Exibir código-fonte para Planeta

{{ver desambiguação}}
{{Imagem múltipla|direction=vertical|align=right|image1=1e7m comparison Uranus Neptune Sirius B Earth Venus.png|image2=1e6m comparison Mars Mercury Moon Pluto Haumea - no transparency.png|width=300|caption2= Objetos de tamanho planetário em escala: Primeira linha: Urano e Netuno; segunda linha: Terra, estrela anã branca Sirius B e Vênus; linha inferior (reproduzida e ampliada na imagem de baixo) - acima: Marte e Mercúrio; abaixo: Lua, planetas anões Plutão e Haumea.}}
Um '''planeta''' (do grego πλανήτης [planεːtεːs] ''viajante'') é um corpo celeste que [[órbita|orbita]] uma [[estrela]] ou um remanescente de estrela, com massa suficiente para se tornar esférico pela sua própria [[gravidade]], mas não ao ponto de causar [[Nucleossíntese estelar|fusão termonuclear]], e que tenha limpado de [[planetesimal|planetesimais]] a sua região vizinha ([[dominância orbital]]).<ref name=IAU>{{citar web|titulo=IAU 2006 General Assembly: Result of the IAU Resolution votes|url=http://www.iau.org/public_press/news/detail/iau0603/|publicado=International Astronomical Union|ano=2006|acessodata=30 de Dezembro de 2009}}</ref><ref name=WSGESP>{{citar web|ano=2001|título=Working Group on Extrasolar Planets (WGESP) of the International Astronomical Union|obra=IAU|url=http://www.dtm.ciw.edu/boss/definition.html|acessodata=2008-08-23}}</ref> O termo ''planeta'' é antigo, com ligações com a [[história]], [[astrologia]], [[ciência]], [[mito]]logia e [[religião]]. Os planetas eram vistos por muitas culturas antigas como divinos ou emissários de deuses. À medida que o conhecimento científico evoluiu, a percepção humana sobre os planetas mudou, incorporando diversos tipos de objetos. Em 2006, a [[União Astronômica Internacional]] (UAI) adotou oficialmente uma resolução [[Redefinição do termo planeta em 2006|definindo planetas]] dentro do [[Sistema Solar]], a qual tem sido elogiada e criticada, permanecendo em discussão entre alguns cientistas.

[[Ptolemeu|Ptolomeu]] imaginava que os planetas orbitavam a Terra, em movimentos do [[epiciclo]] e círculo [[deferente]]. Embora a ideia de que os [[Heliocentrismo|planetas orbitavam o Sol]] tivesse sido sugerida muitas vezes, somente no século XVII esta visão foi suportada por evidências pelas primeiras observações [[Telescópio|telescópicas]], realizadas por [[Galileu Galilei]]. Através da cuidadosa análise dos dados das observações, [[Johannes Kepler]] descobriu que as órbitas dos planetas não são circulares, mas elípticas. À medida que as ferramentas de observação foram desenvolvidas, os astrônomos perceberam que os planetas, como a Terra, giravam em torno de eixos inclinados e que alguns compartilhavam características como calotas polares e estações do ano. Desde o início da [[era espacial]], observações mais próximas por meio de [[Sonda espacial|sondas]] demonstraram que a Terra e os outros planetas também compartilham características como [[Vulcão|vulcanismo]], [[Ciclone tropical|furacões]], [[tectônica]] e até mesmo [[hidrologia]].

Os planetas do Sistema Solar são divididos em dois tipos principais: os grandes ''[[Planeta gasoso|planetas gigantes gasosos]]'' (ou ''jovianos''), de baixa densidade, e os menores e rochosos ''[[planeta telúrico|planetas telúricos]]'' ou ''terrestres''. Pelas definições da UAI, há oito planetas no Sistema Solar: em ordem crescente de distância do [[Sol]], são os quatro planetas telúricos [[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]], [[Vénus (planeta)|Vênus]], [[Terra]] e [[Marte (planeta)|Marte]], e depois os quatro gigantes gasosos [[Júpiter (planeta)|Júpiter]], [[Saturno (planeta)|Saturno]], [[Urano (planeta)|Urano]] e [[Neptuno (planeta)|Netuno]]. Seis dos planetas são orbitados por um ou mais [[Satélite natural|satélites naturais]]. Além disso, o Sistema Solar possui pelo menos cinco [[Planeta anão|planetas anões]]<ref>[[Ceres (planeta anão)|Ceres]], [[Plutão]] (originalmente classificado como o nono planeta do Sistema Solar), [[Makemake]], [[Haumea]] e [[Éris (planeta anão)|Éris]]</ref> e centenas de milhares de [[Corpo menor do Sistema Solar|corpos menores]].

Vários milhares de planetas orbitando outras estrelas (“[[Planeta extrassolar|planetas extrassolares]]” ou exoplanetas”) foram descobertos na [[Via Láctea]]. Até 1º de março de 2021, foram descobertos 4 687 planetas extrassolares, em 3 463 [[Sistema planetário|sistemas planetários]] (incluindo 770 [[Lista de sistemas multiplanetários|sistemas multiplanetários]]), variando em tamanho desde [[Kepler-37b|mais ou menos o tamanho da Lua]] até gigantes gasosos com aproximadamente [[WASP-17b|duas vezes o tamanho de Júpiter]], dos quais mais de cem com o mesmo [[Raio terrestre|tamanho da Terra]], nove dos quais estão à mesma [[Unidade astronômica|distância relativa]] de suas estrelas que a Terra do Sol, isto é, estão na [[zona habitável]] circunstelar.<ref>{{citar web|url=https://www.usatoday.com/story/news/2016/05/10/kepler-finds-new-planets/84187098/|título=NASA discovery doubles the number of known planets|data=10-05-2016|obra=[[USA Today]] |acessodata=10-05-2016}}</ref><ref name="Encyclopaedia">{{citar enciclopédia|título=Interactive Extra-solar Planets Catalog |enciclopédia=[[The Extrasolar Planets Encyclopaedia]] |url=http://exoplanet.eu/catalog.php |último =Schneider |primeiro =Jean |data=16-01-2013 |acessodata=2013-01-15 }}</ref> Em 20 de dezembro de 2011, a equipe do [[Kepler (sonda espacial)|telescópio espacial Kepler]] registrou a descoberta dos primeiros planetas extrassolares do tamanho da Terra, [[Kepler-20e]]<ref name="Kepler20e-20111220">{{citar web |autor =NASA Staff |autorlink =NASA |título=Kepler: A Search For Habitable Planets – Kepler-20e |url=http://kepler.nasa.gov/Mission/discoveries/kepler20e/ |data=20-12-2011 |publicado=[[NASA]] |acessodata=2011-12-23 }}</ref> e [[Kepler-20f]],<ref name="Kepler20f-20111220">{{citar web |autor =NASA Staff |autorlink =NASA |título=Kepler: A Search For Habitable Planets – Kepler-20f |url=http://kepler.nasa.gov/Mission/discoveries/kepler20f/ |data=20-12-2011 |publicado=[[NASA]] |acessodata=2011-12-23 }}</ref> orbitando uma [[Análogo solar|estrela similar ao Sol]], [[Kepler-20]].<ref name="NASA-20111220">{{citar web|último =Johnson |primeiro =Michele |título=NASA Discovers First Earth-size Planets Beyond Our Solar System|url=http://www.nasa.gov/mission_pages/kepler/news/kepler-20-system.html|publicado=[[NASA]]|data=20-12-2011 |acessodata=2011-12-20}}</ref><ref name="Nature-20111220">{{citar periódico|último =Hand |primeiro =Eric |título=Kepler discovers first Earth-sized exoplanets |doi=10.1038/nature.2011.9688 |data=20-12-2011 |periódico=[[Nature (journal)|Nature]]| }}</ref><ref name="NYT-20111220">{{citar jornal|último =Overbye |primeiro =Dennis |título=Two Earth-Size Planets Are Discovered |url=https://www.nytimes.com/2011/12/21/science/space/nasas-kepler-spacecraft-discovers-2-earth-size-planets.html|data=20-12-2011 |jornal=New York Times |acessodata=2011-12-21 }}</ref> Um estudo de 2012, analisando dados de [[microlente gravitacional]], estima uma média de 1,6 planeta ligado a cada estrela da Via Láctea.<ref name="nature.com">{{citar periódico|display-authors=4 |último1 =Cassan |primeiro1 =Arnaud |autor2 =D. Kubas |autor3 =J.-P. Beaulieu |autor4 =M. Dominik |autor5 =K. Horne |autor6 =J. Greenhill |autor7 =J. Wambsganss |autor8 =J. Menzies |autor9 =A. Williams |autor10 =U. G. Jørgensen |autor11 =A. Udalski |autor12 =D. P. Bennett |autor13 =M. D. Albrow |autor14 =V. Batista |autor15 =S. Brillant |autor16 =J. A. R. Caldwell |autor17 = A. Cole |autor18 =Ch. Coutures |autor19 =K. H. Cook |autor20 =S. Dieters |autor21 =D. Dominis Prester |autor22 =J. Donatowicz |autor23 =P. Fouqué |autor24 =K. Hill |autor25 =N. Kains |título=One or more bound planets per Milky Way star from microlensing observations |periódico=Nature |data=12-01-2012 |volume=481 |páginas=167–169 |doi=10.1038/nature10684 |número=7380 |bibcode=2012Natur.481..167C |pmid=22237108 |arxiv=1202.0903}}</ref> Acredita-se que uma em cada cinco estrelas similares ao Sol possui um planeta do tamanho da Terra em sua zona habitável.<ref name="ucb1in5">{{citar web|último =Sanders|primeiro =R.|data=4-11-2013|título=Astronomers answer key question: How common are habitable planets?|url=http://newscenter.berkeley.edu/2013/11/04/astronomers-answer-key-question-how-common-are-habitable-planets/|obra=newscenter.berkeley.edu|acessodata=7-11-2013|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141107081158/http://newscenter.berkeley.edu/2013/11/04/astronomers-answer-key-question-how-common-are-habitable-planets/|arquivodata=7-11-2014|}}</ref><ref name="earthsunhz">{{citar periódico|último1 =Petigura |primeiro1 =E. A.|último2 =Howard |primeiro2 =A. W.|último3 =Marcy |primeiro3 =G. W.|data=2013|título=Prevalence of Earth-size planets orbiting Sun-like stars|periódico=[[Proceedings of the National Academy of Sciences]]|volume= 110|número= 48|páginas=19273–19278|arxiv= 1311.6806|bibcode= 2013PNAS..11019273P|doi=10.1073/pnas.1319909110|pmid=24191033|pmc=3845182}}</ref> Os planetas são mais numerosos que as [[estrela]]s.<ref>{{citar periódico |titulo=Alô, Alô, Tem Alguém Aí? |data=março de 2019 |acessodata=24-9-2021 |jornal=National Geographic Brasil |publicado=ContentStuff |número=228 |ultimo=Shreeve |primeiro=Jamie |editor-sobrenome=Ribeiro |editor-nome=Ronaldo |pagina=32 |issn=15177-21-1 |citacao=Existem mais planetas que estrelas, e pelo menos um quarto deles tem dimensões similares à Terra e circula pela chamada "zona de habitabilidade" ao redor de suas estrelas – em que as condições não são nem quentes nem frias demais para o surgimento da vida.}}</ref>
== História ==
{{Artigo principal|Definição de planeta}}
[[Imagem:Ptolemaicsystem-small.png|thumb|direita|Representação impressa de um modelo cosmológico geocêntrico em "Cosmographia", Antuérpia, 1539.]]
A ideia de planeta evoluiu ao longo da história, das luzes divinas da antiguidade aos objetos concretos da era científica. O conceito se expandiu para incluir mundos não apenas no Sistema Solar, mas em centenas de sistemas extrassolares. As ambiguidades inerentes à definição de planeta levaram a muita controvérsia científica.

