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Leni Riefenstahl: mudanças entre as edições

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'''Helene Bertha Amalie "Leni" Riefenstahl''' ([[Berlim]], [[22 de agosto]] de [[1902]] — [[Pöcking]], [[8 de setembro]] de [[2003]]) foi uma [[Diretor de cinema|cineasta]] [[Alemães|alemã]], representante dos ideais da [[estética nazista]]. Suas obras mais famosas são os filmes de [[propaganda]] que ela realizou para o [[Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães|Partido Nazista]] alemão. Submetida ao [[ostracismo]] pela [[indústria cinematográfica]] após a guerra, ela se tornou uma [[Fotografia|fotógrafa]] e [[Mergulho|mergulhadora]].
'''Helene Bertha Amalie "Leni" Riefenstahl''' &mdash; ([[Berlim]], [[22 de agosto]] de [[1902]] — [[Pöcking]], [[8 de setembro]] de [[2003]]) foi uma [[cineasta]] [[Alemanha|alemã]] da era [[Nazismo|nazista]], renomada por sua [[estética]]. Suas obras mais famosas são os filmes de [[propaganda]] que ela realizou para o [[Partido Nazista]] alemão. Submetida ao [[ostracismo]] na [[indústria cinematográfica]] após a guerra, ela se tornou uma [[Fotografia|fotógrafa]] e [[Mergulho|mergulhadora]].


==Biografia==
==Biografia==
Nascida em [[Berlim]], na [[Alemanha]], Leni iniciou sua carreira como [[dançarina]]. Numa [[entrevista]] em 2002 ela lembrou que dançar era o que a fazia realmente feliz. Quando teve de parar, ainda jovem, por causa de uma lesão no [[joelho]], ela assistiu a um [[filme]] no [[cinema]]. Leni ficou impressionada com as possibilidades do [[Mídia|meio]] e entrou em contato com um [[diretor]] para pedir um papel em um filme. A partir de então, ela estrelou vários [[filmes de montanha]], filmando em externas na [[neve]] com pouca roupa, escalando montanhas íngremes descalça. Quando lhe ofereceram a oportunidade de dirigir ''A Luz Azul'', ela aceitou. Seu interesse, a princípio, estava em filmes de [[ficção]].
===Infância e juventude===
Leni nasceu em [[Berlim]], em 1902. Seu pai era Alfred Theodor Paul Riefenstahl,<ref name=Trimborn>{{citar livro | título=Leni Riefenstahl: A Life | sobrenome=Trimborn| nome=Jürgen |editora=Farrar, Straus and Giroux |ano=2007 |isbn=9781466821644 }}</ref> dono de uma empresa famosa de calefação. Alfred queria que sua filha o seguisse na carreira na empresa, mas não teve sucesso.<ref name=Salkeld>{{citar livro |sobrenome= Salkeld | nome= Audrey |título= A Portrait Of Leni Riefenstahl | ano= 2011 | editora=Random House | isbn = 978-1446475270}}</ref> Leni foi filha única por muitos anos, portanto seu pai queria que ela assumisse a fortuna e os negócios da família. Sua mãe, Bertha Ida, acreditava que o futuro da filha era no ''show business''. Leni tinha um irmão mais novo, Heinz, que morreu aos 39 anos de idade no [[Frente Oriental (Segunda Guerra Mundial)|front oriental]] durante a [[Segunda Guerra Mundial]], no conflito contra a [[União Soviética]].<ref name=Trimborn/><ref name=Rother/>


