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Capitalismo: mudanças entre as edições

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== História do Capitalismo ==
== História do Capitalismo ==


O capitalismo teve seu início na [[Europa]]. Suas características aparecem desde a baixa idade média (do século XI ao XV) com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade. O [[Feudalismo]] passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela [[Peste Negra]] que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas [[Cruzadas]] (do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na [[Idade Moderna]], os reis expandem seu poderio econômico e político através do mercantilismo e do absolutismo. Dentre os defensores deste temos os filósofos Jean Bodin("os reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles"), Jacques Bossuet ("o rei está no trono por vontade de Deus") e [[Maquiavel|Niccòlo Machiavelli]] ("a unidade política é fundamental para a grandeza de uma nação"). Com o [[Absolutismo]] e com o [[Mercantilismo]], o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais(metalismo) através da exploração. Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista. E as revoluções burguesas, como a [[Revolução Inglesa]] (1640-60, Hill 1940) e a [[Revolução Francesa]] (1789-99, Soboul 1965), construíram o ''arcabouço institucional'' de suporte ao desenvolvimento capitalista.
O capitalismo teve seu início nos primórdios da civilização. Suas características básicas aparecem desde a idade antiga. Com a queda do [[Império Romano]] o capitalismo deixou de existir na [[Europa]] desde o século V até os séculos XV e XIV, com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade o capitalismo resurgiu e se desenvolveu da maneira como o conhecemos hoje. O [[Feudalismo]] passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela [[Peste Negra]] que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas [[Cruzadas]] (do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na [[Idade Moderna]], os reis expandem seu poderio econômico e político através do mercantilismo e do absolutismo. Dentre os defensores deste temos os filósofos Jean Bodin("os reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles"), Jacques Bossuet ("o rei está no trono por vontade de Deus") e [[Maquiavel|Niccòlo Machiavelli]] ("a unidade política é fundamental para a grandeza de uma nação"). Com o [[Absolutismo]] e com o [[Mercantilismo]], o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais(metalismo) através da exploração. Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista. E as revoluções, como a [[Revolução Inglesa]] (1640-60, Hill 1940) e a [[Revolução Francesa]] (1789-99, Soboul 1965), construíram o ''arcabouço institucional'' de suporte ao desenvolvimento do livre mercado.
 
A partir da segunda metade do século XVIII, com a [[Revolução Industrial]], inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento). Surgem as primeiras teorias econômicas modernas: a [[Economia Política]] e a ideologia que lhe corresponde, o [[liberalismo]]. Na Inglaterra, o escocês [[Adam Smith]], fundador da primeira e adepto do segundo, publica a obra ''Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações'' (1776), em que assenta a teoria do valor-trabalho e defende a livre-iniciativa e a não-interferência do Estado na economia. Desse modo, em seu estágio atual, o capitalismo, que nasceu liberal e passou pela [[social democracia]], procura renovar-se retornando às origens, com o [[neoliberalismo]].


A partir da segunda metade do século XVIII, com a [[Revolução Industrial]], inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. Na Europa Ocidental, a burguesia assume o controle econômico e político. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento) e a força do capital se impõe. Surgem as primeiras teorias econômicas: a [[Economia Política]] e a ideologia que lhe corresponde, o [[liberalismo]]. Na Inglaterra, o escocês [[Adam Smith]], fundador da primeira e adepto do segundo, publica a obra ''Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações'' (1776), em que assenta a teoria do valor-trabalho e defende a livre-iniciativa e a não-interferência do Estado na economia. Desse modo, em seu estágio atual, o capitalismo, que nasceu liberal e passou pela [[social democracia]], procura renovar-se retornando às origens, com o [[neoliberalismo]].
==Capitalismo no Brasil==
==Capitalismo no Brasil==
No Brasil, uma versão peculiar de capitalismo se caracteriza por uma ''sociedade de elite'', como distinta de ''burguesa'', cuja base de sustentação material é a [[acumulação entravada]], ou desenvolvimento entravado, como distinto de desenvolvimento desimpedido.
No Brasil, uma versão peculiar de capitalismo se caracteriza por uma ''sociedade de elite'', como distinta de ''burguesa'', cuja base de sustentação material é a [[acumulação entravada]], ou desenvolvimento entravado, como distinto de desenvolvimento desimpedido.

Edição das 03h33min de 22 de setembro de 2004

Sistema econômico que tem por base a acumulação de capital em proprietários privados.

Predominante na imensa maioria das sociedades e dos Estados-nações do mundo, o Capitalismo tem sua gênese com a formação, na Europa, da classe burguesa, detentora dos modos de produção porém alijada do poder político. Quando, na passagem da Idade Média para a Idade Moderna, a terra foi substituída pela moeda como principal bem econômico, os burgueses substituíram os senhores feudais como classe produtora, mas não como classe dirigente. Criou-se, assim, uma situação contraditória (do ponto de vista burguês), na qual os principais produtores sofriam restrições àquilo que consideravam seus direitos econômicos. Criando ideologias como o Iluminismo e o Liberalismo, através de um discurso apelativo à razão e à universalidade, os burgueses foram alcançando o poder político e consolidaram-se, com a Revolução Francesa, como nova classe dirigente nas sociedades, assim permanecendo até hoje.