Os cinco planetas clássicos do Sistema Solar, sendo visíveis a olho nu, são conhecidos desde a antiguidade e tiveram um impacto significativo na [[mito]]logia, cosmologia religiosa e [[astronomia]] antiga. Na antiguidade, os astrônomos notaram como certas luzes se moviam no céu em relação às outras estrelas. Os antigos gregos chamaram essas luzes "πλάνητες ἀστέρες" (''planetes asteres'': “estrelas errantes”) ou simplesmente "πλανήτοι" (''planētoi'': “errantes”),<ref>H. G. Liddell and R. Scott, ''A Greek–English Lexicon'', ninth edition, (Oxford: Clarendon Press, 1940).</ref> a partir do que derivou a palavra atual "planeta".<ref>{{citar web|url=http://www.merriam-webster.com/dictionary/planet|título=Definition of planet|publicadopor=Merriam-Webster OnLine|acessodata=2007-07-23}}</ref><ref name=oed/> Nas antigas [[Grécia]], [[China]] e [[Babilônia]] e em quase todas as civilizações pré-modernas,<ref>{{citar periódico|primeiro =Otto E.|último =Neugebauer|ano=1945|título=The History of Ancient Astronomy Problems and Methods|periódico=Journal of Near Eastern Studies|volume=4|número=1|páginas=1–38|doi=10.1086/370729}}</ref><ref>{{citar livro|primeiro =Colin|último =Ronan|título=Astronomy in China, Korea and Japan|edição=Walker|capítulo=Astronomy Before the Telescope|páginas=264–265}}</ref> acreditava-se quase universalmente que a Terra era o centro do [[universo]] e que todos os planetas a circundavam. A razão para esta percepção era que todos os dias as estrelas e planetas pareciam girar em torno da Terra,<ref>{{citar livro|primeiro =Thomas S.|último =Kuhn|título=The Copernican Revolution|páginas=5–20|publicadopor=Harvard University Press|ano=1957|isbn=0674171039}}</ref> e o aparente senso comum da percepção de que a Terra era sólida e estável e que estava em repouso e não se movendo.

=== Babilônia ===
{{Artigo principal|Astronomia babilônica}}

A primeira civilização que se sabe ter possuído uma teoria funcional para os planetas foi a [[Babilônia|babilônica]], que viveu na [[Mesopotâmia]] no primeiro e segundo milênios a.C.. O mais antigo texto astronômico planetário remanescente é a [[tábua de Vênus de Ammisaduqa]], uma cópia do século VII a.C. de uma lista de observações dos movimentos do planeta Vênus que provavelmente data do segundo milênio a.C..<ref name= practice /> O MUL.APIN é um par de tábuas cuneiformes datado do século VII a.C. que registra os movimentos do Sol, Lua e planetas ao longo de um ano.<ref>{{citar livro|autor = Francesca Rochberg|capítulo=Astronomy and Calendars in Ancient Mesopotamia|título= Civilizations of the Ancient Near East|volume= III|editor=Jack Sasson|data=2000|página=1930}}</ref> Os astrólogos babilônicos também lançaram as fundações do que se tornou depois a astrologia ocidental.<ref name=book>{{citar livro|último =Holden |primeiro =James Herschel |título=A History of Horoscopic Astrology |ano=1996 |publicadopor=AFA |isbn=978-0866904636 |página=1}}</ref> O ''Enuma anu enlil'', escrito durante o período [[Império Neoassírio|neoassírio]] no século VII a.C.,<ref>{{citar livro| volume=8|series=State Archives of Assyria|título=Astrological reports to Assyrian kings|editor=Hermann Hunger|ano=1992|publicadopor=Helsinki University Press|isbn=951-570-130-9}}</ref> compreende uma lista de profecias e suas relações com vários fenômenos celestiais, inclusive os movimentos dos planetas.<ref>{{citar periódico|título=Babylonian Planetary Omens. Part One. Enuma Anu Enlil, Tablet 63: The Venus Tablet of Ammisaduqa|primeiro =W. G.|último =Lambert|ano=1987| url=http://links.jstor.org/sici?sici=0003-0279(198701%2F03)107%3A1%3C93%3ABAOATS%3E2.0.CO%3B2-0|periódico=Journal of the American Oriental Society|acessodata=2008-02-04|doi=10.2307/602955|volume=107|número=1|página=93|último2 =Reiner|primeiro2 =Erica}}</ref>

[[Vénus (planeta)|Vênus]], [[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]] e os planetas externos [[Marte (planeta)|Marte]], [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] e [[Saturno (planeta)|Saturno]] foram todos identificados pelos [[Astronomia babilônica|astrônomos babilônicos]]. Eles permaneceriam como os únicos planetas conhecidos até a invenção do [[telescópio]], no início da era moderna.<ref name=ancientmes>{{citar periódico| url=http://www.folklore.ee/Folklore/vol16/planets.pdf|formato=PDF|autor1=Kasak, Enn|autor2=Veede, Raul|título=Understanding Planets in Ancient Mesopotamia (PDF)|periódico= Electronic Journal of Folklore|acessodata=2008-02-06|issn = 1406-0957| volume=16|ano= 2001|páginas= 7–35|publicadopor= Estonian Literary Museum|editor=Mare Kõiva and Andres Kuperjanov}}</ref>

=== Astronomia greco-romana ===
{| class="wikitable"  style="margin:1em auto 1em auto; float:right;"
|-  style="background:#ccf; font-size:smaller;"
|+ "Esferas planetárias" de Ptolomeu
|- style="font-size: smaller;"
| ''Atual'' || [[Lua]] || [[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]] || [[Vénus (planeta)|Vênus]] || [[Sol]] || [[Marte (planeta)|Marte]] || [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] || [[Saturno (planeta)|Saturno]]
|- style="font-size: smaller;"
| ''Europa Medieval''<ref>As shown, for example, in Peter Appian's ''Cosmographia'' (Antwerp, 1539); see the plate in {{citar periódico| issn = 0021-1753| volume = 78|número= 2|páginas= 153–173|último = Grant|primeiro = Edward|título= Celestial Orbs in the Latin Middle Ages|periódico= Isis|data=junho de 1987| url = http://www.jstor.org/stable/231520}}</ref> || ☾ LVNA || ☿ MERCVRIVS || ♀VENVS ||☉ SOL || ♂ MARS || ♃ IVPITER || ♄ SATVRNVS
|}

[[Ficheiro:Danca Planetas Teluricos Referencial Geocentrico 2014-2015.ogg|thumb|right|300px|Vídeo: movimento "errante" dos planetas telúricos no [[céu]] (2014 - 2015), conforme inferidos a partir da Terra. Na janela superior esquerda tem-se uma visão geocêntrica do sistema solar a partir do polo norte deste, em forma compatível com o [[Geocentrismo#Modelo ptolomaico|modelo ptolomaico]]. Na janela inferior esquerda tem-se o passeio do [[Sol]] pelo [[zodíaco]]. À direita, de cima para baixo, Mercúrio, Vênus e Marte viajam por entre as estrelas exibindo suas laçadas habituais. Simulado pelo programa [[Celestia]].]]

Os gregos antigos inicialmente não deram muita importância aos planetas como os babilônicos. Os [[Escola pitagórica|pitagóricos]], nos séculos VI e V a.C., parecem ter desenvolvido sua própria teoria planetária independente, que consistia na Terra, o Sol, a Lua e os planetas girando em torno de um "fogo central", no centro do universo. Atribui-se a [[Pitágoras]] ou [[Parmênides de Eleia]] ter primeiro identificado a estrela vespertina e a estrela matutina (Vênus) como sendo o mesmo objeto,<ref name="burnet">{{citar livro|url=http://books.google.com/?id=7yUAmmqHHEgC&pg=PR4|título=Greek philosophy: Thales to Plato|último=Burnet|primeiro=John|ano=1950|páginas=7–11|isbn=9781406766011|acessodata=2008-02-07|publicadopor=Macmillan and Co.}}<!--{{citar web|título=A Chronological History of Babylonian Astronomy|último =Thompson|primeiro =Gary D.|url=http://members.optusnet.com.au/~gtosiris/page9k.html|publicadopor=members.optusnet.com.au/~gtosiris|ano=2007|acessodata=2007-04-30}}{{Verify credibility|date=January 2011}}--></ref> embora isso já fosse sabido há muito tempo pelos babilônicos. No século III a.C., [[Aristarco de Samos]] propôs um sistema [[heliocentrismo|heliocêntrico]], segundo o qual a Terra e os planetas giravam em torno do Sol.<ref>{{citar web|url=http://www.russellcottrell.com/greek/aristarchus.asp|titulo=ARISTARCHUS OF SAMOS|acessodata=03-03-2011}}</ref> Entretanto, o sistema geocêntrico permaneceria dominante até a [[revolução científica]].<ref>{{citar web|url=http://vlib.iue.it/carrie/texts/carrie_books/gilbert/23.html|titulo=THE BEGINNING OF THE SCIENTIFIC REVOLUTION|acessodata=03-03-2011}}</ref>