[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-2004-0312-503, Nürnberg, Reichsparteitag, Marsch der Wehrmacht.jpg|thumb|250px|left|[[Convenção]] do partido nazista alemão em 1934, filmado por Riefenstahl]]
Leni começou a estudar pintura e poesia ainda aos quatro anos de idade. Era bastante atlética, tendo praticado [[ginástica olímpica]] e [[natação]]. Enquanto sua mãe lhe dava todo o apoio nas artes, seu pai não tinha interesse nas inclinações artísticas da filha.<ref name=Salkeld/> Em 1918, aos 16 anos, Leni assistiu à uma apresentação de A [[Branca de Neve]], o que teria lhe influenciado profundamente, a ponto de querer se tornar bailarina. Seu pai, porém, queria que a filha tivesse uma educação voltada para algum emprego sério. Sem o conhecimento do marido, sua mãe a matriculou em aulas de balé clássico na Escola de Dança Grimm-Reiter, em Berlim, e logo se tornaria uma estrela da companhia.<ref name=Trimborn/><ref name=Rother/>
De acordo com algumas fontes, Leni ouviu [[Adolf Hitler]] discursar num [[comício]] em [[1932]] e ofereceu a ele seus serviços como [[cineasta]], porque teria ficado fascinada pelas habilidades [[oratória]]s do líder. Já outras, como a própria diretora, afirmam que ela é que foi procurada por Hitler, depois que este assistiu e adorou o filme ''A Luz Azul''. De todo modo, já em [[1933]] ela dirigiu um [[curta-metragem]] sobre um comício do Partido [[Nazismo|Nazista]]. Hitler, então, pediu a Leni que filmasse a [[convenção]] anual do Partido em [[Nurembergue]] em [[1934]]. A princípio, ela se recusou, sugerindo que Hitler contratasse [[Walter Ruttmann]] para dirigi-lo em seu lugar. Mais tarde, Leni Riefenstahl voltou atrás e realizou ''[[O Triunfo da Vontade]]'', um [[documentário]] considerado por muitos como uma das melhores obras de [[cinema]] já produzidas. Ela prosseguiu, realizando um filme sobre a [[Wehrmacht]] (exército alemão), intitulado ''O Dia da Liberdade''.


[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-1988-106-29, Leni Riefenstahl bei Dreharbeiten.jpg|thumb|250px|right|Leni Riefenstahl filmando em 1936.]]
===Carreira no cinema===
Em [[1936]], Leni Riefenstahl qualificou-se para representar a Alemanha no [[rali]] de [[esqui]] nos [[Jogos Olímpicos de Verão de 1936|Jogos Olímpicos de 1936]], mas, em vez disso, preferiu filmar o evento. O material captado virou o filme ''[[Olympia (filme)|Olympia]]'', celebrado por suas inovações técnicas e estéticas até hoje influentes em toda a cobertura esportiva da [[televisão]]. Sendo que o [[esporte]] como conhecemos hoje, nasceu e se glorificou na Alemanha nazista, o primeiro país do mundo a popularizar o esporte nas camadas mais pobres até as mais ricas.
{{AP|vt=s|Cinema na Alemanha Nazista|Arte na Alemanha Nazista}}
Em uma [[entrevista]] em 2002 ela lembrou que dançar era o que a fazia realmente feliz. Quando teve de parar, ainda jovem, por causa de uma lesão no [[joelho]], Leni assistiu a um [[filme]] no [[cinema]] e ficou impressionada com as possibilidades do meio, entrando em contato com um diretor para pedir um papel em um filme. A partir de então, ela estrelou vários filmes de montanha, filmando em externas na [[neve]] com pouca roupa, escalando montanhas íngremes descalça. Quando lhe ofereceram a oportunidade de dirigir ''A Luz Azul'', ela aceitou. Seu interesse, a princípio, estava em filmes de [[ficção]].<ref name=Trimborn/><ref name=Rother/>
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-2004-0312-503, Nürnberg, Reichsparteitag, Marsch der Wehrmacht.jpg|thumb|250px|left|Convenção do partido nazista alemão em 1934, filmado por Riefenstahl.]]
De acordo com algumas fontes, Leni ouviu [[Adolf Hitler]] discursar num [[comício]] em 1932 e ofereceu a ele seus serviços como cineasta, porque teria ficado fascinada pelas habilidades [[oratória]]s do líder. Já outras, como a própria diretora, afirmam que ela é que foi procurada por Hitler, depois que este assistiu e adorou o filme ''A Luz Azul''. De todo modo, já em 1933 ela dirigiu um [[curta-metragem]] sobre um comício do Partido Nazista. Hitler, então, pediu a Leni que filmasse a convenção anual do Partido em [[Nuremberga|Nurembergue]] em 1934. A princípio, ela se recusou, sugerindo que Hitler contratasse [[Walter Ruttmann]] para dirigi-lo em seu lugar. Mais tarde, Leni Riefenstahl voltou atrás e realizou ''[[Triumph des Willens|O Triunfo da Vontade]]'', um [[documentário]]. Ela prosseguiu, realizando um filme sobre a [[Wehrmacht]] (exército alemão), intitulado ''O Dia da Liberdade''.<ref name=Salkeld/><ref name=ushmm/><ref name="Infield">{{citar livro|título=Leni Riefenstahl: the Fallen Film Goddess|sobrenome=Infield|nome=Glenn|editora=Thomas Y. Crowell Co.|ano=1976|isbn=978-0690011678}}</ref>


