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Evangelho segundo João: mudanças entre as edições

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{{novo testamento}}
{{Novo  Testamento}}
[[Image:Jacopo Pontormo 067.jpg|thumb|200px|right|João evangelista]]
O '''Evangelho segundo João''' ({{lang-el|Τὸ κατὰ Ἰωάννην εὐαγγέλιον|Tò katà Iōánnēn euangélion}}), também referido como '''Evangelho de João''', o '''Quarto Evangelho''' ou simplesmente '''João''', é um dos quatro [[Evangelho]]s [[cânon bíblico|canônicos]] no [[Novo Testamento]]. Ele tradicionalmente está posicionado como o quarto Evangelho, sucedendo aos [[Evangelhos sinóticos]] de [[Evangelho segundo Mateus|Mateus]], [[Evangelho segundo Marcos|Marcos]] e [[Evangelho segundo Lucas|Lucas]].
O '''Evangelho Segundo João''' é, na [[bíblia]], o quarto e último [[evangelho]] antes dos [[Atos dos Apóstolos]], [[Epístolas paulinas|Cartas Paulinas]] e [[Apocalipse]].


Sua autoria é tradicionalmente atribuida a [[São João (santo)|João]], o "discípulo amado", irmão de Tiago, e foi escrito entre os anos [[95]] e [[100]], tendo sido cronologicamente o último a ser escrito.
Apesar do autor do Evangelho de João ser anônimo,{{sfn|Burkett|2002|p=215}} a tradição cristã geralmente a atribui para [[João, o Apóstolo]], filho de [[Zebedeu]] e um dos [[doze apóstolos]] de [[Jesus]].{{sfn|Ehrman|2009}} Este Evangelho está tão relacionado em estilo e conteúdo com as outras [[Epístolas de João|três epístolas joaninas]] que os estudiosos tratam estes quatro livros,{{sfn|Lindars|1990|p=63}} juntamente com o [[Livro de Apocalipse]], como uma única coleção de escritos dentro da literatura joanina, embora não necessariamente tenham sido escritos pelo mesmo autor.{{refn|group=Nota|{{harvnb|Harris|2006|p=479}}: "A maioria dos estudiosos acredita que a mesma pessoa escreveu os três documentos, mas que ele não deve ser identificado nem com o apóstolo João nem com o autor do Evangelho."}}


A maior parte dos seus relatos é inédita em relação aos outros três evangelhos, o que sugere que o autor tivesse conhecimento do conteúdo deles ao escrever seu livro. Mais da metade deste evangelho é dedicado a eventos da vida de [[Jesus Cristo]] e suas palavras durante seus últimos dias.
Alguns estudiosos sugeriram que uma tradição tenha se desenvolvido em torno da "comunidade joanina", que deu origem a este Evangelho.{{sfn|Barrett|1978|p=133}}{{sfn|Barrett|1978|p=137}} A descoberta de um grande número de fragmentos de [[papiro]] de [[manuscrito bíblico|manuscritos]] com temas joaninos levou mais estudiosos a reconhecer que os textos estavam entre os mais influentes da [[Igreja primitiva]].{{sfn|De Santos Otero|1993|p=97}} Os discursos contidos neste Evangelho tiveram seu enfoque em questões do debate [[igreja]]-[[sinagoga]] no momento da sua composição.{{sfn|Lindars|1990|p=53}} É notável que, em João, a comunidade parece definir-se principalmente em contraste com o [[judaísmo]], e não como parte de uma comunidade cristã mais ampla.{{sfn|Chilton|Neusner|2006|p=5}} Embora o cristianismo tenha começado como um [[Cristianismo judeu|movimento dentro do judaísmo]], ele se separou gradualmente do judaísmo por causa de mútua oposição entre as duas religiões.{{sfn|Lindars|1990|p=59}}


O propósito de João foi inspirar nos leitores a fé em Jesus Cristo como o Filho de Deus e o versículo que resume este propósito é Jo 20:31.
== Estrutura e conteúdo ==
{{Capítulos do Evangelho de João}}
O Evangelho de João pode ser dividido em quatro seções: um [[No princípio era o Verbo|prólogo]] ({{citar bíblia|livro=João|capítulo=1|verso=1-18}}), um Livro dos Sinais ({{citar bíblia|livro=João|capítulo=1|verso=19-50}}), um Livro da Glória ({{citar bíblia|livro=João|capítulo=13|verso=1-20,31}}) e um epílogo (21).{{sfn|Köstenberger|Kellum|Quarles|2009|p=305}} A estrutura é esquemática: existem sete "sinais" que culminam na [[ressurreição de Lázaro]] (prenunciando a [[ressurreição de Jesus]]) e sete provérbios e discursos sobre "Eu sou", que culminaram com a proclamação de Jesus como "meu senhor e meu Deus" - o mesmo título (''dominus et deus'') reivindicado pelo [[Império romano|imperador romano]] [[Domiciano]].{{sfn|Witherington|2004|p=83}}


João também dá ênfase na nossa total dependência de Deus para a salvação.
=== Prólogo ===
{{Artigo principal|No princípio era o Verbo}}
No [[prólogo]] do Evangelho de João, o autor inicia citando que "[[No princípio era o Verbo]] e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".<ref>{{citar bíblia|João|1|1|citação=No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.}}</ref> Ele coloca Jesus como figura cósmica como o [[Logos]] foi [[Encarnação (cristianismo)|feito carne]] e revelado por [[Deus no cristianismo|Deus]], dando a [[salvação]] aos que nele acreditam. [[João Batista]], [[Santo André|André]] e [[Natanael]] testemunham ele como o [[Cordeiro de Deus]], o [[Filho de Deus]], e o [[Cristo]].{{sfn|Edwards|2015|p=171}}


==Links externos==
=== Livro dos Sinais ===
* [http://www.bibliacatolica.com.br Bíblia Católica «On Line»] Bíblia em várias línguas, incluindo português, grego e latim.
O Livro dos Sinais aborda a narrativa do [[ministério de Jesus|ministério público de Jesus]], iniciando com a apresentação dos [[primeiros discípulos de Jesus]]. Consiste em sete milagres ou "sinais", intercalados com longos diálogos, discursos, e trechos "amém, amém", e "Eu Sou", que culminaram com a [[ressurreição de Lázaro]] dentre os mortos. Em João, é isso, e não a [[Jesus expulsando os vendilhões|limpeza do Templo]], que leva as [[sinédrio|autoridades]] a [[Julgamento de Jesus no Sinédrio|ter executado Jesus]]. Os sete sinais consistem no milagre de Jesus no [[bodas de Caná|casamento em Caná]], na [[Jesus curando o filho do oficial real|cura do filho do oficial real]], na [[Jesus curando o paralítico em Betesda|cura do paralítico em Betesda]], na [[multiplicação dos pães e peixes|alimentação dos 5.000]], na [[Jesus andando sobre as águas|caminhada sobre a água]], na [[Jesus curando o homem nascido cego|cura do homem nascido cego]], e na ressurreição de Lázaro. Outros incidentes relatados neste segmento do Evangelho incluem a limpeza do Templo; a conversa de Jesus com o [[fariseu]] [[Nicodemos]], onde ele explica a importância do [[novo nascimento|renascimento espiritual]]; a sua conversa com a [[samaritana no poço]], onde ele fala o [[Água da Vida|Discurso sobre a Água da Vida]]; o [[Discurso do Pão da Vida]], que levou muitos de seus discípulos a [[rejeição de Jesus|rejeitarem-o]]; a [[Perícopa da Adúltera|mulher adúltera]]; o argumento de que Jesus é a [[Luz do Mundo]]; a resposta de Jesus a [[Pôncio Pilatos|Pilatos]]; a perícope do [[Bom Pastor]]; a rejeição de Jesus pelos judeus; o versículo ''[[Jesus chorou]]''; o plano para matar Jesus; a [[unção de Jesus]]; a [[entrada triunfal em Jerusalém]]; a predição da glorificação do Filho do Homem; e a predição do [[Juízo Final]].
* [http://www.bibliaonline.com.br  Bíblia Evangélica «On Line»] Diversas Versões, inclusive Almeida e King James.
{{esboço-bíblia}}


[[Categoria:Evangelhos]]
=== Livro da Glória ===
[[Imagem:Christ Taking Leave of the Apostles.jpg|thumb|Jesus realizando o [[discurso de adeus]] para os seus onze discípulos remanescentes. Arte de [[Maestà of Duccio]], datada de 1308–1311]]


O Livro da Glória aborda a narrativa da [[Paixão de Cristo]], da [[Ressurreição de Jesus]] e das [[aparições de Jesus após a ressurreição]]. Ele inicia a narrativa da Paixão com um relato da [[Última Ceia]] que difere significativamente daquela encontrada nos [[Evangelhos sinóticos]], com Jesus [[lava-pés|lavando os pés dos discípulos]] em vez de inaugurar uma nova aliança de seu [[corpo de Cristo|corpo]] e [[sangue de Cristo|sangue]]. Isto é sucedido pelo [[discurso de adeus]] de Jesus, um relato de sua [[Judas Iscariotes|traição]], [[prisão de Jesus|prisão]], [[julgamento de Jesus no Sinédrio|julgamento]], [[crucificação de Jesus|morte]], [[sepultamento de Jesus|sepultamento]], aparições após a ressurreição, e um [[Jesus convidando os doze apóstolos|convite final]] para seus seguidores. Também inclui a [[negação de Pedro]], a instituição do [[Novo Mandamento]] e da [[Nova Aliança]], a promessa de [[Paráclito]], a promessa da [[Videira Verdadeira]], a Oração do Sumo Sacerdote, a [[zombaria com Jesus]] e a [[coroa de espinhos|coroação com espinhos]], o ''[[Ecce homo]]'', a descoberta do [[túmulo vazio]], o ''[[Noli me tangere]]'', a [[Grande Comissão]] e a [[dúvida de Tomé|incredulidade de Tomé]]. A seção termina com uma conclusão sobre o propósito do Evangelho: "[tais relatos] foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.".<ref>{{citar bíblia|João|20|31|citação=Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.}}</ref>{{sfn|Edwards|2015|p=171}}


[[bs:Jevanđelje po Jovanu]]
=== Epílogo ===
[[cs:Evangelium podle Jana]]
{{Artigo principal|João 21}}
[[da:Johannesevangeliet]]
O epílogo, registrado no capítulo [[João 21|21 do Evangelho de João]], aborda a aparição de Jesus após a ressurreição para os seus discípulos, em um lago, a [[pesca milagrosa]], a profecia da [[São Pedro|crucificação de Pedro]], a [[restauração de Pedro]], e o fato dele ser o [[Discípulo amado]].{{sfn|Edwards|2015|p=171}} A maioria dos estudiosos acredita que este capítulo seja uma adição ao Evangelho em si.{{sfn|Bauckham|2007|p=271}}
[[de:Evangelium nach Johannes]]
 
[[en:Gospel of John]]
== Composição e configuração ==
[[eo:La Evangelio laŭ Sankta Johano]]
=== Autoria, data e origem ===
[[es:Evangelio de Juan]]
{{Artigo principal|Autoria dos trabalhos de João}}
[[et:Johannese evangeelium]]
O autor do Evangelho de João é anônimo. De acordo com uma tradição da Igreja que data do segundo século, primeiramente atestada por [[Ireneu de Lyon]], o autor foi "[[Discípulo amado|o discípulo que Jesus amou]]" mencionado em João 21:24,<ref>{{citar bíblia|João|21|24|citação=Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.}}</ref> que é entendido como [[João, o Apóstolo|João]], filho de [[Zebedeu]], um dos doze [[discípulos de Jesus]].<ref>{{citar livro|autor =Joel B. Green, Scot McKnight, I. Howard Marshall|título=Dictionary of Jesus and the Gospels: A Compendium of Contemporary Biblical Scholarship|url=https://books.google.sk/books?id=9ntwNm-tOogC&pg=PA369&dq=gospel+of+John+++author+++Irenaeus&hl=cs&sa=X&ved=0ahUKEwjR6av53KXYAhUIYVAKHfkmAZ0Q6AEITjAF#v=onepage&q=gospel%20of%20John%20%20%20author%20%20%20Irenaeus&f=false|ano=1992|publicado=InterVarsity Press|isbn=978-0-8308-1777-1|página=369}}</ref> Essas identificações, no entanto, são rejeitadas por muitos [[crítica bíblica|estudiosos bíblicos]] modernos.{{sfn|Burkett|2002|p=215}}{{sfn|Lindars|Edwards|Court|2000|p=41–42}} No entanto, o autor do quarto Evangelho às vezes é chamado de [[João, o Evangelista]], muitas vezes por conveniência, uma vez que o nome definitivo do autor é ainda discutido.{{sfn|Ehrman|2004|pp=164–65}} A obra de João frequentemente é datada de 90-110{{sfn|Lincoln|2005|p=18}} Os estudiosos acreditam que o texto passou por duas a três redações, ou "edições", antes de chegar à sua forma atual.{{sfn|Edwards|2015|p=ix}}
[[fi:Evankeliumi Johanneksen mukaan]]
 
