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A '''cultura brasileira''' reflete os vários povos que constituem a demografia do gigante sul-americano: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc. Como resultado da intensa miscigenação | A '''cultura brasileira''' reflete os vários povos que constituem a demografia do gigante sul-americano: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc. Como resultado da intensa miscigenação de povos, surgiu uma realidade cultural peculiar, que sintetiza as várias culturas e se revela, especialmente, nos grandes centros urbanos. Em cada uma das regiões desse vasto país, é possível encontrar, porém, manifestações culturais próprias de cada um desses grupos étnicos, particularmente nos pequenos municípios e comunidades rurais. No nordeste, nomeadamente na [[Bahia]] e no [[Maranhão]], são comuns as festas, os ritos e os ritmos da tradição africana; no norte do País, o folclore e a culinária indígenas; no sul, as tradições européias, das quais merecem destaque a alemã e a italiana, havendo, mesmo, algumas delas que, tendo já desaparecido em seus países de origem, só subsistem no [[Brasil]]. | ||
A tensão entre o que seria considerado uma cultura popular e uma erudita sempre foi bastante problemática no país. Durante um longo período da história, desde o [[Descobrimento do Brasil|Descobrimento]] até meados dos [[século XIX|séculos XIX]] e [[Século XX|XX]], a distância entre a [[cultura erudita]] e a [[cultura popular|popular]] era bastante grande: enquanto a primeira buscava ser uma cópia fiel dos cânones e estilos europeus, a segunda era formada pela adaptação das culturas dos diferentes povos que formaram o povo brasileiro em um conjunto de valores, estéticas e hábitos rejeitado e desprezado pelas elites. Grande parte do projeto estético [[Modernismo|modernista]] foi justamente o de resgatar nos campos considerados "nobres" da Cultura (nas artes em geral, na literatura, na música, etc) e até mesmo nos hábitos cotidianos a vertente popular, considerando-a como a legítima cultura brasileira. | A tensão entre o que seria considerado uma cultura popular e uma erudita sempre foi bastante problemática no país. Durante um longo período da história, desde o [[Descobrimento do Brasil|Descobrimento]] até meados dos [[século XIX|séculos XIX]] e [[Século XX|XX]], a distância entre a [[cultura erudita]] e a [[cultura popular|popular]] era bastante grande: enquanto a primeira buscava ser uma cópia fiel dos cânones e estilos europeus, a segunda era formada pela adaptação das culturas dos diferentes povos que formaram o povo brasileiro em um conjunto de valores, estéticas e hábitos rejeitado e desprezado pelas elites. Grande parte do projeto estético [[Modernismo|modernista]] foi justamente o de resgatar nos campos considerados "nobres" da Cultura (nas artes em geral, na literatura, na música, etc) e até mesmo nos hábitos cotidianos a vertente popular, considerando-a como a legítima cultura brasileira. | ||
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Até meados do século XIX a produção plástica das artes brasileiras possui pouco destaque, excetuando-se o trabalho de [[Aleijadinho]] e [[Manuel da Costa Ataíde]] no [[Barroco mineiro]]. Fora estes, destaca-se também a produção de artistas estrangeiros que durante o período | Até meados do século XIX a produção plástica das artes brasileiras possui pouco destaque, excetuando-se o trabalho de [[Aleijadinho]] e [[Manuel da Costa Ataíde]] no [[Barroco mineiro]]. Fora estes, destaca-se também a produção de artistas estrangeiros que durante o período colonial estiveram no país registrando as paisagens e hábitos locais, como [[Albert Eckhout]]. | ||
