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Alphonsus de Guimaraens: mudanças entre as edições

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'''Alphonsus de Guimaraens''', pseudônimo de '''Afonso Henrique da Costa Guimarães''' ([[Ouro Preto]], [[24 de julho]] de [[1870]] – [[Mariana (Minas Gerais)|Mariana]], [[15 de julho]] de [[1921]]) foi um [[literatura | escritor]] [[brasil]]eiro.
'''Alphonsus de Guimaraens''', pseudônimo de '''Afonso Henrique da Costa Guimarães''' ([[Ouro Preto]], [[24 de julho]] de [[1870]] – [[Mariana (Minas Gerais)|Mariana]], [[15 de julho]] de [[1921]]), foi um [[literatura|escritor]] [[brasil]]eiro.<ref name="BNDigital">{{citar web |url=http://objdigital.bn.br/acervo_digital/div_obrasraras/or772027/or772027.pdf|título=CATALOGO DA EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA DO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO 1870-1970 | obra = |publicado=Biblioteca Nacional |data=|acessodata = 6 de novembro de 2018}}</ref>


A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente [[Misticismo|mística]] e envolvida com religiosidade [[catolicismo | católica]]. Seus [[soneto]]s apresentam uma estrutura clássica, e são profundamente religiosos e sensíveis na medida em que explora o sentido da [[morte]], do [[amor]] impossível, da [[solidão]] e da inadaptação ao mundo.  
A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente [[Misticismo|mística]] e envolvida com religiosidade [[catolicismo|católica]]. Seus [[soneto]]s apresentam uma estrutura clássica e são profundamente religiosos e sensíveis, a medida em que explora o sentido da [[morte]], do [[amor]] impossível, da [[solidão]] e da inadaptação ao mundo.


Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da [[espiritualidade]] em relação à figura feminina, que é considerada um [[anjo]], ou um ser celestial. Alphonsus de Guimaraens é simultaneamente [[Neo-romantismo|neo-romântico]] e [[Simbolismo| simbolista]].
Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da [[espiritualidade]] em relação à figura feminina, que é considerada um [[anjo]], ou um ser celestial. Alphonsus de Guimaraens é simultaneamente [[Neo-romantismo|neo-romântico]] e [[Simbolismo|simbolista]].


Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil. Traduziu também poetas como [[Stephane Mallarmé]], em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de "o solitário de Mariana", a sua "torre de marfim do Simbolismo".
Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil.<ref>{{citar periódico|ultimo=O'Hara|primeiro=Larissa|data=2014|titulo=O SIMBOLISMO EM ISMÁLIA|url=http://periodicos.ufes.br/reel/article/viewFile/11090/7749|jornal=REEL – Revista Eletrônica de Estudos Literários|acessodata=10 fevereiro 2020}}</ref> Traduziu também poetas como [[Stéphane Mallarmé]], em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de "o solitário de Mariana", a sua "torre de marfim do Simbolismo".


Sua poesia é quase toda voltada para o tema da [[Morte da Mulher amada]].
Sua poesia é quase toda voltada para o tema da morte da mulher amada. Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas, particularmente a redondilha maior (terminado em sete sílabas métricas).


Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas, particularmente a redondilha maior (terminado em sete sílabas métricas).
== Biografia ==
 
==Biografia==
[[Ficheiro:Alphonsus Guimarães.jpg|thumb|left|Alphonsus de Guimarães.]]
[[Ficheiro:Alphonsus Guimarães.jpg|thumb|left|Alphonsus de Guimarães.]]
Filho de Albino da Costa Guimarães, comerciante nascido em [[Cepães]], [[Braga]], [[Portugal |Portugal,]]  e de Francisca de Paula Guimarães Alvim, filha do poeta [[Bernardo Guimarães]]. Portanto, Alphonsus de Guimaraens era sobrinho-neto de Bernardo.
Filho de Albino da Costa Guimarães, comerciante nascido em [[Cepães]], [[Braga]], [[Portugal |Portugal,]]  e de Francisca de Paula Guimarães Alvim, sobrinha do poeta [[Bernardo Guimarães]], portanto, Alphonsus de Guimaraens era sobrinho-neto de Bernardo.


Matriculou-se em 1887 na Faculdade de Engenharia. Perdeu prematuramente ([[1889]]) a prima e noiva Constança, filha de Bernardo Guimarães, o que o abalou moral e fisicamente.
Matriculou-se, em 1887, na Faculdade de Engenharia. Perdeu prematuramente ([[1889]]) a prima e noiva Constança, filha de Bernardo Guimarães, o que o abalou moral e fisicamente.


