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Franquismo: mudanças entre as edições

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{{fascismo}}
O '''franquismo''' é um termo usado para designar o período histórico e a [[ideologia]],<ref>Real Academia Española (2014), ''Diccionario de la lengua española'': [http://dle.rae.es/?w=franquismo&o=h «franquismo»]</ref><ref>''Dicionário Houaiss'': [http://houaiss.uol.com.br/busca?palavra=franquismo franquismo]
</ref> de caráter autoritário, em que se baseava a [[ditadura de Franco]], instaurada na Espanha após a [[Guerra Civil Espanhola|Guerra Civil]] ([[1936]] - [[1939]]) e o fim da [[Segunda República Espanhola|Segunda República]].
 
O regime franquista ainda sobreviveu à morte do [[ditador]] [[Francisco Franco]] (falecido em [[20 de novembro]] de [[1975]]), até a autodissolução das [[Cortes Espanholas|Cortes franquistas]] em [[1977]], em consequência da aprovação da [[Lei para  a Reforma Política]] em  [[Referendo sobre a Reforma Política na Espanha em 1976|referendo]] realizado a [[15 de dezembro]] de [[1976]].<ref>[http://elpais.com/diario/1977/07/01/ultima/236556001_850215.html Adiós a las cortes Franquistas]. [[El País]],  1 º de julho de 1977.</ref>
 
== Fim da Guerra Civil e ditadura franquista ==
{{Artigo principal|Guerra Civil Espanhola|Espanha Franquista}}
[[Imagem:Spain final-guerra-civil.jpg|esquerda|thumb|180px|Documento assinado por Franco comunicando o fim da guerra civil (1.abr.1939)]]
A [[Guerra Civil Espanhola]] deixou mais ou menos 1 milhão de mortos. De certa forma, ela serviu de demonstração do poder bélico que a [[Itália]] e a [[Alemanha]] vinham armazenando para a [[Segunda Guerra Mundial]].
 
Terminada a Guerra Civil Espanhola com a vitória dos autodenominados ''nacionalistas'' ou ''[[Movimiento Nacional]]'', Francisco Franco passou a ser o [[Chefe do Estado]].
 
Os primeiros anos do regime franquista coincidiram com a Segunda Guerra Mundial, retribuindo ao auxílio que lhe fora prestado por [[Hitler]] e [[Mussolini]] durante a Guerra Civil: na frente oriental contra a [[URSS]], a Espanha franquista colaborou com a "[[Divisão Azul]]" de [[infantaria]], a "Legião Espanhola de voluntários" e a "Esquadrilha Salvadore". Internamente, o regime praticou uma política [[Economia|econômica]] [[autarquia|autárquica]] que freou o desenvolvimento do país.
 
Depois de terminada a Segunda Guerra Mundial, a Assembleia Geral da Organização das Nações Unidas condenou formalmente o regime franquista através da resolução 39 (1), em 12 de Dezembro de 1946, solicitando que, "dentro de um tempo razoável", fossem realizadas eleições no quadro de uma abertura política na qual fossem garantidas as liberdades públicas de expressão e de reunião. Como medida de pressão, a ONU recomendou aos seus membros o corte de relações diplomáticas com a Espanha.
 
Em 31 de Março de 1947, Franco anunciou uma "Lei de Sucessão" em que após a sua morte,o país voltaria a ser uma monarquia. As Cortes Espanholas aprovaram a referida Lei em 7 de Junho, que foi submetida a referendo e aprovada no dia 6 de Julho.
 
No dia 1 de Agosto de 1950, o Senado dos [[Estados Unidos]] aprovou um empréstimo de US$ 110 milhões para a Espanha e, no mesmo dia, a embaixada do país anunciou de forma oficial a vontade de Franco enviar soldados para combater o comunismo na [[Guerra da Coreia]] (1950-1953).
 
Em 1953, o governo de Franco assinou uma [[concordata]] com o [[Vaticano]]. No mesmo ano assinou também o Pacto de Madri com os Estados Unidos, cedendo aos americanos o direito de instalação de bases militares em Espanha, a primeira das quais foi aberta em Rota (Cádis)|Rota]], dois anos depois. Nesse ano de 1955, a Espanha de Franco foi reconhecida pela [[Organização das Nações Unidas]].
 
Durante a [[Década de 1960]] aconteceu um aumento notável do nível de vida da população espanhola (''[[desenvolvimentismo]]''), ainda que o nível de liberdade pessoal e política não aumentasse da mesma maneira.
 
