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Polvo: mudanças entre as edições

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Edição das 03h12min de 12 de julho de 2005

Polvo
octopus
Classificação científica
Reino: Animalia
Filo: Mollusca
Classe: Cephalopoda
Ordem: Octopoda
Famílias
14 em duas subordens, ver abaixo

Os polvos são moluscos marinhos da classe Cephalopoda e da ordem Octopoda, que significa "oito pés" - a sua característica principal é uma coroa de oito tentáculos com fortes ventosas na cabeça, à volta da boca. Como o resto dos cefalópodes, o polvo tem um corpo mole mas não tem esqueleto interno (como as lulas) nem externo (como o nautilus. Como meios de defesa, o polvo possui a capacidade de largar tinta, camuflagem (conseguida através dos cromatóforos) e autonomia dos seus tentáculos.

É difícil decidir qual o aspecto mais fascinante dos polvos. Poderíamos dizer que, variando amplamente os detalhes, todos eles têm a mesma estrutura básica, e todos são predadores. Ou poderíamos começar dizendo que a única parte rígida do seu corpo é o bico córneo com o qual despedaça suas presas. Talvez fosse melhor iniciar pelos seus olhos, extremamente semelhantes em estrutura aos nossos próprios, embora tenham evoluído de forma inteiramente diferente; ou então pelo fato de possuir três corações, ou pela combinação de inacreditável força com delicadíssimos sentidos de tato e paladar presentes em suas centenas de ventosas, graças às quais praticamente qualquer coisa estará irremediavelmente capturada assim que o braço do polvo sequer tocar sua superfície.

Vamos, contudo, começar de outro ângulo, talvez o mais perturbador de todos. Os polvos são moluscos, ou seja, entre seus parentes mais próximos podemos enumerar caracóis, "dançarinas espanholas" (um tipo de lesma do mar) e ostras - todos animais de movimentos lentos e simples, em grande parte herbívoros, raspadores de detritos ou filtradores de plâncton, seres que quase invariavelmente passam a vida se escondendo dentro de carapaças e dificilmente dão a mais remota demonstração de inteligência.

Do mesmo tronco surgiram, no Período Cambriano, os cefalópodes, aparentemente a partir dos gastrópodes (caramujos e seus parentes). A semelhança é relativamente fácil de perceber, especialmente ao ver um náutilo, o mais primitivo dos cefalópodes vivos, que possui uma grande concha espiral da qual brotam seus inúmeros tentáculos e seus olhos simples. Os tentáculos de um caracol de jardim, por exemplo, são quatro: dois deles sustentam os olhos e dois os órgãos olfativos e gustativos. A "barriga" do caracol é na verdade seu pé, que utiliza movimentos ondulantes para deslocá-lo com a conhecida lentidão. Gastrópodes marinhos de estrutura semelhante podem ter desenvolvido uma forma com nado livre, multiplicando o número de tentáculos e criando uma forma de propulsão a jato - um sifão que ejeta água por meio de músculos poderosos e assim permite um deslocamento bastante rápido.

Mais tarde outros cefalópodes tiveram diferentes tipos de conchas, com vários formatos, por vezes bizarros, e algumas formas passaram a dispensar a concha em favor de uma locomoção mais leve e maior liberdade de movimento. Surgiram assim as formas das sépias, que possuem uma pequena concha espiral escondida no interior do corpo, das lulas e sibas, que conservam apenas uma lâmina fina que sustenta o eixo do corpo, e dos polvos, que perderam (quase sempre) todo resquício de concha.

Mas essas mudanças foram acompanhadas de muitas outras, que acabaram gerando uma das formas mais intrincadas e adaptáveis que conhecemos. Os tentáculos desenvolveram ventosas e outras estruturas para agarrar vítimas, e também ganharam músculos mais potentes e movimentos mais ágeis (chegando a "botes" rápidos, como por exemplo o dos tentáculos da lula). Para permitir esses movimentos vigorosos, o sistema circulatório (que forma o esqueleto hidrostático) foi amplamente melhorado; e para coordená-los o sistema nervoso aumentou de tamanho e eficiência. Para melhor utilizar todos esses recursos, olhos de grande complexidade se desenvolveram, capazes de focalizar, distinguir cores e produzir a visão binocular (como a nossa, que dá melhor percepção de profundidade).

Não é realmente de espantar que predadores que, dessas maneiras, estavam ganhando tamanho, agilidade e vida livre, e portanto tornando-se mais visíveis, acabassem desenvolvendo estratégias de mimetismo. Os cefalópodes superiores (sépias, lulas e polvos) chegaram ao extremo de terem todo o corpo coberto por células pigmentadas ligadas a células musculares - os cromatóforos, que regidas por seu poderoso sistema neural produzem mudanças de cor e inclusive padrões móveis (as ondulações de preto-e-branco de uma sépia são tão assombrosas quanto as sucessivas mudanças de tonalidade de um polvo).

O polvo, assim, é membro de um grupo incrivelmente original, que criou suas próprias estratégias de sobrevivência enquanto metade do reino animal inovava bem menos nas soluções. Dentre todos os cefalópodes, o polvo é também bastante único: tendo perdido todo resquício de concha, seu corpo é capaz de estreitar-se para passar por quase qualquer abertura, enquanto os seus tentáculos desenvolveram independência e agilidade tais ao ponto de se tornarem verdadeiros braços - oito deles (de onde o nome latino, Octopus, que é também o nome do gênero mais comum de polvos). Cada braço é um órgão incrivelmente versátil, dotado de ventosas e de uma musculatura poderosíssima. Se for perdido durante uma caçada (ou durante uma fuga), o braço crescerá novamente. É inclusive um dos braços que, nos machos, faz as vezes de pênis, introduzindo pacotes de esperma no manto da fêmea.

A reprodução dos polvos, aliás, não é menos notável do que o resto de suas vidas. Após o acasalamento, que pode durar várias horas entre o início da corte (durante a qual machos concorrentes podem competir de diversas formas para estabelecer dominação, sem necessariamente entrar em combate) e a fecundação, o macho e a fêmea se separam e esta última continua a viver normalmente até que chegue o momento de desovar. O ninho, que geralmente é um oco de pedra ou qualquer outro local abrigado que ela limpa minuciosamente com seus tentáculos (dotados de sensores de paladar, os tentáculos podem identificar impurezas invisíveis ao olho), recebe de centenas a milhares de ovas, dependendo da espécie da fêmea; ela permanece mantendo o local limpo e soprando água para dar oxigênio aos filhotes em desenvolvimento.

A maioria das espécies de polvos nasce inteiramente formada, sem passar pelo estágio larval: adultos em miniatura, eles exibem inclusive as mudanças de cor lampejantes, desde antes mesmo de romperem a casca das ovas.

A fêmea, que não se alimenta durante a incubação, geralmente definha e morre pouco tempo depois da eclosão. O macho vive o bastante talvez para se reproduzir uma ou duas vezes, envelhecendo e morrendo logo depois.


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