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Teatro Oficina: mudanças entre as edições

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{{minidesambig|companhia teatro homônima|Teatro Oficina Uzyna Uzona}}
{{Info/Patrimônio histórico
{{Info/Museu/Wikidata}}
|nome      = Teatro Oficina
O '''Teatro Oficina''' é um prédio tombado localizado na cidade de São Paulo e atual sede da companhia de teatro [[Teatro Oficina Uzyna Uzona]], liderada por [[José Celso Martinez Corrêa]], muito embora a companhia tenha tido outra sede, destruída durante um incêndio. No ano de 2015 o Teatro Oficina foi eleito, pelo jornal [[The Guardian]], como o melhor teatro do mundo na categoria [[projeto arquitetônico]].<ref>{{Citar periódico|ultimo=Moore|primeiro=Rowan|data=2015-12-11|titulo=The 10 best theatres|url=http://www.theguardian.com/artanddesign/2015/dec/11/the-10-best-theatres-architecture-epidaurus-radio-city-music-hall|jornal=The Guardian|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo=Projeto arquitetônico do Teat(r)o Oficina é melhor do mundo, diz jornal|url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/12/1718392-jornal-elege-teatro-oficina-como-melhor-do-mundo-confira-lista.shtml|jornal=Folha de S.Paulo}}</ref> O Teatro Oficina reuniu grandes artistas que passaram em seus palcos ao longo de suas décadas de existência, como [[Etty Fraser]], [[Maria Alice Vergueiro]] ([[Tapa na pantera]]), [[Leona Cavalli]].{{Carece de fontes|data=dezembro de 2017}}
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|legenda    = Sede do Teatro Oficina
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}}
O '''Teatro Oficina Uzyna Uzona''' é a sede da companhia de teatro homônima de [[São Paulo]], [[Brasil]], liderada por [[José Celso Martinez Corrêa]], o "Zé Celso", e que é a maior e mais longeva [[companhia de teatro]] em atividade permanente do Brasil. Fundada em 1958 como a Companhia Teatro Oficina, que veio a formar a atual '''Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona''', foi criada por Zé Celso Martinez Corrêa e outros estudantes da [[Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo|Faculdade de Direito]] da [[Universidade de São Paulo]], como [[Amir Haddad]] e [[Carlos Queiroz Telles]].<ref>Guerra, Marco Antonio. ''Carlos Queiroz Telles. História e Dramaturgia em Cena''. São Paulo: Anna Blume, 2004.</ref>
 
Desde sua profissionalização, em 1961, tem sua sede no bairro do [[Bixiga]], São Paulo. O prédio atual era a sede do antigo '''Teatro Novos Comediantes''', de uma companhia teatral mesmo nome.<ref name="Novos Comediantes">{{Citar web|titulo=Teatro Novos Comediantes|url=http://enciclopedia.itaucultural.org.br/instituicao338184/teatro-novos-comediantes|obra=Enciclopédia Itaú Cultural|acessodata=2019-04-12|lingua=pt-br|primeiro=Instituto Itaú|ultimo=Cultural}}</ref> Na década de 1960, o prédio foi adquirido pela companhia. No mesmo ano, no entanto, o teatro foi destruído por um incêndio e, posteriormente, remontagens de peças teatrais foram realizadas para levantar de fundos e reconstruir o prédio.<ref name="Não-nomeado-xXVn-1">{{Citar web|titulo=Teatro Novos Comediantes|url=http://www.itaucultural.org.br/ocupacao/ze-celso/lounge/?content_link=2|obra=Ocupação|acessodata=2019-04-12|lingua=pt-br|primeiro=Itaú|ultimo=Cultural}}</ref>
 
Dezenas de obras de grande importância na [[dramaturgia]] ocidental e do Brasil foram encenadas pelo Teatro Oficina por centenas de artistas que trabalharam na história da companhia. Atualmente, a companhia é dirigida por [[José Celso Martinez Corrêa]].<ref name=":0">{{Citar periódico |url=https://www.archdaily.com.br/br/778778/projeto-do-teatro-oficina-de-lina-bo-bardi-e-eleito-o-melhor-do-mundo-pelo-the-guardian |titulo=Projeto do Teatro Oficina de Lina Bo Bardi é eleito o melhor do mundo pelo The Guardian |data=2015-12-15 |jornal=ArchDaily Brasil}}</ref>
 