[[fr:Évangile selon Jean]]
João, que geralmente descreve os oponentes de Jesus simplesmente como "os judeus", é mais consistentemente hostil aos "judeus" do que qualquer outro livro do Novo Testamento.{{sfn|Dunn|1992|pp=182–83, 195}} O historiador e ex-sacerdote católico romano James Carroll afirma: "O clímax deste movimento vem no capítulo 8 de João, quando Jesus é retratado como denunciando "os judeus" que estavam reunidos no Templo como descendentes de Satanás".{{sfn|Carroll|2001|p=92}} Em João 8:44, Jesus diz aos judeus: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele."<ref>{{citar bíblia|João|8|44|citação=Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.}}</ref> Em 8:38 e 11:53, "os judeus" são retratados como cidadãos com desejo de matar a Jesus.<ref>{{citar bíblia|João|8|38|citação=Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.}}</ref><ref>{{citar bíblia|João|11|53|citação=Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem.}}</ref> No entanto, Carroll adverte que esta e outras declarações semelhantes no [[Evangelho segundo Mateus]] e na [[Primeira Epístola aos Tessalonicenses]] devem ser vistas como "evidência não do ódio dos judeus, mas dos conflitos sectários entre os judeus" nos primeiros anos da igreja cristã.{{sfn|Carroll|2001|p=85}}
[[ia:Evangelio secundo Johannes]]
 
[[id:Injil Yohanes]]
Conforme observado pelo estudioso do Novo Testamento Obrey M. Hendricks, Jr.: "Embora sua interpretação mordaz sobre os judeus tenha aberto acusações a João de [[antissemitismo]], uma leitura cuidadosa revela que "os judeus" são uma designação de classe, não uma religião ou agrupamento étnico, em vez de denotar adeptos do judaísmo em geral, o termo refere-se principalmente às autoridades religiosas hereditárias do Templo".{{sfn|Hendricks|2007}} Nos séculos seguintes, João foi usado para apoiar a polêmicas antissemitas, mas o autor do Evangelho se considerava como um judeu, defendeu Jesus e seus seguidores como judeus, e provavelmente escreveu para uma comunidade em grande parte judaica.{{sfn|Senior|1991|pp=155–56}}{{sfn|Dunn|1992|p=209}}
[[ja:ヨハネによる福音書]]
 
[[ko:요한 복음서]]
=== Fontes ===
[[la:Evangelium secundum Ioannem]]
O consenso entre os estudiosos na segunda metade do século XX era de que João era um livro independente dos [[Evangelhos sinóticos]] ([[Evangelho segundo Mateus|Mateus]], [[Evangelho segundo Marcos|Marcos]] e [[Evangelho segundo Lucas|Lucas]]), mas essa concordância foi desfeita na última década do século e agora há muitos estudiosos que acreditam que João tinha conhecimento de algumas partes de Marcos e possivelmente de Lucas, pois ele compartilha alguns itens de vocabulário e grupos de acontecimentos organizados na mesma ordem.{{sfn|Lincoln|2005|pp=29–30}}{{sfn|Fredriksen|2008|p=sem página}}
[[nds:Johannesevangelium]]
 
[[nl:Evangelie naar Johannes]]
Termos-chave dos sinóticos, no entanto, estão ausentes por completo ou parcialmente, implicando que, se o autor realmente conhecia esses Evangelhos, ele se sentia livre para escrever de forma independente.{{sfn|Fredriksen|2008|p=sem página}} Muitos acontecimentos, como o casamento em Caná, o encontro de Jesus com a mulher samaritana no poço e a [[ressurreição de Lázaro]], não são semelhantes nos sinóticos,{{sfn|Reinhartz|2011|p=168}} e muitos estudiosos acreditam que o autor os chamou de uma fonte independente chamada "[[Evangelho dos Sinais]]", os discursos de Jesus de uma segunda fonte de" discurso", e o [[João 21|prólogo]] de um hino primitivo.{{sfn|Perkins|1993|p=109}}
[[pl:Ewangelia Jana]]
 
[[ru:Евангелие от Иоанна]]
O Evangelho segundo João faz uso extensivo das escrituras judaicas: João cita diretamente elas, faz referência a figuras importantes e usa narrativas delas como base para vários dos seus discursos. O autor também estava familiarizado com fontes não-judaicas: o [[No princípio era o Verbo|Logos do prólogo]] (o Verbo que está com Deus desde o início da criação), por exemplo, foi derivado do conceito judaico de sabedoria e dos filósofos gregos; [[João 6]] faz alusão não apenas ao [[O Êxodo|Êxodo]], mas também aos cultos greco-romanos, e [[João 4]] faz referência às crenças messiânicas dos [[samaritanos]].{{sfn|Reinhartz|2011|p=171. Ver também: Jonathan Bourgel, "[https://www.academia.edu/37029909/Bourgel_-_JTS_-_John_4_4-42_The_terms_of_a_modus_vivendi_between_Jews_and_the_Samaritans John 4:4–42: Defining A Modus Vivendi Between Jews And The Samaritans]", ''Journal of Theological Studies'' 69 (2018), pp. 39–65.}}
[[scn:Vancelu di Giuvanni]]
 
[[sv:Johannesevangeliet]]
=== Confiabilidade histórica ===
[[zh:若望福音]]
{{Artigo principal|Historicidade da Bíblia}}
Os ensinamentos de Jesus encontrados nos [[Evangelhos sinóticos]] são muito diferentes dos registrados em João, e desde o [[século XIX]] os estudiosos aceitam quase por unanimidade que esses discursos joaninos são menos prováveis de serem históricos do que as parábolas sinóticas, e provavelmente foram escritos para fins teológicos.{{sfn|Sanders|1995|pp=57, 70–71}}
 
Da mesma forma, os estudiosos geralmente concordam que João não é totalmente visto como sem valor histórico: certas afirmações contidas no Evangelho de João são tão antigas ou mais antigas que comparadas a seus pares sinóticos, como a sua representação da [[topografia]] em torno de [[Jerusalém]] é frequentemente relatada como superior a dos sinóticos. Além disso, o seu testemunho de que Jesus foi executado um dia antes da [[Páscoa]] pode ser mais preciso que o de Mateus, Marcos e Lucas,<ref>{{citar web|url=https://brasil.elpais.com/brasil/2016/03/24/cultura/1458814917_248555.html|título=A morte de Jesus: um fato sobre o qual não sabemos quase nada|publicado=El País|acessodata=7 de abril de 2020}}</ref> a sua apresentação de Jesus no jardim<ref>{{citar bíblia|João|19|41|citação="No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim; e no jardim, um sepulcro novo, onde ninguém jamais fora colocado."}}</ref> e a reunião realizada pelas autoridades judaicas antes da morte dele são possivelmente mais historicamente plausíveis do que comparada a seus paralelos sinóticos.{{sfn|Theissen|Merz|1998|pp=36–37}}
 
=== História textual e posicionamento no Novo Testamento ===
{{VT|Manuscrito bíblico}}
[[Imagem:P52 recto.jpg|thumb|O [[Papiro P52]] provavelmente é o primeiro fragmento do Novo Testamento; sua caligrafia é datada para cerca de 125]]
O [[Papiro P52|Papiro Biblioteca Rylands]], também conhecido como Papiro P52, um fragmento de [[papiro]] grego com os trechos de João 18:31-33 de um lado e 18:37-38 do outro, geralmente datado da primeira metade do {{séc|II}}, é o manuscrito conhecido mais antigo do Novo Testamento conhecido.{{sfn|Metzger|Ehrman|1985|pp=55–56}} Um texto substancialmente completo de João existe desde o início do {{séc|III}}, no mais tardar, de modo que a evidência textual para este Evangelho seja comumente aceita como anterior e mais confiável do que para qualquer outro.{{sfn|Metzger|Ehrman|1985|pp=55–56}} João ocupa o quarto lugar no ordenamento padrão dos Evangelhos, depois de [[Evangelho segundo Mateus|Mateus]], [[Evangelho segundo Marcos|Marcos]] e [[Evangelho segundo Lucas|Lucas]].<ref>{{citar web|url=http://www.acidigital.com/Biblia/livros.htm|título=Ordem dos livros da Bíblia|publicado=ACI Digital|acessodata=17 de janeiro de 2018}}</ref>
 
== Teologia ==
=== Cristologia ===
{{VT|Cristologia}}
O Evangelho de João apresenta uma "alta Cristologia", que representa Jesus como divino, e ainda subordinado ao único Deus.{{sfn|Hurtado|2005|p=53}} João dá mais foco à relação do Filho com o [[Deus Pai|Pai]] do que os [[Evangelhos sinóticos|sinóticos]], como se vê no capítulo 17 do Evangelho.{{sfn|Harris|2006|pp=302–10}} Nos sinóticos, Jesus fala frequentemente sobre o [[Reino de Deus]], enquanto seu próprio papel divino é ocultado, porém, em João, Jesus fala abertamente sobre seu papel divino, enfatizando a declaração de identidade "[[Eu Sou o Que Sou]]" do Deus judeu com várias declarações "Eu Sou" que também o identificam com símbolos de grande importância.{{sfn|Harris|2006|pp=302–10}} Ele diz: "Eu sou":
{{Colunas-lista|2|
*o [[Discurso do Pão da Vida|pão da vida]]"<ref>{{citar bíblia|João|6|35|citação=E Jesus lhes disse: Eu sou o pão da vida; aquele que vem a mim não terá fome, e quem crê em mim nunca terá sede.}}</ref>
*"a [[Luz do Mundo|luz do mundo]]"<ref>{{citar bíblia|João|8|12|citação=Falou-lhes, pois, Jesus outra vez, dizendo: Eu sou a luz do mundo; quem me segue não andará em trevas, mas terá a luz da vida.}}</ref>
*"a porta das ovelhas"<ref>{{citar bíblia|João|10|7|citação=Tornou, pois, Jesus a dizer-lhes: Em verdade, em verdade vos digo que eu sou a porta das ovelhas.}}</ref>
*"o [[Bom Pastor|bom pastor]]"<ref>{{citar bíblia|João|10|11|citação=Eu sou o bom Pastor; o bom Pastor dá a sua vida pelas ovelhas.}}</ref>
*"a ressurreição e a vida"<ref>{{citar bíblia|João|11|25|citação=Disse-lhe Jesus: Eu sou a ressurreição e a vida; quem crê em mim, ainda que esteja morto, viverá.}}</ref>
*"o caminho, a verdade e a vida"<ref>{{citar bíblia|João|14|6|citação=Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.}}</ref> e
*"a [[Videira Verdadeira|videira verdadeira]]"<ref>{{citar bíblia|João|15|1|citação=Eu sou a videira verdadeira, e meu Pai é o lavrador.}}</ref>
}}
 
=== Logos ===
{{Artigo principal|Logos (cristianismo)}}
No [[prólogo]], João identifica Jesus como o Logos (Verbo). Na [[filosofia da Grécia Antiga]], o termo ''[[logos]]'' significava o princípio da razão cósmica. Nesse sentido, era semelhante ao conceito hebraico de sábio, companheiro de Deus e ajudante íntimo da criação.{{sfn|Funk|Jesus Seminar|1998|pp=365–440}} O filósofo [[judaísmo helenístico|judeu helenístico]] [[Fílon de Alexandria]] fundiu esses dois temas quando descreveu o Logos como o criador e mediador de Deus com o mundo material. O evangelista adaptou a descrição de Fílon do Logos, aplicando-o a Jesus, a [[encarnação (cristianismo)|encarnação]] do Logos.{{sfn|Harris|2006|pp=302–10}}
 
O verso de abertura de João é traduzido como "o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus" em todas as Bíblias de língua portuguesa "[[ortodoxia|ortodoxas]]".<ref>{{citar web|url=http://leandroquadros.com.br/deturpacao-de-joao-11/|título=Deturpação de João 1:1|publicado=Leandro Quadros|acessodata=12 de janeiro de 2018}}</ref> No entanto, há pontos de vista alternativos, como a [[Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas]], das [[Testemunhas de Jeová]], que apresenta "A Palavra estava com Deus e a Palavra era um deus".<ref>{{citar web|url=https://www.jw.org/pt/publicacoes/biblia/nwt/livros/Jo%C3%A3o/1/|título=João 1 - Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas|publicado=Testemunhas de Jeová|acessodata=12 de janeiro de 2018}}</ref> A Versão Acadêmica do Evangelho, desenvolvida pelo [[Jesus Seminar]], traduz vagamente a frase como "O Logos era o que Deus era", oferecenddo uma melhor representação da intenção original do evangelista.{{sfn|Funk|Jesus Seminar|1998|pp=365–440}}
 
=== Cruz ===
A representação da [[morte de Jesus]] em João é única entre os quatro Evangelhos. Não parece estar relacionado aos tipos de teologia da expiação indicativa do [[sacrifício vicário]], como em [[Evangelho segundo Marcos|Marcos]] e em [[Epístola aos Romanos|Romanos]];<ref>{{citar bíblia|Marcos|10|45|citação=Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.}}</ref><ref>{{citar bíblia|Romanos|3|25|citação=Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus.}}</ref> mas apresenta a morte de Jesus como sua glorificação e retorno para junto do Pai.<ref>{{citar bíblia|João|10|17-18|citação=Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.}}</ref> Do mesmo modo, as três "previsões da Paixão" dos Evangelhos sinóticos<ref>{{citar bíblia|Marcos|8|31|citação=Então ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse.}}</ref><ref>{{citar bíblia|Marcos|9|31|citação=Porque ensinava os seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e, morto ele, ressuscitará ao terceiro dia.}}</ref><ref>{{citar bíblia|Marcos|10|33-34|citação=Dizendo: Eis que nós subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios. E o escarnecerão, e açoitarão, e cuspirão nele, e o matarão; e, ao terceiro dia, ressuscitará.}}</ref> são substituídas em João, com três instâncias de Jesus explicando como ele será exaltado ou "levantado".<ref>{{citar bíblia|João|3|14|citação=E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado.}}</ref><ref>{{citar bíblia|João|8|28|citação=Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis que EU SOU, e que nada faço por mim mesmo; mas isto falo como meu Pai me ensinou.}}</ref><ref>{{citar bíblia|João|12|32|citação=E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.}}</ref> O verbo para "levantado" reflete o duplo sentido no trabalho na [[Teologia da Cruz|teologia da cruz]] de João, pois Jesus está tanto fisicamente erguido da terra no momento da crucificação, como ao mesmo tempo, exaltado e glorificado.<ref>Robert Kysar, "John: The Maverick Gospel" (Louisville: Westminster John Knox), 1976, pp. 49–54</ref>
 
