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Fortaleza de São João Batista de Ajudá: mudanças entre as edições

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'''São João Batista de Ajudá''' (simplemente conhecida como '''Ajudá''') era uma fortaleza portuguesa no [[Daomé]] ou [[Dahomé]] (hoje, [[Benin]]).  
A '''Fortaleza São João Batista de Ajudá''', também conhecida como '''Feitoria de Ajudá''' ou simplesmente '''Ajudá''', ergeu-se na costa africana a cerca de 5 km de Leste ou Papós, entre os rios da Lagoa e Volta, no [[Daomé]] (hoje, [[Benin]]).


A feitoria de São João Batista de Ajudá estava situada a 5 km da costa Africana, de Leste ou Papós, entre os rios da Lagoa e Volta, tendo sido descoberta pelos portugueses, quando navegavam na Costa da [[Guiné]]. O rei [[D. Pedro II]] de [[Portugal]] mandou construir a referida fortaleza, em [[1681]], para proteger o importante comércio que então os portugueses faziam na [[Costa da Mina]].
==História==
As costas da [[Costa da Mina|Mina]] e da [[Guiné]] foram percorridas por navegadores portugueses desde o [[século XV]], que, com o tempo, aí passaram a desenvolver importante comércio, principalmente de escravos.


A fortaleza contituía uma dependência da [[colónia]] [[Portugal|portuguesa]] de [[São Tomé e Príncipe]], tendo sido invadida pelo então [[Daomé]] em [[1961]]; [[Salazar]] ordenou ao último residente da fortaleza que a incendiasse antes de a abandonar.
Capital do antigo reino sub-saariano do [[Daomé]], Ajudá, na [[Costa da Mina]], foi edificada numa vasta planície outrora muito povoada.


Ajudá fora a capital do Antigo reino do [[Daomé]], edificado numa vasta planície outrora muito povoada de cristãos negros. A [[Costa da Mina]] era um território às margens do [[Oceano Atlântico]] no golfo da Guiné. A região foi ocupada pelos ingleses que ali estabeleceram importantes feitorias, que passaram a ser defendidas pelas guarnições das fortalezas antes pertencentes a Portugal, entre as quais a de São João Batista de Ajudá. Daomé faz fronteira de um lado com a [[Nigéria]], que é o maior país da [[África]] atual, e do outro, com [[Togo]], possessão alemã antes da [[Primeira Guerra Mundial]].  
No [[século XVIII]], para protegê-la, o rei [[Pedro II de Portugal|D. Pedro II]] (1667-1705) determinou erguer uma fortaleza ([[1681]]).


Este velho reino africano, no começo, foi [[colônia]] de vários países que se estabeleceram ao longo de seu território à margem do [[Atlântico]] mas, em [[1876]], a [[Grã-Bretanha]] terminou a ação que iniciara alguns anos antes, comprando a parte dos demais ocupantes, tornando, então, a [[Costa do Ouro]] inteiramente de propriedade dos ingleses, os quais também tiveram de entrar em acordo com os reis e príncipes negros que governavam o gentio.
Outros autores preferem que a feitoria-fortaleza foi erguida no mesmo século, por traficantes brasileiros de escravos. Sua construção a cargo do comerciante Joseph de Torres, foi financiada por um imposto, cobrado pelos comerciantes da [[Bahia]], sobre os escravos africanos desembarcados na cidade de [[Salvador]]. Francisco Pereira Mendes foi o seu primeiro Governador, no período de [[1721]] a [[1732]]. Funcionou como centro comercial para a região, trocando tabaco, búzios e aguardente brasileiros, e mais tarde, quando o esquema do tráfico se alterou, oferecendo produtos manufaturados europeus, contrabandeados do Brasil, uma vez que a Coroa portuguesa não permitia que tais itens fossem transportados em navios brasileiros.


Desta determinação britânica resultou a deportação de um rei africano, que somente em [[1934]] teve autorização para voltar a fim de passar sossegadamente o resto de seus dias na terra natal. Com outros governantes foram feitos acordos financeiros por eles aceitos a fim de evitar o massacre do seu povo. Entre estes estava o Príncipe [[Custódio Joaquim de Almeida]] de São João Batista de Ajudá que deixou sua terra na [[Costa da Mina]] em [[1862]] quando tinha 31 anos de idade.
No [[século XIX]] a região foi ocupada pelos ingleses, que ali estabeleceram importantes entrepostos, que passaram a ser defendidas pelas guarnições das fortalezas antes pertencentes a Portugal, entre as quais a de São João Batista de Ajudá. Desta determinação britânica resultou a deportação de um rei africano, que somente em [[1934]] teve autorização para voltar a fim de passar sossegadamente o resto de seus dias na terra natal. Com outros governantes foram feitos acordos financeiros por eles aceitos a fim de evitar o massacre do seu povo. Entre estes estava o Príncipe [[Custódio Joaquim de Almeida]] de São João Batista de Ajudá que deixou sua terra na [[Costa da Mina]] em [[1862]] quando tinha 31 anos de idade.
 