O famoso projeto arquitetônico, projetado em 1992 e inaugurado em 1994, tem a assinatura de [[Lina Bo Bardi]] e [[Edson Elito]]. Atualmente, o Teatro Oficina tem uma disputa com o [[Grupo Silvio Santos]], que pretende construir torres residenciais no terreno contíguo ao teatro, o que comprometeria irreversivelmente o projeto de Bo Bardi e Elito. Em 2015, o Teatro Oficina foi eleito pelo jornal ''[[The Guardian]]'' como o melhor teatro do mundo na categoria [[projeto arquitetônico]].<ref name="The Guardian">{{Citar periódico|ultimo=Moore|primeiro=Rowan|data=2015-12-11|titulo=The 10 best theatres|url=http://www.theguardian.com/artanddesign/2015/dec/11/the-10-best-theatres-architecture-epidaurus-radio-city-music-hall|jornal=The Guardian|lingua=en-GB|issn=0261-3077}}</ref><ref>{{Citar periódico|titulo=Projeto arquitetônico do Teat(r)o Oficina é melhor do mundo, diz jornal|url=http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2015/12/1718392-jornal-elege-teatro-oficina-como-melhor-do-mundo-confira-lista.shtml|jornal=Folha de S.Paulo}}</ref>


== Histórico ==
== Histórico ==
{{AP|Teatro Novos Comediantes}}
O prédio atual é resultado da reforma e estruturação do antigo [[Teatro Novos Comediantes]]. A reforma do Teatro Oficina foi projetada pela arquiteta ítalo-brasileira [[Lina Bo Bardi]] em conjunto com Edson Elito,  em 1991, e inaugurado no ano de 1993.<ref name=":0">{{Citar periódico|data=2015-12-15|titulo=Projeto do Teatro Oficina de Lina Bo Bardi é eleito o melhor do mundo pelo The Guardian|url=https://www.archdaily.com.br/br/778778/projeto-do-teatro-oficina-de-lina-bo-bardi-e-eleito-o-melhor-do-mundo-pelo-the-guardian|jornal=ArchDaily Brasil}}</ref><ref>{{Citar web|url=http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/arquitextos/16.188/5905|titulo=arquitextos 188.00 patrimônio histórico: Teatro oficina: patrimônio e teatro {{!}} vitruvius|acessodata=2017-11-26|obra=www.vitruvius.com.br|lingua=en}}</ref><ref>{{Citar livro|url=https://www.worldcat.org/oclc/44607508|título=Teatro Oficina = Oficina Theater : São Paulo, Brasil, 1980-1984|ultimo=1914-1992.|primeiro=Bardi, Lina Bo,|ultimo2=Martinez.|primeiro2=Correa, José Celso|data=1999|editora=Editorial Blau|local=Lisboa, Portugal|isbn=9728311478|oclc=44607508}}</ref>


O Teatro Oficina foi local de grande parte da experiência cênica internacional, que reuniu de [[Brecht]], [[Sartre]] ao [[Living Theatre]]. Foi neste lugar que foi lançado um importante manifesto da cultura brasileira, o [[Tropicalismo]], versão na década de sessenta do [[movimento antropofágico]] de [[Oswald de Andrade]]. Este influenciou músicos, poetas e outros artistas.{{Carece de fontes|data=dezembro de 2017}}
=== Fase amadora (1958-1961) ===
A Companhia Teatro Oficina nasce em 1958, no encontro de artistas no Centro Acadêmico 11 de Agosto da [[Faculdade de Direito do Largo de São Francisco]], em São Paulo; entre eles [[José Celso Martinez Corrêa]], [[Renato Borghi]], [[Etty Fraser]], [[Fauzi Arap]], Ronaldo Daniel e [[Amir Haddad]].<ref name="Histórico">{{citar web |url=http://enciclopedia.itaucultural.org.br/grupo112413/teatro-oficina |titulo=Teatro Oficina |editor=[[Itaú Cultural]] |data=10 de dezembro de 2017 |acessodata=30 de março de 2021}}</ref>
 
Em 1961, a companhia decide pela sua profissionalização e adquire o espaço que desde então é a sede do grupo, um edifício antigo onde funcionava um teatro [[Espiritismo|espírita]], o Teatro Novos Comediantes, na Rua Jaceguai.<ref name="Novos Comediantes"/> Ao chegarem na locação, constatam que o antigo proprietário tinha removido todo o mobiliário e já que não havia mais a estrutura de um teatro no local. Nesta circunstância surge a primeira contribuição conjunta de arquitetura com a Companhia, sob o projeto arquitetônico de [[Joaquim Guedes]]: um palco no meio, duas arquibancadas se defrontando.<ref name="Não-nomeado-xXVn-1"/>
 