A [[máquina de Anticítera]] era um [[computador analógico]] projetado para calcular a posição relativa do Sol, Lua e planetas.<ref>{{citar web|url=http://www.antikythera-mechanism.gr/project/overview|titulo=Project Overview - The Antikythera Mechanism Research Project|editor=antikythera-mechanism.gr|acessodata=03-03-2011}}</ref>

Até o século I a.C., durante o [[Helenismo|período helenístico]], os gregos tinham começado a desenvolver esquemas matemáticos para predizer as posições dos planetas. Esses esquemas, que se baseavam mais em geometria do que na aritmética dos babilônicos, acabaram por eclipsar as teorias babilônicas por serem mais complexos e abrangentes, contemplando a maioria dos movimentos astronômicos observados da Terra a olho nu. Essas teorias atingiriam sua expressão máxima no [[Almagesto]] escrito por [[Ptolomeu]] no século II d.C.. A dominação do modelo de Ptolomeu foi tão completa que ele superou todos os trabalhos anteriores em astronomia e permaneceu como o texto astronômico definitivo por 13 séculos.<ref name= practice /><ref name=almagest /> Para os gregos e romanos, eram sete os planetas conhecidos, cada um [[Geocentrismo|circundando a Terra]] de acordo com as complexas leis colocadas por Ptolomeu. Eles eram, em ordem crescente a partir da Terra (a ordem de Ptolomeu), a Lua, Mercúrio, Vênus, o Sol, Marte, Júpiter e Saturno.<ref name=oed>{{citar web| url= http://dictionary.oed.com/cgi/entry/50180718?query_type=word&queryword=planet|publicadopor= Oxford English Dictionary|título= planet, n.|acessodata=2008-02-07|mês=December|ano=2007}} ''Note: select the Etymology tab ''</ref><ref name=almagest>{{citar periódico|primeiro =Bernard R.|último =Goldstein|título=Saving the phenomena: the background to Ptolemy's planetary theory|periódico=Journal for the History of Astronomy|volume=28|número=1|ano=1997|páginas=1–12|local=Cambridge (UK) |url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1997JHA....28....1G|acessodata=2008-02-06}}</ref><ref>{{citar livro|título=Ptolemy's Almagest|autor = Ptolemy|coautor=Toomer, G. J.|publicadopor=Princeton University Press|ano=1998|isbn=9780691002606}}</ref>

[[Cícero]], no seu ''[[De Natura Deorum]]'', enumerou os planetas conhecidos durante o século I a.C., usando os nomes utilizados na época.<ref>Cicero, [http://www.gutenberg.org/ebooks/14988 De Natura Deorum].</ref>
:”Mas há mais motivo para espanto nos movimentos das cinco estrelas que são falsamente chamadas vagantes; falsamente, porque nada vaga por toda a eternidade preservando seus cursos adiante e retrógrado, bem como seus outros movimentos, constantes e inalterados. ... Por exemplo, a estrela que está mais distante da Terra, que é conhecida como a estrela de Saturno, e é conhecida pelos gregos como Φαίνων (Phainon), completa o seu curso em cerca de trinta anos, e embora neste curso ela faça muito que é espantoso, primeiro precedendo o Sol, depois reduzindo a velocidade, ficando invisível durante a noite e voltando a ser vista pela manhã, ela nunca, através das eras intermináveis do tempo, faz qualquer variação, mas realiza os mesmos movimentos nos mesmos tempos. Abaixo dela, e mais próximo da Terra, move-se o planeta de Júpiter, que é chamado em grego Φαέθων ([[Faetonte]]); ele completa a mesma volta dos doze signos em doze anos, e realiza no seu curso as mesmas variações que o planeta de Saturno. O próximo círculo abaixo é ocupado por Πυρόεις (Pyroeis), que é chamado o planeta de Marte e atravessa o mesmo círculo dos outros dois planetas acima dele em quatro e vinte meses, a menos, eu acho, de seis dias. Abaixo deste está o planeta de Mercúrio, que é chamado pelos gregos Στίλβων (Stilbon); ele atravessa o círculo do zodíaco em mais ou menos a revolução do ano, e nunca está a mais de um signo de distância do Sol, movendo-se uma hora na frente deste, e em outra atrás dele. A mais baixa das cinco estrelas vagantes, e a mais próxima da Terra, é o planeta de Vênus, que é chamado Φωσϕόρος ([[Eósforo]]) em grego e [[Lúcifer]] em latim, quando está precedendo o Sol, mas Ἕσπερος ([[Héspero]]) quando o está seguindo; ele completa o seu curso em um ano, atravessando o zodíaco latitudinalmente e longitudinalmente, como também é feito pelos planetas acima dele, e em qualquer lado em que o Sol esteja, nunca se separa dele mais do que a distância de dois signos.”

=== Índia antiga ===
{{Artigo principal|Astronomia indiana}}
Em 499, o astrônomo indiano [[Aryabhata]] propôs um modelo planetário que explicitamente incorporava a rotação da Terra sobre seu eixo, a qual ele indicava como a causa do que parece ser um movimento das estrelas para o oeste. Ele também acreditava que a órbita dos planetas era [[Elipse|elíptica]].<ref>J. J. O'Connor and E. F. Robertson, [http://www-groups.dcs.st-and.ac.uk/~history/Biographies/Aryabhata_I.html Aryabhata the Elder], [[MacTutor History of Mathematics archive]]''</ref> Este modelo foi amplamente aceito por muitos astrônomos indianos posteriores a ele. Os seguidores de Aryabhata foram particularmente fortes no sul da Índia, onde seus princípios da rotação da Terra em ciclos diários, entre outros, foram seguidos e serviram de base a diversos trabalhos secundários.<ref name=Sarma-Ast-Ind>Sarma (2008), ''Astronomy in India''</ref>

Em 1500, Nilakantha Somayaji, da [[escola Kerala de astronomia e matemática]], no seu Tantrasangraha, revisou o modelo de Aryabhata. No seu Aryabhatiyabhasya, um comentário sobre a obra Aryabhatiya de Aryabhata, ele desenvolveu um modelo planetário em que Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno orbitavam o Sol, que por sua vez orbitava a Terra, de forma similar ao [[sistema Tychonico]] proposto mais tarde por [[Tycho Brahe]] no final do século XVI. A maioria dos astrônomos da escola Kerala que o seguiram aceitou seu modelo planetário.<ref>Ramasubramanian etc. (1994)</ref>

=== Mundo islâmico ===
{{Artigo principal|Astronomia islâmica}}
No século XI, o [[trânsito de Vênus]] foi observado pelo sábio persa [[Avicena]], que sustentou que Vênus estava, pelo menos algumas vezes, abaixo do Sol. No século XII, o astrônomo andaluz [[Ibn Bajjah]] reportou ter visto "dois planetas como manchas negras na face do Sol", o que foi mais tarde atribuído pelo astrônomo Qotb al-Din Shirazi, do observatório de Maragha (no atual Irã), no século XIII, ao [[trânsito de Mercúrio]] e Vênus.<ref>{{citar livro|título=History of oriental astronomy: proceedings of the joint discussion-17 at the 23rd General Assembly of the International Astronomical Union, organised by the Commission 41 (History of Astronomy), held in Kyoto, August 25–26, 1997|autor =S. M. Razaullah Ansari|publicadopor=Springer|ano=2002|isbn=1402006578|página=137}}</ref> Entretanto, Ibn Bajjah não pode ter observado um trânsito de Vênus, já que nenhum ocorreu ao longo da sua vida.<ref>{{citar web|url=http://transit.savage-garden.org/en/VenusCatalog.html|titulo=Transits of Venus|acessodata=03-03-2011}}</ref>

=== Renascimento europeu ===
{| class="wikitable"  style="margin:1em auto 1em auto; float:right;"
|-  style="background:#ccf; font-size:smaller;"
|+ Planetas na Renascença
|- style="font-size: smaller;"
| Mercúrio || Vênus || Terra || Marte || Júpiter || Saturno
|}
Com o advento da Revolução Científica, o uso do termo "planeta" mudou de alguma coisa que se movia no céu (em relação ao [[estrela fixa|campo estelar]]) para um corpo que orbitava a Terra (ou que se acreditava fazê-lo, naquela época) e, no século XVIII, para alguma coisa que orbitava diretamente o Sol, quando o [[heliocentrismo|modelo heliocêntrico]] de [[Nicolau Copérnico|Copérnico]], [[Galileu Galilei|Galileu]] e [[Johannes Kepler|Kepler]] foi aceito.<ref name=galileo_project/>

Com isso a Terra foi incluída na lista de planetas,<ref name=galileo_project/> enquanto o Sol e a Lua foram excluídos. No início, quando os primeiros satélites de Júpiter e Saturno foram descobertos no século XVII, os termos "planeta" e "satélite" foram usados indistintamente, e o segundo gradualmente ganhou prevalência no século seguinte.<ref>{{citar periódico|último =Cassini|primeiro =Signor|título=''A Discovery of two'' New Planets ''about'' Saturn, ''made in the Royal Parisian Observatory by Signor'' Cassini, ''Fellow of both the Royal Societys, of'' England ''and'' France; ''English't out of French.''|periódico=Philosophical Transactions (1665–1678)|ano=1673|volume=8|páginas=5178–85|doi=10.1098/rstl.1673.0003}}.</ref> Até a metade do século XIX, o número de “planetas” cresceu rapidamente, porque qualquer nova descoberta de objeto orbitando o Sol era relacionada como um planeta pela comunidade científica.
=== Século XIX ===
{| class="wikitable"  style="margin:1em auto 1em auto; float:right;"
|-  style="background:#ccf; font-size:smaller;"
|+ Planeta no início do século XIX
|- style="font-size: smaller;"
| Mercúrio || Vênus || Terra || Marte || Vesta || Juno || Ceres || Palas || Júpiter || Saturno || Urano
|}
No século XIX, os astrônomos começaram a perceber que corpos recentemente descobertos, que haviam sido classificados como planetas por quase meio século (como [[Ceres (planeta anão)|Ceres]], [[2 Palas|Palas]], [[3 Juno|Juno]] e [[4 Vesta|Vesta]]), eram muito diferentes dos tradicionais. Esses corpos compartilhavam a mesma região do espaço entre Marte e Júpiter (o [[Cintura de asteroides|cinturão de asteroides]]) e tinham massa muito menor; como resultado, eles foram classificados como "[[asteroide]]s". Na ausência de uma definição formal, um "planeta" passou a ser entendido como qualquer objeto "grande" que orbitasse o Sol. Como havia uma enorme diferença de tamanho entre asteroides e planetas e a enxurrada de novos descobrimentos parecia concluída depois da descoberta de Netuno em 1846, não havia uma necessidade aparente de uma definição formal.<ref name="Asteroids">{{citar web|último =Hilton|primeiro =James L.|data =2001-09-17|url =http://aa.usno.navy.mil/faq/docs/minorplanets.php|título =When Did the Asteroids Become Minor Planets?|publicadopor =U. S. Naval Observatory|acessodata =2007-04-08|arquivourl =https://web.archive.org/web/20070921162818/http://aa.usno.navy.mil/faq/docs/minorplanets.php|arquivodata =2007-09-21|urlmorta =no}}</ref>