Após a [[Segunda Guerra Mundial]], ela passou quatro anos presa num [[campo de concentração]] [[França|francês]]. Foi acusada de usar [[prisioneiro]]s nos sets de filmagens, mas tais acusações nunca foram provadas em [[tribunal]]. Ao final do julgamento, sem conseguir encontrar nenhuma imputabilidade no apoio de Leni aos nazistas, o tribunal considerou-a apenas "simpatizante". Em entrevistas posteriores, Leni Riefenstahl insistiu que tinha sido fascinada pelos nazistas, mas que era politicamente ingênua e ignorava as [[falha]]s cometidas na guerra; uma posição que vários de seus [[crítico]]s consideram ridícula.
Em [[1936]], Leni Riefenstahl qualificou-se para representar a Alemanha no [[rali]] de [[esqui]] nos [[Jogos Olímpicos de Verão de 1936|Jogos Olímpicos de 1936]], mas, em vez disso, preferiu filmar o evento. O material captado virou o filme ''[[Olympia (filme de 1938)|Olympia]]'', celebrado por suas inovações técnicas e estéticas até hoje influentes em toda a cobertura esportiva da [[Televisor|televisão]].<ref name=ushmm/><ref name=Infield/>


Leni tentou produzir outros filmes no pós-guerra, mas cada tentativa foi boicotada por resistências, protestos e duras críticas. O [[boicote]] impediu Leni de financiar suas produções. Os poucos filmes que conseguiu realizar foram curtas e bancados pessoalmente, e novamente, obras de grande engenhosidade. Após isto, ela se tornou [[Fotografia|fotógrafa]]. Leni se interessou pela [[tribo]] [[Nuba]] do [[Sudão]] e publicou dois [[livro]]s com [[foto]]s dos guerreiros da tribo em [[1974]] e [[1976]]. Ela sobreviveu a uma queda de [[helicóptero]] no Sudão em [[2000]].
===Pós Segunda Guerra===
 
[[Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-1988-106-29, Leni Riefenstahl bei Dreharbeiten.jpg|thumb|250px|right|Leni Riefenstahl filmando em 1936.]]
Perto dos seus 80 anos, Leni Riefenstahl começou a praticar [[fotografia submarina]]. Ela lançou um novo filme, intitulado ''Impressionen unter Wasser'' (''Impressões Subaquáticas''), um documentário da vida sob os mares, no seu centésimo aniversário [[22 de agosto]] de [[2002]].
Após a [[Segunda Guerra Mundial]], ela passou quatro anos presa num [[campo de concentração]] [[França|francês]]. Foi acusada de usar [[Prisão|prisioneiros]] nos sets de filmagens, mas tais acusações nunca foram provadas em [[tribunal]]. Ao final do julgamento, sem conseguir encontrar nenhuma imputabilidade no apoio de Leni aos nazistas, o tribunal considerou-a apenas "simpatizante". Em entrevistas posteriores, Leni Riefenstahl insistiu que tinha sido fascinada pelos nazistas, mas que era politicamente ingênua e ignorava as falhas cometidas na guerra; uma posição que vários de seus críticos consideram ridícula.<ref name=ushmm/>


A despeito de seus polêmicos filmes de propaganda, Leni Riefenstahl é renomada na [[História do Cinema]] por ter desenvolvido novas estéticas em seus filmes, especialmente em relação a ângulos de câmera, [[enquadramento]]s, movimentos de massas e [[nu]]s. Ainda que a propaganda em seus filmes provoque rejeição por várias pessoas, a sua estética é indubitavelmente singular e é citada por vários outros cineastas.
Leni tentou produzir outros filmes no pós-guerra, mas cada tentativa foi boicotada por resistências, protestos e duras críticas. O [[boicote]] impediu Leni de financiar suas produções. Os poucos filmes que conseguiu realizar foram curtas e bancados pessoalmente, e novamente, obras de grande engenhosidade. Após isto, ela se tornou [[Fotografia|fotógrafa]]. Leni se interessou pela [[tribo]] [[Nuba]] do [[Sudão]] e publicou dois [[livro]]s com fotos dos guerreiros da tribo em 1974 e 1976. Ela sobreviveu a uma queda de [[helicóptero]] no Sudão em 2000.<ref name=ushmm/><ref name=Rother>{{citar livro |sobrenome= Rother | nome= Rainer | título= Leni Riefenstahl: The Seduction of Genius | ano= 2003 | editora=A&C Black | isbn = 978-0826470232}}</ref>