=== Profissionalização e incêndio (1961-1973) ===
[[Imagem:Zé Celso em meio aos escombros do Teatro Novos Comediantes (1966).jpg|thumb|esquerda|upright|Zé Celso em meio aos escombros do Teatro Novos Comediantes em 1966.]]
São criadas a companhia profissional e a sala de espetáculos, com a encenação de "A Vida Impressa em Dólar", de [[Clifford Oddets]]. Foi feita uma reforma a partir de um projeto do arquiteto [[Joaquim Guedes]], que criou o teatro como um "sanduiche", com duas plateias frente a frente e separadas pelo palco central, que assim permaneceu durante essa primeira fase da companhia.<ref name="Histórico"/>
 
Em 1962, são levados à cena ''Um Bonde Chamado Desejo'', de [[Tennessee Williams]], e "Quatro Num Quarto", de [[Valentin Kataev]]. A peça ''Pequenos Burgueses'', de [[Máximo Gorki]], estreia em 1963. O grupo monta "Andorra", de [[Max Frisch]], em 1964, ano do [[golpe militar de 1964|golpe militar no Brasil]], e "Os Inimigos", de [[Máximo Gorki]], em 1966. No ano de 1966, o teatro que até então possuía formato de arena, com duas plateias opostas, teve seu espaço cênico transformado por nova reforma, após um incêndio que o destruiu completamente.<ref name="Histórico"/>
 
Em 1967, a apresentação de "[[O Rei da Vela]]", de [[Oswald de Andrade]], traz notoriedade ao teatro, lançando o [[tropicalismo]]. Na Europa, o espetáculo torna o grupo internacionalmente conhecido. As montagens de "Galileu Galilei", 1968, e "Na Selva das Cidades", 1969, ambas de [[Bertolt Brecht]], são o ápice do Oficina.<ref name="Histórico"/>
 
Em 1971, com o lançamento do filme ''[[Prata Palomares]]'', uma crise interna surge e a companhia se desfaz, ressurgindo posteriormente com outra equipe, mas ainda sob a liderança de José Celso e [[Renato Borghi]], que patrocinam a vinda do grupo experimental estadunidense [[The Living Theatre]].Com a apresentação da obra de criação coletiva "Gracias, Señor", surge o Oficina Usyna Uzona. A encenação seguinte é uma recriação autobiográfica de "[[As Três Irmãs]]", de [[Anton Tchekhov]], 1972.<ref name="Histórico"/>
 
=== Exílio de Zé Celso e ressurgimento ===
[[Imagem:PINT5709 (26253706935).jpg|thumb|[[José Celso Martinez Correa]] e parte da companhia.]]
[[Imagem:Stk 001966 (11015758316).jpg|thumb|[[Eduardo Gudin]] se apresenta no evento 'El Grande Conserto' no Teatro Oficina, março de 2013]]
 
Em 1974, José Celso é detido e exilado pela [[ditadura militar brasileira]]. Ele vai morar em [[Portugal]] e retorna ao Brasil em 1979.<ref name="Histórico"/> Em 1983, o prédio foi tombado pelo [[Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico]] (Condephaat), por sua importância histórica ao [[teatro brasileiro]].<ref name="Condephaat"/> Em 1984, o local passa a ser oficialmente chamado de Teatro Oficina Uzyna Uzona.<ref name="Histórico"/>
 
O prédio passa por um novo processo de reforma com base em um projeto criado pela arquiteta ítalo-brasileira [[Lina Bo Bardi]], em parceria com o arquiteto [[Edson Elito]]. Com a ideia central de aproximar a rua do espaço cênico, o teatro desenvolve-se através de uma faixa de pranchas de madeira com cerca de 1,5 metro de largura e 50 metros de comprimento entre o acesso frontal e dos fundos. A obra é concluída em 1994.<ref name="archdaily"/><ref name="Histórico"/> Em 2015, o jornal britânico ''[[The Guardian]]'' considerou o [[projeto arquitetônico]] do teatro como o "melhor do mundo" em sua categoria.<ref name="The Guardian"/>
 
