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Em 1990 surgiu mais uma publicação versando o território continental, o livro de Lúcio Cunha "As Serras Calcárias de Condeixa - Sicó - Alvaiázere. Estudo de [[Geomorfologia]]".  
Em 1990 surgiu mais uma publicação versando o território continental, o livro de Lúcio Cunha "As Serras Calcárias de Condeixa - Sicó - Alvaiázere. Estudo de [[Geomorfologia]]".  
A partir de 1998 os espeleólogos do [http://www.nec-espeleo.org Núcleo de Espeleologia de Condeixa] começam a participar em explorações de ponta nas montanhas dos Picos de Europa, em [[Espanha]].
A partir de 1998 os espeleólogos do [http://www.nec-espeleo.org Núcleo de Espeleologia de Condeixa] começam a participar em explorações de ponta nas montanhas dos Picos de Europa, em [[Espanha]].
Em 2006 os espeleólogos do NEC, Samuel Ribeiro e Fernando Pinto foram convidados a participar na exploração da J-02 situada na Sierra Juarez no México. Esta cavidade prevê-se que seja a mais funda do mundo, com um potêncial que ultrapassando os 2500 metros de profundidade. Terminada a expedição os 2 portugueses não foram além dos 1200 metros de profundidade pois toda a exploração terminou por ali devido aos sifões difíceis de ultrapassar. Ainda assim um recorde para estes dois espeleólogos nacionais. Até agora mais nenhum português foi tão fundo.
Em 2006 os espeleólogos do NEC, Samuel Ribeiro e Fernando Pinto foram convidados a participar na exploração da J-02 situada na Sierra Juarez no México. Esta cavidade prevê-se que seja a mais funda do mundo, com um potêncial que ultrapassando os 2500 metros de profundidade. Terminada a expedição os 2 portugueses não foram além dos 1200 metros de profundidade pois toda a exploração terminou por ali devido aos sifões difíceis de ultrapassar. Ainda assim um recorde para estes dois espeleólogos nacionais. Até agora mais nenhum português foi tão fundo.


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Edição das 00h02min de 7 de julho de 2006

Espeleologia é a ciência que estuda as cavidades naturais e outros fenómenos cársicos, nas vertentes da sua formação, constituição, características físicas, formas de vida, e sua evolução ao longo do tempo. A Geologia, Hidrologia, Biologia, Climatologia e Arqueologia são algumas das ciências que contribuem para o conhecimento espeleológico. Os estudos espeleológicos apoiam-se frequentemente em levantamentos topográficos. A simples exploração ou visita das cavernas está por vezes associada à espeleologia, embora não se deva confundir com esta ciência.


A história da Espeleologia europeia

Em tempos pré-históricos as cavernas protegiam os nossos antepassados das intempérides e dos animais selvagens. Os achados mais antigos da presença do homem nas cavernas datam de 450 mil anos atrás e foram encontrados na Gruta Arago, na região francesa de Tautavel. Nesta gruta foi encontrado o esqueleto do mais antigo povoador europeu, baptizado como Homem de Tautavel. Com a evolução, este primata dá origem ao Homem do Paleolítico Superior, muito mais avançado que o anterior. É neste periodo (350.000 A.C. - 10.000 A.C.) que surgem as primeiras pinturas rupestres, fruto do ócio e do instinto artístico, ilustrando principalmente cenas domésticas e de caça. Com o fim das eras glaciares, o homem abandona as grutas e instala-se nos campos. As cavernas passam a servir de armazéns, lugares de culto ou túmulos funerários. Na Idade Média dá-se uma regressão de mentalidades, passando as cavidades a serem consideradas lugares do demónio e onde se escondem os leprosos e os doentes da peste. A Espeleologia passa por anos negros. A pouco e pouco as cavernas começam novamente a ser alvo de visitas e explorações, sendo alvo de estudos científicos a partir da segunda metade do séc. XIX. Agora já não é a busca de protecção, mas sim a curiosidade, que faz o homem regressar às grutas. As primeiras expedições de carácter científico eram motivadas pela Paleontologia, ciência que busca os vestígios do homem e dos animais pré-históricos. Crê-se que tenham sido os ajudantes dessas expedições que mais tarde se agruparam e se tornaram os primeiros espeleólogos, aqueles que estudam as cavidades.

Nascido em França na segunda metade do séc. XIX (1859 - 1938), Édouard-Alfred Martel é considerado o pai da espeleologia. Desde tenra idade que se apaixona pelo mundo subterrâneo, tendo efectuado as suas maiores explorações em 1888, no maciço central francês. Em 1895 fundou a Sociedade de Espeleologia Francesa, a primeira associação de carácter espeleológico em França e no mundo. Foi o verdadeiro fundador da espeleologia física. Outro grande nome da espeleologia é o romeno Emile Georges Racovitza (1868 - 1947), que realizou os seus estudos em França. Juntamente com o seu discípulo e colaborador René-Jeannel (1879 - 1965), são considerados os fundadores da bioespeleologia, ciência que estuda a vida nas cavernas. No entanto a espeleologia não podia progredir sem o contributo de outras ciências. As dificuldades inerentes à exploração das grutas, bem como a subida e descida de poços de grandes dimensões, exigiam técnicas e materiais específicos. Robert de Joly, discípulo e seguidor de Martel, foi o primeiro a inventar e a aperfeiçoar radicalmente o material de exploração espeleológica. Os seus sistemas de iluminação, aparelhos de subida e descida e inclusivé o seu traje, foram copiados e imitados no mundo inteiro. É considerado o pai da espeleologia desportiva.

