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'''Jogo''' é toda e qualquer competição onde as regras são feitas ou criadas num ambiente restrito ou até mesmo de imediato (em contra partida ao [[Desporto]] onde as regras são universais), do evento. Geralmente os jogos tem poucas regras e estas são simples. Os participantes dos jogos quase sempre participam por prazer ao invés de enfocar na competição e vitória como ponto essencial.
'''Jogo''' é toda e qualquer competição onde as regras são feitas ou criadas num ambiente restrito ou até mesmo de imediato (em contra partida ao [[Desporto]] onde as regras são universais), do evento. Geralmente os jogos tem poucas regras e estas são simples. Os participantes dos jogos quase sempre participam por prazer ao invés de enfocar na competição e vitória como ponto essencial.


O termo jogo vem do latim '''''Jocu''''', que significa gracejo. Corriqueiramente, o termo é usado com sentidos pejorativos: “jogo de palavras” (artifícios do discurso, fala ardilosa), falta de seriedade, desvio do rumo correto. Considerando o pensamento de antropólogios e filósofos (Huizinga, Callois e Gadamer), o momento do jogo permite a aproximação de conceitos tradicionalmente percebidos como opostos: [[realidade]] e [[ficção]], regra e liberdade, repetição e criação, ação instintiva e moral. Neste sentido, os [[jogos de computador]] tem trazido ótimos exemplos para o pensamento sobre os jogos.
O termo jogo vem do latim '''''Jocu''''', que significa gracejo. Corriqueiramente, o termo é usado com sentidos pejorativos: “jogo de palavras” (artifícios do discurso, fala ardilosa), falta de seriedade, desvio do rumo correto. Considerando o pensamento de antropólogos e filósofos (Huizinga, Callois e Gadamer), o momento do jogo permite a aproximação de conceitos tradicionalmente percebidos como opostos: [[realidade]] e [[ficção]], regra e liberdade, repetição e criação, ação instintiva e moral. Neste sentido, os [[jogos de computador]] tem trazido ótimos exemplos para o pensamento sobre os jogos.


Para Jean '''Chevalier''' (em "Discionário de Símbolos”), jogo símboliza o enfrentamento da [[morte]] (contra o medo, as debilidades, as próprias dúvidas existenciais). Por esta razão, constuma estar em [[rituais]] de passagem de iniciação.  
Para Jean '''Chevalier''' (em "Dicionário de Símbolos”), jogo simboliza o enfrentamento da [[morte]] (contra o medo, as debilidades, as próprias dúvidas existenciais). Por esta razão, constuma estar em [[rituais]] de passagem de iniciação.  


Segundo o filósofo Nicola '''Abbagnano''', [[Aristóteles]] referiu-se ao jogo como atividade que tem seu fim em si mesma, que é exercida pelo [[prazer]] de exercê-la e não pelos efeitos que pode gerar.  
Segundo o filósofo Nicola '''Abbagnano''', [[Aristóteles]] referiu-se ao jogo como atividade que tem seu fim em si mesma, que é exercida pelo [[prazer]] de exercê-la e não pelos efeitos que pode gerar.  


Para o estéta '''Gadamer''' (em “A atualidade do belo”) o jogo é um impulso livre que se repete continuamente, que cria uma lógica própria que ira disciplinar este contínuo movimento - então, surge à ilusão da existência de um “sentido prático” para aquela experiência. No entanto, a função do jogo está em sua própria prática e é esta que faz com que o jogador sinta-se imergido na realidade daquele jogar. Gadamer estabelece uma relação entre [[Arte]] e Jogo (o jogo é parte constituinte de todo o objeto artístico e de toda experiência [[hermenêutica]] com a [[obra de arte]]), Jogo e [[Festa]] (o [[tempo]] do jogo é total, assim como o tempo festivo, é intenso em toda a sua duração, não opera pelas distinções da linearidade do [[tempo cronológico]])e Jogo e [[Símbolo]] (existe sempre uma relação de cumplicidade entre os jogadores, e quem joga, joga com alguém, nem que seja consigo mesmo).   
Para o estéta '''Gadamer''' (em “A atualidade do belo”) o jogo é um impulso livre que se repete continuamente, que cria uma lógica própria que ira disciplinar este contínuo movimento - então, surge a ilusão da existência de um “sentido prático” para aquela experiência. No entanto, a função do jogo está em sua própria prática e é esta que faz com que o jogador sinta-se imergido na realidade daquele jogar. Gadamer estabelece uma relação entre [[Arte]] e Jogo (o jogo é parte constituinte de todo o objeto artístico e de toda experiência [[hermenêutica]] com a [[obra de arte]]), Jogo e [[Festa]] (o [[tempo]] do jogo é total, assim como o tempo festivo, é intenso em toda a sua duração, não opera pelas distinções da linearidade do [[tempo cronológico]]) e Jogo e [[Símbolo]] (existe sempre uma relação de cumplicidade entre os jogadores, e quem joga, joga com alguém, nem que seja consigo mesmo).   






[[Categoria:Jogos| ]]
[[Categoria:Jogos| ]]

Edição das 22h12min de 29 de junho de 2005

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Jogo é toda e qualquer competição onde as regras são feitas ou criadas num ambiente restrito ou até mesmo de imediato (em contra partida ao Desporto onde as regras são universais), do evento. Geralmente os jogos tem poucas regras e estas são simples. Os participantes dos jogos quase sempre participam por prazer ao invés de enfocar na competição e vitória como ponto essencial.

O termo jogo vem do latim Jocu, que significa gracejo. Corriqueiramente, o termo é usado com sentidos pejorativos: “jogo de palavras” (artifícios do discurso, fala ardilosa), falta de seriedade, desvio do rumo correto. Considerando o pensamento de antropólogos e filósofos (Huizinga, Callois e Gadamer), o momento do jogo permite a aproximação de conceitos tradicionalmente percebidos como opostos: realidade e ficção, regra e liberdade, repetição e criação, ação instintiva e moral. Neste sentido, os jogos de computador tem trazido ótimos exemplos para o pensamento sobre os jogos.

Para Jean Chevalier (em "Dicionário de Símbolos”), jogo simboliza o enfrentamento da morte (contra o medo, as debilidades, as próprias dúvidas existenciais). Por esta razão, constuma estar em rituais de passagem de iniciação.

Segundo o filósofo Nicola Abbagnano, Aristóteles referiu-se ao jogo como atividade que tem seu fim em si mesma, que é exercida pelo prazer de exercê-la e não pelos efeitos que pode gerar.

Para o estéta Gadamer (em “A atualidade do belo”) o jogo é um impulso livre que se repete continuamente, que cria uma lógica própria que ira disciplinar este contínuo movimento - então, surge a ilusão da existência de um “sentido prático” para aquela experiência. No entanto, a função do jogo está em sua própria prática e é esta que faz com que o jogador sinta-se imergido na realidade daquele jogar. Gadamer estabelece uma relação entre Arte e Jogo (o jogo é parte constituinte de todo o objeto artístico e de toda experiência hermenêutica com a obra de arte), Jogo e Festa (o tempo do jogo é total, assim como o tempo festivo, é intenso em toda a sua duração, não opera pelas distinções da linearidade do tempo cronológico) e Jogo e Símbolo (existe sempre uma relação de cumplicidade entre os jogadores, e quem joga, joga com alguém, nem que seja consigo mesmo).

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