=== Sacramentos ===
{{Artigo principal|Sacramento}}
Entre as áreas mais controversas de interpretação de João é a sua teologia sacramental. Os pontos de vista dos estudiosos caíram em um amplo espectro que varia de anti-sacramental e não sacramental, sacramental, ultra-sacramental e hiper-sacramental. Os estudiosos discordam tanto sobre se e com que frequência João se refere aos sacramentos, e no grau de importância que ele coloca sobre eles.{{sfn|Bauckham|2015}}
 
De acordo com o teólogo [[Rudolf Bultmann]], existem três alusões sacramentais: uma para o [[batismo]],<ref>{{citar bíblia|João|3|5|citação=Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.}}</ref> uma para a [[Eucaristia]]<ref>{{citar bíblia|João|6|51-58|citação=Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer? Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.}}</ref> e uma para ambos.<ref>{{citar bíblia|João|19|34|citação=Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.}}</ref> Ele acreditava que essas passagens eram mais tarde interpolações, embora a maioria dos estudiosos agora rejeitem esta opinião. Alguns estudiosos do lado mais sacramental do espectro negam que existam alusões sacramentais nessas passagens ou no Evangelho como um todo, enquanto outros veem o [[simbolismo religioso|simbolismo sacramental]] aplicado a outros assuntos nessas e outras passagens.{{sfn|Bauckham|2015}}
 
[[Oscar Cullmann]] e Bruce Vawter, um [[Igreja protestante|protestante]] e um [[Igreja Católica|católico]], respectivamente, e ambos no extremo sacramental mais forte do espectro, encontraram alusões sacramentais na maioria dos capítulos. Cullmann encontrou referências ao batismo e à Eucaristia ao longo do Evangelho, enquanto Vawter encontrou referências adicionais ao [[matrimônio]] no capítulo 2, na [[unção dos enfermos]] no capítulo 12, e [[penitência]] no capítulo 20.{{sfn|Bauckham|2015}} Em direção ao centro do espectro, Raymond Brown é mais cauteloso do que Cullmann e Vawter, mas mais indulgente do que Bultmann e seus seguidores, identificando várias passagens como contendo alusões sacramentais.{{sfn|Bauckham|2015}}
 
A maioria dos estudiosos no extremo mais sacramental do espectro avalia os sacramentos como sendo de grande importância para o evangelista. No entanto, talvez de forma contraditória, alguns estudiosos que encontram menos referências sacramentais, como Udo Schnelle, veem as referências e as consideram tão importantes também. Schnelle, em particular, considera o sacramentalismo de João como um contra-caso do anti-sacramentalismo [[docetismo|docetista]]. Por outro lado, embora tenha concordado que existem passagens antidocetistas, [[James Dunn (teólogo)|James Dunn]] vê a ausência de uma narrativa institucional eucarística como evidência de um anti-sacramentalismo em João, destinado a alertar contra uma concepção da vida eterna como dependente do ritual físico.{{sfn|Bauckham|2015}}
 
=== Individualismo ===
Em comparação com os Evangelhos sinóticos, o Evangelho de João é notavelmente individualista, no sentido de que enfatiza mais a relação do indivíduo com Jesus do que a natureza corporativa da Igreja.{{sfn|Bauckham|2015}}{{sfn|Moule|1962|p=172}} Isto é em grande parte constatado através da estrutura gramatical consistentemente singular de vários ditos aforísticos de Jesus ao longo do Evangelho.{{sfn|Bauckham|2015}} De acordo com [[Richard Bauckham]], a ênfase nos crentes que entram em um novo grupo após a sua conversão está visivelmente ausente dos textos de João.{{sfn|Bauckham|2015}} Há também um tema de "coinerência pessoal", isto é, a relação pessoal íntima entre o crente e Jesus em que o crente "permanece" em Jesus e Jesus no crente.{{sfn|Moule|1962|p=172}}
 
Já de acordo com [[C. F. D. Moule]], as tendências individualistas do Quarto Evangelho poderiam potencialmente dar origem a uma [[escatologia]] alcançada ao nível do crente individual.{{sfn|Moule|1962|p=174}} Alguns estudiosos argumentaram que o [[Discípulo amado]] devem ser todos os seguidores de Jesus, convidando a todos para um relacionamento pessoal com Cristo. Além disso, a ênfase no relacionamento do indivíduo com Jesus no Evangelho sugeriu sua utilidade para a contemplação sobre a vida de Cristo.<ref>{{citar periódico|último =Shea, SJ|primeiro =Henry J.|data=verão de 2017|título=The Beloved Disciple and the Spiritual Exercises|url=|periódico=Studies in the Spirituality of Jesuits|volume=49|número=  2|páginas=|via=}}</ref>
 
=== João Batista ===
{{VT|João Batista}}
O relato de [[João Batista]] é diferente do dos Evangelhos sinóticos, sendo que neste Evangelho, João não é chamado de "Batista".{{sfn|Cross|Livingstone|2005}} O ministério de João Batista se sobrepõe com o [[ministério de Jesus|de Jesus]]; o [[batismo de Jesus]] que ele realizou não é explicitamente mencionado, mas seu testemunho de Jesus é inequívoco e evidente.{{sfn|Cross|Livingstone|2005}} O evangelista quase certamente conhecia a história do batismo de Jesus feito por João e ele faz um uso teológico primordial disso.{{sfn|Barrett|1978|p=16}} Ele subordina João Batista a Jesus, talvez em resposta aos membros da seita de Batista, que consideravam o movimento de Jesus como uma derivação de seus movimentos.{{sfn|Harris|2006}} No Evangelho de João, Jesus e seus discípulos vão para a [[Judeia]] no início do ministério de Jesus antes que João Batista fosse preso e executado por Herodes.<ref>{{citar bíblia|João|4|3|citação=Quando o Senhor ficou sabendo disso, saiu da Judeia e voltou uma vez mais à Galileia.}}</ref>
 
=== Elementos gnósticos ===
{{VT|Gnosticismo cristão}}
Na primeira metade do século XX, muitos estudiosos, incluindo principalmente [[Rudolph Bultmann]], argumentaram com força que o Evangelho segundo João tem elementos em comum com o [[gnosticismo]].{{sfn|Harris|2006}} O [[gnosticismo cristão]] não se desenvolveu completamente até meados do século II e, portanto, os cristãos proto-ortodoxos do século II concentraram muito esforço em examiná-lo e refutá-lo.{{sfn|Olson|1999|p=36}} Dizer que o Evangelho segundo João continha elementos do gnosticismo é assumir que o gnosticismo havia se desenvolvido a um nível que exigia que o autor respondesse a ele.{{sfn|Kysar|2005|pp=88ff}} Bultmann, por exemplo, argumentou que o tema de abertura do Evangelho segundo João, o [[Logos (cristianismo)|Logos]] preexistente, juntamente com a dualidade entre luz e trevas, eram originalmente temas gnósticos que João adotou. Outros estudiosos, como por exemplo, Raymond E. Brown, argumentaram que o tema pré-existente do Logos surge dos escritos judaicos mais antigos no oitavo capítulo do [[Livro de Provérbios]], e foi totalmente desenvolvido como um tema no judaísmo helenístico por [[Fílon de Alexandria]].{{sfn|Brown|1997}} A descoberta dos [[Manuscritos do Mar Morto]] em [[Qumran]] verificou a natureza judaica desses conceitos.<ref>Charlesworth, James H. "The Historical Jesus in the Fourth Gospel: A Paradigm Shift?." Journal for the Study of the Historical Jesus 8.1 (2010): 42</ref> A estudiosa April DeConick sugeriu a leitura de João 8:56 em apoio a uma teologia gnóstica,<ref>DeConick, April D. "Who is Hiding in the Gospel of John? Reconceptualizing Johannine Theology and the Roots of Gnosticism." in ''Histories of the Hidden God: Concealment and Revelation in Western Gnostic, Esoteric, and Mystical Traditions.'' (2013) 13–29.</ref> no entanto, estudos recentes lançaram dúvidas sobre a veracidade da sua afirmação.<ref>Llewelyn, Stephen Robert, Alexandra Robinson, e Blake Edward Wassell. "[https://brill.com/view/journals/nt/60/1/article-p14_14.xml Does John 8:44 Imply That the Devil Has a Father?: Contesting the Pro-Gnostic Reading.]" Novum Testamentum 60.1 (2018): 14–23.</ref>
 
Os gnósticos leram João, mas o interpretaram de maneira diferente da que os [[agnóstico]]s fizeram.{{sfn|Most|2005|pp=121ff}} O gnosticismo ensinou que a salvação vinha da ''gnosis'', do conhecimento secreto, e os gnósticos não viam Jesus como um salvador, mas um revelador de conhecimento.{{sfn|Skarsaune|2008|pp=247ff}} Estudiosos como Barnabas Lindars são defensores de que o Evangelho ensina que a salvação só pode ser alcançada através da [[sabedoria]] revelada, especificamente na crença em Jesus.{{sfn|Lindars|1990|p=62}}
 
Raymond Brown afirma que "a imagem joanina de um Salvador que veio de um mundo alienígena lá em cima, que disse que nem ele nem aqueles que o aceitaram eram deste mundo"<ref>{{citar bíblia|João|17|14|citação=Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.}}</ref> e que prometeram voltar para levá-los a uma habitação celestial<ref>{{citar bíblia|João|14|2-3|citação=Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.}}</ref> poderia ser encaixada na imagem gnóstica do mundo.{{sfn|Brown|1997|p=375}} Ele sugeriu que semelhanças entre o Evangelho de João e o gnosticismo podem surgir de raízes comuns na [[literatura apocalíptica]] judaica.{{sfn|Kovacs|1995}}
 
== Comparação com os sinóticos ==
[[Imagem:John the Evangelist (Rabbula Gospels).jpg|thumb|160px|A representação de uma capitulação de um [[cristianismo sírio|cristão sírio]] para o Santo João, o Evangelista]]
O [[Evangelho de João]] é significativamente diferente dos [[Evangelhos sinóticos]], com grandes variações no material, na ênfase teológica, na cronologia e no estilo literário.{{sfn|Burge|2014|pp=236–37}} Há também algumas discrepâncias entre João e os sinóticos, o que resulta em algumas contradições.{{sfn|Burge|2014|pp=236–37}}
 
João não tem descrição de episódios vistos nos sinóticos, como o [[batismo de Jesus]], o [[Jesus convidando os doze apóstolos|chamado dos Doze]], os exorcismos, as parábolas, a [[Transfiguração de Jesus|Transfiguração]] e a [[Última Ceia]].{{sfn|Funk|Hoover|Jesus Seminar|1993|pp=1–30}} Por outro lado, inclui cenas não encontradas nos sinóticos, como a de Jesus transformando a água em vinho no casamento em '''Caná''', a ressurreição de Lázaro, Jesus lavando os pés de seus discípulos e várias visitas a [[Jerusalém]].{{sfn|Burge|2014|pp=236–37}}
 
No quarto Evangelho, a mãe de Jesus, [[Maria (mãe de Jesus)|Maria]], embora mencionada com frequência, nunca é identificada pelo nome.{{sfn|Michaels|1971|p=733}}{{sfn|Williamson|2004|p=265}} João afirma que Jesus era conhecido como o "filho de José" em {{Citar bíblia|livro=João|capítulo=6|verso=42}}.<ref>{{citar bíblia|João|6|42|citação=E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu?}}</ref> Para João, a cidade de origem de Jesus é irrelevante, pois ele vem de além deste mundo, e sim de [[Deus Pai]].{{sfn|Fredriksen|2008}}
 
Enquanto João não menciona diretamente o [[batismo de Jesus]], ele cita a descrição de [[João Batista]] da descida do Espírito Santo como uma [[pomba]], como acontece no batismo de Jesus nos sinóticos.{{sfn|Funk|Hoover|Jesus Seminar|1993|pp=1–30}}{{sfn|Burge|2014|pp=236–37}} Os principais discursos sinóticos de Jesus estão ausentes, incluindo o [[Sermão da Montanha]] e o [[Discurso das Oliveiras]], além de que os [[milagres de Jesus|exorcismos dos demônios]] não são mencionados em nenhuma ocasião, ao contrário dos sinóticos.{{sfn|Funk|Hoover|Jesus Seminar|1993|pp=1–30}}{{sfn|Thompson|2006|p=184}} João nunca lista todos os [[Discípulos de Jesus|Doze Discípulos]] e nomeia pelo menos um discípulo, Natanael, cujo nome não é encontrado nos sinóticos. [[São Tomé|Tomé]] recebe um apelido além de seu nome, onde é descrito como "Tomé, o Dídimo".<ref>{{citar bíblia|João|20|24|citação=Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.}}</ref>
 