A Espeleologia em Portugal

Os primeiros registos da actividade espeleológica no nosso país datam de 1758, ano em que o Padre Manuel Dias descreveu a exsurgência dos Olhos de Água. Em 1854 foram publicados os escritos das escavações em grutas da região de Condeixa, da autoria de Costa Simões e em 1872 foi publicado, no Diário Ilustrado nº 127, a descrição de uma visita à Gruta das Alcobertas, da autoria de B. Soveral. A realização em Lisboa do IX Congresso Internacional de Antropologia e Arqueologia Pré-Histórica, em Setembro de 1880, incluiu uma visita às grutas do Poço Velho em Cascais, importante necrópole neolítica, o que contribuiu decisivamente para o nosso reconhecimento no estrangeiro. Desde essa data até aos finais do século XIX, Portugal acompanhou a evolução europeia nestes domínios, publicando e apresentando em congressos internacionais diversos trabalhos sobre grutas nacionais. Os investigadores estrangeiros não ficaram indiferentes a este caudal de informação e antes do virar do século começaram a trabalhar nas nossas grutas, quer na área da antropologia quer na da biologia e hidrogeologia. Entre estes salienta-se P. Choffat que em 1891 iniciou a sua actividade em Portugal, cujos trabalhos se revestem de grande importância para o conhecimento geológico do país. No princípio deste século renovam-se as visitas de cientistas estrangeiros (W. Brindley, G. Eugenaud e E. Harlé), mas foi apenas nos anos vinte que estudiosos mais distintos nos visitaram, como H. Breuil, R. Jeannel, E. Racovitza e E. Fleury. Este último publicou em 1923, o livro "Portugal Subterrâneo" e devido ao seu contributo nos campos da geologia e geoespeleologia nacionais pode ser considerado o pai da espeleologia em Portugal. Na década de trinta verificou-se uma retoma dos portugueses aos trabalhos nas áreas da arqueologia e biologia. Na década de quarenta aparecem os primeiros espeleólogos, os quais começam como auxiliares e colaboradores das expedições científicas e que posteriormente se agrupam, tornando-se assim autónomos. Ainda nos anos quarenta surgiu o primeiro inventário de cavidades portuguesas, publicado na revista científica e literária de Coimbra "O Instituto" (1945). Em 1948 é publicado um verdadeiro inventário das cavernas calcárias de Portugal, da autoria de Bernardino e António B. Machado. A. F. Martins em 1949 publica um estudo global da geografia física do Maciço Calcário Estremenho.

Com a descoberta das grutas dos Moinhos Velhos um grupo de nove amigos: José Brun da Silveira, Eduardo Vicente, Francisco José de Abreu, Jorge Tiago Ferreira, José Afonso Amaral, Armando Morais de Carvalho, Mário Monteiro, José de Andrade Franga e Telmo Augusto Pereira, reunidos numa mesa do café Paladium, em Lisboa, em 16 de Novembro de 1948 resolvem criar a Sociedade Portuguesa de Espeleologia "com o fim de se dedicarem a pesquisas espeleológicas e ciências afins". Está então, iniciado o estudo organizado das cavidades portuguesas.

Em 1956 e 1957 foram publicados estudos regionais sobre a Beira Litoral da autoria de A.F. Soares, L.N. Conde e A.F. Tavares. Nos anos 60 a espeleologia começou a evoluir fora dos meios universitários e científicos: foi ainda na década de 60 que se formaram vários clubes de espeleologia e que surgiram os primeiros cursos de formação. Na década de 70 a formação de espeleólogos passou a ter melhor qualidade, começando espeleólogos portugueses a realizar estágios em França e os clubes a apostar em cursos de formação. Em 1973 tem lugar o 1º Encontro Nacional de Espeleologia. Na década de 80 surgiram mais duas publicações de natureza espeleológica: O Mundo Subterrâneo, da Associação de Espeleólogos de Sintra (1980) e EspeleoDivulgação, do Núcleo de Espeleologia da Associação de Estudantes da Universidade de Aveiro (Junho de 1982). As explorações estrangeiras a Portugal foram retomadas em 1983, com a realização de uma expedição francesa à nascente do Alviela. Em 1985 é publicado o livro "Grottes et Algares du Portugal" de C. Thomas; no mesmo ano o seu trabalho, juntamente com o SAGA - Sociedade dos Amigos das Grutas e Algares, na gruta do Almonda tornaram esta cavidade na 1ª do "ranking" nacional. Em Agosto de 1987 realiza-se mais uma expedição francesa ao nosso país, constituida por 12 espeleólogos e 8 mergulhadores que exploraram alguns algares e mergulharam as Nascentes do Alviela e Almonda, chegando na primeira a 425 metros de distância e atingindo a cota de mergulho de - 60 metros. No ano seguinte, uma outra expedição francesa à nascente do Alviela, desta feita com uma equipa da Comissão de Mergulho Subterrâneo da F.F.E.S.S.M., atingiu a cota dos -78 metros e topografa 820 metros de galerias. Em 1990 surgiu mais uma publicação versando o território continental, o livro de Lúcio Cunha "As Serras Calcárias de Condeixa - Sicó - Alvaiázere. Estudo de Geomorfologia". A partir de 1998 os espeleólogos do Núcleo de Espeleologia de Condeixa começam a participar em explorações de ponta nas montanhas dos Picos de Europa, em Espanha.

Em 2006 os espeleólogos do NEC, Samuel Ribeiro e Fernando Pinto foram convidados a participar na exploração da J-02 situada na Sierra Juarez no México. Esta cavidade prevê-se que seja a mais funda do mundo, com um potêncial que ultrapassando os 2500 metros de profundidade. Terminada a expedição os 2 portugueses não foram além dos 1200 metros de profundidade pois toda a exploração terminou por ali devido aos sifões difíceis de ultrapassar. Ainda assim um recorde para estes dois espeleólogos nacionais. Até agora mais nenhum português foi tão fundo.

Ligações externas

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