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Acredita-se que os primeiros filósofos da [[antiguidade clássica]] foram os precursores da astrofísica desenvolvendo novos conceitos e estabelecendo as primeiras regras para nortear a pesquisa racional do [[Universo]]. | Acredita-se que os primeiros filósofos da [[antiguidade clássica]] foram os precursores da astrofísica desenvolvendo novos conceitos e estabelecendo as primeiras regras para nortear a pesquisa racional do [[Universo]]. |
Edição das 17h19min de 17 de agosto de 2018
Predefinição:Física2 Astrofísica é o ramo da física e da astronomia responsável por estudar o universo através da aplicação de leis e conceitos da física, tais como luminosidade, densidade, temperatura e composição química, a objetos astronômicos como estrelas, galáxias e o meio interestelar.[1][2][3] Na prática, pesquisas astronômicas modernas envolvem uma quantia substancial da física teórica e experimentos práticos.
A astrofísica não deve ser confundida com a cosmologia, pois esta ocupa-se da estrutura geral do universo e das leis que o regem em um sentido mais amplo. Embora ambas muitas vezes sigam caminhos paralelos, frequentemente considerado como redundante, há diferenças quanto ao objeto de estudo.[4]
História
Origens observacionais, filosóficas e matemáticas
Acredita-se que os primeiros filósofos da antiguidade clássica foram os precursores da astrofísica desenvolvendo novos conceitos e estabelecendo as primeiras regras para nortear a pesquisa racional do Universo.
Grécia antiga
Na Grécia antiga, destacam-se os trabalhos da escola Jônica.[5] Fundador da escola[5][6], Tales de Mileto propôs que o céu era uma abóbada e que esta estaria dividida em cinco círculos, o ártico, trópico de verão, o equador, o trópico de inverno e o antártico.[carece de fontes] Além disso, Tales sugeriu que o Sol e as estrelas não eram deuses, mas sim bolas de fogo[5] e, usando ferramentas matemáticas, previu o eclipse total do Sol[6] em 28 de maio de 585 a.C..[5] Também propôs que a Lua seria iluminada pelo Sol.[carece de fontes] Seu discípulo, Anaximandro de Mileto, utilizou as proporções matemáticas e geométricas para tentar mapear a abóbada celeste, elaborando tratados sobre astronomia e cosmologia em que propôs, almejando explicar a origem das coisas, o conceito de ápeiron, substância primordial da qual tudo provém.[7] Ademais, postulou a existência de um número infinito de mundos, todos acomodados em camadas esféricas[5]; e que a Terra era um cilindro suspenso no centro do universo, sem qualquer suporte.[5][7]
Aristarco de Samos foi o primeiro a propôr, em 270 a.C., que a Terra gira em torno do Sol. Nicolau Copérnico resgataria o modelo heliocêntrico do sistema Solar quase 2000 anos depois da proposição de Aristarco.
Usando geometria e trigonometria, Eratóstenes chegou no século III a.C. a uma estimativa de 40000 km para o perímetro da circunferência terrestre, assumindo-a constante.[8][9]
Astrometria
A astrometria, ramo relacionado à medida precisa da posição e do movimento dos astros, surge com os primeiros catálogos de estrelas.[10] A partir dos dados coletados em seu observatório na ilha de Rodes, o astrônomo Hiparco de Niceia catalogou a posição de 850 estrelas, classificando-as quanto ao seu brilho em seis grupos distintos de 1 a 6, em que 1 é a estrela visível mais brilhante e 6 a menos brilhante.[10] Denominada como sistema de magnitude, essa classificação é usada ainda hoje.
As leis de Kepler
Embora não seja possível datar o início preciso da astronomia, a astrofísica moderna surge no trabalho do astrônomo Johannes Kepler, que formulou as três leis do movimento planetário baseando-se em dados empíricos, coletados pelo astrônomo Tycho Brahe, sobre os planetas do Sistema Solar.[1][11] As três leis enunciam propriedades das órbitas planetárias: a primeira afirma que tais órbitas são elípticas e contidas em um plano, com o Sol em um dos focos da elipse; a segunda propõe que áreas descritas na elipse pela trajetórias dos planetas, se iguais, serão percorridas em tempos iguais; e a terceira impõe o vínculo de que o quadrado do período de translação de um planeta ao redor do Sol é proporcional ao cubo da distância média do planeta ao Sol.[11][12] Isto é:
- .