Em outubro de 2002, quando Leni tinha 100 anos, autoridades alemãs decidiram arquivar o [[inquérito policial|inquérito]] contra ela por afirmar corretamente no passado que "todos e cada um" dos [[cigano]]s que foram recrutados em um [[campo de concentração]] para aparecer em seu filme ''Tiefland'' tinham sobrevivido à guerra.
===Últimos anos===
[[Imagem:WP Leni Riefenstahl Grabstelle.jpg|200px|miniatura|esquerda|Sepultura no [[Waldfriedhof de Munique]].]]
Perto dos seus 80 anos, Leni Riefenstahl começou a praticar [[Fotografia subaquática|fotografia submarina]]. Ela lançou um novo filme, intitulado ''Impressionen unter Wasser'' (''Impressões Subaquáticas''), um documentário da vida sob os mares, no seu centésimo aniversário 22 de agosto de 2002. A despeito de seus polêmicos filmes de propaganda, Leni Riefenstahl é renomada na [[história do cinema]] por ter desenvolvido novas estéticas em seus filmes, especialmente em relação a ângulos de câmera, [[Enquadramento (cinema)|enquadramentos]], movimentos de massas e nus. Ainda que a propaganda em seus filmes provoque rejeição por várias pessoas, a sua estética é indubitavelmente singular e é citada por vários outros cineastas.<ref name=ushmm/>


[[Imagem:WP Leni Riefenstahl Grabstelle.jpg|200px|miniatura|esquerda|Sepultura no [[Waldfriedhof de Munique]]]]
Em outubro de 2002, quando Leni tinha 100 anos, autoridades alemãs decidiram arquivar o [[inquérito policial|inquérito]] contra ela por afirmar corretamente no passado que "todos e cada um" dos ciganos que foram recrutados em um [[campo de concentração]] para aparecer em seu filme ''Tiefland'' tinham sobrevivido à guerra.<ref name=ushmm/><ref name=Infield/>


Leni Riefenstahl morreu enquanto dormia no dia 8 de setembro de [[2003]], em sua casa em [[Pöcking]], na [[Alemanha]]. Em seu obituário, foi dito que Leni foi a última figura famosa da era nazista na Alemanha a morrer. Foi sepultada no [[Waldfriedhof de Munique]], [[Baviera]] na [[Alemanha]].<ref>{{findagrave|7852743}}</ref>
===Morte===
Leni celebrou seu 101º aniversário em um hotel em [[Feldafing]], perto da sua casa e sua saúde se deteriorou rapidamente depois dessa data.<ref name=ushmm>{{Citar web |url=http://www.ushmm.org/wlc/en/article.php?ModuleId=10007410 |título=Leni Riefenstahl (Helene Riefenstahl) |publicado=United States Holocaust Memorial Museum |acessadoem=26 de fevereiro de 2020}}</ref> Leni morreu enquanto dormia em 8 de setembro de 2003, em sua casa em [[Pöcking]], na [[Alemanha]], aos 101 anos. Em seu obituário, foi dito que Leni foi a última figura famosa da era nazista na Alemanha a morrer. Ela foi sepultada no [[Waldfriedhof de Munique]], [[Baviera]] na Alemanha.<ref>{{findagrave|7852743}}</ref>  