Jesus é identificado com o Verbo ("[[Logos]]"), e o Verbo é identificada com ''theos'' ("deus" em grego);{{sfn|Ehrman|2005}} nenhuma identificação sobre tal é feita nos sinóticos.<ref>{{citar livro|último1 =Carson|primeiro1 =D. A.|título=The Pillar New Testament Commentary: The Gospel According to John|data=1991|publicado=Wm. B. Eardmans Publishing Co.|local=Grand Rapids, MI|página=117}}</ref> Em Marcos, Jesus exorta os discípulos a manter sua divindade em segredo, mas em João ele é muito aberto ao discutir isso, mesmo se referindo a si mesmo como "Eu sou", o título que Deus atribui a si mesmo em [[Livro de Êxodo|Êxodo]] em sua auto-revelação a [[Moisés]].<ref>{{citar bíblia|Êxodo|3|14|citação=E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.}}</ref> Nos sinóticos, o tema principal é o [[Reino de Deus]] e o [[Reino dos Céus]] (o último especificamente em Mateus), enquanto o tema de João é Jesus como a fonte da vida eterna e o Reino é mencionado apenas duas vezes.{{sfn|Burge|2014|pp=236–37}} Em contraste com a expectativa sinótica do Reino (usando o termo ''[[parousia]]'', que significa "presença"), João apresenta uma [[escatologia]] mais individualista.{{Sfn|Moule|1962|pp=172–74}}{{sfn|Sander|2015}}
 
Também há discrepâncias relacionadas a fatos cronológicos, pois de acordo com os sinóticos, o ministério de Jesus decorre em um único ano, mas no de João ele acontece em três, como evidenciado por referências a três passagens da [[Páscoa]]. Os eventos não estão todos na mesma ordem: a data da crucificação é diferente, como é o tempo da unção de Jesus em Betânia, e a limpeza do templo ocorre no início do ministério de Jesus e não perto do seu fim.{{sfn|Burge|2014|pp=236–37}}
 
No que diz respeito ao estilo literário, o vocabulário é diferente e cheio de importação teológica: em João, Jesus não executa "milagres" ({{lang-el|δῠνάμεις|dynámeis}}, sing. {{lang|el|δύνᾰμῐς}}, ''{{transl|el|dýnamis}}''), mas "sinais" ({{lang-el|σημεῖᾰ|sēmeia}}, sing. {{lang|el|σημεῖον}}, ''{{transl|el|sēmeion}}'') que revelam a sua identidade divina.{{sfn|Burge|2014|pp=236–37}} A maioria dos estudiosos considera que João não contém [[parábola]]s.{{sfn|Barry|1911}} Em vez disso, contém histórias ou [[alegoria]]s [[metáfora|metafóricas]], como as do Bom Pastor e da Videira Verdadeira, em que cada elemento individual corresponde a uma pessoa, grupo ou coisa específica. Alguns estudiosos, no entanto, encontram algumas parábolas como a história curta da mulher materna<ref>{{citar bíblia|João|16|21|citação=A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.}}</ref> ou do grão que está morrendo.<ref>{{citar bíblia|João|12|24|citação=Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.}}</ref>
 
Ainda observam-se discrepâncias de conteúdo entre os Evangelhos, pois de acordo com os sinóticos, como no episódio da prisão de Jesus, que segundo Marcos, Mateus e Lucas foi uma reação à limpeza do templo, enquanto, segundo João, foi desencadeada pela ressurreição de Lázaro.{{sfn|Burge|2014|pp=236–37}} Os [[fariseus]], retratados como uniformemente opostos a Jesus nos Evangelhos sinóticos, são retratados como divididos; eles [[debate|discutem]] frequentemente entre si nos relatos de João. Alguns, como [[Nicodemos]], chegam até a ser parcialmente simpatizantes de Jesus. Acredita-se que seja uma descrição histórica mais precisa dos fariseus, que fez do debate um dos princípios do seu sistema de crença.{{sfn|Neusner|2003|p=8}}
 
== Representações ==
[[Imagem:The last chapter by J. Doyle Penrose (1902).jpg|thumb|250px|''[[Beda]] traduzindo o Evangelho de João em seu leito de morte'', por James Doyle Penrose, 1902]]
 
O Evangelho foi retratado em narrações ao vivo e dramatizado em produções, [[esquete]]s, [[peça teatral|peças]] e representações da [[Paixão de Cristo]], bem como em [[filme]]s. A representação mais recente ocorreu no filme de 2014 "O Evangelho segundo João", dirigido por David Batty e narrado por [[David Harewood]] e [[Brian Cox]], com [[Selva Rasalingam]] como Jesus.<ref>{{citar web|url=http://www.patheos.com/blogs/filmchat/2015/10/interview-david-batty-the-gospel-of-john-2014.html|título=Interview: David Batty (The Gospel of John, 2014)|publicado=Patheos|acessodata=17 de janeiro de 2018}}</ref> O filme de 2003, também denominado "O Evangelho segundo João", foi dirigido por Philip Saville, narrado por [[Christopher Plummer]], e com [[Henry Ian Cusick]] no papel de Jesus.<ref>{{citar web|url=https://www.rottentomatoes.com/m/the_gospel_of_john/|título=The Gospel of John|publicado=Rotten Tomatoes|acessodata=17 de janeiro de 2018}}</ref>
 
Partes do Evangelho foram utilizadas para a composição de [[música]]s. Um desses fragmentos está na canção "Come and See", de Steve Wariner, escrito para o 20º aniversário da Aliança para a Educação Católica e incluindo fragmentos líricos tirados do Livro dos Signos.<ref>{{citar web|url=http://www.wlp.jspaluch.com/15046.htm|título=Come and See|publicado=WLP - Browse Products|acessodata=17 de janeiro de 2018}}</ref> Além disso, alguns compositores fizeram ajustes da Paixão como retratados no Evangelho, mais notavelmente [[Paixão segundo São João, BWV 245|o composto]] por [[Johann Sebastian Bach]], embora alguns versos sejam baseados em passagens de Mateus.{{sfn|Ambrose|2005}}
 
== Ver também ==
* [[Discípulo amado]]
* [[Evangelho de Egerton]]
* [[Harmonia evangélica]]
* [[Variantes textuais no Novo Testamento|Variantes textuais no Evangelho de João]]
 