A companhia volta chamar a atenção pública com a montagem "[[Hamlet|Ham-let]]", de [[Shakespeare]], em 1993, que reinaugura o novo edifício do teatro.<ref name="archdaily">{{citar web |url=https://www.archdaily.com.br/br/878324/classicos-da-arquitetura-teatro-oficina-lina-bo-bardi-e-edson-elito |editor=archdaily |autor=Matheus Pereira |titulo=Clássicos da Arquitetura: Teatro Oficina / Lina Bo Bardi e Edson Elito|acessodata=30 de março de 2021}}</ref> Em 1996, a adaptação de "As Bacantes", de [[Eurípides]], e, 1998, a encenação da peça "[[Cacilda!]]", do próprio José Celso, também têm boa repercussão. Entre 2002 e 2006, Zé Celso realiza a montagem da obra "[[Os Sertões]]", de [[Euclides da Cunha]].<ref name="Histórico"/>
 
=== Conflito com o Grupo Silvio Santos ===
{{AP|Grupo Silvio Santos}}
[[Imagem:Reunião no SBT- Teatro Oficina, Zé Celso, Sílvio Santos, Suplicy e Dória (parte 03).webm|thumb|Vídeo da reunião entre [[Zé Celso]], [[Silvio Santos]], [[Eduardo Suplicy]] e [[João Doria]], então prefeito de [[São Paulo]].]]
Em 4 de dezembro de 2018, o [[Ministério Público Federal]] (MPF) em [[São Paulo]] realizou uma reunião para resolver um impasse entre José Celso e o [[Grupo Silvio Santos]], que pretende construir prédios de até 100 metros de altura região, no [[Zona Central de São Paulo|Centro de São Paulo]], o que prejudicaria a construção do teatro, que é tombado desde 2010 pelo patrimônio histórico nas esferas federal, estadual e municipal. Após a reunião, em que não houve consenso entre as partes, o MPF decidiu que ingressará com uma ação na Justiça buscando a preservação do patrimônio cultural. Para os representantes do diretor do teatro, o empreendimento não respeitaria a preservação do patrimônio tombado, tanto do edifício, quanto do bem imaterial a ser preservado.<ref name="Teatro Oficina">{{citar web |url=https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2018/12/05/reuniao-acaba-sem-acordo-sobre-briga-de-silvio-santos-com-teatro-oficina.ghtml |titulo=Reunião acaba sem acordo em impasse de Silvio Santos com Teatro Oficina |editor=G1 |data=5 de dezembro de 2018 |acessodata=24 de novembro de 2019}}</ref>
 
Em maio de 2018, o [[Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional]] (Iphan), deu parecer favorável para a construção dos prédios residenciais de. Segundo o Iphan, o processo atende às normas relativas ao processo de tombamento e o parecer favorável refere-se "estritamente ao que se refere às delimitações de suas áreas de entorno e de tombamento". No caso do Teatro Oficina, que possui uma fachada com janela de vidro, a área que o Iphan impede a construção é definida por um cone visual com abertura de 45º a partir de cada lado da janela. Nesta área, nenhuma obra pode ser construída em uma faixa de 20 metros a partir da lateral oeste do teatro.<ref name="Teatro Oficina"/>


=== Incêndio ===
A discussão por autorização para realizar construções ao redor do teatro oficina se arrasta há anos e [[Silvio Santos]] também realizou pedidos ao [[Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo]] (Conpresp) e no Condephaat, que avaliam a questão.<ref name="Teatro Oficina"/> Em dezembro de 2019, o Conpresp aprovou o projeto das torres de Silvio Santos ao lado do Teatro Oficina.<ref>{{citar web |url=https://www1.folha.uol.com.br/colunas/monicabergamo/2018/12/conpresp-aprova-projeto-de-torres-de-silvio-santos-ao-lado-do-teatro-oficina.shtml |titulo=Conpresp aprova projeto de torres de Silvio Santos ao lado do Teatro Oficina |editor=[[Folha de S.Paulo]] |acessodata=24 de novembro de 2019 |autor=[[Mônica Bergamo]]|data=18 de dezembro de 2018}}</ref>
Houve um incêndio no Teatro Oficina, em [[31 de maio]] de [[1966]]. Depois desse episódio o espaço cênico mudou. Antes era chamado de ''Sanduíche'', um palco, com plateia de um lado e do outro. Depois torna-se um [[palco italiano]], com  uma  roda  giratória  grande. [[O Rei da Vela]] foi o primeiro espetáculo que estreou no novo espaço (Balbi, Marilia. Depoimento: ''Fernando Peixoto: Em Cena Aberta)''. Onde a o palco giratório desempenhou um grande papel na encenação. Seu formato foi finalmente transformado na década de [[1990]] onde foi transformado em um espaço passagem, como se fosse uma rua com a plateia dos dois lados, em duas fileiras de cadeiras, em andares.{{Carece de fontes|data=dezembro de 2017}}


