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[[ | O '''caldo verde''' é uma [[sopa]] de [[couve portuguesa|couve galega]], originária e típica do [[Porto]]<ref>[http://visao.sapo.pt/o-porto-popular=f513552 Caldo Verde, sopa típica da cidade do Porto]</ref> e da [[Região do Norte]] de [[Portugal]] continental, mas muito divulgada e com impacto em todo o país - é, provavelmente, a mais famosa sopa portuguesa. Tem também impacto nos países povoados pelos portugueses, como o [[Brasil]], visto que o [[Brasil]] foi povoado, estruturalmente, por portugueses da [[Região do Norte]] de [[Portugal]] continental. É uma sopa medianamente espessa e de cor predominantemente [[verde]], uma vez que é feita com [[couve portuguesa|couve galega]] cortada às [[tira]]s bastante finas. | ||
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O Caldo Verde foi nomeado uma das [[7 Maravilhas da Gastronomia]] de Portugal, o que revela a grande qualidade, a grande importância gastronómica e o requinte desta sopa de origem nortenha, que o insígne gastrónomo português António Maria de Oliveira Bello (Olleboma) descreve como "higiénica e alimentar"<ref>[http://www.wook.pt/authors/detail/id/21113 António Maria de Oliveira Bello (Olleboma)]</ref>. | |||
== Degustação == | == Degustação == | ||
Devido à sua simplicidade e leveza, come-se no início de uma refeição principal ou numa ceia tardia. Para uma degustação genuína, o caldo verde serve-se sempre em tigelas ou malgas de barro, acompanhadas de broa de milho, de centeio ou [[ | Devido à sua simplicidade e leveza, come-se no início de uma refeição principal ou numa ceia tardia. Para uma degustação genuína, o caldo verde serve-se sempre em tigelas ou malgas de barro, acompanhadas de broa de milho, de centeio ou [[Broa de Avintes]] e junta-se, no caldo, várias rodelas de [[salpicão]] ou de chouriço de colorau, mas, de preferência, [[salpicão]], que o tornam ainda mais delicioso. Segundo a receita original, deve ser sempre acompanhado por bom [[Vinho verde]] tinto, também servido em malgas, que é um tipo de vinho altamente compatível com esta especialidade gastronómica da região [[Norte de Portugal]]. | ||
===Receita original, segundo o gastrónomo António Maria de Oliveira Bello (Olleboma)=== | |||
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'''A qualidade desta receita obtém-se, em boa parte, pela qualidade dos ingredientes envolvidos, que devem ser, cuidadosamente, seleccionados pela sua qualidade orgânica. Devem-se escolher batatas, couve galega, azeite (bem como a cebola e o alho, que são ingredientes opcionais introduzidos em muito menor quantidade, em termos proporcionais, que a batata e a couve, porque o objectivo desses ingrediente opcionais é conferir um ligeiro sabor da cebola e do alho ao caldo verde) de muito boa qualidade: caseiros ou de agricultura biológica, de crescimento lento. Bem como o salpicão (de preferência [[Salpicão de Barroso-Montalegre]]<ref>[http://ec.europa.eu/agriculture/quality/door/browse.html?open&chkDenomination=643 Salpicão de Barroso-Montalegre] na Base de Dados [http://ec.europa.eu/agriculture/quality/schemes/index_en.htm DOOR] da União Europeia.</ref> ou [[Salpicão de Vinhais]]<ref>[http://ec.europa.eu/agriculture/quality/door/browse.html?open&chkDenomination=644 Salpicão de Vinhais] na Base de Dados [http://ec.europa.eu/agriculture/quality/schemes/index_en.htm DOOR] da União Europeia.</ref>) ou o chouriço de colorau, a [[broa]] de milho ou a broa de centeio ou a [[Broa de Avintes]] e o vinho verde tinto devem ser de muito boa qualidade. A couve galega deve ser sempre fresca.''' | |||
Ingredientes, que devem ser doseados conforme o número de pessoas que vão consumir o caldo verde: | |||
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*[[Batata]] | |||
*[[azeite]] q.b. | |||
*[[sal]] grosso q.b. | |||
*[[salpicão]] ou [[chouriço]] de colorau q.b. | |||
Ingredientes opcionais, em muito menor quantidade, em termos proporcionais, que a batata e a couve, porque o objectivo destes ingredientes opcionais é conferir um ligeiro sabor da cebola e do alho ao caldo verde: | |||
*cerca de 1 a 2 [[cebola]]s médias e 1 a 2 cabeças de [[alho]] médias, que devem ser moídos ao extremo, na polpa do caldo. | |||
Elementos que acompanham o caldo verde: | |||
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<big>'''Preparação, segundo a receita original, actualizada para a contemporaneidade''':</big> | |||