== Notas ==
<references group="Nota" />
 
{{Referências|col=3}}
 
=== Bibliografia ===
{{refbegin|2}}
* {{citar livro
|título= J.S. Bach: The Extant Texts of the Vocal Works in English Translations with Commentary
|capítulo= BWV 245
|último1 =Ambrose |primeiro1 =Z. Philip
| translator-last1=Ambrose | translator-first1=Z. Philip
|publicado=Xlibris Corp.
|ano=2005
| volume = 2
| isbn = 978-1-4134-4600-5
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| ref=harv
}}
* {{citar livro
|último = Barrett |primeiro = C. K.
|título= The Gospel According to St. John: An Introduction with Commentary and Notes on the Greek Text
|publicado= [[Westminster John Knox Press]]
|ano= 1978
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* {{Cite CE1913
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| title      = Parables
| last = Barry | first = William
| authorlink = William Francis Barry
| volume = 11
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* {{citar livro
|título= The Testimony of the Beloved Disciple: Narrative, History, and Theology in the Gospel of John
|último = Bauckham |primeiro = Richard |autorlink = Richard Bauckham
|publicado= Baker
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|data= 2007
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}}
* {{citar livro
|título= Gospel of Glory: Major Themes in Johannine Theology
|último = Bauckham |primeiro = Richard | authormask = 2
|publicado= Baker Academic
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|ano= 2015
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}}
* {{citar livro
|título=The Historical Reliability of John's Gospel
|último = Blomberg |primeiro = Craig
|autorlink = Craig Blomberg
|publicado= InterVarsity Press
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* {{citar livro
|título= The Gospel According to John, Volume 1
|último = Brown |primeiro = Raymond E.
|autorlink = Raymond E. Brown
|ano= 1966
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* {{citar livro
|título= An Introduction to the New Testament
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|autorlink = Raymond E. Brown
|ano= 1997
|publicado= Anchor Bible |local= New York
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}}
* {{citar livro
|título= The Routledge Encyclopedia of the Historical Jesus
|último1 = Burge |primeiro1 = Gary M.
|editor-sobrenome1 = Evans |editor-nome1 = Craig A.
|ano= 2014
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}}
* {{citar livro
|título= An introduction to the New Testament and the origins of Christianity
|último = Burkett |primeiro = Delbert
|ano= 2002
|publicado= Cambridge University Press
| url = https://books.google.com/?id=EcsQknxV-xQC&pg=PA215&dq=%22John+once+appeared+to+be+a+Hellenistic+gospel%22
| isbn = 978-0-521-00720-7
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}}
* {{citar livro
|último1 = Carroll
|primeiro1 = James
|título= Constantine's Sword: The Church and the Jews: A History
|data= 2001
|publicado= Houghton Mifflin
|página= 92
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| ref=harv
}}
* {{citar livro
|título= An Introduction to the New Testament
|último1 = Carson |primeiro = D. A.
|último2 = Moo |primeiro2 = Douglas J.
|ano= 2009
|publicado= HarperCollins Christian Publishing
| url = https://books.google.com/books?id=AV5FXRZo5c4C
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}}
* {{citar livro
|título= Judaism in the New Testament: Practices and Beliefs
|último1 = Chilton |primeiro1 = Bruce
|último2 = Neusner |primeiro2 = Jacob
|ano= 2006
|publicado= Routledge
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| isbn = 978-1-134-81497-8
| ref = harv
}}
* {{citar periódico
|título    = Nag Hammadi, Gnosticism and New Testament Interpretation
|último    = Combs
|primeiro    = William W.
|periódico  = [[Grace Theological Journal]]
|volume      = 8
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|ano        = 1987
|páginas    = 195–212
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|acessodata  = 2018-01-11
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|arquivodata = 2016-10-21
|urlmorta    = yes
}}
* {{citar livro
|título= The Oxford Dictionary of the Christian Church
| editor-last1 = Cross | editor-first1 = Frank Leslie
| editor-last2 = Livingstone | editor-first2 = Elizabeth A.
|ano= 2005
|publicado= Oxford University Press |local= New York
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| isbn = 978-0-19-280290-3
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título=John and the Synoptics
|capítulo=The Q-Logion Mt 11, 27 / Lk 10, 22 and the Gospel of John
|último =Denaux |primeiro =Adelbert
|editor-sobrenome =Denaux |editor-nome =Adelbert
|publicado=Leuven University Press
|ano=1992
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| ref=harv
}}
* {{citar livro
|título= Jews and Christians: The Parting of the Ways – A.D. 70 to 135
|editor-sobrenome1 = Dunn |editor-nome1 = James D. G.
|ano= 1992
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}}
** {{citar livro
|título= 'The Parting of the Ways' from the Perspective of Rabbinic Judaism
|último = Alexander |primeiro = Philip S.
| url = https://books.google.com/books?id=9zCh9SBb6Y8C&pg=PA1
| ref = harv
| isbn = 978-0-8028-4498-9 |ano= 1992 }}
** {{citar livro
|último = Dunn |primeiro = James D. G.
|título= The Question of Anti-Semitism in the New Testament Writings of the Period
| url = https://books.google.com/books?id=9zCh9SBb6Y8C&pg=PA177
| ref = harv
| isbn = 978-0-8028-4498-9
|ano= 1992
}}
* {{citar livro
|título= Discovering John: Content, Interpretation, Reception
|último1 = Edwards |primeiro1 = Ruth B.
|ano= 2015
|publicado= Wm. B. Eerdmans Publishing
|local= Grand Rapids, Michigan
| url = https://books.google.com/books?id=Eq-vCAAAQBAJ
| series = Discovering Biblical Texts
| isbn = 978-0-8028-7240-1
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The New Testament: A Historical Introduction to the Early Christian Writings
|último = Ehrman |primeiro = Bart D.
|autorlink = Bart D. Ehrman
|ano= 2004
|publicado= Oxford |local= New York
| isbn = 0-19-515462-2
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Misquoting Jesus: The Story Behind Who Changed the Bible and Why
|último = Ehrman |primeiro = Bart D.
|autorlink = Bart D. Ehrman
|publicado= HarperCollins
|ano= 2005
| isbn = 978-0-06-073817-4
| url = https://books.google.com/books?id=kXdXKaJWs2UC
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Jesus, Interrupted
|último = Ehrman |primeiro = Bart D.
|autorlink = Bart Ehrman
|publicado= HarperOne
| url = https://books.google.com/?id=5SFIjC-qLskC
|data= 2009
| isbn = 978-0-06-117393-6
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= From Jesus to Christ: The Origins of the New Testament Images of Jesus
|último =  Fredriksen |primeiro = Paula
|ano= 2008
|publicado= Yale University Press
| url = https://books.google.com/books?id=tDFlfjZ4Ho4C
| isbn = 978-0-300-16410-7
|ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Five Gospels: The Search for the Authentic Words of Jesus
|último1 = Funk |primeiro1 = Robert W.
|último2 = Hoover |primeiro2 = Roy W.
|último3 = Jesus Seminar
|autorlink = Robert W. Funk
|autorlink3 = Jesus Seminar
|ano= 1993
|publicado= Polebridge Press
| url = https://books.google.com/books?id=yhERAgAACAAJ
| isbn = 978-0-944344-57-6
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Acts of Jesus: The Search for the Authentic Deeds of Jesus
|último1 = Funk |primeiro1 = Robert W.
|último2 = Jesus Seminar
|autorlink1 = Robert W. Funk
|autorlink2 = Jesus Seminar
|ano= 1998
|publicado= HarperSanFrancisco
| url = https://books.google.com/books?id=fg1CAQAAIAAJ
| isbn = 978-0-06-062978-6
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Understanding the Bible
|último = Harris |primeiro = Stephen L.
|ano= 2006
|publicado= McGraw-Hill
|edição= 7th
| isbn = 978-0-07-296548-3
| url = https://books.google.com/books?id=nAsoAAAACAAJ
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The New Oxford Annotated Bible
| editor-last1 = Coogan | editor-first1 = Michael D.
| editor-last2 = Brettler | editor-first2 = Marc Z.
| editor-last3 = Newsom | editor-first3 = Carol A.
| editor-last4 = Perkins | editor-first4 = Pheme
|capítulo= The Gospel According to John
|último1 = Hendricks |primeiro1 = Obrey M., Jr.
|data= 2007
|publicado= Hendrickson Publishers, Inc.
|local= [[Peabody, Massachusetts]]
|edição= 3rd
| url = https://books.google.com/books?id=GyNiyGluEqEC
|capítulourl= https://books.google.com/books?id=GyNiyGluEqEC&pg=RA2-PA146
| isbn = 978-1-59856-032-9
| ref=harv
}}
* {{citar livro
|título= How on Earth Did Jesus Become a God?: Historical Questions about Earliest Devotion to Jesus
|último = Hurtado |primeiro = Larry W.
|publicado= Wm. B. Eerdmans Publishing
|ano= 2005
| url = https://books.google.com/books?id=Xi5xIxgnNgcC
| isbn = 978-0-8028-2861-3
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título=The Cradle, the Cross, and the Crown: An Introduction to the New Testament
|capítulo=The Gospel According to John
|último1 =Köstenberger |primeiro1 =Andreas J.
|último2 =Kellum |primeiro2 =Leonard Scott
|último3 =Quarles |primeiro3 =Charles L.
|publicado=B&H Publishing Group
|ano=2009
|local=Nashville
| isbn=978-0-8054-4365-3
| url=https://books.google.com/books?id=g-MG9sFLAz0C
|capítulourl=https://books.google.com/books?id=g-MG9sFLAz0C&pg=289
| ref = harv
}}
* {{citar periódico
|título= Now Shall the Ruler of This World Be Driven Out: Jesus' Death as Cosmic Battle in John 12:20–36
|último = Kovacs |primeiro = Judith L.
|periódico= Journal of Biblical Literature
|ano= 1995
| volume=114
|número=2
|páginas=227–47
| doi=10.2307/3266937
| jstor=3266937
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|último = Kysar |primeiro = Robert
|título= Voyages with John: Charting the Fourth Gospel
|ano= 2005
|publicado= Baylor University Press
| isbn = 978-1-932792-43-0
| url = https://books.google.com/?id=ev5bp8lY04UC
| ref=harv
}}
* {{citar livro
|título= John, Jesus, and History, Volume 1: Critical Appraisals of Critical Views
|capítulo= The Dehistoricizing of the Gospel of John
|último1 = Kysar
|primeiro1 = Robert
| series = Society of Biblical Literature Symposium series
| volume = 44
|editor-sobrenome1 = Anderson |editor-nome1 = Paul N.
|editor-sobrenome2 = Just |editor-nome2 = Felix
|editor-sobrenome3 = Thatcher |editor-nome3 = Tom
|publicado= [[Society of Biblical Literature]]
|ano= 2007
| url = https://books.google.com/books?id=ryybidJYMAQC
|capítulourl= https://books.google.com/books?id=ryybidJYMAQC&pg=PA80
| isbn = 978-1-58983-293-0
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título=A Theology of the New Testament
|último1 =Ladd |primeiro1 =George Eldon
|autorlink1 =George Eldon Ladd
|último2 =Hagner |primeiro2 =Donald Alfred
|publicado=Wm. B. Eerdmans Publishing
|data=1993
| isbn=0-8028-0680-5
| url=https://books.google.com/books?id=eIdkM00EdlAC
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Gospel According to St John: Black's New Testament Commentaries
|último = Lincoln |primeiro = Andrew
|ano= 2005
|publicado= Bloomsbury Publishing
| url = https://books.google.com/books?id=eYmxAwAAQBAJ
| isbn = 978-1-4411-8822-9
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= John
|último1 = Lindars |primeiro1 = Barnabas
|ano= 1990
|publicado= A&C Black
| series = New Testament Guides
| volume = 4
| url = https://books.google.com/books?id=BtjUAwAAQBAJ
| isbn = 978-1-85075-255-4
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Johannine Literature
|último1 = Lindars |primeiro1 = Barnabas
|último2 = Edwards |primeiro2 = Ruth
|último3 = Court |primeiro3 = John M.
|ano= 2000
|publicado= A&C Black
| url = https://books.google.com/books?id=qVOD0PhayhsC
| isbn = 978-1-84127-081-4
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Text of New Testament
|último = Metzger |primeiro = B. M.
|último2 = Ehrman |primeiro2 = B. D.
| author-link2 = Bart Ehrman
|publicado= Рипол Классик
| url = https://books.google.com/books?id=lA4WAwAAQBAJ
|data= 1985
| isbn = 978-5-88500-901-0
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Gospel of John
|capítulo= Verification of Jesus' Self-Revelation in His passion and Resurrection (18:1–21:25)
|último = Michaels |primeiro = J. Ramsey
|publicado= Wm. B. Eerdmans Publishing
|local= Grand Rapids
|ano= 1971
| isbn = 978-1-4674-2330-4
| url = https://books.google.com/books?id=HWVyCgAAQBAJ
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Doubting Thomas
|último = Most |primeiro = Glenn W.
| url = https://books.google.com/?id=ngxMxwv8_uoC
|ano= 2005
|publicado= Harvard University Press
| isbn = 978-0-674-01914-0
| ref = harv
}}
* {{citar periódico
|título= The Individualism of the Fourth Gospel
|último = Moule |primeiro = C. F. D. |autorlink = C. F. D. Moule
|periódico= Novum Testamentum,
| volume = 5
|número= 2/3
|páginas= 171–90
|data=julho de 1962
| doi = 10.2307/1560025
| jstor = 1560025
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Invitation to the Talmud: A Teaching Book
|último = Neusner |primeiro = Jacob
|publicado= Wipf and Stock Publishers
|ano= 2003
| isbn = 978-1-59244-155-6
| series = South Florida Studies in the History of Judaism
| volume = 169
| url = https://books.google.com/books?id=WOBKAwAAQBAJ
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Story of Christian Theology: Twenty Centuries of Tradition & Reform
|último = Olson |primeiro = Roger E.
|publicado= InterVarsity Press
|local= Downers Grove, Illinois
|ano= 1999
| isbn = 978-0-8308-1505-0
| url = https://books.google.com/books?id=3QHRJNkbKJgC
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Los Evangelios Apocrifos
|língua= Espanhol
|títulotrad= The Apochryphal Gospels
|último = De Santos Otero |primeiro = Aurelio
|local= Madrid
|ano= 1993
| isbn = 978-84-7914-044-1
| series = Biblioteca de Autores Cristianos
| volume = 148
|edição= 9th
| url = https://books.google.com/books?id=e9tZPwAACAAJ
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Beyond Belief: The Secret Gospel of Thomas
|último = Pagels |primeiro = Elaine H.
|publicado= Random House
|local= New York
|ano= 2003
| isbn = 0-375-50156-8
| url = https://books.google.com/books?id=xMnfAAAAMAAJ
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= John, His Gospel, and Jesus: In Pursuit of the Johannine Voice
|último = Porter |primeiro = Stanley E.
|publicado= Wm. B. Eerdmans Publishing
|ano= 2015
| url = https://books.google.com/books?id=2llZCgAAQBAJ
| isbn = 978-0-8028-7170-1
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|último1 = Van den Broek |primeiro1 = Roelof
| author-link1 = Roel van den Broek
|último2 = Vermaseren |primeiro2 = Maarten Jozef
|título= Studies in Gnosticism and Hellenistic Religions
| url = https://books.google.com/?id=ONQUAAAAIAAJ
|ano= 1981
|publicado= E. J. Brill
|local= Leiden
| series = Études préliminaires aux religions orientales dans l'Empire romain
| volume = 91
| isbn = 978-90-04-06376-1
| ref=harv
}}
* {{citar livro
|título= The Jewish Annotated New Testament
|último1 = Reinhartz |primeiro1 = Adele
|editor-sobrenome1 = Levine |editor-nome1 = Amy-Jill
|editor-sobrenome2 = Brettler |editor-nome2 = Marc Z.
|ano= 2011
|publicado= Oxford University Press
|capítulo= John
| url = https://books.google.com/books?id=yGoBXIWSkuMC
| isbn = 978-0-19-992706-7
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Historical Figure of Jesus
|último = Sanders |primeiro = E. P.
|ano= 1995
|publicado= Penguin UK
| isbn = 978-0-14-192822-7
| url = https://books.google.com/books?id=lkbTL36ZgPIC
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Passion of Jesus in the Gospel of John
|último = Senior |primeiro = Donald
|ano= 1991
|publicado= Liturgical Press
| isbn = 978-0-8146-5462-0
| series = Passion of Jesus Series
| volume = 4
| url = https://books.google.com/books?id=31BDFECBGF8C
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= In the Shadow of the Temple: Jewish Influences on Early Christianity
|último = Skarsaune |primeiro = Oskar
| url = https://books.google.com/?id=IAlQTo4H4F4C
|ano= 2008
|publicado= InterVarsity Press
| isbn = 978-0-8308-2670-4
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Historical Jesus: A Comprehensive Guide
|último1 = Theissen |primeiro1 = Gerd
|último2 = Merz |primeiro2 = Annette
|ano= 1998
|anooriginal= 1996
|publicado= Fortress Press
| url = https://books.google.com/books?id=3ZU97DQMH6UC
| isbn = 978-1-4514-0863-8
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Cambridge Companion to the Gospels
|capítulo= The Gospel According to John
|último = Thompson |primeiro = Marianne Maye
|editor-sobrenome1 = Barton |editor-nome1 = Stephen C.
|ano= 2006
|publicado= Cambridge University Press
| url = https://books.google.com/books?id=lX16qfiZkOoC
|capítulourl= https://books.google.com/books?id=lX16qfiZkOoC&pg=PA182
| series = Cambridge Companions to Religion
| isbn = 978-0-521-80766-1
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Preaching the Gospel of John: Proclaiming the Living Word
|último = Williamson |primeiro = Lamar, Jr.
|publicado= Westminster John Knox Press
|local= Louisville
|ano= 2004
| isbn = 978-0-664-22533-9
| url = https://books.google.com/books?id=rKl0EivRoEkC
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The New Testament Story
|último = Witherington |primeiro = Ben
|ano= 2004
|publicado= Wm. B. Eerdmans Publishing
| url = https://books.google.com/books?id=CFZSyZi2vUQC
| isbn = 978-0-8028-2765-4
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Puzzling the Parables of Jesus: Methods and Interpretation
|último = Zimmermann |primeiro = Ruben
|autorlink = Ruben Zimmermann
|publicado= Fortress Press
|local= Minneapolis
|ano= 2015
| isbn = 978-1-4514-6532-7
| url = https://books.google.com/books?id=vQ6qCgAAQBAJ
| ref = harv
}}
{{Refend}}
 