Princípios Básicos

O capitalismo é um sistema de mercado baseado em vários princípios, tais como:

O princípio básico:

  • Propriedade privada dos meios de produção. As pessoas,Individualmente ou reunidas em sociedade,são donas dos meios de produção.

Princípios derivados do básico:

  • Transformação da força de trabalho em mercadoria. Quem não é dono de nenhum capital ou terra pode trabalhar em troca de um salário.
  • Acumulação de capital para aumentar a produção.
  • Busca de lucros. Em princípio, o dono do capital (ou terra) quer produzir pelo menor custo e vender pelo maior preço possível. O lucro é a diferença entre o custo de produção e o preço de venda do produto. Para obter lucros deve tentar prever o estado de mercado no futuro e ajustar seus meios de produção para esse novo estado de mercado.
  • O emprendedor ,para reduzir os custos, procura pagar o mínimo possível pelas matérias-primas, salários e outros meios de produção para fazer isso deve ser mais eficiente que seus competidores em servir o consumidor.
  • Definição de preços feita pelo mercado, com base na oferta e na procura , isto é, na disputa de interesses entre quem quer comprar e quem quer vender produtos e serviços. No capitalismo, é o mercado que orienta a economia alocando os fatores de produção entre os varios setores.
  • Livre concorrência. A concorrência é a competição na venda dos bens e serviços entre varias empresas ou indivíduos. No capitalismo não existem barreiras contra a entrada de competidores maximizando a concorrência.

História do Capitalismo

O capitalismo teve seu início nos primórdios da civilização. Suas características básicas aparecem desde a idade antiga. Com a queda do Império Romano o capitalismo deixou de existir na Europa desde o século V até os séculos XV e XIV, com a transferência do centro da vida econômica social e política dos feudos para a cidade o capitalismo resurgiu e se desenvolveu da maneira como o conhecemos hoje. O Feudalismo passava por uma grave crise decorrente da catástrofe demográfica causada pela Peste Negra que dizimou 40% da população européia e pela fome que assolava o povo. Já com o comércio reativado pelas Cruzadas (do século XI ao XII), a Europa passou por um intenso desenvolvimento urbano e comercial e, conseqüentemente, as relações de produção capitalistas se multiplicaram, minando as bases do feudalismo. Na Idade Moderna, os reis expandem seu poderio econômico e político através do mercantilismo e do absolutismo. Dentre os defensores deste temos os filósofos Jean Bodin("os reis tinham o direito de impor leis aos súditos sem o consentimento deles"), Jacques Bossuet ("o rei está no trono por vontade de Deus") e Niccòlo Machiavelli ("a unidade política é fundamental para a grandeza de uma nação"). Com o Absolutismo e com o Mercantilismo, o Estado passava a controlar a economia e a buscar colônias para adquirir metais(metalismo) através da exploração. Isso para garantir o enriquecimento da metrópole. Esse enriquecimento favorece a burguesia - classe que detém os meios de produção - que passa a contestar o poder do rei, resultando na crise do sistema absolutista. E as revoluções, como a Revolução Inglesa (1640-60, Hill 1940) e a Revolução Francesa (1789-99, Soboul 1965), construíram o arcabouço institucional de suporte ao desenvolvimento do livre mercado.

A partir da segunda metade do século XVIII, com a Revolução Industrial, inicia-se um processo ininterrupto de produção coletiva em massa, geração de lucro e acúmulo de capital. As sociedades vão superando os tradicionais critérios da aristocracia (principalmente a do privilégio de nascimento). Surgem as primeiras teorias econômicas modernas: a Economia Política e a ideologia que lhe corresponde, o liberalismo. Na Inglaterra, o escocês Adam Smith, fundador da primeira e adepto do segundo, publica a obra Uma Investigação sobre Naturezas e Causas da Riqueza das Nações (1776), em que assenta a teoria do valor-trabalho e defende a livre-iniciativa e a não-interferência do Estado na economia. Desse modo, em seu estágio atual, o capitalismo, que nasceu liberal e passou pela social democracia, procura renovar-se retornando às origens, com o neoliberalismo.

Capitalismo no Brasil

No Brasil, uma versão peculiar de capitalismo se caracteriza por uma sociedade de elite, como distinta de burguesa, cuja base de sustentação material é a acumulação entravada, ou desenvolvimento entravado, como distinto de desenvolvimento desimpedido.

Refs: Hill, Christopher (1940) The English Revolution Lawrence & Wishart, London, 1955

Soboul, Albert (1965) La révolution Française Collection "Que sais-je?" Nº 142, Presses Universitaires de France, Paris

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