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Inquisição: mudanças entre as edições

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Edição das 19h19min de 18 de abril de 2005

As origens da Inquisição, uma instituição da Igreja para combater a heresia, remontam a 1184, no combate aos cátaros de Albi, no sul de França. O movimento teve como figura chave Domingos de Gusmão, posteriormente santificado, o qual foi o responsável pelo início da ordem dos dominicanos. Essa Inquisição medieval, abrangendo o Norte da Itália e o Sul da França, foi seguida pela Inquisição espanhola de Torquemada, muito mais cruel: em 1483, 2000 pessoas foram queimadas na fogueira.

Numa época em que o poder religioso se confundia com o poder real, o Papa Gregório IX, em 20 de Abril de 1233, editou duas bulas que marcam o reinício da Inquisição. Nos séculos seguintes, ela perseguiu, torturou e matou vários de seus inimigos, ou quem ela entendesse como inimigo, acusando-os de heresia.

A bula Licet ad capiendos, a qual verdadeiramente marca o início da Inquisição, era dirigida aos dominicanos inquisidores: Onde quer que os ocorra pregar estais facultados, se os pecadores persistem em defender a heresia apesar das advertências, a privá-los para sempre de seus benefícios espirituais e proceder contra eles e todos os outros, sem apelação, solicitando em caso necessário a ajuda das autoridades seculares e vencendo sua oposição, se isto for necessário, por meio de censuras eclesiásticas inapeláveis

As inquisições espanhola e portuguesa

As inquisições ibéricas são famosas. A perseguição religiosa atingiu na Península Ibérica uma dimensão lamentável. David Landes relata-nos: "A perseguição levou a uma interminável caça à bruxa, completa com denunciantes pagos, vizinhos bisbilhoteiros e uma racista "limpieza de sangre". Judeus conversos eram apanhados por intrigas e vestígios de prática mosaica: recusa de porco, toalhas lavadas à sexta-feira, uma prece escutada à soslaia, frequência irregular à igreja, uma palavra mal ponderada. A higiéne em si era uma causa de suspeita e tomar banho era visto como uma prova de apostasia para marranos e muçulmanos. A frase "o acusado era conhecido por tomar banho" é uma frase comum nos registos da Inquisição. Sujidade herdada: as pessoas limpas não têm de se lavar. Em tudo isto, os Espanhóis e Portugueses rebaixaram-se. A intolerância pode prejudicar o perseguidor (ainda) mais do que a vítima. Deste modo, a Ibéria e na verdade a Europa Mediterrânica como um todo, perdeu o combóio da chamada revolução científica"

Censura e repressão

O Index ou Index Librorum Prohibitorum era a lista de livros proibidos cuja circulação era controlada pela Inquisição. Os livros autorizados eram impressos com um "imprimatur" ("que seja publicado") oficial. Em 1558 foi introduzida em Espanha a pena de morte para quem importasse livros estrangeiros sem permissão ou para quem imprimisse sem a autorização oficial. As Universidades Espanholas e Portuguesas desta era reduziram-se a centros de doutrinação, antros da escolástica oficial. Entre as obras banidas encontravam-se muitas obras científicas europeias que continham o defeito imperdoável de terem sido escritas por protestantes. Um exemplo desta desconfiança dos Espanhóis perante as idéias que lhes chegavam da Europa no século é-nos dado pela estatística dos alunos espanhóis da Universidade de Montpellier. Esta universidade costumava receber estudantes de medicina espanhóis. Eles deixaram de ir. Entre 1510 e 1559 foram 248. Já entre 1560 e 1599 foram apenas 12 (Goodman).

Extinção

A Inquisição foi extinta gradualmente ao longo do século XVIII, embora só em 1821 se dê a extinção formal em Portugal numa sessão das Cortes Gerais.

Ver Também


Referências Externas

A Inquisição em Portugal

O mito sobre a Inquisição Espanhola

A verdadeira história da Inquisição

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