=== Século XX ===
{| class="wikitable"  style="margin:1em auto 1em auto; clear:right; float:right;"
|-  style="background:#ccf; font-size:smaller;"
|+ Planetas do final do século XIX até 1930
|- style="font-size: smaller;"
| Mercúrio || Vênus || Terra || Marte || Júpiter || Saturno || Urano || Netuno
|}
No século XX, [[Plutão]] foi descoberto. Como as observações iniciais indicaram que ele era maior do que a Terra,<ref name="Asteroids" /> o objeto foi imediatamente aceito como o nono planeta. O acompanhamento posterior mostrou que ele era na verdade muito menor: em 1936, Raymond Lyttleton sugeriu que Plutão poderia ser um satélite escapado de [[Neptuno (planeta)|Netuno]]<ref>{{citar periódico|último =Lyttleton|primeiro =Raymond A.|ano=1936|periódico=Monthly Notices of the Royal Astronomical Society|volume=97|página=108|título= On the possible results of an encounter of Pluto with the Neptunian system|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1936MNRAS..97..108L}}</ref> e [[Fred Whipple]] sugeriu em 1964 que ele poderia ser um cometa.<ref>{{citar periódico|periódico=Proceedings of the National Academy of Sciences of the United States of America|volume=52|páginas=565–594|último =Whipple|primeiro =Fred|ano=1964|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1964PNAS...52..565W|título= The History of the Solar System|doi= 10.1073/pnas.52.2.565| pmid=16591209|número=2| pmc=300311}}</ref> Porém, como ainda era muito maior do que todos os asteroides conhecidos e a população de planetas anões e outros objetos transnetunianos não estava bem desenvolvida, ele manteve seu status até 2006.<ref>{{citar periódico|periódico=Scientific American|ano=1996|mês=May|páginas=46–52|último =Luu|primeiro =Jane X.|coautor=Jewitt, David C.|título=The Kuiper Belt|volume=274|número=5|doi=10.1038/scientificamerican0596-46}}</ref>

{| class="wikitable"  style="margin:1em auto 1em auto; clear:right; float:right;"
|-  style="background:#ccf; font-size:smaller;"

|+ Planetas de 1930 a 2006
|- style="font-size: smaller;"
| Mercúrio || Vênus || Terra || Marte || Júpiter || Saturno || Urano || Netuno || Plutão
|}
Em 1992, os astrônomos [[Aleksander Wolszczan]] e Dale Frail anunciaram a descoberta de planetas em torno de um [[pulsar]], [[PSR B1257+12]],<ref name="Wolszczan" /> a qual costuma ser considerada a primeira detecção definitiva de um sistema planetário em torno de outra estrela. Em 6 de outubro de 1995, [[Michel Mayor]] e [[Didier Queloz]], da [[Universidade de Genebra]], anunciaram a primeira detecção definitiva de um exoplaneta orbitando uma estrela normal da [[sequência principal]] ([[51 Pegasi]]).<ref name="Mayor">{{citar periódico|último =Mayor|primeiro =Michel|coautor=Queloz, Didier|título=A Jupiter-mass companion to a solar-type star|periódico=Nature|ano=1995| volume=378|páginas=355–359| doi= 10.1038/355145a0}}</ref>

A descoberta de planetas extrassolares levou a outra ambiguidade em se definir um planeta: o ponto em que um planeta se torna uma estrela. Muitos planetas extrassolares conhecidos possuem massa várias vezes maior do que a de Júpiter, aproximando-se dos objetos estelares conhecidos como "[[anã marrom|anãs marrons]]”.<ref>{{citar web|ano=2006|título=IAU General Assembly: Definition of Planet debate|url=http://astro2006.meta.mediastream.cz/Astro2006-060822-01.asx|formato=.wmv|publicadopor=MediaStream.cz|acessodata=2008-08-23|arquivourl=https://www.webcitation.org/6Dy2xKvYc?url=http://astro2006.meta.mediastream.cz/Astro2006-060822-01.asx|arquivodata=2013-01-26|urlmorta=yes}}</ref> As anãs marrons são geralmente consideradas estrelas devido a sua capacidade de fundir o [[deutério]], um isótopo pesado do [[hidrogênio]]. Enquanto estrelas com massa de mais de 75 vezes a de Júpiter fundem o hidrogênio, estrelas com massa de apenas 13 vezes a de Júpiter fundem o deutério. Entretanto, o deutério é muito raro e a maioria das anãs marrons teria parado de fundir o deutério muito antes do seu descobrimento, tornando-as efetivamente indistintas de planetas superpesados.<ref>{{citar periódico|último =Basri|primeiro =Gibor|título= Observations of Brown Dwarfs|periódico=Annual Review of Astronomy and Astrophysics|ano=2000|volume=38|página=485|doi=10.1146/annurev.astro.38.1.485}}</ref>

=== Século XXI ===
{| class="wikitable"  style="margin:1em auto 1em auto; float:right;"
|-  style="background:#ccf; font-size:smaller;"
|+ Planetas de 2006 até o presente
|- style="font-size: smaller;"
| Mercúrio || Vênus || Terra || Marte || Júpiter || Saturno || Urano || Netuno
|}
Com a descoberta, durante a segunda metade do século XX, de mais objetos no Sistema Solar e de grandes objetos em torno de outras estrelas, surgiram discussões sobre o que deveria constituir um planeta. Havia uma particular discordância quanto a se considerar como um planeta um objeto que fizesse parte de uma população distinta, como um [[cintura de asteroides|cinturão]], ou que fosse grande o suficiente para gerar energia por [[fusão nuclear]] do [[deutério]].<ref name=WSGESP/>

Um número crescente de astrônomos afirmava que Plutão deveria ser desclassificado como um planeta, uma vez que muitos objetos similares, com tamanho aproximado ao seu, haviam sido descobertos na mesma região do Sistema Solar (o [[cinturão de Kuiper]]) nas décadas de 1990 e 2000. Considerava-se que Plutão fosse apenas um pequeno corpo, numa população de milhares.

Alguns deles, como [[50000 Quaoar|Quaoar]], [[90377 Sedna|Sedna]] e [[Éris (planeta anão)|Éris]], foram anunciados na imprensa popular como o [[Planeta X|décimo planeta]], mas não obtiveram reconhecimento científico generalizado. Em 2005, o anúncio de Éris, um objeto com massa 27% maior do que Plutão, criou a necessidade e o desejo público para uma definição oficial de planeta.<ref>{{citar web| url = http://www.telegraph.co.uk/science/science-news/3349184/Pluto-should-get-back-planet-status-say-astronomers.html| titulo = Pluto should get back planet status, say astronomers| autor = Richard Gray| publicado = The Telegraph|data=10-08-2008|acessodata=09-08-2008}}</ref><ref>Gorwyn, Adam; [http://earthsky.org/space/alan-stern-%E2%80%98a-chihuahua-is-still-a-dog-and-pluto-is-still-a-planet-2 ''Alan Stern: ‘A Chihuahua is still a dog, and Pluto is still a planet’''], EarthSky interview, 18 de fevereiro de 2010</ref><ref name="News.discovery.com">{{citar web|url=http://news.discovery.com/space/should-large-moons-be-called-satellite-planets.html|título=Should Large Moons Be Called 'Satellite Planets'?|publicadopor=News.discovery.com|data=14 de maio de 2010|acessodata=4 de novembro de 2011}}</ref>

Reconhecendo o problema, a UAI iniciou o processo de criação de uma [[definição de planeta]] e produziu uma em agosto de 2006. O número de planetas caiu para os oito corpos significativamente grandes que tinham [[dominância orbital|dominância em sua órbita]] (Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno) e foi criada uma nova classe de [[planeta anão|planetas anões]], contendo inicialmente três objetos (Ceres, Plutão e Éris).<ref>{{citar periódico|último=Green|primeiro=D. W. E.|versão=Circular No. 8747|publicadopor=Central Bureau for Astronomical Telegrams, International Astronomical Union|data=2006-09-13|título=(134340) Pluto, (136199) Eris, and (136199) Eris I (Dysnomia)|url=http://www.cfa.harvard.edu/iau/special/08747.pdf|formato=PDF|acessodata=2008-08-23|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080624225029/http://www.cfa.harvard.edu/iau/special/08747.pdf|arquivodata=2008-06-24|jornal=|urlmorta=yes}}</ref>

==== Planeta extrassolar ====
Não há uma definição oficial de planeta extrassolar. Em 2003, o Grupo de Trabalho da UAI para Planetas Extrassolares fez uma declaração sobre a definição de um planeta, mas esta declaração nunca foi proposta como uma resolução oficial da IAU e nunca foi votada pelos membros da IAU. A declaração incorpora as seguintes linhas mestras, mais relacionadas ao limite entre planetas e anãs marrons:<ref name=WSGESP/>

# são planetas os objetos com massa real abaixo da massa limite para fusão nuclear do deutério (atualmente calculada em 13 vezes a massa de Júpiter, para objetos com a mesma [[abundância natural|abundância isotópica]] do Sol)<ref>{{citar periódico|último =Saumon|primeiro =D.|coautor=Hubbard, W. B.; Burrows, A.; Guillot, T.; Lunine, J. I.; Chabrier, G.|título=A Theory of Extrasolar Giant Planets|periódico=Astrophysical Journal|ano=1996|volume=460|páginas=993–1018|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1996ApJ...460..993S|doi=10.1086/177027}}</ref> e que orbitam estrelas ou remanescentes estelares, independentemente de como foram formados; a massa e tamanho mínimos requeridos para um objeto extrassolar ser considerado um planeta devem ser os mesmos usados no Sistema Solar;
# objetos subestelares com massa real acima da massa limite para fusão nuclear do deutério são "[[Anã marrom|anãs marrons]]", independentemente de como se formaram ou onde se localizam;
# objetos livres em [[Aglomerado estelar|aglomerados estelares]] jovens, com massa abaixo da massa limite para fusão nuclear do deutério, não são "planetas" e sim "subanãs marrons" (ou outro nome mais apropriado a ser atribuído).