=== Nova sede ===
Em fevereiro de 2020, o projeto de lei 805/2017, que determinava a implementação do "Parque Bixiga" no local onde as torres residenciais seriam erguidas, foi aprovado por unanimidade em segunda votação na [[Câmara Municipal de São Paulo]].<ref>{{citar web |url=https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/02/12/apos-40-anos-de-disputa-por-terreno-projeto-de-criacao-do-parque-bixiga-e-aprovado-em-segunda-votacao-na-camara-de-sp.ghtml |titulo=Após 40 anos de disputa por terreno, projeto de criação do Parque Bixiga é aprovado em segunda votação na Câmara de SP |editor=[[G1]]|autor=Bárbara Muniz Vieira |data=12 de fevereiro de 2020 |acessodata=30 de março de 2021}}</ref> Em março do mesmo ano, no entanto, o então prefeito em exercício da cidade, [[Eduardo Tuma]], vetou o projeto ao citar questões legais e financeiras.<ref>{{citar web |url=https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2020/03/14/prefeito-em-exercicio-tuma-veta-criacao-do-parque-bixiga.ghtml |titulo=Prefeito em exercício, Tuma veta criação do Parque Bixiga |editor=[[G1]] |data=14 de março de 2020 |acessodata=30 de março de 2021}}</ref>
Este novo Oficina foi tombado pelo [[Condephaat]] em [[1982]], e foi projetado pela arquiteta [[Lina Bo Bardi]], [[italia]]na radicada [[brasil]]eira, transformando-o em um teatro-pista, com parede de vidro em um dos lados, teto retrátil, sendo sua arquitetura vencedora da Bienal de Praga em [[1999]]. A mesma arquiteta desenhou dois edifícios emblemáticos na cidade de [[São Paulo (estado)|São Paulo]]. O famoso prédio do MASP - [[Museu de Arte de São Paulo]], um edifício que parece flutuar no ar, devido seu imenso vão livre e o [[SESC Pompeia|SESC Fábrica da Pompéia]], onde buracos nas paredes nos andares superiores, e passarelas interligando andares, tentam amenizar qualquer sensação de claustrofobia que um edifício numa cidade como São Paulo pode causar.{{Carece de fontes|data=dezembro de 2017}}


== Notas ==
{{referências}}
* [http://livraria.imprensaoficial.com.br/media/ebooks/12.0.813.218.pdf  Balbi, Marilia. Depoimento: ''Fernando Peixoto: Em Cena Aberta''. Imprensa Oficial São Paulo cópia gratuita]


{{referências|col=2}}
== Bibliografia ==
{{dividir em colunas}}
{{refbegin}}
*BRANDÃO, Tania. Oficina: o trabalho da crise. In: MONOGRAFIAS 1979. Rio de Janeiro: Inacen, 1979. p. 11-62.
*CORRÊA, José Celso Martinez; STAAL, Ana Helena Camargo de (Org.). Zé Celso Martinez Corrêa: primeiro ato: cadernos, depoimentos, entrevistas 1958-1974. São Paulo: Editora 34, 1998.
*DYONISOS. Rio de Janeiro, n. 26, 1982. Número especial sobre Teatro Oficina. Organização Fernando Peixoto.
*LIMA, Mariangela Alves de. Eu sou índio. In: O NACIONAL e o popular na cultura brasileira: seminários - teatro. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 163-171.
*MOSTAÇO, Edelcio. Teatro e política: Arena, Oficina e Opinião. São Paulo: Proposta Editorial, 1982.
*NANDI, Ítala. Oficina: onde a arte não dormia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
*SILVA, Armando Sérgio. Oficina: do teatro ao te-ato. São Paulo: Perspectiva: 1982.
{{refend}}
{{dividir em colunas fim}}