Foi, em 1890, para São Paulo, onde ingressou na [[Faculdade de Direito do Largo São Francisco]], compondo a turma 64, que colou grau em 1895<ref>{{citar web|URL = http://www.arcadas.org.br/antigos_alunos.php?q=nome&qvalue=Affonso+Henrique#result_busca |título = Arcadas – Ex Alunos| acessadoem = 5 de outubro de 2014 | publicado = Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da USP}}</ref>. Em São Paulo, colaborou na imprensa e frequentou a Vila Kyrial, de [[José de Freitas Vale]], onde se reuniam os jovens simbolistas.  Em 1895, no Rio de Janeiro, conheceu [[Cruz e Souza]], poeta a quem já admirava e de quem se tornou amigo pessoal.  Também foi juiz-substituto e promotor em Conceição do Serro, hoje [[Conceição do Mato Dentro]], MG. No ano de 1897, casou-se com Zenaide de Oliveira.  Posteriormente, em 1899, estreou na literatura com dois volumes de versos: Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara Ardente, e Dona Mística, ambos de nítida inspiração simbolista.
Foi, em 1890, para [[São Paulo]], onde ingressou na [[Faculdade de Direito do Largo São Francisco]], compondo a turma 64, que colou grau em 1895.<ref>{{citar web|URL = http://www.arcadas.org.br/antigos_alunos.php?q=nome&qvalue=Affonso+Henrique#result_busca |título = Arcadas – Ex Alunos| acessadoem = 5 de outubro de 2014 | publicado = Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da USP}}</ref>  Em São Paulo, colaborou na imprensa e frequentou a [[Vila Kyrial]], de [[José de Freitas Vale]], onde se reuniam os jovens [[Simbolismo|simbolistas]].  Em 1895, no Rio de Janeiro, conheceu [[Cruz e Souza]], poeta a quem já admirava e de quem se tornou amigo pessoal.  Também foi juiz-substituto e promotor em Conceição do Serro, hoje [[Conceição do Mato Dentro]], [[Minas Gerais|MG]]. No ano de 1897, casou-se com Zenaide de Oliveira.  Posteriormente, em 1899, estreou na literatura com dois volumes de versos: Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara Ardente, e Dona Mística, ambos de nítida inspiração simbolista.


Em 1900 passou a exercer a função de jornalista colaborando em "A Gazeta", de São Paulo. Em 1902 publicou Kyriale, sob o pseudônimo de Alphonsus de Guimaraens; obra que o projetou no universo literário, obtendo assim reconhecimento, ainda que restrito de alguns raros críticos e amigos mais próximos.  Em 1903, os cargos de juízes-substitutos foram suprimidos pelo governo do estado de Minas. Consequentemente, Alphonsus perdeu também seu cargo de juiz, o que o levou a graves dificuldades financeiras.
Em 1900, passou a exercer a função de jornalista, colaborando em "[[A Gazeta]]", de São Paulo. Em 1902, publicou Kyriale, sob o pseudônimo de Alphonsus de Guimaraens; obra que o projetou no universo literário, obtendo assim reconhecimento, ainda que restrito de alguns raros críticos e de amigos mais próximos.  Em 1903, os cargos de juízes-substitutos foram suprimidos pelo governo do estado de Minas Gerais. Consequentemente, Alphonsus perdeu também seu cargo de juiz, o que o levou a graves dificuldades financeiras.


Após recusar um posto de destaque no jornal A Gazeta, Alphonsus foi nomeado para a direção do jornal político Conceição do Serro, onde também colaborariam seu irmão, o poeta Archangelus de Guimaraens, Cruz e Souza e José Severino de Resende. Em 1906, tornou-se juiz municipal de [[Mariana]], MG, para onde se transferiu com sua esposa Zenaide de Oliveira, com quem teve 15 filhos, dois dos quais também escritores: [[João Alphonsus]] (1901-1944) e [[Alphonsus de Guimaraens Filho]] (1918-2008).
Após recusar um posto de destaque no jornal A Gazeta, Alphonsus foi nomeado para a direção do jornal político Conceição do Serro, onde também colaborariam seu irmão, o poeta Archangelus de Guimaraens, Cruz e Souza e José Severino de Resende. Em 1906, tornou-se juiz municipal de [[Mariana]], MG, para onde se transferiu com sua esposa Zenaide de Oliveira, com quem teve 15 filhos, dois dos quais também escritores: [[João Alphonsus]] (1901-1944) e [[Alphonsus de Guimaraens Filho]] (1918-2008).


Devido ao período que viveu em Mariana, ficou conhecido como "O Solitário de Mariana", apesar de ter vivido lá com a mulher e com seus 15 filhos. O apelido lhe foi dado devido ao isolamento completo em que viveu. Sua vida, nessa época, passou a ser dedicada basicamente às atividades de juiz e à elaboração de sua obra poética.
Devido ao período que viveu em Mariana, ficou conhecido como "O Solitário de Mariana", apesar de ter vivido lá com a mulher e com seus filhos. O apelido lhe foi dado devido ao isolamento completo em que viveu. Sua vida, nessa época, passou a ser dedicada basicamente às atividades de juiz e à elaboração de sua obra poética.
 