O franquismo como regime político acabou com a morte de [[Francisco Franco]], que foi sucedido na chefia do Estado espanhol pelo Rei [[Juan Carlos I de Espanha|Juan Carlos I]]. A [[transição espanhola]] para a [[democracia]]  foi relativamente calma,sendo que o modelo escolhido foi o da [[monarquia parlamentarista]].Mesmo assim,o destino dos mais 100 mil desaparecidos durante o período é desconhecido.<ref>Ricard Vinyes Irredentas, Political Prisoners and their Children in the Prisons under Franco, Planeta, Barcelona, 2002. </ref> Depois da guerra civil e durante a [[Segunda Guerra Mundial]], os portos do país serviram como entrepostos para o contrabando de suprimentos da indústria de guerra da [[Alemanha Nazi]].<ref>Jersak, “Öl für den Fühier”; Bernd Martin, “Friedens-Planungen der multinationalen Grossindustrie (1932–1940) als politische Krisenstrategie,” Geschichte und Gesellschaft, 2 (1976), p. 82.</ref><ref>Walter Hofer e Herbert R. Reginbogin, Hitler, der Westen und die Schweiz 1936–1945 (Zürich: NZZ Publishing House, 2002), p. 588-589</ref>
 
== Ideologia ==
[[Ideologia|Ideologicamente]], o franquismo é baseado no nacionalismo, adaptado para a Espanha pelo movimento [[Falange Espanhola|falangista]], representado pelas ''Juntas de Ofensiva Nacional Sindicalista.'' As bases do regime franquista foram definidas pelo autoritarismo, unidade nacional espanhola, promoção do clero e religião católicos, nacionalismo castelhano (com a supressão dos direitos das outras culturas, como os bascos e catalães), militarismo, corporativismo nos moldes fascistas, anti-comunismo e anti-anarquismo. Economicamente, o governo buscou criar sindicatos ligados unicamente ao governo e demais medidas de cunho protecionista. A partir do final da década de 50, contudo, o governo franquista passou a adotar medidas cada vez mais liberais, época que ficou conhecida como "milagre espanhol", pois houve um forte crescimento da economia. Esse crescimento, todavia, não implicou em reformar sociais ou mesmo na redução da desigualdade social, e nem em direitos trabalhistas. Os salários permaneceram baixos, greves eram proibidas, e não havia um sistema de saúde para proteger os trabalhadores.
 
== Sobrevivência do franquismo ==
Na Espanha democrática tornou-se cada vez mais reduzida a proporção de pessoas que se declaram abertamente franquistas. A maioria da população espanhola e os partidos políticos mais importantes estão em favor da democracia e apoiam o regime atual, a politica de partidura.
 
Atualmente, o franquismo manifesta-se em [[revisionismo histórico|novas interpretações]] da [[História da Espanha]] desde a sua [[Segunda República Espanhola|Segunda República]] até a actualidade. Além disso, alguns escritores como [[Fernando Vizcaíno Casas]] reivindicam determinados aspectos do regime franquista nas suas obras.
 
O franquismo foi "condenado" nas [[Cortes espanholas]] e no [[Parlamento Europeu]]. Em [[2006]], o Parlamento Europeu condenou o franquismo concluindo que existem evidências suficientes para provar a violação dos [[direitos humanos]] durante esse período. Além disso, recomendou que o reconhecimento da condenação da ditadura não deve ficar limitada a um mero reconhecimento histórico, mas também à eliminação dos símbolos da ditadura<ref>{{en}}. Talvez uma pretensão de "apagar oficialmente" a História, simultaneamente deletando a II República. [http://assembly.coe.int//Main.asp?link=http://assembly.coe.int/Documents/WorkingDocs/Doc05/EDOC10737.htm Documento do Parlamento Europeu 4 de Novembro de 2005, ''Need for international condemnation of the Franco regime'']</ref>.
 
Porém, a simbologia franquista sobreviveu na sociedade espanhola após a morte de Franco, especialmente durante a Transição, até a atualidade<ref>[http://www.mapadelamemoria.com/ ''Mapa de la memória'']</ref>.
 
Até  2006, os mais nostálgicos do regime franquista,se concentravam anualmente no dia  [[20 de novembro]] (dia da morte de Franco) no ''[[Valle de los Caídos]]''. A [[lei de Memória Histórica]] sancionada em 2007,proíbe esta manifestação.<ref>{{es}} [http://www.20minutos.es/notícia/145666/0/lei/memória/historica/ Jornal 20 minutos]</ref>
 
{{Referências}}
 
== Ver também ==
* [[Campos de concentração franquistas]]
*  [[Emilio Mola]]
* [[Golpe de Estado na Espanha em julho de 1936]]
* [[Meninos perdidos do franquismo]]
* [[Movimiento Nacional]]
 
[[Categoria:Franquismo]]

Edição atual tal como às 01h42min de 15 de fevereiro de 2020

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