==Ligações externas==
==Ligações externas==
*[http://www.teatroficina.com.br Página oficial]
{{commonscat|Teatro Oficina}}
*[http://www2.uol.com.br/teatroficina/velhosite/oficina/oficina.htm| Antigo Site Oficial]
*{{oficial|https://teatroficina.com/}}
*[http://www2.uol.com.br/teatroficina/novosite/sertoes/berlim/berlim06.htm Teatro Oficina em Berlim]
*{{facebook|uzynauzona}}
*{{twitter|teatroficina}}
*{{instagram|oficinauzynauzona}}
*{{YouTube|canal=UCadViR3gaHOUdGMoFYxfJAw}}


{{Esboço-teatro}}
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{{Portal3|Arquitetura e Urbanismo|Teatro|Brasil|São Paulo}}


[[Categoria:Teatros da cidade de São Paulo|Oficina]]
[[Categoria:Teatros da cidade de São Paulo|Oficina]]
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[[Categoria:Patrimônio tombado pelo CONDEPHAAT]]
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Edição atual tal como às 12h44min de 22 de agosto de 2022

Predefinição:Info/Patrimônio histórico O Teatro Oficina Uzyna Uzona é a sede da companhia de teatro homônima de São Paulo, Brasil, liderada por José Celso Martinez Corrêa, o "Zé Celso", e que é a maior e mais longeva companhia de teatro em atividade permanente do Brasil. Fundada em 1958 como a Companhia Teatro Oficina, que veio a formar a atual Associação Teatro Oficina Uzyna Uzona, foi criada por Zé Celso Martinez Corrêa e outros estudantes da Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, como Amir Haddad e Carlos Queiroz Telles.[1]

Desde sua profissionalização, em 1961, tem sua sede no bairro do Bixiga, São Paulo. O prédio atual era a sede do antigo Teatro Novos Comediantes, de uma companhia teatral mesmo nome.[2] Na década de 1960, o prédio foi adquirido pela companhia. No mesmo ano, no entanto, o teatro foi destruído por um incêndio e, posteriormente, remontagens de peças teatrais foram realizadas para levantar de fundos e reconstruir o prédio.[3]

Dezenas de obras de grande importância na dramaturgia ocidental e do Brasil foram encenadas pelo Teatro Oficina por centenas de artistas que trabalharam na história da companhia. Atualmente, a companhia é dirigida por José Celso Martinez Corrêa.[4]

O famoso projeto arquitetônico, projetado em 1992 e inaugurado em 1994, tem a assinatura de Lina Bo Bardi e Edson Elito. Atualmente, o Teatro Oficina tem uma disputa com o Grupo Silvio Santos, que pretende construir torres residenciais no terreno contíguo ao teatro, o que comprometeria irreversivelmente o projeto de Bo Bardi e Elito. Em 2015, o Teatro Oficina foi eleito pelo jornal The Guardian como o melhor teatro do mundo na categoria projeto arquitetônico.[5][6]

Histórico

Fase amadora (1958-1961)

A Companhia Teatro Oficina nasce em 1958, no encontro de artistas no Centro Acadêmico 11 de Agosto da Faculdade de Direito do Largo de São Francisco, em São Paulo; entre eles José Celso Martinez Corrêa, Renato Borghi, Etty Fraser, Fauzi Arap, Ronaldo Daniel e Amir Haddad.[7]

Em 1961, a companhia decide pela sua profissionalização e adquire o espaço que desde então é a sede do grupo, um edifício antigo onde funcionava um teatro espírita, o Teatro Novos Comediantes, na Rua Jaceguai.[2] Ao chegarem na locação, constatam que o antigo proprietário tinha removido todo o mobiliário e já que não havia mais a estrutura de um teatro no local. Nesta circunstância surge a primeira contribuição conjunta de arquitetura com a Companhia, sob o projeto arquitetônico de Joaquim Guedes: um palco no meio, duas arquibancadas se defrontando.[3]

Profissionalização e incêndio (1961-1973)

Zé Celso em meio aos escombros do Teatro Novos Comediantes em 1966.