A pintura brasileira do Século XIX é bastante acadêmica, altamente influenciada pelo trabalho da [[Missão francesa]] (da qual faziam parte nomes como [[Jean Baptiste Debret]] e [[Nicolas Antoine Taunay]]). A referida Missão foi responsável pela criação da [[Escola Imperial de Belas Artes]]. Desse período, destacam-se as pinturas históricas de [[Victor Meirelles]] e [[Pedro Américo]]. | A pintura brasileira do Século XIX é bastante acadêmica, altamente influenciada pelo trabalho da [[Missão francesa]] (da qual faziam parte nomes como [[Jean Baptiste Debret]] e [[Nicolas Antoine Taunay]]). A referida Missão foi responsável pela criação da [[Escola Imperial de Belas Artes]]. Desse período, destacam-se as pinturas históricas de [[Victor Meirelles]] e [[Pedro Américo]]. | ||
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No século XX | Mas o Brasil tinha tambem um papel importante na tradição clássica. Considera-se que o primeiro grande compositor brasileiro foi [[Carlos Gomes]], autor da [[ópera]] [[O Guarani]], adaptação do romance homônimo de [[José de Alencar]]. No século XX destaca-se o trabalho de [[Heitor Villa-Lobos]], responsável pela assimilação pela [[música erudita]] de diversos elementos da cultura popular, como os [[violão|violões]] e determinados ritmos. | ||
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A [[arquitetura bandeirista]] e o [[Arquitetura barroca de Minas Gerais|Barroco mineiro]] são considerados por muitos estudiosos como expressões de estilos europeus que encontraram no Brasil uma manifestação e linguagem próprios, destacando-se de suas contrapartes metropolitanas. A primeira se refere a produção realizada basicamente no que seria hoje o Estado de [[São Paulo]] pelas famílias dos [[bandeirante]]s, inspirando-se em uma estética próxima, ainda que bastante alterada, do [[Maneirismo]]. A segunda corresponde a um tipo de [[barroco]] (ainda que muitos o considerem mais próximo do [[Rococó]]) representado especialmente pelas igrejas construídas por [[Aleijadinho]]. | A [[arquitetura bandeirista]] e o [[Arquitetura barroca de Minas Gerais|Barroco mineiro]] são considerados por muitos estudiosos como expressões de estilos europeus que encontraram no Brasil uma manifestação e linguagem próprios, destacando-se de suas contrapartes metropolitanas. A primeira se refere a produção realizada basicamente no que seria hoje o Estado de [[São Paulo]] pelas famílias dos [[bandeirante]]s, inspirando-se em uma estética próxima, ainda que bastante alterada, do [[Maneirismo]]. A segunda corresponde a um tipo de [[barroco]] (ainda que muitos o considerem mais próximo do [[Rococó]]) representado especialmente pelas igrejas construídas por [[Aleijadinho]]. | ||
A arquitetura Brasileira teve seu ponto culminante no movimento modernista, com a construção de [[Brasília]], por [[Lúcio Costa]] e [[Oscar Niemeyer]]. | |||
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*[http://www.culturabrasil.pro.br/ CulturaBrasil.pro.br] | *[http://www.culturabrasil.pro.br/ CulturaBrasil.pro.br] | ||
*[http://www.donabrasil.com/ Donabrasil.com] A cultura Brasileira explicada para estrangeiros em Inglês e em Holandês | |||
*[http://www.multarte.com.br/novo/default.php4 A arte e a cultura do Brasil para o mundo] | *[http://www.multarte.com.br/novo/default.php4 A arte e a cultura do Brasil para o mundo] | ||
*[http://www.funarte.gov.br/ Fundação Nacional da Arte] | *[http://www.funarte.gov.br/ Fundação Nacional da Arte] |
Edição das 15h48min de 22 de novembro de 2005
Predefinição:Cultura por região A cultura brasileira reflete os vários povos que constituem a demografia do gigante sul-americano: indígenas, europeus, africanos, asiáticos, árabes etc. Como resultado da intensa miscigenação de povos, surgiu uma realidade cultural peculiar, que sintetiza as várias culturas e se revela, especialmente, nos grandes centros urbanos. Em cada uma das regiões desse vasto país, é possível encontrar, porém, manifestações culturais próprias de cada um desses grupos étnicos, particularmente nos pequenos municípios e comunidades rurais. No nordeste, nomeadamente na Bahia e no Maranhão, são comuns as festas, os ritos e os ritmos da tradição africana; no norte do País, o folclore e a culinária indígenas; no sul, as tradições européias, das quais merecem destaque a alemã e a italiana, havendo, mesmo, algumas delas que, tendo já desaparecido em seus países de origem, só subsistem no Brasil.