=== Leitura adicional ===
{{Refbegin|2}}
* {{citar periódico
|título= Does the New Testament call Jesus God?
|último = Brown |primeiro = Raymond E.
|autorlink = Raymond E. Brown
|periódico= Theological Studies
|ano= 1965 | volume = 26 |páginas= 545–73
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Community of the Beloved Disciple
|último = Brown |primeiro = Raymond E.
|autorlink = Raymond E. Brown
|ano= 1979
|publicado= Paulist Press
| url = https://books.google.com/?id=oRCdxOJWvcQC
| isbn = 978-0-8091-2174-8
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Gospel According to John
|último = Carson |primeiro = D.A.
|autorlink = D.A. Carson
|ano= 1991
|publicado= Wm. B. Eerdmans Publishing
| series = Pillar New Testament Commentary Series
| url = https://books.google.com/?id=-GMT4cHbjywC
| isbn = 978-0-8028-3683-0
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Anatomy of the Fourth Gospel: A Study in Literary Design
|último = Culpepper |primeiro = R. Alan
|ano= 1983
|publicado= Fortress |local= Minneapolis
| url = https://books.google.com/?id=Bo5O0KmRrygC
| isbn = 978-0-8006-2068-4
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Interpretation of the Fourth Gospel
|último = Dodd |primeiro = C.H.
|publicado= Cambridge University Press
| url = https://books.google.com/?id=9jnXK1ppv0gC
|data= 1968-05-01
| isbn = 978-0-521-09517-4
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Temporal Mechanics of the Fourth Gospel: A Theory of Hermeneutical Relativity in the Gospel of John (BIS 92)
|último = Estes |primeiro = Douglas
|ano= 2008
|publicado= Brill |local= Leiden
| url = https://books.google.com/?id=8RBRAVBw3_AC
| isbn = 978-90-04-16598-4
| ref = harv
}}
* {{Catholic Encyclopedia
| title=Gospel of St. John
| first=Leopold | last=Fonck
| url=http://www.newadvent.org/cathen/08438a.htm
| volume=8
|no-icon=1
|prescript=
}}
* {{citar livro
|título= Revelation and Concealment of Christ: A Theological Inquiry into the Elusive Language of the Fourth Gospel (WUNT 120)
|último = Hamid-Khani |primeiro = Saeed
|ano= 2000
|publicado= Mohr Siebeck |local= Tubingen
| url = https://books.google.com/?id=Y2qH5C4-7gQC
| isbn = 978-3-16-147138-4
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Johannine Corpus in the Early Church
|último = Hill |primeiro = Charles E.
|ano= 2006
|publicado= Oxford University Press |local= New York
| url = https://books.google.com/?id=PvqpheF5ljMC
| isbn = 978-0-19-929144-1
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Two Faces of Jesus
|último = Jensen |primeiro = Robin M.
|revista= Bible Review
|página= 42
|data=outubro de 2002
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Bethany: Discovering Christ's Love in Times of Suffering When Heaven Seems Silent (A Study of John 12)
|último = M'Cheyne |primeiro = Robert Murray
|autorlink = Robert Murray M'Cheyne
|publicado= Diggory Press
|data= 2007-04-30
| isbn = 978-1-84685-702-7
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Gospel According to St. John
|último = Morris |primeiro = Leon
|autorlink = Leon Morris
|ano= 1995
|publicado= Wm. B. Eerdmans Publishing Co.
| url = https://books.google.com/?id=II-33dS9esAC
| isbn = 978-0-8028-2504-9
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Redating the New Testament
|último = Robinson |primeiro = John A.T.
|autorlink = John A.T. Robinson
|ano= 1990
|publicado=  Trinity Press International
| isbn = 978-0-334-02300-5
| ol = 9427964M
| url = https://openlibrary.org/books/OL9427964M/Redating_the_New_Testament
| ref = harv
}}
* {{citar enciclopédia
|título= Biblical Literature: The Fourth Gospel: The Gospel According to John
|enciclopédia= [[Encyclopædia Britannica]] Online
|último = Sander |primeiro = Emilie T.
|ano= 2015
| url = https://www.britannica.com/topic/biblical-literature/The-fourth-Gospel-The-Gospel-According-to-John
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= What are They Saying about John?
|último = Sloyan |primeiro = Gerard Stephen
|ano= 2006
|publicado= Paulist Press
| series = What Are They Saying about&nbsp;... ? series
|edição= Revised
| url = https://books.google.com/?id=o03row3u3foC&printsec=frontcover
| isbn = 978-0-8091-4337-5
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Handbook for the Study of the Historical Jesus
|último1 = Smith |primeiro1 = D. Moody
|editor-sobrenome1 = Holmén |editor-nome1 = Tom
|editor-sobrenome2 = Porter |editor-nome2 = Stanley E.
|ano= 2010
|publicado= BRILL
|capítulo= Jesus Tradition in the Gospel of John
| url = https://books.google.com/books?id=LuKMmVu0tpMC
| isbn = 978-90-04-16372-0
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= What We Have Heard from the Beginning: The Past, Present and Future of Johannine Studies
|editor-sobrenome = Thatcher |editor-nome = Tom
|publicado= Baylor University Press |local= Waco
| url = https://books.google.com/?id=9UbbRS9VaCgC
|data= 2007
| isbn = 978-1-60258-010-7
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= John, Jesus, and History, Volume 2: Aspects of Historicity in the Fourth Gospel
|capítulo= Aspects of Historicity in the Fourth Gospel: Phase Two of the John, Jesus, and History Project
|último1 = Thatcher
|primeiro1 = Tom
| series = Society of Biblical Literature Symposium series
| volume = 44
|editor-sobrenome1 = Anderson |editor-nome1 = Paul N.
|editor-sobrenome2 = Just |editor-nome2 = Felix
|editor-sobrenome3 = Thatcher |editor-nome3 = Tom
|publicado= [[Society of Biblical Literature]]
|ano= 2009
| isbn=1589833929
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The New Testament: A Literary History
|último1 = Theissen |primeiro1 = Gerd
| translator-last = Maloney | translator-first = Linda M.
|ano= 2011
|publicado= Fortress Press
| url = https://books.google.com/books?id=AZdAxLt4lVUC
| isbn = 978-0-8006-9785-3
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= Exploring the Gospel of John: In Honor of D. Moody Smith
|último1 = Thompson |primeiro1 = Marianne Meye
|editor-sobrenome1 = Smith |editor-nome1 = Dwight Moody
|editor-sobrenome2 = Culpepper |editor-nome2 = R. Alan
|editor-sobrenome3 = Black |editor-nome3 = Carl Clifton
|ano= 1996
|publicado= Westminster John Knox Press
| series = Old Testament Library
|capítulo= The Historical Jesus and the Johannine Christ
| url = https://books.google.com/books?id=1cgkO8smAYkC
|capítulourl= https://books.google.com/books?id=1cgkO8smAYkC&pg=PA21
| isbn = 978-0-664-22083-9
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Eerdmans Companion to the Bible
|último1 = Thompson |primeiro1 = Marianne Meye
|editor-sobrenome1 = Fee |editor-nome1 = Gordon D.
|editor-sobrenome2 = Hubbard |editor-nome2 = Robert L., Jr.
|ano= 2011
|publicado= Wm. B. Eerdmans Publishing
|capítulo= John
| url = https://books.google.com/books?id=P-4v9JHteTgC
|capítulourl= https://books.google.com/books?id=P-4v9JHteTgC&pg=PA582
| isbn = 978-0-8028-3823-0
| ref = harv
}}
* {{citar livro
|título= The Authentic Gospel of Jesus
|último1 = Vermes |primeiro1 = Geza
|ano= 2004
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* {{citar livro
|título= Scripting Jesus: The Gospels in Rewrite
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* [http://www.vts.edu/ftpimages/95/download/download_group10628_id316841.pdf A Brief Introduction to the Gospel According to John]
* [http://www.britannica.com/EBchecked/topic/304610/Gospel-According-to-John Gospel According to John], Encyclopædia Britannica Online.
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* [http://www.kchanson.com/ANCDOCS/greek/johnpap.html John Rylands papyrus:]text, translation, illustration and a bibliography of the discussion
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== Ligações externas ==
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Edição atual tal como às 18h59min de 6 de outubro de 2021

Predefinição:Infobox O Evangelho segundo João (em Predefinição:Língua com nome, transl.: Tò katà Iōánnēn euangélion), também referido como Evangelho de João, o Quarto Evangelho ou simplesmente João, é um dos quatro Evangelhos canônicos no Novo Testamento. Ele tradicionalmente está posicionado como o quarto Evangelho, sucedendo aos Evangelhos sinóticos de Mateus, Marcos e Lucas.

Apesar do autor do Evangelho de João ser anônimo,[1] a tradição cristã geralmente a atribui para João, o Apóstolo, filho de Zebedeu e um dos doze apóstolos de Jesus.[2] Este Evangelho está tão relacionado em estilo e conteúdo com as outras três epístolas joaninas que os estudiosos tratam estes quatro livros,[3] juntamente com o Livro de Apocalipse, como uma única coleção de escritos dentro da literatura joanina, embora não necessariamente tenham sido escritos pelo mesmo autor.Predefinição:Refn

Alguns estudiosos sugeriram que uma tradição tenha se desenvolvido em torno da "comunidade joanina", que deu origem a este Evangelho.[4][5] A descoberta de um grande número de fragmentos de papiro de manuscritos com temas joaninos levou mais estudiosos a reconhecer que os textos estavam entre os mais influentes da Igreja primitiva.[6] Os discursos contidos neste Evangelho tiveram seu enfoque em questões do debate igreja-sinagoga no momento da sua composição.[7] É notável que, em João, a comunidade parece definir-se principalmente em contraste com o judaísmo, e não como parte de uma comunidade cristã mais ampla.[8] Embora o cristianismo tenha começado como um movimento dentro do judaísmo, ele se separou gradualmente do judaísmo por causa de mútua oposição entre as duas religiões.[9]

Estrutura e conteúdo

Predefinição:Capítulos do Evangelho de João O Evangelho de João pode ser dividido em quatro seções: um prólogo ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#1:1-18|João 1:1-18]]), um Livro dos Sinais ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
  2. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#1:19-50|João 1:19-50]]), um Livro da Glória ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
  3. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#13:1-20,31|João 13:1-20,31]]) e um epílogo (21).[10] A estrutura é esquemática: existem sete "sinais" que culminam na ressurreição de Lázaro (prenunciando a ressurreição de Jesus) e sete provérbios e discursos sobre "Eu sou", que culminaram com a proclamação de Jesus como "meu senhor e meu Deus" - o mesmo título (dominus et deus) reivindicado pelo imperador romano Domiciano.[11]

Ver artigo principal: No princípio era o Verbo

No prólogo do Evangelho de João, o autor inicia citando que "No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus".[12] Ele coloca Jesus como figura cósmica como o Logos foi feito carne e revelado por Deus, dando a salvação aos que nele acreditam. João Batista, André e Natanael testemunham ele como o Cordeiro de Deus, o Filho de Deus, e o Cristo.[13]

Livro dos Sinais

O Livro dos Sinais aborda a narrativa do ministério público de Jesus, iniciando com a apresentação dos primeiros discípulos de Jesus. Consiste em sete milagres ou "sinais", intercalados com longos diálogos, discursos, e trechos "amém, amém", e "Eu Sou", que culminaram com a ressurreição de Lázaro dentre os mortos. Em João, é isso, e não a limpeza do Templo, que leva as autoridades a ter executado Jesus. Os sete sinais consistem no milagre de Jesus no casamento em Caná, na cura do filho do oficial real, na cura do paralítico em Betesda, na alimentação dos 5.000, na caminhada sobre a água, na cura do homem nascido cego, e na ressurreição de Lázaro. Outros incidentes relatados neste segmento do Evangelho incluem a limpeza do Templo; a conversa de Jesus com o fariseu Nicodemos, onde ele explica a importância do renascimento espiritual; a sua conversa com a samaritana no poço, onde ele fala o Discurso sobre a Água da Vida; o Discurso do Pão da Vida, que levou muitos de seus discípulos a rejeitarem-o; a mulher adúltera; o argumento de que Jesus é a Luz do Mundo; a resposta de Jesus a Pilatos; a perícope do Bom Pastor; a rejeição de Jesus pelos judeus; o versículo Jesus chorou; o plano para matar Jesus; a unção de Jesus; a entrada triunfal em Jerusalém; a predição da glorificação do Filho do Homem; e a predição do Juízo Final.

Livro da Glória

Jesus realizando o discurso de adeus para os seus onze discípulos remanescentes. Arte de Maestà of Duccio, datada de 1308–1311

O Livro da Glória aborda a narrativa da Paixão de Cristo, da Ressurreição de Jesus e das aparições de Jesus após a ressurreição. Ele inicia a narrativa da Paixão com um relato da Última Ceia que difere significativamente daquela encontrada nos Evangelhos sinóticos, com Jesus lavando os pés dos discípulos em vez de inaugurar uma nova aliança de seu corpo e sangue. Isto é sucedido pelo discurso de adeus de Jesus, um relato de sua traição, prisão, julgamento, morte, sepultamento, aparições após a ressurreição, e um convite final para seus seguidores. Também inclui a negação de Pedro, a instituição do Novo Mandamento e da Nova Aliança, a promessa de Paráclito, a promessa da Videira Verdadeira, a Oração do Sumo Sacerdote, a zombaria com Jesus e a coroação com espinhos, o Ecce homo, a descoberta do túmulo vazio, o Noli me tangere, a Grande Comissão e a incredulidade de Tomé. A seção termina com uma conclusão sobre o propósito do Evangelho: "[tais relatos] foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.".[14][13]

Ver artigo principal: João 21

O epílogo, registrado no capítulo 21 do Evangelho de João, aborda a aparição de Jesus após a ressurreição para os seus discípulos, em um lago, a pesca milagrosa, a profecia da crucificação de Pedro, a restauração de Pedro, e o fato dele ser o Discípulo amado.[13] A maioria dos estudiosos acredita que este capítulo seja uma adição ao Evangelho em si.[15]

Composição e configuração

Autoria, data e origem

Ver artigo principal: Autoria dos trabalhos de João

O autor do Evangelho de João é anônimo. De acordo com uma tradição da Igreja que data do segundo século, primeiramente atestada por Ireneu de Lyon, o autor foi "o discípulo que Jesus amou" mencionado em João 21:24,[16] que é entendido como João, filho de Zebedeu, um dos doze discípulos de Jesus.[17] Essas identificações, no entanto, são rejeitadas por muitos estudiosos bíblicos modernos.[1][18] No entanto, o autor do quarto Evangelho às vezes é chamado de João, o Evangelista, muitas vezes por conveniência, uma vez que o nome definitivo do autor é ainda discutido.[19] A obra de João frequentemente é datada de 90-110[20] Os estudiosos acreditam que o texto passou por duas a três redações, ou "edições", antes de chegar à sua forma atual.[21]

João, que geralmente descreve os oponentes de Jesus simplesmente como "os judeus", é mais consistentemente hostil aos "judeus" do que qualquer outro livro do Novo Testamento.[22] O historiador e ex-sacerdote católico romano James Carroll afirma: "O clímax deste movimento vem no capítulo 8 de João, quando Jesus é retratado como denunciando "os judeus" que estavam reunidos no Templo como descendentes de Satanás".[23] Em João 8:44, Jesus diz aos judeus: "Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele."[24] Em 8:38 e 11:53, "os judeus" são retratados como cidadãos com desejo de matar a Jesus.[25][26] No entanto, Carroll adverte que esta e outras declarações semelhantes no Evangelho segundo Mateus e na Primeira Epístola aos Tessalonicenses devem ser vistas como "evidência não do ódio dos judeus, mas dos conflitos sectários entre os judeus" nos primeiros anos da igreja cristã.[27]

Conforme observado pelo estudioso do Novo Testamento Obrey M. Hendricks, Jr.: "Embora sua interpretação mordaz sobre os judeus tenha aberto acusações a João de antissemitismo, uma leitura cuidadosa revela que "os judeus" são uma designação de classe, não uma religião ou agrupamento étnico, em vez de denotar adeptos do judaísmo em geral, o termo refere-se principalmente às autoridades religiosas hereditárias do Templo".[28] Nos séculos seguintes, João foi usado para apoiar a polêmicas antissemitas, mas o autor do Evangelho se considerava como um judeu, defendeu Jesus e seus seguidores como judeus, e provavelmente escreveu para uma comunidade em grande parte judaica.[29][30]

