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Debian: mudanças entre as edições

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Edição das 03h01min de 14 de maio de 2022

Predefinição:Manutenção/Categorizando por assunto

Predefinição:Info/Distro Debian (Predefinição:IPAc-en),[1] anteriormente chamado Debian GNU/Linux e hoje apenas Debian,[2] é um sistema operacional composto inteiramente de software livre e mantido oficialmente pelo Projeto Debian. O projeto recebe, ainda, apoio de outros indivíduos e organizações de todo o mundo. O grupo distribui núcleos Unix-like, como o Debian GNU/kFreeBSD e o Debian GNU/Hurd. O Debian é especialmente conhecido pelo seu sistema de gestão de pacotes, chamado APT, que permite atualizações relativamente fáceis a partir de versões anteriores, a instalação quase sem esforço de novos pacotes e a remoção limpa de pacotes antigos. O nome Debian vem dos nomes dos seus fundadores, Ian Murdock e sua esposa Debra.[3] O projeto Debian é mantido por meio de doações à organização sem fins lucrativos Software in the Public Interest (SPI).

O Debian Stable procura sempre manter os pacotes mais estáveis, e sendo assim, o Gnome e KDE, por exemplo, são mantidos em versões mais antigas do que muitas outras distribuições GNU/Linux usam por padrão. O fato dele conter pacotes mais antigos garante maior estabilidade e faz com que ele seja muito usado para servidores, bem como por usuários que desejam estabilidade em estações de trabalho ou desktops domésticos. Várias distribuições comerciais baseiam-se (ou basearam-se) no Debian, incluindo: Linspire (antigo Lindows), Xandros, Knoppix, Kurumin, BrDesktop e Ubuntu.

Características

O Debian possui acesso a repositórios online que contêm mais de 59.000 pacotes,[4] fazendo desta uma das maiores compilações de software. Oficialmente, o Debian contém apenas softwares livres, porém softwares não-livres também integram seu repertório, e podem ser baixados e instalados. O Debian suporta programas populares, como LibreOffice, Firefox, K3b, VLC Media Player, GIMP e Evince.

História

O Debian foi lançado em 16 de agosto de 1993 por Ian Murdock, à época estudante universitário. Ele escreveu o Manifesto Debian, que sugeria a criação de uma distribuição GNU/Linux a ser mantida de uma maneira livre, segundo o espírito do GNU.

O Projeto Debian cresceu lentamente e lançou suas versões 0.9x em 1994 e 1995, quando o dpkg ganhou notoriedade. Os primeiros ports para outras arquiteturas começaram em 1995, e a primeira versão 1.x do Debian aconteceu em 1996.

Bruce Perens substituiu Ian Murdock como líder do projeto. Ele iniciou a criação de vários documentos importantes (o contrato social e o free software guidelines) e a legítima umbrella organization (SPI), bem como liderou o projeto através dos lançamentos das versões da ELF/libc5 (1.1, 1.2, 1.3).

Bruce Perens deixou o projeto em 1998 antes do lançamento da primeira versão Debian baseada em glibc, a 2.0. O projeto continuou elegendo novos líderes e fazendo mais duas versões 2.x, cada qual incluindo mais ports e mais pacotes. A APT foi lançada durante este tempo e o Debian GNU/Hurd também passou a ser desenvolvido.

O ano de 1999 trouxe as primeiras distribuições GNU/Linux baseadas em Debian, Corel Linux e Stormix's Storm Linux, hoje descontinuadas, mas que deram início ao que é hoje uma notável tendência nas distribuições baseadas em Debian.

Próximo ao ano 2000, o projeto passou a usar repositórios de pacotes e a distribuição "testing", alcançando um marco maior no que se refere a arquivos e o gerenciamento de lançamentos. Em 2001, os desenvolvedores iniciaram conferências anuais, Debconf, com conversas, workshops e a recepção aos usuários técnicos. A versão 3.0 de 2002 incluiu mais do que o dobro do número de pacotes da versão anterior e estava disponível para cinco novas arquiteturas.

O Debian celebrou o seu décimo aniversário em 16 de agosto de 2003, com muitas festas de aniversário em todo o mundo.

Veja A Brief History of Debian para maiores detalhes.

Logomarca

O logo "Redemoinho" representa a magic smoke.