==Obras==
==Obras==
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;como atriz:
;como atriz:
* ''Tragödie im Hause Habsburg'' ([[1924]])
* ''Tragödie im Hause Habsburg'' ([[1924]])
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* ''[[Tag der Freiheit|Tag der Freiheit - Unsere Wehrmacht]]'' ([[1935]])
* ''[[Tag der Freiheit|Tag der Freiheit - Unsere Wehrmacht]]'' ([[1935]])
* ''[[Festliches Nürnberg]]'' ([[1937]])
* ''[[Festliches Nürnberg]]'' ([[1937]])
* ''[[Olympia (filme)|Olympia]]'' ([[1938]])
* ''[[Olympia (filme de 1938)|Olympia]]'' ([[1936]])
* ''[[Tiefland]]'' ([[1954]])
* ''[[Tiefland]]'' ([[1954]])
* ''Impressionen unter Wasser'' ([[2002]])
* ''Impressionen unter Wasser'' ([[2002]])
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;como fotógrafa:
;como fotógrafa:
* ''The Last of the Nuba''. Harper, New York, 1974.
* ''The Last of the Nuba''. Harper, New York, 1974.
* ''The People of Kau''. Harper, New York, 1976.
* ''The People of Kau''. Harper, New York, 1976.{{Div col fim}}


===Imagens===
==Galeria==
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Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-R99035, Adolf Hitler und Leni Riefenstahl.jpg|Com Hitler em 1934.
Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-R99035, Adolf Hitler und Leni Riefenstahl.jpg|Com Hitler em 1934.
Ficheiro:Bundesarchiv Bild 152-42-31, Nürnberg, Leni Riefenstahl mit Heinrich Himmler.jpg|Leni Riefenstahl e [[Heinrich Himmler]] em Nuremberg, 1934.
Ficheiro:Bundesarchiv Bild 152-42-31, Nürnberg, Leni Riefenstahl mit Heinrich Himmler.jpg|Leni Riefenstahl e [[Heinrich Himmler]] em Nuremberg, 1934.
Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-S34639, Joseph Goebbels und Leni Riefenstahl.jpg|[[Joseph Goebbels]] e Leni Riefenstahl em [[25 de Novembro]] de [[1937]].
Ficheiro:Bundesarchiv Bild 183-S34639, Joseph Goebbels und Leni Riefenstahl.jpg|[[Joseph Goebbels]] e Leni Riefenstahl em 25 de novembro de 1937.
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Ficheiro:Bundesarchiv Bild 146-2004-0022, Polen, Truppenbesuch von Leni Riefenstahl.jpg|Usando farda durante uma visita às tropas alemãs na [[Ocupação da Polónia (1939-1945)|Polônia ocupada]] em 1939.
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==Ver também==
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*[[Estética totalitária]]
Ficheiro:Leni Riefenstahl.png|Leni Riefenstahl
*[[Propaganda nazista]]
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*[[Veit Harlan]]
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==Fontes==
==Fontes==
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* {{en}} David B. Hinton: The Films of Leni Riefenstahl. Scarecrow Press, Metuchen (N.J.), [[Londres]] [[1978]]. ISBN 0-8108-1141-3
* {{en}} David B. Hinton: The Films of Leni Riefenstahl. Scarecrow Press, Metuchen (N.J.), [[Londres]] [[1978]]. ISBN 0-8108-1141-3


{{Referências}}
{{Referências|col=2}}
 
==Ver também==
{{wikiquote|Leni Riefenstahl}}
*[[Veit Harlan]]


==Ligações externas==
==Ligações externas==
* {{de}} {{en}} [http://leni-riefenstahl.de Página oficial de Leni Riefenstahl]
* {{de}} {{en}} [http://leni-riefenstahl.de Página oficial de Leni Riefenstahl]
* {{en}} [http://www.imdb.com/name/nm0726166/ IMDB]
* {{en}} [http://www.imdb.com/name/nm0726166/ IMDB]
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* {{en}} [http://wsws.org/articles/2003/sep2003/rief-s15.shtml Leni Riefenstahl: propagandista do Terceiro Reich]
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* {{pt}} [http://www.abknet.de/leni.htm A cineasta de Hitler completa 100 anos]
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[[Categoria:Sepultados no Waldfriedhof de Munique]]

Edição atual tal como às 04h10min de 16 de maio de 2022

Leni Riefenstahl
Leni Riefenstahl em 1930.
Nome completo Helene Bertha Amalie Riefenstahl
Nascimento 22 de agosto de 1902[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Berlim, Império alemão
Nacionalidade Predefinição:DEUn
Morte 8 de setembro de 2003 (101 anos)[[Categoria:Predefinição:Categorizar-ano-século-milénio/1]]
Pöcking, Alemanha
Ocupação Diretora, produtora, atriz e dançarina
Atividade 1925–2002
Cônjuge Peter Jacob (1944–1946)
Horst Kettner
Página oficial

Helene Bertha Amalie "Leni" Riefenstahl (Berlim, 22 de agosto de 1902Pöcking, 8 de setembro de 2003) foi uma cineasta alemã, representante dos ideais da estética nazista. Suas obras mais famosas são os filmes de propaganda que ela realizou para o Partido Nazista alemão. Submetida ao ostracismo pela indústria cinematográfica após a guerra, ela se tornou uma fotógrafa e mergulhadora.