Ao analisar os dados empíricos de Brahe, Kepler corrige com sua primeira lei a idealização feita por Copérnico, isto é, afirma que as órbitas dos planetas não são círculos perfeitos, concêntricos ao Sol. Dessa forma, rompeu-se com a tradição do idealismo cosmológico, favorecendo um entendimento científico baseado na experiência.
Lei da gravitação universal
Formulada pelo físico inglês Isaac Newton e publicada em Philosophiae naturalis principia mathematica em 1687,[13] a lei da gravitação universal explica teoricamente as três leis empiricamente constatadas por Kepler no escopo da mecânica clássica e do cálculo diferencial,[14][15] também formulados por Newton.
Newton percebeu que sua segunda lei do movimento era suficiente para explicar as três leis de Kepler, contanto que a força gravitacional de atração entre dois corpos fosse proporcional ao produto de suas massas, e , e inversamente proporcional ao quadrado da distância entre eles, resultando na seguinte expressão:
- .
Relatividade geral
Após formular a teoria da relatividade restrita, o físico alemão Albert Einstein publicou, em 1915, sua teoria da relatividade geral.[16][17] Essa nova teoria foi construída para expandir os conceitos de relatividade restrita a referenciais não inerciais e propôr uma explicação teórica para o fenômeno da gravidade, anteriormente ausente na lei da gravitação de Newton.[16][17] Segundo Einstein, a existência de matéria ou energia curva o tecido do espaço-tempo.[17]
Lei de Hubble
Em 1912, o astrônomo norte-americano Vesto Slipher mediu o espectro eletromagnético da galáxia de Andrômeda - à época identificada como "nebulosa espiral" - percebendo um deslocamento das linhas espectrais para comprimentos de onda menores, isto é, deslocada para o azul (blueshift).[18] Pelo efeito Doppler relativístico, previsto pela relatividade restrita de Einstein, Slipher concluiu que Andrômeda está se aproximando da Terra.[18] Nos anos seguintes, o astrônomo analisou o espectro de 40 galáxias diferentes e observou que a maioria apresentava desvio para o vermelho, ou seja, que estavam se afastando da Terra.[18][19]
Analisando o comportamento de estrelas Cefeidas, cuja luminosidade varia em um período bem definido, por meio de imagens capturadas pelo telescópio de Monte Wilson, Edwin Hubble e Milton Homason estimaram a distância às outras galáxias. Ao comparar as distâncias entre as galáxias e suas velocidades de afastamento, eles perceberam que galáxias mais distantes afastavam-se com maior velocidade.[18][19] Admitindo uma relação linear entre a velocidade de afastamento das galáxias e sua distância à Via Láctea, postulou-se a lei de Hubble-Humason:
- .
Em que é o parâmetro ou constante de Hubble.[18][19]
Técnicas analíticas
Efeito Doppler relativístico
Analogamente ao efeito Doppler clássico, o efeito Doppler relativístico refere-se à mudança da frequência percebida por um observador em movimento relativo à fonte de emissão da onda. No entanto, a versão relativística ocorre em uma onda eletromagnética, desviando a luz para frequências mais baixas (em direção ao vermelho) se a fonte afasta-se relativamente ao observador; e desviando a luz para frequências mais altas (em direção ao azul) caso a fonte esteja se aproximando. Esse fenômeno é resultado da relatividade restrita, embasada matematicamente pelas transformações de Lorentz.[20][21]
No início do século XX, em torno de 1910-1912, começou o estudo espectral das galáxias.[carece de fontes] Em torno de 1917 o astrônomo holandês Willem de Sitter demonstrou teoricamente através da relatividade geral que o Universo se expandia, faltando apenas a comprovação "prática".[carece de fontes]
Na mesma época foi constatado que em sua imensa maioria, as galáxias têm um desvio para o vermelho que aumenta progressiva e proporcionalmente à distância.
Espectrometria
Fazendo-se uma análise espectrográfica através do espectrofotômetro de absorção atômica temos como verificar se um astro está se movendo, em que direção e velocidade. Podemos saber se existe um desvio da luz causado pela gravidade de algum corpo próximo, a composição das estrelas e dos gases que estão dispersos, entre estas e o instrumento que faz a medição.