A logomarca "redemoinho" do Debian foi criada por Raul Silva[5][6] em 1999 como parte de um concurso para substituir a logomarca semioficial que estava sendo usada.[7] O vencedor do concurso ganhou um endereço de email @debian.org e um conjunto de CDs de instalação do Debian 2.1 para a arquitetura de sua escolha. Não houve nenhuma declaração oficial do projeto Debian sobre o significado da logomarca, mas no momento da sua eleição, sugeriu-se que representasse a magic smoke (fumaça cáustica produzida pela queima de circuitos ou componentes eletrônicos) que faz computadores funcionarem.[8][9][10]

Uma teoria sobre a origem da logomarca do Debian é que Buzz Lightyear — o personagem escolhido para o nome do primeiro lançamento do Debian — tem um redemoinho em seu queixo.[11][12] Stefano Zacchiroli, um dos desenvolvedores da distribuição, também sugeriu que esse redemoinho do personagem tivesse relação com o Debian 1.1.[13]

Versões do Debian

O ciclo de desenvolvimento das versões do Debian passa por três fases:

  • "Unstable" — versão instável
  • "Testing" — versão de testes
  • "Stable" — versão estável

Quando as versões estão na fase testes, elas são identificadas por codinomes inspirados nos personagens do filme Toy Story. Ao se tornarem estáveis, as versões recebem um número de versão (ex: 5.0).

Versões, codinomes e datas em que elas se tornaram estáveis:[14]
Versão Codinome Data
11.0 Bullseye Predefinição:DataExt
10.0 Buster Predefinição:DataExt
9.0 Stretch Predefinição:DataExt
8.0 Jessie Predefinição:DataExt
7.0 Wheezy Predefinição:DataExt
6.0 Squeeze Predefinição:DataExt
5.0 Lenny Predefinição:DataExt
4.0 Etch Predefinição:DataExt
3.1 Sarge Predefinição:DataExt
3.0 Woody Predefinição:DataExt
2.2 Potato Predefinição:DataExt
2.1 Slink Predefinição:DataExt
2.0 Hamm Predefinição:DataExt
1.3 Bo Predefinição:DataExt
1.2 Rex Predefinição:DataExt
1.1 Buzz Predefinição:DataExt

A versão de testes atual é a "Bookworm". A versão instável sempre leva o nome de Sid, personagem que quebrava os brinquedos de Toy Story, em alusão aos bugs que podem ocorrer. Há ainda uma sigla usada pela equipe que justifica o uso desse nome: Still In Development (ainda em desenvolvimento, em português).

O Debian não prioriza apenas uma interface gráfica. Ele suporta igualmente todas as interfaces conhecidas do servidor gráfico X11: GNOME, KDE, XFCE, LXDE (atualmente LXQt), Cinnamon, MATE, Fluxbox, etc, bem como as baseadas em tiling, como i3, Awesome, Xmonad e bspwm. Anteriormente, o ambiente GNOME vinha incluso no primeiro CD, já que estes são ordenados pelos pacotes mais usados. Hoje, com o aumento de tamanho dos pacotes que compõem o GNOME, o primeiro CD vem com o XFCE por definição. Já a versão em DVD vem com outros ambientes. Caso o usuário escolha por baixar o DVD, o primeiro já inclui os outros ambientes que podem ser escolhidos no ato da instalação. Somente o primeiro DVD é necessário para a instalação. Os demais contêm pacotes adicionais que também podem ser baixados pelo sistema instalado. São pacotes que já se encontram nos repositórios, mais úteis para quem tem uma internet limitada em termos de velocidade. Caso não seja escolhido nenhum ambiente gráfico no ato da instalação, manter as opções que estão pré-selecionadas como "Ambiente da área de trabalho do Debian" fará com que seja instalado o GNOME como a única interface, já que os pacotes são listados por ordem de popularidade no Debian. Mais de um ambiente gráfico pode ser escolhido durante o processo de instalação. Atualmente, o servidor gráfico Wayland vem instalado por padrão apenas com o ambiente GNOME, assim como em muitas distribuições que usam esse ambiente gráfico já fazem, mas devido à política de estabilidade do Debian e ao Wayland ser ainda relativamente novo, o servidor X11 está definido como padrão mesmo no GNOME e nos outros ambientes. Para utilizar o Wayland, baixa selecioná-lo no login. Em outros ambientes, ele deve ser instalado.

Organização do projeto

O projeto Debian é uma organização voluntária com três documentos de fundação:

  • O contrato social do Debian, que define um conjunto de princípios básicos e a partir dos quais os membros devem basear suas decisões;
  • As linhas mestras do software livre Debian, que clarificam o que se quer dizer com o termo "software livre", largamente referenciado no contrato social;
  • A constituição do Debian, que descreve a estrutura organizacional para tomadas de decisão formais dentro do projeto e enumera os poderes e responsabilidades do Debian Project Leader, o Debian Project Secretary e os programadores do Debian em geral.