Fontes

O consenso entre os estudiosos na segunda metade do século XX era de que João era um livro independente dos Evangelhos sinóticos (Mateus, Marcos e Lucas), mas essa concordância foi desfeita na última década do século e agora há muitos estudiosos que acreditam que João tinha conhecimento de algumas partes de Marcos e possivelmente de Lucas, pois ele compartilha alguns itens de vocabulário e grupos de acontecimentos organizados na mesma ordem.[31][32]

Termos-chave dos sinóticos, no entanto, estão ausentes por completo ou parcialmente, implicando que, se o autor realmente conhecia esses Evangelhos, ele se sentia livre para escrever de forma independente.[32] Muitos acontecimentos, como o casamento em Caná, o encontro de Jesus com a mulher samaritana no poço e a ressurreição de Lázaro, não são semelhantes nos sinóticos,[33] e muitos estudiosos acreditam que o autor os chamou de uma fonte independente chamada "Evangelho dos Sinais", os discursos de Jesus de uma segunda fonte de" discurso", e o prólogo de um hino primitivo.[34]

O Evangelho segundo João faz uso extensivo das escrituras judaicas: João cita diretamente elas, faz referência a figuras importantes e usa narrativas delas como base para vários dos seus discursos. O autor também estava familiarizado com fontes não-judaicas: o Logos do prólogo (o Verbo que está com Deus desde o início da criação), por exemplo, foi derivado do conceito judaico de sabedoria e dos filósofos gregos; João 6 faz alusão não apenas ao Êxodo, mas também aos cultos greco-romanos, e João 4 faz referência às crenças messiânicas dos samaritanos.[35]

Confiabilidade histórica

Ver artigo principal: Historicidade da Bíblia

Os ensinamentos de Jesus encontrados nos Evangelhos sinóticos são muito diferentes dos registrados em João, e desde o século XIX os estudiosos aceitam quase por unanimidade que esses discursos joaninos são menos prováveis de serem históricos do que as parábolas sinóticas, e provavelmente foram escritos para fins teológicos.[36]

Da mesma forma, os estudiosos geralmente concordam que João não é totalmente visto como sem valor histórico: certas afirmações contidas no Evangelho de João são tão antigas ou mais antigas que comparadas a seus pares sinóticos, como a sua representação da topografia em torno de Jerusalém é frequentemente relatada como superior a dos sinóticos. Além disso, o seu testemunho de que Jesus foi executado um dia antes da Páscoa pode ser mais preciso que o de Mateus, Marcos e Lucas,[37] a sua apresentação de Jesus no jardim[38] e a reunião realizada pelas autoridades judaicas antes da morte dele são possivelmente mais historicamente plausíveis do que comparada a seus paralelos sinóticos.[39]

História textual e posicionamento no Novo Testamento

Predefinição:VT

O Papiro P52 provavelmente é o primeiro fragmento do Novo Testamento; sua caligrafia é datada para cerca de 125

O Papiro Biblioteca Rylands, também conhecido como Papiro P52, um fragmento de papiro grego com os trechos de João 18:31-33 de um lado e 18:37-38 do outro, geralmente datado da primeira metade do século II, é o manuscrito conhecido mais antigo do Novo Testamento conhecido.[40] Um texto substancialmente completo de João existe desde o início do século III, no mais tardar, de modo que a evidência textual para este Evangelho seja comumente aceita como anterior e mais confiável do que para qualquer outro.[40] João ocupa o quarto lugar no ordenamento padrão dos Evangelhos, depois de Mateus, Marcos e Lucas.[41]

Teologia

Cristologia

Predefinição:VT O Evangelho de João apresenta uma "alta Cristologia", que representa Jesus como divino, e ainda subordinado ao único Deus.[42] João dá mais foco à relação do Filho com o Pai do que os sinóticos, como se vê no capítulo 17 do Evangelho.[43] Nos sinóticos, Jesus fala frequentemente sobre o Reino de Deus, enquanto seu próprio papel divino é ocultado, porém, em João, Jesus fala abertamente sobre seu papel divino, enfatizando a declaração de identidade "Eu Sou o Que Sou" do Deus judeu com várias declarações "Eu Sou" que também o identificam com símbolos de grande importância.[43] Ele diz: "Eu sou": Predefinição:Colunas-lista

Logos

Ver artigo principal: Logos (cristianismo)

No prólogo, João identifica Jesus como o Logos (Verbo). Na filosofia da Grécia Antiga, o termo logos significava o princípio da razão cósmica. Nesse sentido, era semelhante ao conceito hebraico de sábio, companheiro de Deus e ajudante íntimo da criação.[44] O filósofo judeu helenístico Fílon de Alexandria fundiu esses dois temas quando descreveu o Logos como o criador e mediador de Deus com o mundo material. O evangelista adaptou a descrição de Fílon do Logos, aplicando-o a Jesus, a encarnação do Logos.[43]

O verso de abertura de João é traduzido como "o Verbo estava com Deus e o Verbo era Deus" em todas as Bíblias de língua portuguesa "ortodoxas".[45] No entanto, há pontos de vista alternativos, como a Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas, das Testemunhas de Jeová, que apresenta "A Palavra estava com Deus e a Palavra era um deus".[46] A Versão Acadêmica do Evangelho, desenvolvida pelo Jesus Seminar, traduz vagamente a frase como "O Logos era o que Deus era", oferecenddo uma melhor representação da intenção original do evangelista.[44]

Cruz

A representação da morte de Jesus em João é única entre os quatro Evangelhos. Não parece estar relacionado aos tipos de teologia da expiação indicativa do sacrifício vicário, como em Marcos e em Romanos;[47][48] mas apresenta a morte de Jesus como sua glorificação e retorno para junto do Pai.[49] Do mesmo modo, as três "previsões da Paixão" dos Evangelhos sinóticos[50][51][52] são substituídas em João, com três instâncias de Jesus explicando como ele será exaltado ou "levantado".[53][54][55] O verbo para "levantado" reflete o duplo sentido no trabalho na teologia da cruz de João, pois Jesus está tanto fisicamente erguido da terra no momento da crucificação, como ao mesmo tempo, exaltado e glorificado.[56]

Sacramentos

Ver artigo principal: Sacramento

Entre as áreas mais controversas de interpretação de João é a sua teologia sacramental. Os pontos de vista dos estudiosos caíram em um amplo espectro que varia de anti-sacramental e não sacramental, sacramental, ultra-sacramental e hiper-sacramental. Os estudiosos discordam tanto sobre se e com que frequência João se refere aos sacramentos, e no grau de importância que ele coloca sobre eles.[57]

De acordo com o teólogo Rudolf Bultmann, existem três alusões sacramentais: uma para o batismo,[58] uma para a Eucaristia[59] e uma para ambos.[60] Ele acreditava que essas passagens eram mais tarde interpolações, embora a maioria dos estudiosos agora rejeitem esta opinião. Alguns estudiosos do lado mais sacramental do espectro negam que existam alusões sacramentais nessas passagens ou no Evangelho como um todo, enquanto outros veem o simbolismo sacramental aplicado a outros assuntos nessas e outras passagens.[57]

Oscar Cullmann e Bruce Vawter, um protestante e um católico, respectivamente, e ambos no extremo sacramental mais forte do espectro, encontraram alusões sacramentais na maioria dos capítulos. Cullmann encontrou referências ao batismo e à Eucaristia ao longo do Evangelho, enquanto Vawter encontrou referências adicionais ao matrimônio no capítulo 2, na unção dos enfermos no capítulo 12, e penitência no capítulo 20.[57] Em direção ao centro do espectro, Raymond Brown é mais cauteloso do que Cullmann e Vawter, mas mais indulgente do que Bultmann e seus seguidores, identificando várias passagens como contendo alusões sacramentais.[57]

A maioria dos estudiosos no extremo mais sacramental do espectro avalia os sacramentos como sendo de grande importância para o evangelista. No entanto, talvez de forma contraditória, alguns estudiosos que encontram menos referências sacramentais, como Udo Schnelle, veem as referências e as consideram tão importantes também. Schnelle, em particular, considera o sacramentalismo de João como um contra-caso do anti-sacramentalismo docetista. Por outro lado, embora tenha concordado que existem passagens antidocetistas, James Dunn vê a ausência de uma narrativa institucional eucarística como evidência de um anti-sacramentalismo em João, destinado a alertar contra uma concepção da vida eterna como dependente do ritual físico.[57]

Individualismo

Em comparação com os Evangelhos sinóticos, o Evangelho de João é notavelmente individualista, no sentido de que enfatiza mais a relação do indivíduo com Jesus do que a natureza corporativa da Igreja.[57][61] Isto é em grande parte constatado através da estrutura gramatical consistentemente singular de vários ditos aforísticos de Jesus ao longo do Evangelho.[57] De acordo com Richard Bauckham, a ênfase nos crentes que entram em um novo grupo após a sua conversão está visivelmente ausente dos textos de João.[57] Há também um tema de "coinerência pessoal", isto é, a relação pessoal íntima entre o crente e Jesus em que o crente "permanece" em Jesus e Jesus no crente.[61]

Já de acordo com C. F. D. Moule, as tendências individualistas do Quarto Evangelho poderiam potencialmente dar origem a uma escatologia alcançada ao nível do crente individual.[62] Alguns estudiosos argumentaram que o Discípulo amado devem ser todos os seguidores de Jesus, convidando a todos para um relacionamento pessoal com Cristo. Além disso, a ênfase no relacionamento do indivíduo com Jesus no Evangelho sugeriu sua utilidade para a contemplação sobre a vida de Cristo.[63]

João Batista

Predefinição:VT O relato de João Batista é diferente do dos Evangelhos sinóticos, sendo que neste Evangelho, João não é chamado de "Batista".[64] O ministério de João Batista se sobrepõe com o de Jesus; o batismo de Jesus que ele realizou não é explicitamente mencionado, mas seu testemunho de Jesus é inequívoco e evidente.[64] O evangelista quase certamente conhecia a história do batismo de Jesus feito por João e ele faz um uso teológico primordial disso.[65] Ele subordina João Batista a Jesus, talvez em resposta aos membros da seita de Batista, que consideravam o movimento de Jesus como uma derivação de seus movimentos.[66] No Evangelho de João, Jesus e seus discípulos vão para a Judeia no início do ministério de Jesus antes que João Batista fosse preso e executado por Herodes.[67]

Elementos gnósticos

Predefinição:VT Na primeira metade do século XX, muitos estudiosos, incluindo principalmente Rudolph Bultmann, argumentaram com força que o Evangelho segundo João tem elementos em comum com o gnosticismo.[66] O gnosticismo cristão não se desenvolveu completamente até meados do século II e, portanto, os cristãos proto-ortodoxos do século II concentraram muito esforço em examiná-lo e refutá-lo.[68] Dizer que o Evangelho segundo João continha elementos do gnosticismo é assumir que o gnosticismo havia se desenvolvido a um nível que exigia que o autor respondesse a ele.[69] Bultmann, por exemplo, argumentou que o tema de abertura do Evangelho segundo João, o Logos preexistente, juntamente com a dualidade entre luz e trevas, eram originalmente temas gnósticos que João adotou. Outros estudiosos, como por exemplo, Raymond E. Brown, argumentaram que o tema pré-existente do Logos surge dos escritos judaicos mais antigos no oitavo capítulo do Livro de Provérbios, e foi totalmente desenvolvido como um tema no judaísmo helenístico por Fílon de Alexandria.[70] A descoberta dos Manuscritos do Mar Morto em Qumran verificou a natureza judaica desses conceitos.[71] A estudiosa April DeConick sugeriu a leitura de João 8:56 em apoio a uma teologia gnóstica,[72] no entanto, estudos recentes lançaram dúvidas sobre a veracidade da sua afirmação.[73]

Os gnósticos leram João, mas o interpretaram de maneira diferente da que os agnósticos fizeram.[74] O gnosticismo ensinou que a salvação vinha da gnosis, do conhecimento secreto, e os gnósticos não viam Jesus como um salvador, mas um revelador de conhecimento.[75] Estudiosos como Barnabas Lindars são defensores de que o Evangelho ensina que a salvação só pode ser alcançada através da sabedoria revelada, especificamente na crença em Jesus.[76]

Raymond Brown afirma que "a imagem joanina de um Salvador que veio de um mundo alienígena lá em cima, que disse que nem ele nem aqueles que o aceitaram eram deste mundo"[77] e que prometeram voltar para levá-los a uma habitação celestial[78] poderia ser encaixada na imagem gnóstica do mundo.[79] Ele sugeriu que semelhanças entre o Evangelho de João e o gnosticismo podem surgir de raízes comuns na literatura apocalíptica judaica.[80]

Comparação com os sinóticos

A representação de uma capitulação de um cristão sírio para o Santo João, o Evangelista

O Evangelho de João é significativamente diferente dos Evangelhos sinóticos, com grandes variações no material, na ênfase teológica, na cronologia e no estilo literário.[81] Há também algumas discrepâncias entre João e os sinóticos, o que resulta em algumas contradições.[81]

João não tem descrição de episódios vistos nos sinóticos, como o batismo de Jesus, o chamado dos Doze, os exorcismos, as parábolas, a Transfiguração e a Última Ceia.[82] Por outro lado, inclui cenas não encontradas nos sinóticos, como a de Jesus transformando a água em vinho no casamento em Caná, a ressurreição de Lázaro, Jesus lavando os pés de seus discípulos e várias visitas a Jerusalém.[81]

No quarto Evangelho, a mãe de Jesus, Maria, embora mencionada com frequência, nunca é identificada pelo nome.[83][84] João afirma que Jesus era conhecido como o "filho de José" em [[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/

  1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#6:42|João 6:42]].[85] Para João, a cidade de origem de Jesus é irrelevante, pois ele vem de além deste mundo, e sim de Deus Pai.[86]