Biografia

Infância e juventude

Leni nasceu em Berlim, em 1902. Seu pai era Alfred Theodor Paul Riefenstahl,[1] dono de uma empresa famosa de calefação. Alfred queria que sua filha o seguisse na carreira na empresa, mas não teve sucesso.[2] Leni foi filha única por muitos anos, portanto seu pai queria que ela assumisse a fortuna e os negócios da família. Sua mãe, Bertha Ida, acreditava que o futuro da filha era no show business. Leni tinha um irmão mais novo, Heinz, que morreu aos 39 anos de idade no front oriental durante a Segunda Guerra Mundial, no conflito contra a União Soviética.[1][3]

Leni começou a estudar pintura e poesia ainda aos quatro anos de idade. Era bastante atlética, tendo praticado ginástica olímpica e natação. Enquanto sua mãe lhe dava todo o apoio nas artes, seu pai não tinha interesse nas inclinações artísticas da filha.[2] Em 1918, aos 16 anos, Leni assistiu à uma apresentação de A Branca de Neve, o que teria lhe influenciado profundamente, a ponto de querer se tornar bailarina. Seu pai, porém, queria que a filha tivesse uma educação voltada para algum emprego sério. Sem o conhecimento do marido, sua mãe a matriculou em aulas de balé clássico na Escola de Dança Grimm-Reiter, em Berlim, e logo se tornaria uma estrela da companhia.[1][3]

Carreira no cinema

Em uma entrevista em 2002 ela lembrou que dançar era o que a fazia realmente feliz. Quando teve de parar, ainda jovem, por causa de uma lesão no joelho, Leni assistiu a um filme no cinema e ficou impressionada com as possibilidades do meio, entrando em contato com um diretor para pedir um papel em um filme. A partir de então, ela estrelou vários filmes de montanha, filmando em externas na neve com pouca roupa, escalando montanhas íngremes descalça. Quando lhe ofereceram a oportunidade de dirigir A Luz Azul, ela aceitou. Seu interesse, a princípio, estava em filmes de ficção.[1][3]

Convenção do partido nazista alemão em 1934, filmado por Riefenstahl.

De acordo com algumas fontes, Leni ouviu Adolf Hitler discursar num comício em 1932 e ofereceu a ele seus serviços como cineasta, porque teria ficado fascinada pelas habilidades oratórias do líder. Já outras, como a própria diretora, afirmam que ela é que foi procurada por Hitler, depois que este assistiu e adorou o filme A Luz Azul. De todo modo, já em 1933 ela dirigiu um curta-metragem sobre um comício do Partido Nazista. Hitler, então, pediu a Leni que filmasse a convenção anual do Partido em Nurembergue em 1934. A princípio, ela se recusou, sugerindo que Hitler contratasse Walter Ruttmann para dirigi-lo em seu lugar. Mais tarde, Leni Riefenstahl voltou atrás e realizou O Triunfo da Vontade, um documentário. Ela prosseguiu, realizando um filme sobre a Wehrmacht (exército alemão), intitulado O Dia da Liberdade.[2][4][5]

Em 1936, Leni Riefenstahl qualificou-se para representar a Alemanha no rali de esqui nos Jogos Olímpicos de 1936, mas, em vez disso, preferiu filmar o evento. O material captado virou o filme Olympia, celebrado por suas inovações técnicas e estéticas até hoje influentes em toda a cobertura esportiva da televisão.[4][5]

Pós Segunda Guerra

Leni Riefenstahl filmando em 1936.