Os programadores do Debian elegem um líder para o projeto entre os seus colegas todos os anos. O líder do projeto Debian tem vários poderes especiais, mas o seu poder não é absoluto. Ele pode ser contatado e a sua eleição revertida através dos votos dos programadores, de acordo com o processo da General Resolution (Resolução Geral, em português). Na prática, isto ocorre com alguma frequência (normalmente, apenas a eleição do líder do projeto Debian ocorre no âmbito da General Resolution, mas isso já ocorreu várias vezes).

O líder do projeto Debian é empossado para delegar a sua autoridade, e a vários programadores são confiadas responsabilidades especiais delegadas pelo líder, como por exemplo, a equipe Debian System Administration (Administração do Sistema Debian, que possui a senha do root das máquinas do projeto) e o Release Manager (Gerente de Lançamentos), que decide as metas dos releases de distribuição, supervisiona o processo e toma a decisão final de quando liberar uma nova versão. Muitos dos delegados mantêm-se nas suas posições durante vários mandatos de diferentes líderes; as posições mais importantes são mantidas por membros de grande confiança e há muito tempo ativos no projeto, e há poucas alterações nisso mesmo quando o líder do projeto muda.

Uma lista das posições mais importantes do Projeto Debian está disponível em The Debian Organization. Muitas, mas não todas as posições são delegadas pelo líder do projeto.

Líderes do projeto

  1. Ian Murdock (Agosto de 1993 até Março de 1996), fundador do Projeto Debian;
  2. Bruce Perens (Abril de 1996 até Dezembro de 1997);
  3. Ian Jackson (Janeiro de 1998 até Dezembro de 1998);
  4. Wichert Akkerman (Janeiro de 1999 até Março de 2001);
  5. Ben Collins (Abril de 2001 até Abril de 2002);
  6. Bdale Garbee (Abril de 2002 até Abril de 2003);
  7. Martin Michlmayr (Março de 2003 até Março de 2005);
  8. Branden Robinson (Abril de 2005 até Abril de 2006);
  9. Anthony Towns (Abril de 2006 até Abril de 2007);
  10. Sam Hocevar (Abril de 2007 até Abril de 2008);
  11. Steve McIntyre (Abril de 2008 até Abril de 2010);
  12. Stefano Zacchiroli (Abril de 2010 até Abril de 2013);
  13. Lucas Nussbaum (Abril de 2013 até Abril de 2015);
  14. Neil McGovern (Abril de 2015 até Abril de 2016);
  15. Mehdi Dogguy (Abril de 2016 até Abril de 2017);
  16. Chris Lamb (Abril de 2017 até hoje).

Recrutamento de programadores, motivação e demissão

O projeto Debian tem um fluxo constante de pessoas que desejam ser programadores. Estas pessoas devem passar por um processo onde é estabelecida a identidade, motivação e conhecimento dos objetivos do projeto (definido no Contrato Social), além da competência técnica.

Os programadores do Debian juntam-se ao projeto pelos mais diversos motivos. No passado já foram citados vários, que incluem:

  • O desejo de retribuir à comunidade de Software Livre (praticamente todos são utilizadores de software livre);
  • O desejo de ter ideias de software realizadas (alguns veem a comunidade de utilizadores do Debian como um ambiente de valor para testar e provar a validade de novos softwares);
  • Um desejo de tornar ou manter o Software Livre competitivo em relação às alternativas licenciadas;
  • Um desejo de trabalhar mais perto de pessoas que partilham das mesmas atitudes, interesses e objetivos (a sensação de partilha das pessoas na comunidade do projeto Debian normalmente não é vivida por elas nos seus empregos assalariados);
  • O simples prazer no processo iterativo de desenvolvimento e manutenção de software (alguns programadores têm um nível de dedicação e refinamento de software quase obsessivo).

Os programadores do Debian podem pedir demissão de suas posições a qualquer momento, comunicando a intenção ao grupo privado do projeto (ou apenas aos Debian System Administrators, caso queiram ser mais discretos). Suas contas serão então apagadas e as suas chaves criptográficas removidas do project keyring (chaveiro do projeto, que permite o upload de pacotes assinados por eles para que sejam inseridos no arquivo).