Esta definição tem sido largamente utilizada por astrônomos quando da divulgação de descobertas de exoplanetas em publicações acadêmicas.<ref>See for example the list of references for: {{citar web|autor =Butler, R. P. ''et al.''|ano=2006|url=http://exoplanets.org/|título=Catalog of Nearby Exoplanets|publicadopor=University of California and the Carnegie Institution|acessodata= 2008-08-23}}</ref> Embora provisória, ela permanece uma efetiva definição de trabalho, até que uma de caráter mais permanente seja formalmente adotada. Ela não trata da disputa sobre o limite inferior de massa, portanto está fora da controvérsia sobre objetos internos ao Sistema Solar. Esta definição também não trata do status planetário de objetos orbitando anãs marrons, como o [[2M1207b]].<ref>{{citar jornal|url=http://www.spacedaily.com/news/outerplanets-04b.html|título=Gravity Rules: The Nature and Meaning of Planethood|último =Stern|primeiro =S. Alan |data=2004-03-22|publicadopor=SpaceDaily|acessodata=2008-08-23}}</ref>

Uma definição de uma subanã marrom é: um objeto com massa de planeta, formado por colapso de nebulosa e não por acreção. Não há uma concordância universal com esta distinção do processo de formação de uma subanã marrom e de um planeta, pois os astrônomos se dividem quanto a se considerar o processo de formação como parte da sua divisão na classificação.<ref name="Cha110913">{{citar web|data=2005-11-29|título=A Planet With Planets? Spitzer Finds Cosmic Oddball
 |publicadopor=NASA|autor =Whitney Clavin|url=http://www.nasa.gov/vision/universe/starsgalaxies/spitzerf-20051129.html|acessodata=2006-03-26}}</ref><ref>[http://www.space.com/scienceastronomy/solarsystem/planet_confusion_001101-1.html What is a Planet? Debate Forces New Definition], by Robert Roy Britt, 02 November 2000</ref> Uma razão para o dissenso é que nem sempre é possível determinar o processo de formação. Por exemplo, um planeta formado por acreção em torno de uma estrela pode ser ejetado pelo sistema e se tornar vagante, assim como uma subanã marrom que se formou sozinha em um aglomerado estelar por colapso de nebulosa pode ser capturado para a órbita de uma estrela.

{| class="wikitable"  style="margin:1em auto 1em auto; float:right;"
|-  style="background:#ccf; font-size:smaller;"
|+ Planetas anões de 2006 até hoje
|- style="font-size: smaller;"
| Ceres || Plutão || Makemake || Haumea || Éris
|}
Um estudo sugere que objetos acima de 10 massas de Júpiter (MJ) se formaram devido a instabilidade gravitacional e não deveriam ser considerados planetas.<ref>{{citar periódico| doi = 10.3847/1538-4357/aa961c | arxiv = 1801.06185 | volume=853 |título=Evidence of an Upper Bound on the Masses of Planets and Its Implications for Giant Planet Formation |periódico=The Astrophysical Journal |página=37  |último1 = Schlaufman |primeiro1 = Kevin C.|ano= 2018 |número= 1 | bibcode = 2018ApJ...853...37S |}}</ref>

O corte em 13 massas de Júpiter é mais uma massa média do que um valor limite preciso. Objetos grandes queimarão a maior parte do seu deutério e os menores queimarão apenas uma parte, e o valor de 13 MJ está neste intervalo. Na verdade, os cálculos mostram que um objeto funde 50% do seu conteúdo inicial de deutério quando sua massa total está entre 12 e 14 MJ.<ref>{{citar periódico|último1 =Bodenheimer|primeiro1 =Peter|último2 =D'Angelo|primeiro2 =Gennaro|último3 =Lissauer|primeiro3 =Jack J.|último4 =Fortney|primeiro4 =Jonathan J.|último5 =Saumon|primeiro5 =Didier|título=Deuterium Burning in Massive Giant Planets and Low-mass Brown Dwarfs Formed by Core-nucleated Accretion|periódico=The Astrophysical Journal|data=20-06-2013|volume=770|número=2|páginas=120|doi=10.1088/0004-637X/770/2/120|arxiv = 1305.0980 |bibcode = 2013ApJ...770..120B |}}</ref> A quantidade de deutério fundido depende não apenas da massa, mas também da composição do objeto, da quantidade de hélio e deutério presente.<ref>{{citar periódico|arxiv=1008.5150 |autor1 =Spiegel |autor2 =Adam Burrows |autor3 =Milsom |título=The Deuterium-Burning Mass Limit for Brown Dwarfs and Giant Planets |periódico=The Astrophysical Journal |volume=727 |número=1 |páginas=57 |data=2010|doi=10.1088/0004-637X/727/1/57 |bibcode=2011ApJ...727...57S | }}</ref> Desde 2011, a [[Extrasolar Planets Encyclopaedia|Enciclopédia de Planetas Extrassolares]] inclui objetos de até 25 massas de Júpiter, dizendo “O fato de que não existe nenhuma característica especial em 13 MJ no espectro de massa observado reforça a escolha de esquecer este limite de massa”.<ref>{{citar periódico|último1 =Schneider |primeiro1 =J. |último2 =Dedieu |primeiro2 =C. |último3 =Le Sidaner |primeiro3 =P. |último4 =Savalle |primeiro4 =R. |último5 =Zolotukhin |primeiro5 =I. |título=Defining and cataloging exoplanets: The exoplanet.eu database|data=2011| volume=532|número=79|periódico=[[Astronomy & Astrophysics]] |arxiv=1106.0586| doi=10.1051/0004-6361/201116713|páginas=A79 |bibcode=2011A&A...532A..79S| }}</ref> A partir de 2016, este limite foi aumentado para 60 massas de Júpiter,<ref name="Jupiter60">[https://arxiv.org/abs/1604.00917 Exoplanets versus brown dwarfs: the CoRoT view and the future], Jean Schneider, 4 abril 2016</ref> com base em um estudo de relações massa-densidade.<ref>{{citar periódico|arxiv=1506.05097|último1 = Hatzes Heike Rauer|primeiro1 = Artie P.|título= A Definition for Giant Planets Based on the Mass-Density Relationship|ano= 2015|doi=10.1088/2041-8205/810/2/L25|volume=810|número= 2|periódico=The Astrophysical Journal|página=L25|bibcode = 2015ApJ...810L..25H | }}</ref> O ''[[Exoplanet Data Explorer]]'' inclui objetos de até 24 MJ, com o aviso: “A distinção de 13 massas de Júpiter pelo Grupo de Trabalho da UAI é fisicamente imotivado para planetas com núcleos rochosos, e observacionalmente problemático devido à ambiguidade de sen i”.<ref name=eod>{{citar arXiv|eprint=1012.5676v1|último1 =Wright |primeiro1 =J. T. |título=The Exoplanet Orbit Database|class=astro-ph.SR|data=2010|display-authors=etal}}</ref> O ''[[NASA Exoplanet Archive]]'' inclui objetos com massa (ou massa mínima) igual ou menor do que 30 massas de Júpiter.<ref>[http://exoplanetarchive.ipac.caltech.edu/docs/exoplanet_criteria.html Exoplanet Criteria for Inclusion in the Archive], NASA Exoplanet Archive</ref>

Outro critério para distinguir planetas e anãs marrons, em lugar da fusão do deutério, processo de formação ou localização é se a pressão do núcleo é dominada pela pressão de Coulomb ou pela [[pressão de degenerescência eletrônica]].<ref>{{citar periódico|doi=10.1146/annurev.earth.34.031405.125058 |periódico=Annu. Rev. Earth Planet. Sci. |volume=34 |título=Planetesimals To Brown Dwarfs: What is a Planet? |páginas=193–216 |data=2006 |arxiv=astro-ph/0608417 |bibcode=2006AREPS..34..193B|último1 =Basri |primeiro1 =Gibor |último2 =Brown |primeiro2 =Michael E | }}</ref><ref>{{citar periódico|autor1 =Boss, Alan P. |display-authors=4 |autor2 =Basri, Gibor |autor3 =Kumar, Shiv S. |autor4 =Liebert, James |autor5 =Martín, Eduardo L. |autor6 =Reipurth, Bo |autor7 =Zinnecker, Hans |título=Nomenclature: Brown Dwarfs, Gas Giant Planets, and ? |periódico=Brown Dwarfs |volume=211 |página=529 |data=2003 |bibcode=2003IAUS..211..529B }}</ref>
==== Definição da UAI de 2006 ====
{{Artigo principal|Redefinição do termo planeta em 2006}}
A questão do limite inferior foi tratada durante o encontro de 2006 da Assembleia Geral da UAI. Depois de muito debate, a assembleia votou e aprovou resolução com a seguinte [[Redefinição do termo planeta em 2006|definição de planeta dentro do Sistema Solar]]:<ref name=IAU/>

{{quote|Um planeta é um corpo celestial que (a) está em órbita em torno do Sol, (b) possui massa suficiente para que sua própria gravidade supere as forças de corpo rígido, de modo que ele adquira uma forma de equilíbrio hidrostático (próxima à esférica) e (c) tenha dominância em sua órbita.}}

Por esta definição, o Sistema Solar é composto de oito planetas. Corpos que preenchem as duas primeiras condições, mas não a terceira, como Ceres, Plutão e Éris, são classificados como [[planeta anão|planetas anões]], desde que não sejam [[Satélite natural|satélites naturais]] de outros planetas. Originalmente, um comitê da UAI havia proposto uma definição que teria incluído um número muito maior de planetas, já que não considerava (c) como um critério.<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/sci/tech/4795755.stm|título=Planets plan boosts tally 12|publicadopor=BBC|data=2006-08-16|acessodata=2008-08-23|primeiro =Paul|último =Rincon}}</ref> Depois de muita discussão, foi decidido pelo voto que esses corpos seriam classificados como planetas anões.<ref>{{citar jornal|url=http://news.bbc.co.uk/1/hi/world/5282440.stm|publicadopor=BBC|título=Pluto loses status as a planet|data=2006-08-24|acessodata=2008-08-23}}</ref>