São criadas a companhia profissional e a sala de espetáculos, com a encenação de "A Vida Impressa em Dólar", de Clifford Oddets. Foi feita uma reforma a partir de um projeto do arquiteto Joaquim Guedes, que criou o teatro como um "sanduiche", com duas plateias frente a frente e separadas pelo palco central, que assim permaneceu durante essa primeira fase da companhia.[7]

Em 1962, são levados à cena Um Bonde Chamado Desejo, de Tennessee Williams, e "Quatro Num Quarto", de Valentin Kataev. A peça Pequenos Burgueses, de Máximo Gorki, estreia em 1963. O grupo monta "Andorra", de Max Frisch, em 1964, ano do golpe militar no Brasil, e "Os Inimigos", de Máximo Gorki, em 1966. No ano de 1966, o teatro que até então possuía formato de arena, com duas plateias opostas, teve seu espaço cênico transformado por nova reforma, após um incêndio que o destruiu completamente.[7]

Em 1967, a apresentação de "O Rei da Vela", de Oswald de Andrade, traz notoriedade ao teatro, lançando o tropicalismo. Na Europa, o espetáculo torna o grupo internacionalmente conhecido. As montagens de "Galileu Galilei", 1968, e "Na Selva das Cidades", 1969, ambas de Bertolt Brecht, são o ápice do Oficina.[7]

Em 1971, com o lançamento do filme Prata Palomares, uma crise interna surge e a companhia se desfaz, ressurgindo posteriormente com outra equipe, mas ainda sob a liderança de José Celso e Renato Borghi, que patrocinam a vinda do grupo experimental estadunidense The Living Theatre.Com a apresentação da obra de criação coletiva "Gracias, Señor", surge o Oficina Usyna Uzona. A encenação seguinte é uma recriação autobiográfica de "As Três Irmãs", de Anton Tchekhov, 1972.[7]

Exílio de Zé Celso e ressurgimento

José Celso Martinez Correa e parte da companhia.
Eduardo Gudin se apresenta no evento 'El Grande Conserto' no Teatro Oficina, março de 2013

Em 1974, José Celso é detido e exilado pela ditadura militar brasileira. Ele vai morar em Portugal e retorna ao Brasil em 1979.[7] Em 1983, o prédio foi tombado pelo Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico (Condephaat), por sua importância histórica ao teatro brasileiro.[8] Em 1984, o local passa a ser oficialmente chamado de Teatro Oficina Uzyna Uzona.[7]

O prédio passa por um novo processo de reforma com base em um projeto criado pela arquiteta ítalo-brasileira Lina Bo Bardi, em parceria com o arquiteto Edson Elito. Com a ideia central de aproximar a rua do espaço cênico, o teatro desenvolve-se através de uma faixa de pranchas de madeira com cerca de 1,5 metro de largura e 50 metros de comprimento entre o acesso frontal e dos fundos. A obra é concluída em 1994.[9][7] Em 2015, o jornal britânico The Guardian considerou o projeto arquitetônico do teatro como o "melhor do mundo" em sua categoria.[5]

A companhia volta chamar a atenção pública com a montagem "Ham-let", de Shakespeare, em 1993, que reinaugura o novo edifício do teatro.[9] Em 1996, a adaptação de "As Bacantes", de Eurípides, e, 1998, a encenação da peça "Cacilda!", do próprio José Celso, também têm boa repercussão. Entre 2002 e 2006, Zé Celso realiza a montagem da obra "Os Sertões", de Euclides da Cunha.[7]

Conflito com o Grupo Silvio Santos

Ver artigo principal: Grupo Silvio Santos

Arquivo:Reunião no SBT- Teatro Oficina, Zé Celso, Sílvio Santos, Suplicy e Dória (parte 03).webm Em 4 de dezembro de 2018, o Ministério Público Federal (MPF) em São Paulo realizou uma reunião para resolver um impasse entre José Celso e o Grupo Silvio Santos, que pretende construir prédios de até 100 metros de altura região, no Centro de São Paulo, o que prejudicaria a construção do teatro, que é tombado desde 2010 pelo patrimônio histórico nas esferas federal, estadual e municipal. Após a reunião, em que não houve consenso entre as partes, o MPF decidiu que ingressará com uma ação na Justiça buscando a preservação do patrimônio cultural. Para os representantes do diretor do teatro, o empreendimento não respeitaria a preservação do patrimônio tombado, tanto do edifício, quanto do bem imaterial a ser preservado.[10]

Em maio de 2018, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), deu parecer favorável para a construção dos prédios residenciais de. Segundo o Iphan, o processo atende às normas relativas ao processo de tombamento e o parecer favorável refere-se "estritamente ao que se refere às delimitações de suas áreas de entorno e de tombamento". No caso do Teatro Oficina, que possui uma fachada com janela de vidro, a área que o Iphan impede a construção é definida por um cone visual com abertura de 45º a partir de cada lado da janela. Nesta área, nenhuma obra pode ser construída em uma faixa de 20 metros a partir da lateral oeste do teatro.[10]