A tensão entre o que seria considerado uma cultura popular e uma erudita sempre foi bastante problemática no país. Durante um longo período da história, desde o Descobrimento até meados dos séculos XIX e XX, a distância entre a cultura erudita e a popular era bastante grande: enquanto a primeira buscava ser uma cópia fiel dos cânones e estilos europeus, a segunda era formada pela adaptação das culturas dos diferentes povos que formaram o povo brasileiro em um conjunto de valores, estéticas e hábitos rejeitado e desprezado pelas elites. Grande parte do projeto estético modernista foi justamente o de resgatar nos campos considerados "nobres" da Cultura (nas artes em geral, na literatura, na música, etc) e até mesmo nos hábitos cotidianos a vertente popular, considerando-a como a legítima cultura brasileira.
Artes
Literatura
As primeiras manifestações literárias no país resumem-se basicamente à produção de textos narrativos sobre o país inseridos no contexto do Descobrimento. A produção literária de ficção, propriamente dita só vem a ocorrer efetivamente com a inauguração do Barroco.
A preocupação em produzir uma literatura genuinamente nacional começa a existir com a intenção nacionalista romântica, mas esta se limita a buscar temáticas supostamente brasileiras (como o indigenismo e o regionalismo) e repetir as formas européias. Algo similar ocorre com o Realismo e o Naturalismo, ainda que autores como Machado de Assis tenham sido considerados altamente inovadores em suas escolas.
Os vários movimentos modernos que explodem no início do Século XX (entre os quais destacando-se o antropofágico e seus representantes como Mário e Oswald de Andrade) têm por princípio rejeitar os valores europeus e buscar aquilo que é genuinamente nacional, digerindo a cultura estrangeira e devolvendo-a sintetizada à nacional.
Artes visuais
Até meados do século XIX a produção plástica das artes brasileiras possui pouco destaque, excetuando-se o trabalho de Aleijadinho e Manuel da Costa Ataíde no Barroco mineiro. Fora estes, destaca-se também a produção de artistas estrangeiros que durante o período colonial estiveram no país registrando as paisagens e hábitos locais, como Albert Eckhout.
A pintura brasileira do Século XIX é bastante acadêmica, altamente influenciada pelo trabalho da Missão francesa (da qual faziam parte nomes como Jean Baptiste Debret e Nicolas Antoine Taunay). A referida Missão foi responsável pela criação da Escola Imperial de Belas Artes. Desse período, destacam-se as pinturas históricas de Victor Meirelles e Pedro Américo.
Música
Os estilos da música mais importantes que são de origem do Brasil são a Samba, a Bossa Nova e a Música Popular Brasileira.
Mas o Brasil tinha tambem um papel importante na tradição clássica. Considera-se que o primeiro grande compositor brasileiro foi Carlos Gomes, autor da ópera O Guarani, adaptação do romance homônimo de José de Alencar. No século XX destaca-se o trabalho de Heitor Villa-Lobos, responsável pela assimilação pela música erudita de diversos elementos da cultura popular, como os violões e determinados ritmos.
Arquitetura
A arquitetura bandeirista e o Barroco mineiro são considerados por muitos estudiosos como expressões de estilos europeus que encontraram no Brasil uma manifestação e linguagem próprios, destacando-se de suas contrapartes metropolitanas. A primeira se refere a produção realizada basicamente no que seria hoje o Estado de São Paulo pelas famílias dos bandeirantes, inspirando-se em uma estética próxima, ainda que bastante alterada, do Maneirismo. A segunda corresponde a um tipo de barroco (ainda que muitos o considerem mais próximo do Rococó) representado especialmente pelas igrejas construídas por Aleijadinho.
A arquitetura Brasileira teve seu ponto culminante no movimento modernista, com a construção de Brasília, por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer.
Referências
Artigos relacionados
Páginas externas
- Ministério da Cultura
- CulturaBrasil.pro.br
- Donabrasil.com A cultura Brasileira explicada para estrangeiros em Inglês e em Holandês
- A arte e a cultura do Brasil para o mundo
- Fundação Nacional da Arte
Bibliográficas
- SODRÉ, Nelson Werneck; Síntese de História da Cultura Brasileira; São Paulo: Bertrand Brasil, 2003; ISBN 8528602931
- BOSI, Alfredo; Cultura Brasileira: Temas e Situações; São Paulo: Editora Ática, 2002, ISBN 850801578X
- MOTTA, Carlos Guilherme; Ideologia da Cultura Brasileira (1933 - 1974); São Paulo: Editora Ática; ISBN 8508000014