Em [[1876]], a [[Grã-Bretanha]] terminou a ação que iniciara alguns anos antes, comprando a parte dos demais ocupantes, tornando, então, a [[Costa do Ouro]] inteiramente de propriedade dos ingleses, os quais também tiveram de entrar em acordo com os reis e príncipes negros que governavam o gentio.
 
A fortaleza contituía uma dependência da [[colónia]] [[Portugal|portuguesa]] de [[São Tomé e Príncipe]]. Tendo sido invadida por forças do então [[Daomé]] ([[1961]]), o governo de [[Salazar]] ordenou ao último residente da praça que a incendiasse antes de a abandonar.
 
=Bibliografia=
António José Chrystêllo Tavares. ''São João Baptista de Ajudá face ao conflito Franco-Daomeano de 1892.'' Ancara: s.e., 1998.


Ver também:
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[[Batuque]]
[[Batuque]]
[[Categoria:Candomblé]]
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[[Categoria:Fortalezas de Portugal]]
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Edição das 02h23min de 5 de julho de 2005

A Fortaleza São João Batista de Ajudá, também conhecida como Feitoria de Ajudá ou simplesmente Ajudá, ergeu-se na costa africana a cerca de 5 km de Leste ou Papós, entre os rios da Lagoa e Volta, no Daomé (hoje, Benin).

História

As costas da Mina e da Guiné foram percorridas por navegadores portugueses desde o século XV, que, com o tempo, aí passaram a desenvolver importante comércio, principalmente de escravos.

Capital do antigo reino sub-saariano do Daomé, Ajudá, na Costa da Mina, foi edificada numa vasta planície outrora muito povoada.

No século XVIII, para protegê-la, o rei D. Pedro II (1667-1705) determinou erguer uma fortaleza (1681).

Outros autores preferem que a feitoria-fortaleza foi erguida no mesmo século, por traficantes brasileiros de escravos. Sua construção a cargo do comerciante Joseph de Torres, foi financiada por um imposto, cobrado pelos comerciantes da Bahia, sobre os escravos africanos desembarcados na cidade de Salvador. Francisco Pereira Mendes foi o seu primeiro Governador, no período de 1721 a 1732. Funcionou como centro comercial para a região, trocando tabaco, búzios e aguardente brasileiros, e mais tarde, quando o esquema do tráfico se alterou, oferecendo produtos manufaturados europeus, contrabandeados do Brasil, uma vez que a Coroa portuguesa não permitia que tais itens fossem transportados em navios brasileiros.

No século XIX a região foi ocupada pelos ingleses, que ali estabeleceram importantes entrepostos, que passaram a ser defendidas pelas guarnições das fortalezas antes pertencentes a Portugal, entre as quais a de São João Batista de Ajudá. Desta determinação britânica resultou a deportação de um rei africano, que somente em 1934 teve autorização para voltar a fim de passar sossegadamente o resto de seus dias na terra natal. Com outros governantes foram feitos acordos financeiros por eles aceitos a fim de evitar o massacre do seu povo. Entre estes estava o Príncipe Custódio Joaquim de Almeida de São João Batista de Ajudá que deixou sua terra na Costa da Mina em 1862 quando tinha 31 anos de idade.

Em 1876, a Grã-Bretanha terminou a ação que iniciara alguns anos antes, comprando a parte dos demais ocupantes, tornando, então, a Costa do Ouro inteiramente de propriedade dos ingleses, os quais também tiveram de entrar em acordo com os reis e príncipes negros que governavam o gentio.

A fortaleza contituía uma dependência da colónia portuguesa de São Tomé e Príncipe. Tendo sido invadida por forças do então Daomé (1961), o governo de Salazar ordenou ao último residente da praça que a incendiasse antes de a abandonar.

Bibliografia

António José Chrystêllo Tavares. São João Baptista de Ajudá face ao conflito Franco-Daomeano de 1892. Ancara: s.e., 1998.

Ver também:

Batuque

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