A discussão por autorização para realizar construções ao redor do teatro oficina se arrasta há anos e Silvio Santos também realizou pedidos ao Conselho Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico, Cultural e Ambiental da Cidade de São Paulo (Conpresp) e no Condephaat, que avaliam a questão.[10] Em dezembro de 2019, o Conpresp aprovou o projeto das torres de Silvio Santos ao lado do Teatro Oficina.[11]

Em fevereiro de 2020, o projeto de lei 805/2017, que determinava a implementação do "Parque Bixiga" no local onde as torres residenciais seriam erguidas, foi aprovado por unanimidade em segunda votação na Câmara Municipal de São Paulo.[12] Em março do mesmo ano, no entanto, o então prefeito em exercício da cidade, Eduardo Tuma, vetou o projeto ao citar questões legais e financeiras.[13]

Referências

  1. Guerra, Marco Antonio. Carlos Queiroz Telles. História e Dramaturgia em Cena. São Paulo: Anna Blume, 2004.
  2. 2,0 2,1 Cultural, Instituto Itaú. «Teatro Novos Comediantes». Enciclopédia Itaú Cultural (em português). Consultado em 12 de abril de 2019 
  3. 3,0 3,1 Cultural, Itaú. «Teatro Novos Comediantes». Ocupação (em português). Consultado em 12 de abril de 2019 
  4. «Projeto do Teatro Oficina de Lina Bo Bardi é eleito o melhor do mundo pelo The Guardian». ArchDaily Brasil. 15 de dezembro de 2015 
  5. 5,0 5,1 Moore, Rowan (11 de dezembro de 2015). «The 10 best theatres». The Guardian (em English). ISSN 0261-3077 
  6. «Projeto arquitetônico do Teat(r)o Oficina é melhor do mundo, diz jornal». Folha de S.Paulo 
  7. 7,0 7,1 7,2 7,3 7,4 7,5 7,6 7,7 7,8 Itaú Cultural, ed. (10 de dezembro de 2017). «Teatro Oficina». Consultado em 30 de março de 2021 
  8. Erro de citação: Marca <ref> inválida; não foi fornecido texto para as refs chamadas Condephaat
  9. 9,0 9,1 Matheus Pereira. archdaily, ed. «Clássicos da Arquitetura: Teatro Oficina / Lina Bo Bardi e Edson Elito». Consultado em 30 de março de 2021 
  10. 10,0 10,1 10,2 G1, ed. (5 de dezembro de 2018). «Reunião acaba sem acordo em impasse de Silvio Santos com Teatro Oficina». Consultado em 24 de novembro de 2019 
  11. Mônica Bergamo (18 de dezembro de 2018). Folha de S.Paulo, ed. «Conpresp aprova projeto de torres de Silvio Santos ao lado do Teatro Oficina». Consultado em 24 de novembro de 2019 
  12. Bárbara Muniz Vieira (12 de fevereiro de 2020). G1, ed. «Após 40 anos de disputa por terreno, projeto de criação do Parque Bixiga é aprovado em segunda votação na Câmara de SP». Consultado em 30 de março de 2021 
  13. G1, ed. (14 de março de 2020). «Prefeito em exercício, Tuma veta criação do Parque Bixiga». Consultado em 30 de março de 2021 

Bibliografia

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  • BRANDÃO, Tania. Oficina: o trabalho da crise. In: MONOGRAFIAS 1979. Rio de Janeiro: Inacen, 1979. p. 11-62.
  • CORRÊA, José Celso Martinez; STAAL, Ana Helena Camargo de (Org.). Zé Celso Martinez Corrêa: primeiro ato: cadernos, depoimentos, entrevistas 1958-1974. São Paulo: Editora 34, 1998.
  • DYONISOS. Rio de Janeiro, n. 26, 1982. Número especial sobre Teatro Oficina. Organização Fernando Peixoto.
  • LIMA, Mariangela Alves de. Eu sou índio. In: O NACIONAL e o popular na cultura brasileira: seminários - teatro. São Paulo: Brasiliense, 1983. p. 163-171.
  • MOSTAÇO, Edelcio. Teatro e política: Arena, Oficina e Opinião. São Paulo: Proposta Editorial, 1982.
  • NANDI, Ítala. Oficina: onde a arte não dormia. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1989.
  • SILVA, Armando Sérgio. Oficina: do teatro ao te-ato. São Paulo: Perspectiva: 1982.

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Ligações externas

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