Esta definição se baseia em teorias de formação planetária, segundo as quais embriões planetários primeiramente limpam a sua vizinhança orbital de outros objetos menores. Como descreve o astrônomo Steven Soter:<ref>{{citar periódico|último = Soter|primeiro = Steven|título= What is a Planet|periódico= Astronomical Journal|volume = 132|número= 6|páginas= 2513–19|ano= 2006|doi=10.1086/508861|id={{arxiv|astro-ph|0608359}}}}</ref>

{{quotation|O produto final da acreção secundária do disco é um número pequeno de corpos relativamente grandes (planetas) em órbitas ressonantes ou que não se interceptam, o que impede colisões entre eles. Asteroides e cometas, inclusive objetos do cinturão de Kuiper, diferem dos planetas pelo fato de que eles podem colidir entre si e com planetas.}}

A definição de 2006 da UAI apresenta alguns desafios para exoplanetas, porque a linguagem é específica para o Sistema Solar e porque os critérios de esfericidade e dominância de órbita não são observáveis atualmente. O astrônomo [[Jean-Luc Margot]] propôs um critério matemático que determina se um objeto pode limpar a sua órbita durante o tempo de vida da sua estrela, com base na massa do planeta, seu semieixo maior e a massa da sua estrela.<ref>{{citar web|url=https://www.sciencedaily.com/releases/2015/11/151110134519.htm|título=Simpler way to define what makes a planet|data=2015-11-10|website=Science Daily}}</ref><ref>{{citar jornal|título=Why we need a new definition of the word 'planet'|url=http://www.latimes.com/science/sciencenow/la-sci-sn-new-planet-definition-margot-20151113-htmlstory.html|obra=Los Angeles Times}}</ref> A fórmula produz um valor <big>π</big> que é maior que 1 para planetas. Os oito planetas do Sistema Solar e todos os exoplanetas conhecidos têm valores acima de 100, enquanto Ceres, Plutão e Eris têm valores de 0,1 ou menores. Espera-se que objetos com <big>π</big> de 1 ou mais sejam aproximadamente esféricos, de modo que objetos que atendam ao critério de dominância de órbita automaticamente atendem ao requisito de esfericidade.<ref name=Margot>{{citar periódico|data=2015|título=A Quantitative Criterion For Defining Planets|periódico=The Astronomical Journal|volume=150|número=6|páginas=185|autor =Jean-Luc Margot |arxiv=1507.06300|doi=10.1088/0004-6256/150/6/185|bibcode=2015AJ....150..185M| }}</ref>

=== Objetos inicialmente considerados planetas ===
A tabela abaixo relaciona os corpos do Sistema Solar inicialmente considerados como planetas, mas que não o são mais com base na definição da UAI, bem como se eles seriam considerados planetas sob as definições de Stern de 2002 e 2018.
{| class="wikitable"
|-
! |Corpo
! |Classificação UAI
! | Planeta geofísico?
! |Notas
|-
| [[Sol]]
| Estrela
| Não
|  rowspan="2" colspan="2"| Classificado como um planeta clássico, de acordo com o modelo geocêntrico atualmente reprovado.<ref>{{citar livro|último1 =Lindberg|primeiro1 =David C.|título=The Beginnings of Western Science|data=2007|publicado=The University of Chicago Press|local=Chicago|isbn=978-0-226-48205-7|página=257|edição=2nd}}</ref>
|-
| [[Lua]]
| Satélite natural
| Sim<ref>{{citar web |último1 =Runyon |primeiro1 =K.D. |último2 =Stern |primeiro2 =S.A. |título=A Geophysical Planet Definition |url=https://www.hou.usra.edu/meetings/lpsc2017/pdf/1448.pdf |acessodata=21-02-2021}}</ref>
|-
| [[Io (satélite)|Io]], [[Europa (satélite)|Europa]]
| Satélites naturais
| Possivelmente (talvez em equilíbrio devido ao aquecimento de maré)
| rowspan=2| 	As quatro maiores luas de [[Júpiter (planeta)|Júpiter]], conhecidas como [[Luas de Galileu]], em função de sua descoberta por [[Galileu Galilei]]. Ele se referia a elas como as "Luas de Médici", em homenagem ao seu patrocinador, a [[Casa de Médici]]. Elas eram conhecidas como “planetas secundários”.<ref name="UGG1782">{{citar web|url=https://books.google.com/books?id=jwq9fT60_n8C&pg=PA20|título=The New Universal Geographical Grammar|último1 =Salmon|primeiro1 =Thomas|último2 =Tytler|primeiro2 =James|ano=1782}}</ref>
|-
| [[Ganímedes (satélite)|Ganímedes]], [[Calisto (satélite)|Calisto]]
| Satélites naturais
| Sim
|-
| [[Titã (satélite)|Titã]]
| Satélite natural
| Sim
|
|-
|[[Reia (satélite)|Reia]]
| Satélite natural
| Possivelmente (excluído em 2002)
| rowspan="2" colspan="2"|Cinco das [[Satélites de Saturno|luas maiores de Saturno]], descobertas por [[Christiaan Huygens]] e [[Giovanni Domenico Cassini]]. Assim como as luas maiores de Júpiter, eram conhecidas como “planetas secundários”.<ref name="UGG1782"/>
|-
| [[Jápeto (satélite)|Jápeto]], [[Tétis (satélite)|Tétis]] e [[Dione (satélite)|Dione]]
| Satélites naturais
| Não
|-
| [[3 Juno|Juno]]
| Asteroide
| Não
| rowspan="4" colspan="2"|Considerados planetas desde suas descobertas entre 1801 e 1807, até que foram reclassificados como asteroides durante os anos 1850.<ref>{{citar web |autor =Hilton, James L. |título=When did the asteroids become minor planets? |obra=U.S. Naval Observatory |url=http://aa.usno.navy.mil/faq/docs/minorplanets.php |acessodata=2008-05-08 |arquivourl= https://web.archive.org/web/20080324182332/http://aa.usno.navy.mil/faq/docs/minorplanets.php |arquivodata= 2008-03-24}}</ref>
Ceres foi classificado pela UAI como planeta anão em 2006.
|-
| [[2 Palas|Palas]]
| Asteroide
| Não
|-

| [[4 Vesta|Vesta]]
| Asteroide
| Inicialmente
|-
| [[Ceres (planeta anão)|Ceres]]
| Planeta anão e asteroide
| Sim
|-
| [[5 Astreia|Astreia]], [[6 Hebe|Hebe]], [[7 Íris|Íris]], [[8 Flora|Flora]], [[9 Métis|Métis]], [[10 Hígia|Hígia]], [[11 Partenope|Partenope]], [[12 Victória|Victória]], [[13 Egéria|Egéria]], [[14 Irene|Irene]], [[15 Eunomia|Eunomia]]
| Asteroides
| Não
| Mais asteroides, descobertos entre 1845 e 1851. A expansão rápida da lista de corpos entre Marte e Júpiter levou a sua reclassificação como asteroides, que foi largamente aceita em 1854.<ref>{{citar web |título=The Planet Hygea |data=1849 |obra=spaceweather.com |url=http://spaceweather.com/swpod2006/13sep06/Pollock1.jpg |acessodata=2008-04-18}}</ref>
|-
| [[Plutão]]
| Planeta anão e objeto do [[Cintura de Kuiper|Cinturão de Kuiper]]
| Sim
| O primeiro [[objeto transnetuniano]], isto é, [[planeta menor]] com semieixo maior além de Netuno. Considerado planeta entre o seu descobrimento em 1930 e a sua reclassificação como planeta anão em 2006
|}
== Mitologia e nomes ==
[[Imagem:Olympians.jpg|thumb|esquerda|Os deuses do Olimpo, a partir dos quais os planetas do Sistema Solar foram nomeados.]]
Os nomes dos planetas no mundo ocidental são derivados das práticas de nomeação dos romanos, as quais provêm daquelas dos gregos e babilônicos. Na [[Grécia antiga]], os dois grandes astros Sol e Lua eram chamados ''[[Hélio (mitologia)|Helios]]'' e ''[[Selene]]''; o planeta mais distante (Saturno) era chamado ''Phainon'', "o reluzente", seguido por ''Phaethon'', (Júpiter),  "o brilhante"; o planeta vermelho (Marte) era conhecido como ''Pyroeis'', "o de cor de fogo"; o mais brilhante (Vênus) era conhecido como ''Phosphoros'', "o que traz a luz"; e o fugaz planeta final (Mercúrio) era chamado ''Stilbon'', "o de brilho passageiro". Os gregos também consagraram cada planeta a um dos deuses do seu panteão, os [[Deuses olímpicos|Olímpicos]]: ''Helios'' e ''Selene'' eram nomes tanto de deuses quanto de planetas; ''Phainon'' era consagrado a [[Cronos]], o [[Titã (mitologia)|Titã]] que gerou os Olímpicos; ''Phaeton'' era consagrado a [[Zeus]], filho de Cronos que o depôs como rei; ''Pyroeis'' foi dado a [[Ares]], filho de Zeus e deus da guerra; ''Phosphoros'' era controlado por [[Afrodite]], a deusa do amor; e [[Hermes]], mensageiro dos deuses e deus do saber e da sagacidade, controlava ''Stilbon''.<ref name=practice>{{citar livro|título=The History and Practice of Ancient Astronomy|primeiro =James|último =Evans|publicadopor=Oxford University Press|ano=1998|páginas=296–7|url=http://books.google.com/?id=nS51_7qbEWsC&pg=PA17&lpg=PA17&dq=babylon+greek+astronomy |acessodata=2008-02-04|isbn=978-0-19-509539-5}}</ref>