<big>Põe-se, ao lume, numa panela, a água e o sal grosso q.b. . Logo que comece a ferver, deitam-se as batatas descascadas e cortadas ao bocados, bem como algum azeite e algum salpicão ou chouriço de colorau cortado aos pedacinhos pequeninos. Quando estiverem cozidos, trituram-se com uma varinha mágica, nunca moendo ao extremo a batata, mas formando uma polpa de densidade média-fina, deixando inclusive alguns pequenos pedaços de batata por triturar, porque dão realce e sabor ao caldo verde. (Há também quem, para dar gosto ao caldo verde, coloque cebola e alho juntamente com as batatas, para conferir um ligeiro sabor da cebola e do alho ao caldo verde. No caso da cebola, deve ser cortada aos pedaços pequenos e é adicionada, também, à água de cozedura com as batatas, devendo ser medianamente cozida e, ao contrário da polpa de densidade média-fina das batatas, totalmente moída pela varinha mágica, ou seja, a cebola tem mesmo de ser moída ao extremo. O alho deve ser picado e colocado cru e, depois, também totalmente moído pela varinha ainda cru, para conferir sabor ao caldo verde). Entretanto, cortam-se as folhas de couve galega, que deve ser sempre fresca (aspecto importante para o caldo verde ter qualidade), cortando-as o mais finas possíveis, lavando-as muito bem, num recipiente, várias vezes. | |||
Cerca de dez minutos antes de servir o caldo verde, depois das tiras das couves estarem bem escorridas, deitam-se, na água onde está a batata triturada (e onde está também a cebola, que já está cozida como as batatas, bem como onde está o alho, caso se opte por adicionar também cebola e alho ao caldo verde, que devem ser totalmente moídos, repete-se), deixando levantar fervura cerca de dois ou três minutos, com a tampa do recipiente destapado, para a couve ficar bem verde. E rega-se, por fim, com bom azeite (aspecto também importante, porque o azeite tem mesmo de ser de muito boa qualidade). A quantidade de couve galega pode aumentar ou diminuir conforme se queira o caldo mais ou menos espesso.<ref>[http://www.presenca.pt/livro/culinaria-e-vinhos/culinaria/culinaria-portuguesa/ Receita original segundo António Maria de Oliveira Bello (Olleboma)]</ref> Para tornar o caldo menos espesso ou se verificar que ele ficou salgado, também se pode acrescentar água. Deve ter muito cuidado para que o caldo verde nunca fique salgado, porque envolve alguns ingredientes que, só por si, contribuem para que possa, eventualmente, ficar salgado. | |||
O caldo verde serve-se sempre em tigelas ou malgas, acompanhadas de [[broa]] de milho ou broa de centeio ou [[Broa de Avintes]] e junta-se, no caldo, várias rodelas de [[salpicão]] ou de chouriço de colorau, mas, de preferência, [[Salpicão de Barroso-Montalegre]] ou [[Salpicão de Vinhais]], que o tornam ainda mais delicioso. Segundo a receita original, deve ser sempre acompanhado por bom [[Vinho verde]] tinto<ref>[http://www.vinhoverde.pt/pt/vinhoverde/concurso/premiados-2014.asp Vinho Verde Tinto]</ref>, também servido em malgas. O vinho verde tinto é altamente compatível com esta especialidade gastronómica da região [[Norte de Portugal]]</big>. | |||
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Edição das 12h03min de 20 de janeiro de 2015
O caldo verde é uma sopa de couve galega, originária e típica do Porto[1] e da Região do Norte de Portugal continental, mas muito divulgada e com impacto em todo o país - é, provavelmente, a mais famosa sopa portuguesa. Tem também impacto nos países povoados pelos portugueses, como o Brasil, visto que o Brasil foi povoado, estruturalmente, por portugueses da Região do Norte de Portugal continental. É uma sopa medianamente espessa e de cor predominantemente verde, uma vez que é feita com couve galega cortada às tiras bastante finas.
O Caldo Verde foi nomeado uma das 7 Maravilhas da Gastronomia de Portugal, o que revela a grande qualidade, a grande importância gastronómica e o requinte desta sopa de origem nortenha, que o insígne gastrónomo português António Maria de Oliveira Bello (Olleboma) descreve como "higiénica e alimentar"[2].
Degustação
Devido à sua simplicidade e leveza, come-se no início de uma refeição principal ou numa ceia tardia. Para uma degustação genuína, o caldo verde serve-se sempre em tigelas ou malgas de barro, acompanhadas de broa de milho, de centeio ou Broa de Avintes e junta-se, no caldo, várias rodelas de salpicão ou de chouriço de colorau, mas, de preferência, salpicão, que o tornam ainda mais delicioso. Segundo a receita original, deve ser sempre acompanhado por bom Vinho verde tinto, também servido em malgas, que é um tipo de vinho altamente compatível com esta especialidade gastronómica da região Norte de Portugal.