Sempre quando verificamos o espectro de uma estrela, observamos que suas linhas espectrais desviam para o vermelho. Isto se dá, porque ela está se afastando, ao contrário, se estiver se aproximando, o desvio será para o azul. As falhas devido à absorção atômica indicam sua composição. A distância entre linhas espectrais indica vários parâmetros, inclusive a presença de gases e poeira entre a estrela e a Terra.
Outros exemplos de instrumentos usados em astrofísica são os aceleradores de partículas, entre outros equipamentos, estes podem determinar a composição inicial de nosso universo e o comportamento das partículas elementares ao nível de microcosmo.
O telescópio óptico, o radiotelescópio, entre outros, também são exemplos do uso de instrumentação física experimental para a análise e dedução de parâmetros de corpos estelares.
Ver também
- Aceleradores de partículas
- Aglomerado estelar
- Aglomerado estelar aberto
- Análise espectrográfica
- Big Bang
- Big Crunch
- Big Splash
- Buraco negro
- Caudas cometárias
- Ciclo solar
- Cinturão de Kuiper
- Cometa
- Cosmologia
- Espaço-tempo
- Estrela de nêutron
- Expansão do universo
- Galáxia
- Lei de Hubble-Homason
- Nuvens de Magalhães
- Universo
- Via Láctea
Ligações externas
- «Observatório Nacional/MCT» (em português)
- «Astronomia e Astrofísica» (em português)
- «Astrofísica para Iniciantes» (em português)
Referências
- ↑ 1,0 1,1 Silva Júnior, Joab Silas da. «Astrofísica». Mundo Educação
- ↑ Silva Júnior, Joab Silas da. «Astrofísica». Brasil Escola
- ↑ Souza, Yara Laiz. «Astrofísica». InfoEscola. Consultado em 3 de junho de 2018
- ↑ «Cosmologia». Dicionário informal. Consultado em 11 de agosto de 2018
- ↑ 5,0 5,1 5,2 5,3 5,4 5,5 Silva, Gil Alves. «De Tales a Ptolomeu: um breve panorama histórico dos principais sistemas cosmológicos gregos» (PDF). HCTE-UFRJ. Consultado em 1 de junho de 2018
- ↑ 6,0 6,1 «Tales de Mileto». Toda Matéria. 4 de julho de 2016. Consultado em 1 de junho de 2018
- ↑ 7,0 7,1 «Anaximandro de Mileto». Toda Matéria. 18 de maio de 2017. Consultado em 1 de junho de 2018
- ↑ «Eratóstenes». Só Matemática. Consultado em 21 de maio de 2018
- ↑ «Eratóstenes e o tamanho da Terra». Faculdade de Ciências da Universidade do Porto. 24 de junho de 2013. Consultado em 21 de maio de 2018
- ↑ 10,0 10,1 Oliveira Filho, Kepler de Souza. «Astrometria». IF - UFRGS. 26 de março de 2018. Consultado em 24 de maio de 2018
- ↑ 11,0 11,1 Silva Júnior, Joab Silas da. «Leis de Kepler». Mundo Educação
- ↑ «Leis de Kepler». IF - UFRGS
- ↑ Silva, Lucas Henrique dos Santos. «Lei da Gravitação Universal». InfoEscola
- ↑ Martins, Jorge Sá. «Momento angular: aplicação ao movimento de um planeta». Youtube
- ↑ Martins, Jorge Sá. «Conservação do momento angular e a 2a lei de Kepler». Youtube
- ↑ 16,0 16,1 O'Connor, J.J.; Robertson, E.F. (1996). «General relativity». Escola de Matemática e Estatística da Universidade de St. Andrews. Mathematical Physics Index. Consultado em 21 de junho de 2018
- ↑ 17,0 17,1 17,2 «Teoria da Relatividade». Toda Matéria
- ↑ 18,0 18,1 18,2 18,3 18,4 Silva Júnior, Joab Silas da. «Lei de Hubble». Mundo Educação. Consultado em 29 de junho de 2018
- ↑ 19,0 19,1 19,2 «Lei de Hubble». IF - UFRGS. Consultado em 29 de junho de 2018
- ↑ Martins, Jorge Sá. «Efeito Doppler relativístico». Youtube. 28 de maio de 2011
- ↑ Batista, Ronaldo Carlotto. «Efeito Doppler para a luz». IF USP. 31 de março de 2006