A prática grega de transplantar os nomes dos deuses para os planetas foi quase com certeza emprestada dos babilônicos. Esses nomearam ''Phosphoros'' a partir de sua deusa do amor, [[Ishtar]], ''Pyroeis'' do deus da guerra, [[Nergal]], ''Stilbon'' do deus do conhecimento, [[Nabu]], e ''Phaeton'' do chefe dos deuses, [[Marduque]].<ref name= nergal>{{citar web|primeiro =Kelley L.|último =Ross|ano=2005|título=The Days of the Week|url=http://www.friesian.com/week.htm|publicadopor=The Friesian School|acessodata=2008-08-23}}</ref> Há muitas concordâncias entre as convenções de nomes grega e babilônica para que elas tenham surgido separadamente,<ref name=practice /> mas a tradução não era perfeita. Por exemplo, o babilônico Nergal era o deus da guerra, portanto os gregos o identificaram com Ares. Entretanto, diferentemente de Ares, Nergal também era o deus da peste e do submundo.<ref>{{citar livro|título=Martian Metamorphoses: The Planet Mars in Ancient Myth and Tradition|primeiro =Ev|último =Cochrane|ano=1997|publicadopor=Aeon Press|url=http://books.google.com/?id=jz3eqRGuM0wC&pg=PP9&dq=ares+nergal+planet+pestilence|acessodata=2008-02-07|isbn=0965622908}}</ref>

Hoje em dia, a maioria das pessoas no mundo ocidental conhece os planetas pelos nomes derivados do panteão de deuses olímpicos. Enquanto os gregos modernos ainda utilizam os seus nomes antigos para os planetas, outras línguas europeias, em função da influência do [[Império Romano]] e mais tarde da [[Igreja Católica]], usam os nomes romanos (ou do latim) em vez dos gregos. Os romanos, que, como os gregos, eram [[Religião protoindo-europeia|indo-europeus]], compartilhavam com eles um [[Mitologia romana|panteão comum]] com nomes diferentes, mas careciam da rica tradição narrativa que a poética cultura grega havia atribuído a [[Mitologia grega|seus deuses]]. Durante o período final da [[República Romana]], os escritores romanos pegaram emprestada muito da narrativa grega e a aplicaram ao seu próprio panteão, a ponto de eles ficarem virtualmente indistinguíveis.<ref>{{citar livro|título=Greek Mythography in the Roman World|primeiro =Alan|último =Cameron|ano=2005|publicadopor=Oxford University Press|isbn=0195171217}}</ref> Quando os romanos estudaram a astronomia grega, deram aos planetas os nomes dos seus próprios deuses: [[Mercúrio (mitologia)|Mercúrio]] (para [[Hermes]]), [[Vênus (mitologia)|Vênus]] ([[Afrodite]]), [[Marte (mitologia)|Marte]] ([[Ares]]), [[Júpiter (mitologia)|Júpiter]] ([[Zeus]]) e [[Saturno (mitologia)|Saturno]] ([[Cronos]]). Quando os planetas subsequentes foram descobertos nos séculos XVIII e XIX, a prática de nomeação foi mantida com [[Netuno (mitologia)|Netuno]]. Urano é uma exceção, uma vez que é nomeado por uma [[Urano (mitologia)|divindade grega]] e não pelo seu correspondente romano (''Caelus'').<ref name=zerubavel/>

Alguns [[Roma antiga|romanos]], seguindo uma crença possivelmente originária da [[Mesopotâmia]], mas desenvolvida no [[Egito ptolemaico]], acreditavam que os sete deuses a partir dos quais os planetas foram nomeados passavam turnos de uma hora cuidando de assuntos na Terra. A ordem dos turnos era Saturno, Júpiter, Marte, Sol, Vênus, Mercúrio e Lua (do planeta mais distante para o mais próximo).<ref name=zerubavel>{{citar livro|primeiro =Eviatar|último =Zerubavel|ano=1989|publicadopor=University of Chicago Press|isbn=0226981657|título= The Seven Day Circle: The History and Meaning of the Week|página=14|url=http://books.google.com/?id=aGahKeojIUoC&pg=PA14&lpg=PA14&dq=seven+day+week+egypt+mesopotamia|acessodata=2008-02-07}}</ref> Portanto, o primeiro dia era iniciado por Saturno (1ª hora), o segundo pelo Sol (25ª hora), seguido pela Lua (49ª hora), Marte, Mercúrio, Júpiter e Vênus. Como cada dia era nomeado pelo deus que o iniciava, esta também era a ordem dos [[dias da semana]] no [[calendário romano]], depois que o ciclo [[Nundinae|nundinal]] foi rejeitado - o que ainda é preservado em muitas línguas modernas.<ref name="weekdays">{{citar periódico|primeiro =Michael|último =Falk|título=Astronomical Names for the Days of the Week|periódico=Journal of the Royal Astronomical Society of Canada|ano=1999|volume=93|páginas=122–133|url=http://adsabs.harvard.edu/cgi-bin/nph-bib_query?1999JRASC..93..122F}}</ref>

A Terra é o único planeta cujo nome não é derivado da mitologia greco-romana. Como a Terra só foi geralmente aceita como um planeta no século XVII,<ref name=galileo_project>{{citar web|último =Van Helden|primeiro =Al|ano=1995|url=http://galileo.rice.edu/sci/theories/copernican_system.html|título=Copernican System|publicadopor=The Galileo Project|acessodata=2008-01-28}}</ref> não há uma tradição em nomeá-la a partir de um deus (o mesmo vale, em inglês, para o Sol e a Lua, embora eles não sejam mais considerados planetas). Muitas das [[línguas românicas]] retêm a antiga palavra romana "terra" (ou alguma variação dela), que era usada com o significado de "terra seca" (por oposição a "mar").<ref>{{citar web|último =Harper|primeiro =Douglas|data=setembro de 2001|url=http://www.etymonline.com/index.php?term=terrain|título=Etymology of "terrain"|obra=Online Etymology Dictionary|acessodata=2008-01-30}}</ref> Entretanto, as línguas não românicas usam suas respectivas palavras nativas. Os gregos usam seu nome original ''Ge'' (ou ''Yi''); as [[línguas germânicas]], inclusive o inglês, usam uma variação da palavra do alemão antigo ''ertho'', "chão".<ref name=etymearth>{{citar web|último = Harper|primeiro = Douglas|data=setembro de 2001|url = http://www.etymonline.com/index.php?term=earth|título= Earth|obra= Online Etymology Dictionary|acessodata= 2008-08-23}}</ref>

Culturas não europeias usam outros sistemas para a nomeação planetária. A [[Índia]] usa um sistema de nomes baseado no [[Navagraha]], que incorpora os sete planetas tradicionais (''[[Surya]]'' para o Sol, ''Chandra'' para a Lua e ''[[Budha]]'', ''[[Shukra]]'', ''[[Mangala]]'', ''[[Brihaspati]]'' e ''[[Shani]]'' para os planetas tradicionais Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno) e os nós lunares ascendente e descendente (pontos em que a órbita da Lua cruza a eclíptica) ''Rahu'' e ''[[Ketu (mitologia)|Ketu]]''.

A [[China]] e os países da Ásia oriental historicamente sujeitos à influência cultural chinesa (como o [[Japão]], [[Coreia]] e [[Vietname|Vietnam]]) usam um sistema de nomeação baseado nos [[Cinco elementos (filosofia chinesa)|cinco elementos da China]]: [[Água (elemento)|água]] (Mercúrio), metal (Vênus), [[Fogo (elemento)|fogo]] (Marte), madeira (Júpiter) e [[Terra (elemento)|terra]] (Saturno).<ref name="weekdays"/>

Na astronomia hebraica tradicional, os sete planetas tradicionais possuem (em sua maior parte) nomes descritivos – o Sol é חמה ''Ḥammah'', ou “o quente”, a Lua é לבנה ''Levanah'', ou “a branca”, Vênus é כוכב נוגה ''Kokhav Nogah'', ou “o planeta brilhante”, Mercúrio é כוכב ''Kokhav'', ou “o planeta” (devido à falta de características que o distinguissem), Marte é מאדים ''Ma'adim'', ou “o vermelho”, e Saturno é שבתאי ''Shabbatai'', “o que descansa” (em referência ao seu movimento lento comparado aos outros planetas visíveis).<ref name=Hebrew>{{citar periódico|último1 =Stieglitz |primeiro1 =Robert |título=The Hebrew Names of the Seven Planets |periódico=Journal of Near Eastern Studies |data=abril de 1981 |volume=40 |número=2 |páginas=135–137 |doi=10.1086/372867 |jstor=545038| }}</ref> O diferente é Júpiter, chamado צדק ''Tzedeq'', “justiça”. Steiglitz sugere que isto possa ser um eufemismo para o nome original כוכב בעל Kokhav Ba'al, ou “planeta de [[Baal]]”, visto como idolatria e eufemizado de maneira similar para [[Isbosete]] em [[Livros de Samuel|II Samuel]].<ref name="Hebrew" />

Em árabe, Mercúrio é عُطَارِد (''ʿUṭārid'', cognato com [[Inana|Ishtar]] / [[Astarte]]), Vênus é الزهرة (''az-Zuhara'', "o brilhante",<ref>{{citar periódico|url=https://referenceworks.brillonline.com/entries/encyclopaedia-of-islam-2/zuhara-SIM_8195 |título=Zuhara |primeiro1 =F. J. |último1 =Ragep |primeiro2 =W. |último2 =Hartner |data=24-04-2012 |periódico=Encyclopaedia of Islam |edição=Second |via=referenceworks.brillonline.com}}</ref> um epíteto da deusa [[Uza]]<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=GB_R90_DlGEC&q=Zuhara+venus+al-uzza&pg=PA447 |título=Moon-o-theism, Volume I of II |primeiro =Yoel |último =Natan |data=31-07-2018 |publicado=Yoel Natan |via=Google Books |isbn=9781438299648}}</ref>), Terra é الأرض (''al-ʾArḍ'', da mesma raiz de ''[[wikt:ארץ|eretz]]''), Marte é اَلْمِرِّيخ (''al-Mirrīkh'', significando “flecha sem pena”, devido ao seu [[Movimento prógrado e retrógrado|movimento retrógrado]]<ref>{{citar web |url=https://books.google.com/books?id=SqJEAQAAIAAJ&q=Mirrikh+mars&pg=PA204 |título=Historical encyclopaedia: entitled "Meadows of gold and mines of gems" |primeiro =Mas'ûdi |último =Ali-Abu'l-Hassan |data=31-07-2018 |publicado=Printed for the Oriental Translation Fund of Great Britain and Ireland |via=Google Books}}</ref>), Júpiter é المشتري (''al-Muštarī'', "o confiável", em [[Língua acádia|acadiano]]<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=dMgfAQAAIAAJ&q=mustari+jupiter |título=Die Rolle Der Astronomie in Den Kulturen Mesopotamiens: Beiträge Zum 3. Grazer Morgenländischen Symposion (23–27 setembro 1991) |primeiro =Hannes D. |último =Galter |data=31-07-1993 |publicado=GrazKult |via=Google Books |isbn=9783853750094}}</ref>) e Saturno é زُحَل (''Zuḥal'', "o que se retira"<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=leQtcmpcQ-EC&q=zuhal+saturn&pg=PA53 |título=The Word of the Lord Shall Go Forth: Essays in Honor of David Noel Freedman in Celebration of His Sixtieth Birthday|primeiro1 =Carol L. |último1 =Meyers |primeiro2 =M. |último2 =O'Connor |primeiro3 =Michael Patrick |último3 =O'Connor|data=31-07-1983 |publicado=Eisenbrauns |via=Google Books |isbn=9780931464195}}</ref>).<ref>{{citar web |url=http://majnouna.com/portfolio/planets/ |título=Planetary Spheres كواكب|data=29-08-2016}}</ref><ref>{{citar web |url=https://books.google.com/books?id=XaVmAAAAMAAJ&q=utarid+mercury+penman&pg=PA204 |título=El-Masūdī's Historical Encyclopaedia, entitled "Meadows of Gold and Mines of Gems." |último =al-Masūdī |data=31-07-2018 |publicado=Oriental Translation Fund of Great Britain and Ireland |via=Google Books}}</ref>

