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Ficção: mudanças entre as edições

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É um tanto difícil estabelecer limites sobre o que pode ser ficcional, e o que pode ser uma "interpretação real". A ''Enciclopédia Larousse'' define ficção como "ato ou efeito de simular, fingimento; criação do imaginário, aquilo que pertence à imaginação, ao irreal; fantasia, invenção".
É um tanto difícil estabelecer limites sobre o que pode ser ficcional, e o que pode ser uma "interpretação real". A ''Enciclopédia Larousse'' define ficção como "ato ou efeito de simular, fingimento; criação do imaginário, aquilo que pertence à imaginação, ao irreal; fantasia, invenção".


Se ficções forem quaisquer produções humanas que representem a realidade sem, contudo, interferir materialmente nela, então qualquer [[Análise do discurso|discurso]] — melhor, qualquer expressão de [[linguagem]] — seria uma ficção. Mas, como já dito, a ficção aqui focada é a artística, especialmente a expressada pelos [[Mídia|meios audiovisuais]] ([[cinema]], [[televisão]], [[vídeo]]). Certamente há mais campo de trabalho sobre ficção na [[literatura]], na [[poesia]], no [[teatro|drama teatral]].
Se ficções forem quaisquer produções humanas que representem a realidade sem, contudo, interferir materialmente nela, então qualquer [[Análise do discurso|discurso]] — melhor, qualquer expressão de [[linguagem]] — seria uma ficção. Mas, como já dito, a ficção aqui focada é a artística, especialmente a expressada pelos [[Mídia|meios audiovisuais]] ([[cinema]], [[televisão]], [[vídeo]]). Certamente há mais campo de trabalho sobre ficção na [[literatura]], na [[poesia]], no [[teatro|drama teatral]], ficção pode lembrar do surrealismo nas artes plasticas que aconteceu durante o século XIX e XX na Europa.


== Por que o Homem produz ficção? ==
== Por que o Homem produz ficção? ==

Edição das 23h11min de 14 de maio de 2013

Ficção é o termo usado para designar uma narrativa imaginária, irreal, ou referir obras (de arte) criadas a partir da imaginação. Em contraste, a não-ficção reivindica ser uma narrativa factual sobre a realidade. Obras ficcionais podem ser parcialmente baseadas em fatos reais, mas sempre contêm algum conteúdo imaginário.

No cinema, ficção é o género que se opõe a documentário. Existe no cinema e em televisão um género híbrido designado docuficção.

Definição

É um tanto difícil estabelecer limites sobre o que pode ser ficcional, e o que pode ser uma "interpretação real". A Enciclopédia Larousse define ficção como "ato ou efeito de simular, fingimento; criação do imaginário, aquilo que pertence à imaginação, ao irreal; fantasia, invenção".

Se ficções forem quaisquer produções humanas que representem a realidade sem, contudo, interferir materialmente nela, então qualquer discurso — melhor, qualquer expressão de linguagem — seria uma ficção. Mas, como já dito, a ficção aqui focada é a artística, especialmente a expressada pelos meios audiovisuais (cinema, televisão, vídeo). Certamente há mais campo de trabalho sobre ficção na literatura, na poesia, no drama teatral, ficção pode lembrar do surrealismo nas artes plasticas que aconteceu durante o século XIX e XX na Europa.

Por que o Homem produz ficção?

Por que fazemos ficção? Por que criamos ilusões de realidades, espaços e pessoas inexistentes para contar histórias que nunca aconteceram? Por que produzimos imagens que não se encontram na natureza, de forma a materializar visualmente as ideias que temos na cabeça? Por que escrevemos roteiros, filmamos e editamos fotografia, cinema e vídeo?

O Homem é o único animal que produz ficção. É o único ser vivo que cria uma aparência de realidade para enganar a si próprio ou a seus similares. Todos os outros seres interagem com a realidade material, e apenas com ela — enquanto o Homem, não satisfeito em alterá-la, procura também criar uma espécie de nova realidade: a ficção. Ali, o Homem é capaz de moldar o ambiente e seus elementos, de acordo com sua vontade.

Mas o Homem, também, é um animal que sonha. Que, quando dorme, cria suas próprias versões da realidade, em situações nas quais pode realizar seus desejos. O Homem pega as experiências que vivenciou ou presenciou recentemente (restos diurnos) e cria alegorias para camuflar o que seu inconsciente mais deseja expressar: o seu desejo. O sonho fornece a possibilidade de realizar o desejo numa realidade que não terá maiores consequências — algumas horas depois, o Homem vai acordar e dizer que "tudo não passou de um sonho".

Da mesma forma, a ficção cria um espaço simulador de realidade que não tem maiores conseqüências para além de sua fronteira. Ao terminar a sessão, "tudo não passou de um filme". Tanto em sonho quanto em ficção, tudo que experimentamos foi a percepção de imagens e sons cujo sentido só existe em nossas mentes. E na ficção o Homem repete conscientemente o que o inconsciente faz no sonho: criar um mundo para efetuar desejos.

Nesta lógica, parece inevitável concluir que a capacidade humana de fazer ficção é consequência da sua faculdade de sonhar — que a construção de um espaço ficcional deriva da experiência onírica. Ou seja, a ficção existe porque o homem sonha. No entanto, essa afirmativa tão categórica e simplista poderia descartar inúmeras outras formas de interação com a realidade. Ainda assim, o primeiro contato que o Homem terá com uma experiência não-real e não-material será o seu próprio sonho. A partir disso, todo filme, toda novela, toda invenção será um sonho que se sonha acordado.

Ficção x Realidade

Ao longo da história do pensamento humano, a Filosofia, a Teoria da Arte e a Teoria da Comunicação vêm estudando a questão de como delimitar a fronteira entre ficção e realidade. É a camuflagem do limite entre representação e realidade que dá início e sentido ao problema. O observador de um quadro, ainda que fosse pintado com a mais precisa técnica de "realismo", não era "enganado", pois sabia que estava vendo um quadro. A fotografia, ainda que fosse alegadamente a captação mais fiel da realidade, não se confundia com ela, para o observador, por ser imagem estática. Mas o cinema, pela a transposição acelerada de fotogramas, causa a ilusão de movimento, o que amplia a sensação de "realismo" da imagem reproduzida, mais ainda com o advento posterior das cores (já que o preto-e-branco seria uma forma de diferenciar da visão "real" humana).

É essa opção que gera um problema de linguagem para o audiovisual. Se nenhuma imagem é o real, como transmitir o real? A afirmação de que "mesmo na realidade da imagens há muita ficção" (Ivete Lara C. Walty, "O Que É Ficção"), na medida em que condena toda produção audiovisual (mesmo aquela pretensamente "documental") ao status de ficção, nega-lhes a confiabilidade e veracidade anteriormente conferidas. O problema de linguagem passa a ser "como contar a verdade?".

Referências

Ver também

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