== Homenagem ==
O poeta Carlos Drummond de Andrade homenageou Alphonsus em seu centenário em 1970, com o poema "Luar para Alphonsus", na segunda edição do livro de poesias e crônicas chamado "Versiprosa", em 1973.


== Principais Obras ==
== Principais Obras ==
*''Setenário das Dores de Nossa Senhora carvalho'''
*''Septenário das dores de Nossa Senhora'', poesia (1899)<ref name="BNDigital" />
*''Câmara Ardente chicão''
*''Câmara Ardente'', poesia (1899)<ref name="BNDigital" />
*''Dona Mística'' (1894)
*''Dona Mystica'', poesia (1899)<ref name="BNDigital" />
*''Kyriale''  
*''Kiriale'', poesia (1902)<ref name="BNDigital" />
*''Mendigos''  
*''Mendigos'', prosa (1920) <ref name="BNDigital" />
*''Ismália"''


===Póstumas===
=== Póstumas ===
*''Pastoral aos crentes ''  
*''Pastoral aos crentes do amor e da morte''<ref name="BNDigital" />
*''Escada de Jacó''
*''Escada de Jacó''
*''Pulvis ''
*''Pulvis ''
*''Salmos ''  
*''Salmos ''
*''Poesias''  
*''Poesias''
*''Jesus ''
*''Jesus ''
*''Alphonsos''
*''Alphonsus''
 
{{Referências}}


==Referência==
== Bibliografia ==
* {{Citation | last1 = COUTINHO | first1 = Afrânio | last2 = SOUSA | first2 = J. Galante de | title = Enciclopédia de literatura brasileira | place = [[São Paulo]] | publisher = Global}}.
* {{Citation |último1 = COUTINHO |primeiro1 = Afrânio |último2 = SOUSA |primeiro2 = J. Galante de |título= Enciclopédia de literatura brasileira |local= [[São Paulo (estado)|São Paulo]] |publicado= Global}}.
* {{Citation |último1 = DRUMMMOND DE ANDRADE |primeiro1 = Carlos |título= Versiprosa II |local= [[Rio de Janeiro]] |publicado= Aguilar}}


==Ligações externas==
==Ligações externas==
* [https://ia601408.us.archive.org/19/items/Poemas_848/Poemas-AlfonsusGuimares.pdf Poemas de Alphonsus de Guimaraens]
* [https://consummatumestblog.files.wordpress.com/2018/04/alphonsus-de-guimaraens.pdf Poemas de Alphonsus de Guimaraens (1)]
* [https://ia601408.us.archive.org/19/items/Poemas_848/Poemas-AlfonsusGuimares.pdf Poemas de Alphonsus de Guimaraens (2)]


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[[Categoria:Tradutores da poesia moderna]]
[[Categoria:Tradutores da poesia moderna]]
[[Categoria:Sonetistas]]
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Edição atual tal como às 15h45min de 7 de julho de 2022

Alphonsus de Guimaraens
Nascimento 24 de julho de 1870[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Ouro Preto, Minas Gerais
Morte 15 de julho de 1921 (50 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Mariana, Minas Gerais
Nacionalidade Brasileiro
Alma mater Faculdade de Direito de São Paulo
Ocupação poeta
Magnum opus Dona Mystica (1894)
Escola/tradição simbolismo, neo-romantismo

Alphonsus de Guimaraens, pseudônimo de Afonso Henrique da Costa Guimarães (Ouro Preto, 24 de julho de 1870Mariana, 15 de julho de 1921), foi um escritor brasileiro.[1]

A poesia de Alphonsus de Guimaraens é marcadamente mística e envolvida com religiosidade católica. Seus sonetos apresentam uma estrutura clássica e são profundamente religiosos e sensíveis, a medida em que explora o sentido da morte, do amor impossível, da solidão e da inadaptação ao mundo.

Contudo, o tom místico imprime em sua obra um sentimento de aceitação e resignação diante da própria vida, dos sofrimentos e dores. Outra característica marcante de sua obra é a utilização da espiritualidade em relação à figura feminina, que é considerada um anjo, ou um ser celestial. Alphonsus de Guimaraens é simultaneamente neo-romântico e simbolista.

Sua obra, predominantemente poética, consagrou-o como um dos principais autores simbolistas do Brasil.[2] Traduziu também poetas como Stéphane Mallarmé, em referência à cidade em que passou parte de sua vida, é também chamado de "o solitário de Mariana", a sua "torre de marfim do Simbolismo".