Ciclo de vida dos pacotes Debian

Cada pacote Debian tem um mantenedor (tipicamente, apenas um, mas ocasionalmente pequenas equipes de programadores supervisionam peças de software particularmente complexas). É da responsabilidade dos mantenedores manter o ritmo de acordo com as (caso existam) versões definidas pelos autores do software (o que se chama de upstream), garantir a portabilidade do pacote com as arquiteturas que o Debian suporta, garantir que o pacote é compatível com a política técnica do Debian, corrigir defeitos no pacote relatados pelos usuários (que também podem ser outros programadores Debian), e melhorias aos pacotes criados pelos autores que os deixem mais fáceis de utilizar, configurar, mais seguro etc.

Periodicamente, um mantenedor de pacotes faz o release de um pacote enviando-o para a pasta incoming do arquivo de pacotes do Debian (ou usando uma fila de envios, que periodicamente transmite em batch os pacotes para o directório incoming). Após um intervalo (um dia, atualmente), o diretório incoming é verificado por um processo automático que garante que o upload está bem formado (todos os arquivos obrigatórios devem estar na pasta) e que o pacote tem a assinatura digital — produzida por software compatível com o OpenPGP — do programador Debian. Todos os programadores Debian têm chaves públicas. Os pacotes são assinados devido a dois motivos: 1) para permitir verificar se pacotes não assinados, que podem ter sido enviados de forma hostil, não serão processados no futuro; e 2) para permitir a contabilização caso um pacote contenha um defeito sério, uma violação de política ou código malicioso.

Se o novo pacote é validado como corretamente assinado e bem formado, ele será instalado em uma área chamada pool. Inicialmente, todos os envios de pacotes aceitos no arquivo são disponibilizados somente na versão instável, que contém a versão mais recente de cada pacote. No entanto, o novo código também é código não experimentado, por isso os pacotes são mantidos nesta área de desenvolvimento/QA durante vários dias (a duração exata depende da urgência do envio).

Para um pacote passar da área de desenvolvimento/QA para a versão de testes — ou seja, o grupo de pacotes que são candidatos a fazer parte da próxima release da distribuição Debian — tem de cumprir vários critérios:

  • Tem de ter estado na área de QA por um período apropriado;
  • Não pode ter nenhum bug release-critical a ele associado (bugs tão sérios que fazem com que não possam ser liberados);
  • Tem de ser compilado para todas as arquiteturas planejadas para o release (em outras palavras, pacotes para arquiteturas não liberadas existem apenas na versão de desenvolvimento/QA, não na versão release-candidate);
  • Não pode depender de versões de nenhum pacote que não cumpra as condições anteriormente definidas.

Desta forma, como é de esperar, um bug release-critical num pacote de que vários pacotes dependam, como por exemplo uma shared library, pode impedir muitos pacotes de entrarem na área de testes, porque essa biblioteca é considerada deficiente.

Periodicamente, o Release Manager, que é um delegado do Debian Project Leader, em concordância com as linhas mestras anunciadas aos programadores alguns meses antes, decide fazer um release. Isto ocorre quando todo o software importante está razoavelmente atualizado na versão release-candidate para todas as arquiteturas para as quais está planejado o release, e quando todos os outros objetivos definidos pelo Release Manager foram atingidos. Nesta altura, todos os pacotes na release-candidate passam a fazer parte do release.

Não é possível que um pacote — particularmente um antigo, estável e alterado frequentemente — pertença a mais do que uma versão ao mesmo tempo. As versões são apenas coleções de apontadores para a pool de pacotes acima mencionada.

Distribuições baseadas no Debian

Distribuições baseadas no Debian

Ver também

Referências

  1. «The Debian GNU/Linux FAQ -- Chapter 1 – Definitions and overview». Debian. Cópia arquivada em 2 de abril de 2019 
  2. «DistroWatch.com: Debian». distrowatch.com. Consultado em 7 de outubro de 2021 
  3. «Chapter 1. Definitions and overview». www.debian.org. Consultado em 7 de outubro de 2021 
  4. «Debian -- About Debian». www.debian.org. Consultado em 1 de julho de 2020 
  5. «GNU/art» 
  6. «Logo credit» 
  7. «Debian Logo Contest» 
  8. «[PROPOSED] Swap the "open" and "official" versions of the new logo» 
  9. «Debian Chooses Logo». Arquivado do original em 18 de fevereiro de 2015 
  10. «Origins of the Debian logo» 
  11. Toy Story (Billboard). Pixar. Consultado em 20 de agosto de 2014 
  12. Krafft 2005, p. 66.
  13. «Debian: 17 ans de logiciel libre, 'do-ocracy' et démocratie» (PDF). Stefano Zacchiroli. 4 de dezembro de 2010. p. 6. Consultado em 21 de outubro de 2014 
  14. «Lançamentos do Debian». Consultado em 15 de agosto de 2021 

Ligações externas

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