Joana de Trastâmara

A Princesa Joana de Castela, conhecida como a Beltraneja, nasceu em 1462 e morreu em Lisboa em 1530. A sua mãe era a princesa Joana, filha do rei Duarte de Portugal, casada com o rei Henrique IV de Castela. O problema é que Henrique, sem filhos deste casamento nem dos anteriores, tinha fama de ser impotente, e que a sua mulher estava envolvida num caso amoroso com o nobre Beltrán de La Cueva. Joana foi pois considerada ilegítima pela corte castelhana e desde o berço cognominada como a Beltraneja como referência ao seu suposto pai verdadeiro. O seu nascimento provocou portanto um escândalo na corte de Castela e o pedido de divórcio de Henrique de Castela. Joana de Portugal regressa a casa do irmão, mas a Beltraneja permanece em Castela.

Legítima ou não, Joana continuava a ser a única criança que podia ser (embora remotamente) atribuída a Henrique IV de Castela, que gostava bastante dela. Henrique obrigou os nobres castelhanos a jurarem fidelidade à princesa e a reconhecerem-na como herdeira. Depois de alguns contratos falhados, Joana acabou prometida em casamento ao tio, o rei Afonso V de Portugal, que jurou defender os direitos dela (e de si próprio) ao trono de Castela. Mas quando Henrique IV morre em 1474, ninguém em Castela leva a causa de Joana a sério. Como rainha, escolhem Isabel, sua tia. Em 1475, Afonso casa com Joana e, no ano seguinte, invade Castela para defender a sua coroa. Afonso é derrotado na batalha de Toro por Fernando II de Aragão, recentemente casado com Isabel de Castela. Depois deste revés, Afonso e Joana procuraram uma aliança com o rei de França, mas esgotada esta hipótese, acabam por abdicar das suas ambições num tratado assinado em 1479 com os reis católicos.

Depois da morte de Afonso V em 1481, Joana de Castela recusou casar com o primo João de Aragão e retirou-se para um convento em Coimbra. A princesa viveu em Portugal até à sua morte e dedicou o resto da vida a obras de caridade e apoio ao desfavorecidos. A sua recusa em se ver envolvida em mais manobras políticas e devoção a Deus e aos pobres valeram-lhe o epíteto de a Excelente Senhora.

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Precedido por Isabel de Portugal

Rainha de Portugal 1475 — 1481

Sucedido por Leonor de Portugal