Sua poesia é quase toda voltada para o tema da morte da mulher amada. Embora preferisse o verso decassílabo, chegou a explorar outras métricas, particularmente a redondilha maior (terminado em sete sílabas métricas).

Biografia

Alphonsus de Guimarães.

Filho de Albino da Costa Guimarães, comerciante nascido em Cepães, Braga, Portugal, e de Francisca de Paula Guimarães Alvim, sobrinha do poeta Bernardo Guimarães, portanto, Alphonsus de Guimaraens era sobrinho-neto de Bernardo.

Matriculou-se, em 1887, na Faculdade de Engenharia. Perdeu prematuramente (1889) a prima e noiva Constança, filha de Bernardo Guimarães, o que o abalou moral e fisicamente.

Foi, em 1890, para São Paulo, onde ingressou na Faculdade de Direito do Largo São Francisco, compondo a turma 64, que colou grau em 1895.[3] Em São Paulo, colaborou na imprensa e frequentou a Vila Kyrial, de José de Freitas Vale, onde se reuniam os jovens simbolistas. Em 1895, no Rio de Janeiro, conheceu Cruz e Souza, poeta a quem já admirava e de quem se tornou amigo pessoal. Também foi juiz-substituto e promotor em Conceição do Serro, hoje Conceição do Mato Dentro, MG. No ano de 1897, casou-se com Zenaide de Oliveira. Posteriormente, em 1899, estreou na literatura com dois volumes de versos: Setenário das dores de Nossa Senhora e Câmara Ardente, e Dona Mística, ambos de nítida inspiração simbolista.

Em 1900, passou a exercer a função de jornalista, colaborando em "A Gazeta", de São Paulo. Em 1902, publicou Kyriale, sob o pseudônimo de Alphonsus de Guimaraens; obra que o projetou no universo literário, obtendo assim reconhecimento, ainda que restrito de alguns raros críticos e de amigos mais próximos. Em 1903, os cargos de juízes-substitutos foram suprimidos pelo governo do estado de Minas Gerais. Consequentemente, Alphonsus perdeu também seu cargo de juiz, o que o levou a graves dificuldades financeiras.

Após recusar um posto de destaque no jornal A Gazeta, Alphonsus foi nomeado para a direção do jornal político Conceição do Serro, onde também colaborariam seu irmão, o poeta Archangelus de Guimaraens, Cruz e Souza e José Severino de Resende. Em 1906, tornou-se juiz municipal de Mariana, MG, para onde se transferiu com sua esposa Zenaide de Oliveira, com quem teve 15 filhos, dois dos quais também escritores: João Alphonsus (1901-1944) e Alphonsus de Guimaraens Filho (1918-2008).

Devido ao período que viveu em Mariana, ficou conhecido como "O Solitário de Mariana", apesar de ter vivido lá com a mulher e com seus filhos. O apelido lhe foi dado devido ao isolamento completo em que viveu. Sua vida, nessa época, passou a ser dedicada basicamente às atividades de juiz e à elaboração de sua obra poética.

Homenagem

O poeta Carlos Drummond de Andrade homenageou Alphonsus em seu centenário em 1970, com o poema "Luar para Alphonsus", na segunda edição do livro de poesias e crônicas chamado "Versiprosa", em 1973.

Principais Obras

  • Septenário das dores de Nossa Senhora, poesia (1899)[1]
  • Câmara Ardente, poesia (1899)[1]
  • Dona Mystica, poesia (1899)[1]
  • Kiriale, poesia (1902)[1]
  • Mendigos, prosa (1920) [1]

Póstumas

  • Pastoral aos crentes do amor e da morte[1]
  • Escada de Jacó
  • Pulvis
  • Salmos
  • Poesias
  • Jesus
  • Alphonsus

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 «CATALOGO DA EXPOSIÇÃO COMEMORATIVA DO CENTENÁRIO DE NASCIMENTO 1870-1970» (PDF). Biblioteca Nacional. Consultado em 6 de novembro de 2018 
  2. O'Hara, Larissa (2014). «O SIMBOLISMO EM ISMÁLIA». REEL – Revista Eletrônica de Estudos Literários. Consultado em 10 fevereiro 2020 
  3. «Arcadas – Ex Alunos». Associação dos Antigos Alunos da Faculdade de Direito da USP. Consultado em 5 de outubro de 2014 

Bibliografia

  • COUTINHO, Afrânio; SOUSA, J. Galante de, Enciclopédia de literatura brasileira, São Paulo: Global .
  • DRUMMMOND DE ANDRADE, Carlos, Versiprosa II, Rio de Janeiro: Aguilar 

Ligações externas

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