Após a Segunda Guerra Mundial, ela passou quatro anos presa num campo de concentração francês. Foi acusada de usar prisioneiros nos sets de filmagens, mas tais acusações nunca foram provadas em tribunal. Ao final do julgamento, sem conseguir encontrar nenhuma imputabilidade no apoio de Leni aos nazistas, o tribunal considerou-a apenas "simpatizante". Em entrevistas posteriores, Leni Riefenstahl insistiu que tinha sido fascinada pelos nazistas, mas que era politicamente ingênua e ignorava as falhas cometidas na guerra; uma posição que vários de seus críticos consideram ridícula.[4]

Leni tentou produzir outros filmes no pós-guerra, mas cada tentativa foi boicotada por resistências, protestos e duras críticas. O boicote impediu Leni de financiar suas produções. Os poucos filmes que conseguiu realizar foram curtas e bancados pessoalmente, e novamente, obras de grande engenhosidade. Após isto, ela se tornou fotógrafa. Leni se interessou pela tribo Nuba do Sudão e publicou dois livros com fotos dos guerreiros da tribo em 1974 e 1976. Ela sobreviveu a uma queda de helicóptero no Sudão em 2000.[4][3]

Últimos anos

Perto dos seus 80 anos, Leni Riefenstahl começou a praticar fotografia submarina. Ela lançou um novo filme, intitulado Impressionen unter Wasser (Impressões Subaquáticas), um documentário da vida sob os mares, no seu centésimo aniversário 22 de agosto de 2002. A despeito de seus polêmicos filmes de propaganda, Leni Riefenstahl é renomada na história do cinema por ter desenvolvido novas estéticas em seus filmes, especialmente em relação a ângulos de câmera, enquadramentos, movimentos de massas e nus. Ainda que a propaganda em seus filmes provoque rejeição por várias pessoas, a sua estética é indubitavelmente singular e é citada por vários outros cineastas.[4]

Em outubro de 2002, quando Leni tinha 100 anos, autoridades alemãs decidiram arquivar o inquérito contra ela por afirmar corretamente no passado que "todos e cada um" dos ciganos que foram recrutados em um campo de concentração para aparecer em seu filme Tiefland tinham sobrevivido à guerra.[4][5]

Morte

Leni celebrou seu 101º aniversário em um hotel em Feldafing, perto da sua casa e sua saúde se deteriorou rapidamente depois dessa data.[4] Leni morreu enquanto dormia em 8 de setembro de 2003, em sua casa em Pöcking, na Alemanha, aos 101 anos. Em seu obituário, foi dito que Leni foi a última figura famosa da era nazista na Alemanha a morrer. Ela foi sepultada no Waldfriedhof de Munique, Baviera na Alemanha.[6]

Obras

como atriz
como diretora
como fotógrafa
  • The Last of the Nuba. Harper, New York, 1974.
  • The People of Kau. Harper, New York, 1976.

Galeria

Ver também

Fontes

  • (em alemão)
Rainer Rother: Leni Riefenstahl – Die Verführung des Talents, Henschel, Berlim 2000. ISBN 3-89487-360-4.
  • (em inglês) David B. Hinton: The Films of Leni Riefenstahl. Scarecrow Press, Metuchen (N.J.), Londres 1978. ISBN 0-8108-1141-3

Referências

  1. 1,0 1,1 1,2 1,3 Trimborn, Jürgen (2007). Leni Riefenstahl: A Life. [S.l.]: Farrar, Straus and Giroux. ISBN 9781466821644 
  2. 2,0 2,1 2,2 Salkeld, Audrey (2011). A Portrait Of Leni Riefenstahl. [S.l.]: Random House. ISBN 978-1446475270 
  3. 3,0 3,1 3,2 3,3 Rother, Rainer (2003). Leni Riefenstahl: The Seduction of Genius. [S.l.]: A&C Black. ISBN 978-0826470232 
  4. 4,0 4,1 4,2 4,3 4,4 4,5 4,6 «Leni Riefenstahl (Helene Riefenstahl)». United States Holocaust Memorial Museum. Consultado em 26 de fevereiro de 2020 
  5. 5,0 5,1 5,2 Infield, Glenn (1976). Leni Riefenstahl: the Fallen Film Goddess. [S.l.]: Thomas Y. Crowell Co. ISBN 978-0690011678 
  6. Predefinição:Findagrave

Ligações externas

  • (em alemão)
(em inglês) Página oficial de Leni Riefenstahl
Wikiquote
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