Receita original, segundo o gastrónomo António Maria de Oliveira Bello (Olleboma)
A qualidade desta receita obtém-se, em boa parte, pela qualidade dos ingredientes envolvidos, que devem ser, cuidadosamente, seleccionados pela sua qualidade orgânica. Devem-se escolher batatas, couve galega, azeite (bem como a cebola e o alho, que são ingredientes opcionais introduzidos em muito menor quantidade, em termos proporcionais, que a batata e a couve, porque o objectivo desses ingrediente opcionais é conferir um ligeiro sabor da cebola e do alho ao caldo verde) de muito boa qualidade: caseiros ou de agricultura biológica, de crescimento lento. Bem como o salpicão (de preferência Salpicão de Barroso-Montalegre[3] ou Salpicão de Vinhais[4]) ou o chouriço de colorau, a broa de milho ou a broa de centeio ou a Broa de Avintes e o vinho verde tinto devem ser de muito boa qualidade. A couve galega deve ser sempre fresca.
Ingredientes, que devem ser doseados conforme o número de pessoas que vão consumir o caldo verde:
- água
- couve galega, que deve ser sempre fresca
- Batata
- azeite q.b.
- sal grosso q.b.
- salpicão ou chouriço de colorau q.b.
Ingredientes opcionais, em muito menor quantidade, em termos proporcionais, que a batata e a couve, porque o objectivo destes ingredientes opcionais é conferir um ligeiro sabor da cebola e do alho ao caldo verde:
- cerca de 1 a 2 cebolas médias e 1 a 2 cabeças de alho médias, que devem ser moídos ao extremo, na polpa do caldo.
Elementos que acompanham o caldo verde:
- broa de milho ou broa de centeio ou Broa de Avintes
- Vinho verde tinto
Preparação, segundo a receita original, actualizada para a contemporaneidade:
Põe-se, ao lume, numa panela, a água e o sal grosso q.b. . Logo que comece a ferver, deitam-se as batatas descascadas e cortadas ao bocados, bem como algum azeite e algum salpicão ou chouriço de colorau cortado aos pedacinhos pequeninos. Quando estiverem cozidos, trituram-se com uma varinha mágica, nunca moendo ao extremo a batata, mas formando uma polpa de densidade média-fina, deixando inclusive alguns pequenos pedaços de batata por triturar, porque dão realce e sabor ao caldo verde. (Há também quem, para dar gosto ao caldo verde, coloque cebola e alho juntamente com as batatas, para conferir um ligeiro sabor da cebola e do alho ao caldo verde. No caso da cebola, deve ser cortada aos pedaços pequenos e é adicionada, também, à água de cozedura com as batatas, devendo ser medianamente cozida e, ao contrário da polpa de densidade média-fina das batatas, totalmente moída pela varinha mágica, ou seja, a cebola tem mesmo de ser moída ao extremo. O alho deve ser picado e colocado cru e, depois, também totalmente moído pela varinha ainda cru, para conferir sabor ao caldo verde). Entretanto, cortam-se as folhas de couve galega, que deve ser sempre fresca (aspecto importante para o caldo verde ter qualidade), cortando-as o mais finas possíveis, lavando-as muito bem, num recipiente, várias vezes. Cerca de dez minutos antes de servir o caldo verde, depois das tiras das couves estarem bem escorridas, deitam-se, na água onde está a batata triturada (e onde está também a cebola, que já está cozida como as batatas, bem como onde está o alho, caso se opte por adicionar também cebola e alho ao caldo verde, que devem ser totalmente moídos, repete-se), deixando levantar fervura cerca de dois ou três minutos, com a tampa do recipiente destapado, para a couve ficar bem verde. E rega-se, por fim, com bom azeite (aspecto também importante, porque o azeite tem mesmo de ser de muito boa qualidade). A quantidade de couve galega pode aumentar ou diminuir conforme se queira o caldo mais ou menos espesso.[5] Para tornar o caldo menos espesso ou se verificar que ele ficou salgado, também se pode acrescentar água. Deve ter muito cuidado para que o caldo verde nunca fique salgado, porque envolve alguns ingredientes que, só por si, contribuem para que possa, eventualmente, ficar salgado. O caldo verde serve-se sempre em tigelas ou malgas, acompanhadas de broa de milho ou broa de centeio ou Broa de Avintes e junta-se, no caldo, várias rodelas de salpicão ou de chouriço de colorau, mas, de preferência, Salpicão de Barroso-Montalegre ou Salpicão de Vinhais, que o tornam ainda mais delicioso. Segundo a receita original, deve ser sempre acompanhado por bom Vinho verde tinto[6], também servido em malgas. O vinho verde tinto é altamente compatível com esta especialidade gastronómica da região Norte de Portugal.
Referências
- ↑ Caldo Verde, sopa típica da cidade do Porto
- ↑ António Maria de Oliveira Bello (Olleboma)
- ↑ Salpicão de Barroso-Montalegre na Base de Dados DOOR da União Europeia.
- ↑ Salpicão de Vinhais na Base de Dados DOOR da União Europeia.
- ↑ Receita original segundo António Maria de Oliveira Bello (Olleboma)
- ↑ Vinho Verde Tinto