1777, sendo considerado, ainda hoje, uma das figuras mais controversas e carismáticas da História Portuguesa. Viveu num período da história marcado pelo iluminismo, tendo desempenhado um papel fulcral na aproximação de Portugal à realidade económica e social europeia, bem mais dinâmica do que a portuguesa.

Seu nome de nascimento foi Sebastião José de Carvalho e Melo, filho de Manuel de Carvalho e Ataíde, fidalgo da província, com propriedade na região de Leiria e de sua mulher, D. Teresa Luiza de Mendonça e Mello. Na sua juventude ele estudou direito na Universidade de Coimbra e serviu no exército um curto periodo. Quando foi viver para a capital, Lisboa, Sebastião de Melo era um homem turbulento. A sua primeira mulher foi Teresa de Mendonça e Almada (1689-1737), sobrinha do conde de Arcos, quem ele casou por arranjo da família, depois de um rapto consentido. Os pais da recém-formada família tornaram a vida do casal insustentável, pelo que se retiraram para as suas propriedades próximo de Pombal.

Em 1738, Sebastião de Melo foi nomeado no seu primeiro cargo público, como embaixador em Londres. Em 1745 foi transferido para Viena, Áustria. A rainha de Portugal, arqui-duquesa Mariana da Áustria, foi muito amiga do embaixador viúvo e arranjou o casamento com a filha do marechal austríaco Daun. O rei D. João V, no entanto, não satisfeito com as prestações de Sebastião de Melo, fê-lo regressar a Portugal em 1749. O rei morreu no ano seguinte e, de acordo com uma recomendação da rainha mãe, o novo rei D. José I nomeia Sebastião como ministro dos negócios estrangeiros. Ao contrário do pai, D. José foi-lhe muito dado e confiou-lhe gradualmente o controlo do estado.

Em 1755, Sebastião de Melo já era primeiro-ministro do reino. Ele reinou com mão de ferro, impondo a lei a todas as classes, desde os mais pobres até à alta nobreza. Impressionado pelo sucesso económico inglês, tentou, com sucesso, implementar medidas que incutissem um sentido semelhante à economia portuguesa. A região demarcada para a produção do vinho do Porto, a primeira região a assegurar a qualidade dos seus vinhos, data da sua governação.

Também aboliu a escravatura nas colónias nas Índias, reorganizou o exército e a marinha, reestructurou a Universidade de Coimbra e acabou com a discriminação dos "cristãos novos". Mas uma das mais importantes reformas foi nos campos das economias e finanças, com a criação de várias companhias e associações corporativas que regulavam a actividae comercial, bem como a reforma do sistema fiscal. Naturalmente, todas estas reformas fizeram-lhe inimigos na classe social alta, na alta nobreza em especial, que o desprezaram, chamando-o de "novo rico".

O desastre abateu-se sobre Portugal na manhã do primeiro de Novembro de 1755. Nesta data, Lisboa foi abalada por um violento tremor de terra, com uma amplitude na escala de Richter estimada em 9 pontos. A cidade foi devastada pelo tremor de terra, pelo maremoto e ainda pelos incêndios que se seguiram. Sebastião de Melo sobreviveu por sorte, mas não se impressionou. Imediatamente tratou da reconstrução da cidade, de acordo com a famosa frase: "E agora ? Enterram-se os mortos e alimentam-se os vivos". Apesar da calamidade, Lisboa não foi afectada por epidemias e menos de um ano depois já estava a ser reconstruída. A baixa da cidade foi desenhada por um grupo de arquitectos, com a orientação expressa de resistir a terramotos subsequentes. Foram construídos modelos para testes, nos quais os terramotos foram simulados pelo marchar de tropas. Os edifícios e praças da baixa pombalina de lisboa ainda prevalecem, sendo uma das atracções turísticas de Lisboa. Sebastião de Melo fez também uma importante contribuição para a sismologia: elaborou um inquérito enviado a todas as paróquias do país. Exemplos de questões aí incluídas: os cães e outros animais comportaram-se de forma estranha antes do evento ?; O nível da água dos poços subiu ou desceu ?; Quantos edifícios foram destruídos ? Estas questões permitiram aos cientistas portugueses a reconstrução do evento.

Na sequência do terramoto, D. José I deu ao seu primeiro-ministro poderes acrescidos, tornando Sebastião de Melo numa espécie de ditador. À medida que o seu poder cresceu, os seus inimigos aumentaram, e as disputas com a alta nobreza tornaram-se frequentes. Em 1758 D. José I é ferido numa tentativa de regicídio. A família de Távora e o Duque de Aveiro foram implicados no atentado e executados após um rápido julgamento. Os jesuítas foram expulsos do país e seus bens confiscados pela coroa.

Sebastião de Melo não mostrou misericórdia, tendo persecutado cada um dos envolvidos, incluíndo mulheres e crianças. Com este golpe final, o poder da nobreza foi decisivamente contrariado, marcando uma vitória sobre os inimigos. Pela sua acção rápida, D. José I atribuiu ao seu leal ministro o título de Conde de Oeiras em 1759.

No seguimento do caso Távora, o novo Conde de Oeiras não conheceu qualquer nova oposição. Adquirindo o título de Marquês de Pombal em 1770, ele praticamente reinou Portugal até à morte de D. José I em 1779. A sucessora, rainha Maria I de Portugal, detestava o Marquês. Maria nunca perdoou a impiedade mostrada para com a família Távora e retirou-lhe todos os cargos.

A raínha ordenou que o Marquês se resguardasse sempre a uma distância de pelo menos 20 milhas de si. Se ela passasse em viagem por uma das suas propriedades, o Marquês era compelido por decreto a afastar-se de casa. Maria I terá alegadamente sofrido de ataques de raiva apenas ao ouvir o nome do antigo primeiro-ministro de seu pai.

O Marquês de Pombal morreu pacificamente na sua propriedade em 15 de Maio de 1782. Os seus últimos dias de vida foram vividos em Pombal e na Quinta da Gramela, propriedade que herdara de seu tio, o arciprestre Paulo de Carvalho e Ataíde, em 1713. Hoje, ele é relembrado numa enorme estátua colocada na mais importante praça de Lisboa, que tem o seu nome. Marquês do Pombal é também o nome da estação de metropolitano mais movimentada de Lisboa.

Predefinição:Biografias Tabela

en:Marquis of Pombal de:Markgraf von Pombal

talvez você goste