Enquanto João não menciona diretamente o batismo de Jesus, ele cita a descrição de João Batista da descida do Espírito Santo como uma pomba, como acontece no batismo de Jesus nos sinóticos.[82][81] Os principais discursos sinóticos de Jesus estão ausentes, incluindo o Sermão da Montanha e o Discurso das Oliveiras, além de que os exorcismos dos demônios não são mencionados em nenhuma ocasião, ao contrário dos sinóticos.[82][87] João nunca lista todos os Doze Discípulos e nomeia pelo menos um discípulo, Natanael, cujo nome não é encontrado nos sinóticos. Tomé recebe um apelido além de seu nome, onde é descrito como "Tomé, o Dídimo".[88]

Jesus é identificado com o Verbo ("Logos"), e o Verbo é identificada com theos ("deus" em grego);[89] nenhuma identificação sobre tal é feita nos sinóticos.[90] Em Marcos, Jesus exorta os discípulos a manter sua divindade em segredo, mas em João ele é muito aberto ao discutir isso, mesmo se referindo a si mesmo como "Eu sou", o título que Deus atribui a si mesmo em Êxodo em sua auto-revelação a Moisés.[91] Nos sinóticos, o tema principal é o Reino de Deus e o Reino dos Céus (o último especificamente em Mateus), enquanto o tema de João é Jesus como a fonte da vida eterna e o Reino é mencionado apenas duas vezes.[81] Em contraste com a expectativa sinótica do Reino (usando o termo parousia, que significa "presença"), João apresenta uma escatologia mais individualista.[92][93]

Também há discrepâncias relacionadas a fatos cronológicos, pois de acordo com os sinóticos, o ministério de Jesus decorre em um único ano, mas no de João ele acontece em três, como evidenciado por referências a três passagens da Páscoa. Os eventos não estão todos na mesma ordem: a data da crucificação é diferente, como é o tempo da unção de Jesus em Betânia, e a limpeza do templo ocorre no início do ministério de Jesus e não perto do seu fim.[81]

No que diz respeito ao estilo literário, o vocabulário é diferente e cheio de importação teológica: em João, Jesus não executa "milagres" (em Predefinição:Língua com nome, transl.: dynámeis, sing. δύνᾰμῐς, dýnamis), mas "sinais" (em Predefinição:Língua com nome, transl.: sēmeia, sing. σημεῖον, sēmeion) que revelam a sua identidade divina.[81] A maioria dos estudiosos considera que João não contém parábolas.[94] Em vez disso, contém histórias ou alegorias metafóricas, como as do Bom Pastor e da Videira Verdadeira, em que cada elemento individual corresponde a uma pessoa, grupo ou coisa específica. Alguns estudiosos, no entanto, encontram algumas parábolas como a história curta da mulher materna[95] ou do grão que está morrendo.[96]

Ainda observam-se discrepâncias de conteúdo entre os Evangelhos, pois de acordo com os sinóticos, como no episódio da prisão de Jesus, que segundo Marcos, Mateus e Lucas foi uma reação à limpeza do templo, enquanto, segundo João, foi desencadeada pela ressurreição de Lázaro.[81] Os fariseus, retratados como uniformemente opostos a Jesus nos Evangelhos sinóticos, são retratados como divididos; eles discutem frequentemente entre si nos relatos de João. Alguns, como Nicodemos, chegam até a ser parcialmente simpatizantes de Jesus. Acredita-se que seja uma descrição histórica mais precisa dos fariseus, que fez do debate um dos princípios do seu sistema de crença.[97]

Representações

Beda traduzindo o Evangelho de João em seu leito de morte, por James Doyle Penrose, 1902

O Evangelho foi retratado em narrações ao vivo e dramatizado em produções, esquetes, peças e representações da Paixão de Cristo, bem como em filmes. A representação mais recente ocorreu no filme de 2014 "O Evangelho segundo João", dirigido por David Batty e narrado por David Harewood e Brian Cox, com Selva Rasalingam como Jesus.[98] O filme de 2003, também denominado "O Evangelho segundo João", foi dirigido por Philip Saville, narrado por Christopher Plummer, e com Henry Ian Cusick no papel de Jesus.[99]

Partes do Evangelho foram utilizadas para a composição de músicas. Um desses fragmentos está na canção "Come and See", de Steve Wariner, escrito para o 20º aniversário da Aliança para a Educação Católica e incluindo fragmentos líricos tirados do Livro dos Signos.[100] Além disso, alguns compositores fizeram ajustes da Paixão como retratados no Evangelho, mais notavelmente o composto por Johann Sebastian Bach, embora alguns versos sejam baseados em passagens de Mateus.[101]

Ver também

Notas


Referências

  1. 1,0 1,1 Burkett 2002, p. 215.
  2. Ehrman 2009.
  3. Lindars 1990, p. 63.
  4. Barrett 1978, p. 133.
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  6. De Santos Otero 1993, p. 97.
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  8. Chilton & Neusner 2006, p. 5.
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  10. Köstenberger, Kellum & Quarles 2009, p. 305.
  11. Witherington 2004, p. 83.
  12. «No princípio era o Verbo e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#1:1|João 1:1]])
  13. 13,0 13,1 13,2 Edwards 2015, p. 171.
  14. «Estes, porém, foram escritos para que creiais que Jesus é o Cristo, o Filho de Deus, e para que, crendo, tenhais vida em seu nome.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#20:31|João 20:31]])
  15. Bauckham 2007, p. 271.
  16. «Este é o discípulo que testifica destas coisas e as escreveu; e sabemos que o seu testemunho é verdadeiro.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#21:24|João 21:24]])
  17. Joel B. Green, Scot McKnight, I. Howard Marshall (1992). Dictionary of Jesus and the Gospels: A Compendium of Contemporary Biblical Scholarship. [S.l.]: InterVarsity Press. p. 369. ISBN 978-0-8308-1777-1 
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  19. Ehrman 2004, pp. 164–65.
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  22. Dunn 1992, pp. 182–83, 195.
  23. Carroll 2001, p. 92.
  24. «Vós tendes por pai ao diabo, e quereis satisfazer os desejos de vosso pai. Ele foi homicida desde o princípio, e não se firmou na verdade, porque não há verdade nele. Quando ele profere mentira, fala do que lhe é próprio, porque é mentiroso, e pai da mentira.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#8:44|João 8:44]])
  25. «Eu falo do que vi junto de meu Pai, e vós fazeis o que também vistes junto de vosso pai.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#8:38|João 8:38]])
  26. «Desde aquele dia, pois, consultavam-se para o matarem.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#11:53|João 11:53]])
  27. Carroll 2001, p. 85.
  28. Hendricks 2007.
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  38. «"No lugar onde Jesus foi crucificado havia um jardim; e no jardim, um sepulcro novo, onde ninguém jamais fora colocado."» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#19:41|João 19:41]])
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  47. «Pois nem mesmo o Filho do homem veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em resgate por muitos.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Marcos/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#10:45|Marcos 10:45]])
  48. «Ao qual Deus propôs para propiciação pela fé no seu sangue, para demonstrar a sua justiça pela remissão dos pecados dantes cometidos, sob a paciência de Deus.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Romanos/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#3:25|Romanos 3:25]])
  49. «Por isto o Pai me ama, porque dou a minha vida para tornar a tomá-la. Ninguém ma tira de mim, mas eu de mim mesmo a dou; tenho poder para a dar, e poder para tornar a tomá-la. Este mandamento recebi de meu Pai.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#10:17-18|João 10:17-18]])
  50. «Então ele começou a ensinar-lhes que era necessário que o Filho do homem sofresse muitas coisas e fosse rejeitado pelos líderes religiosos, pelos chefes dos sacerdotes e pelos mestres da lei, fosse morto e três dias depois ressuscitasse.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Marcos/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#8:31|Marcos 8:31]])
  51. «Porque ensinava os seus discípulos, e lhes dizia: O Filho do homem será entregue nas mãos dos homens, e matá-lo-ão; e, morto ele, ressuscitará ao terceiro dia.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Marcos/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#9:31|Marcos 9:31]])
  52. «Dizendo: Eis que nós subimos a Jerusalém, e o Filho do homem será entregue aos príncipes dos sacerdotes, e aos escribas, e o condenarão à morte, e o entregarão aos gentios. E o escarnecerão, e açoitarão, e cuspirão nele, e o matarão; e, ao terceiro dia, ressuscitará.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Marcos/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#10:33-34|Marcos 10:33-34]])
  53. «E, como Moisés levantou a serpente no deserto, assim importa que o Filho do homem seja levantado.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#3:14|João 3:14]])
  54. «Disse-lhes, pois, Jesus: Quando levantardes o Filho do homem, então conhecereis que EU SOU, e que nada faço por mim mesmo; mas isto falo como meu Pai me ensinou.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#8:28|João 8:28]])
  55. «E eu, quando for levantado da terra, todos atrairei a mim.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#12:32|João 12:32]])
  56. Robert Kysar, "John: The Maverick Gospel" (Louisville: Westminster John Knox), 1976, pp. 49–54
  57. 57,0 57,1 57,2 57,3 57,4 57,5 57,6 57,7 Bauckham 2015.
  58. «Jesus respondeu: Na verdade, na verdade te digo que aquele que não nascer da água e do Espírito, não pode entrar no reino de Deus.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#3:5|João 3:5]])
  59. «Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo. Disputavam, pois, os judeus entre si, dizendo: Como nos pode dar este a sua carne a comer? Jesus, pois, lhes disse: Na verdade, na verdade vos digo que, se não comerdes a carne do Filho do homem, e não beberdes o seu sangue, não tereis vida em vós mesmos. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue tem a vida eterna, e eu o ressuscitarei no último dia. Porque a minha carne verdadeiramente é comida, e o meu sangue verdadeiramente é bebida. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele. Assim como o Pai, que vive, me enviou, e eu vivo pelo Pai, assim, quem de mim se alimenta, também viverá por mim. Este é o pão que desceu do céu; não é o caso de vossos pais, que comeram o maná e morreram; quem comer este pão viverá para sempre.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#6:51-58|João 6:51-58]])
  60. «Contudo um dos soldados lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#19:34|João 19:34]])
  61. 61,0 61,1 Moule 1962, p. 172.
  62. Moule 1962, p. 174.
  63. Shea, SJ, Henry J. (verão de 2017). «The Beloved Disciple and the Spiritual Exercises». Studies in the Spirituality of Jesuits. 49 (2) 
  64. 64,0 64,1 Cross & Livingstone 2005.
  65. Barrett 1978, p. 16.
  66. 66,0 66,1 Harris 2006.
  67. «Quando o Senhor ficou sabendo disso, saiu da Judeia e voltou uma vez mais à Galileia.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#4:3|João 4:3]])
  68. Olson 1999, p. 36.
  69. Kysar 2005, pp. 88ff.
  70. Brown 1997.
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  73. Llewelyn, Stephen Robert, Alexandra Robinson, e Blake Edward Wassell. "Does John 8:44 Imply That the Devil Has a Father?: Contesting the Pro-Gnostic Reading." Novum Testamentum 60.1 (2018): 14–23.
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  75. Skarsaune 2008, pp. 247ff.
  76. Lindars 1990, p. 62.
  77. «Dei-lhes a tua palavra, e o mundo os odiou, porque não são do mundo, assim como eu não sou do mundo.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#17:14|João 17:14]])
  78. «Na casa de meu Pai há muitas moradas; se não fosse assim, eu vo-lo teria dito. Vou preparar-vos lugar. E quando eu for, e vos preparar lugar, virei outra vez, e vos levarei para mim mesmo, para que onde eu estiver estejais vós também.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#14:2-3|João 14:2-3]])
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  80. Kovacs 1995.
  81. 81,0 81,1 81,2 81,3 81,4 81,5 81,6 81,7 Burge 2014, pp. 236–37.
  82. 82,0 82,1 82,2 Funk, Hoover & Jesus Seminar 1993, pp. 1–30.
  83. Michaels 1971, p. 733.
  84. Williamson 2004, p. 265.
  85. «E diziam: Não é este Jesus, o filho de José, cujo pai e mãe nós conhecemos? Como, pois, diz ele: Desci do céu?» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#6:42|João 6:42]])
  86. Fredriksen 2008.
  87. Thompson 2006, p. 184.
  88. «Ora, Tomé, um dos doze, chamado Dídimo, não estava com eles quando veio Jesus.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#20:24|João 20:24]])
  89. Ehrman 2005.
  90. Carson, D. A. (1991). The Pillar New Testament Commentary: The Gospel According to John. Grand Rapids, MI: Wm. B. Eardmans Publishing Co. p. 117 
  91. «E disse Deus a Moisés: EU SOU O QUE SOU. Disse mais: Assim dirás aos filhos de Israel: EU SOU me enviou a vós.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/Êxodo/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#3:14|Êxodo 3:14]])
  92. Moule 1962, pp. 172–74.
  93. Sander 2015.
  94. Barry 1911.
  95. «A mulher, quando está para dar à luz, sente tristeza, porque é chegada a sua hora; mas, depois de ter dado à luz a criança, já não se lembra da aflição, pelo prazer de haver nascido um homem no mundo.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#16:21|João 16:21]])
  96. «Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.» ([[:s:Tradução Brasileira da Bíblia/João/
    1. REDIRECIONAMENTO Predefinição:Números romanos#12:24|João 12:24]])
  97. Neusner 2003, p. 8.
  98. «Interview: David Batty (The Gospel of John, 2014)». Patheos. Consultado em 17 de janeiro de 2018 
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  100. «Come and See». WLP - Browse Products. Consultado em 17 de janeiro de 2018 
  101. Ambrose 2005.

Bibliografia

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Leitura adicional

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