== Formação ==
{{Artigo principal|Nebulosa solar}}

Não se sabe com certeza como os planetas se formam. A teoria predominante é que eles são formados quando do colapso de uma [[nebulosa]] em um disco fino de gás e pó. Uma [[protoestrela]] se forma no núcleo, cercada por um [[disco protoplanetário]] giratório. Por meio de [[Acreção (astrofísica)|acreção]] (um processo de aglutinação por colisão), partículas de poeira do disco acumulam massa continuamente, formando corpos cada vez maiores. Formam-se concentrações de massa, conhecidas como [[Planetesimal|planetesimais]], as quais aceleram o processo de acreção ao atrair material adicional com a sua força gravitacional. Essas concentrações se tornam cada vez mais densas, até que colapsam para seu interior devido à gravidade, formando [[protoplaneta]]s.<ref>{{citar periódico|primeiro =G. W.|último =Wetherill|título=Formation of the Terrestrial Planets|periódico=Annual Review of Astronomy and Astrophysics|ano=1980|volume=18|páginas=77–113|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1980ARA&A..18...77W|acessodata=2008-08-23|doi=10.1146/annurev.aa.18.090180.000453}}</ref> Quando um planeta atinge uma massa um tanto maior do que a de Marte, ele começa a acumular uma atmosfera, aumentando muito a frequência de captura de planetesimais, por meio do [[arrasto]] atmosférico.<ref>{{citar periódico|autor1=Inaba, S.|autor2=Ikoma, M.|título=Enhanced Collisional Growth of a Protoplanet that has an Atmosphere|periódico=Astronomy and Astrophysics|ano=2003|volume=410|páginas=711–723|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2003A&A...410..711I|acessodata= 2008-08-23|doi = 10.1051/0004-6361:20031248}}</ref> Dependendo da história de acreção de sólidos e gases, podem resultar um planeta gigante, um [[gigante gelado]] ou um [[Planeta telúrico|planeta terrestre]].<ref name=lhdb2009>{{citar periódico|último =Lissauer|primeiro =J. J.|autor2 =Hubickyj, O. |autor3 =D'Angelo, G. |autor4 =Bodenheimer, P. |título=Models of Jupiter's growth incorporating thermal and hydrodynamic constraints|periódico=Icarus|ano=2009|volume=199|número=2|páginas=338–350|arxiv=0810.5186|doi=10.1016/j.icarus.2008.10.004|bibcode=2009Icar..199..338L }}</ref><ref name=ddl2011>{{citar livro|último =D'Angelo|primeiro =G.|autor2 =Durisen, R. H. |autor3 =Lissauer, J. J.|capítulo=Giant Planet Formation |bibcode=2010exop.book..319D|título=Exoplanets |publicado=University of Arizona Press, Tucson, AZ| editor=S. Seager. |páginas=319–346|data=2011|capítulourl=http://www.uapress.arizona.edu/Books/bid2263.htm|arxiv=1006.5486 }}</ref><ref name=chambes2011>{{citar livro|último =Chambers|primeiro =J.|capítulo=Terrestrial Planet Formation |bibcode=2010exop.book..297C|título=Exoplanets |publicado=University of Arizona Press, Tucson, AZ| editor=S. Seager. |páginas=297–317|data=2011|capítulourl=http://www.uapress.arizona.edu/Books/bid2263.htm }}</ref>
[[File:PIA18469-AsteroidCollision-NearStarNGC2547-ID8-2013.jpg|thumb|right|upright=1.35|Colisão de asteroide – construindo planetas (visão artística).]]
[[Imagem:Protoplanetary-disk.jpg|esquerda|thumb|234px|Visão artística do disco protoplanetário.]]
Quando a protoestrela cresceu a ponto de se inflamar para formar uma [[estrela]], o disco remanescente é expulso por fotoevaporação, [[vento solar]], [[Efeito Poynting-Robertson|arrasto de Poynting-Robertson]] e outros efeitos.<ref>{{citar web|último=Dutkevitch|primeiro=Diane|ano=1995|url=http://www.astro.umass.edu/theses/dianne/thesis.html|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071125124958/http://www.astro.umass.edu/theses/dianne/thesis.html|arquivodata=2007-11-25|título=The Evolution of Dust in the Terrestrial Planet Region of Circumstellar Disks Around Young Stars|publicadopor=Ph. D. thesis, University of Massachusetts Amherst|acessodata=2008-08-23|urlmorta=yes}} (Astrophysics Data System [http://adsabs.harvard.edu/abs/1995PhDT..........D entry])</ref><ref>{{citar periódico|autor1=Matsuyama, I.|autor2=Johnstone, D.|autor3=Murray, N.|título=Halting Planet Migration by Photoevaporation from the Central Source|periódico=The Astrophysical Journal|ano= 2005|volume=585|número=2|páginas=L143–L146|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2003astro.ph..2042M|acessodata=2008-08-23| }}</ref> Daí em diante, pode haver muitos protoplanetas orbitando a estrela ou um ao outro, mas com o tempo muitos vão colidir, formando um único planeta maior ou liberando material que será absorvido por outros protoplanetas ou planetas.<ref>{{citar periódico|último =Kenyon|primeiro =Scott J.|coautor=Bromley, Benjamin C.|periódico=Astronomical Journal|volume=131|página=1837|ano=2006|doi=10.1086/499807|título= Terrestrial Planet Formation. I. The Transition from Oligarchic Growth to Chaotic Growth|laysummary = http://www.cfa.harvard.edu/~kenyon/pf/terra/index.html|laysource = Kenyon, Scott J. Personal web page}}</ref> Os objetos que tiverem massa suficiente vão capturar a maior parte do material na sua vizinhança orbital, tornando-se planetas. Enquanto isso, os protoplanetas que evitarem as colisões podem se tornar satélites naturais de planetas por um processo de captura gravitacional ou permanecer em cinturões com outros objetos, tornando-se planetas anões ou [[Corpo menor do Sistema Solar|corpos menores]].<ref>{{citar web|url=http://www.iau.org/static/resolutions/Resolution_GA26-5-6.pdf|título=Resolution B5|publicado=U.A.I.|formato=pdf|acessodata=11 de Agosto de 2013|língua=inglês}}</ref>

O impacto energético dos pequenos planetesimais, bem como a [[desintegração radioativa]], aquece o crescente planeta, fazendo com que ele se funda, pelo menos parcialmente. O interior do planeta começa a se diferenciar pela massa, desenvolvendo um núcleo mais denso.<ref>{{citar periódico|periódico=Icarus|ano=1987|volume=69|página=239|último =Ida|primeiro =Shigeru|coautor=Nakagawa, Yoshitsugu; Nakazawa, Kiyoshi|título= The Earth's core formation due to the Rayleigh-Taylor instability|doi=10.1016/0019-1035(87)90103-5}}</ref> Os planetas terrestres menores perdem a maior parte da sua atmosfera por causa desta acreção, mas os gases perdidos podem ser repostos pela perda de gás do manto e pelos impactos subsequentes de [[cometa]]s.<ref>{{citar periódico|último =Kasting|primeiro =James F.|título=Earth's early atmosphere|periódico=Science|ano=1993|volume=259|página=920|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1993Sci...259..920K|doi=10.1126/science.11536547|pmid=11536547|número=5097}}</ref> Os planetas menores perdem qualquer atmosfera que ganhem, por meio de vários mecanismos de [[escape atmosférico|escape]].<ref name=rfn001>{{citar web |url=http://faculty.washington.edu/dcatling/Catling2009_SciAm.pdf |título=The Planetary Air Leak |publicado=Scientific AmericAn |autor=David C. Catling e Kevin J. Zahnle |data=maio de 2009 |páginas=36-43 |acessodata=06-08-2019 }}</ref>

Com a descoberta e observação de [[Sistema planetário|sistemas planetários]] em torno de outras estrelas, torna-se possível elaborar, revisar ou mesmo substituir este processo. Acredita-se atualmente que o nível de [[metalicidade]] - um termo astronômico que descreve a abundância de elementos químicos com [[número atômico]] maior que 2 ([[hélio]]) - determine a probabilidade de uma estrela possuir planetas.<ref>{{citar jornal|autor1=Aguilar, D.|autor2=Pulliam, C.|data= 2004-01-06|url = http://cfa-www.harvard.edu/press/archive/pr0404.html|título= Lifeless Suns Dominated The Early Universe|publicadopor= Harvard-Smithsonian Center for Astrophysics (Press release)|acessodata= 2006-08-26|ligação inativa=junho de 2010}}</ref> Logo, acredita-se que uma estrela da [[População estelar|População I]] rica em metal terá provavelmente um sistema planetário mais substancial do que uma estrela da [[População estelar|População II]] pobre em metal.

{{Multiple image|direction=horizontal|align=center|width=300|image1=15-044a-SuperNovaRemnant-PlanetFormation-SOFIA-20150319.jpg|image2=15-044b-SuperNovaRemnant-PlanetFormation-SOFIA-20150319.jpg|footer_align=center|footer=Ejeção de [[remanescente de supernova]] produzindo material de formação de planeta.}}
== Sistema Solar == 
{{Artigo principal|Sistema solar}}
[[Imagem:Solar System size to scale mul.svg|direita|325px|thumb|Planetas e planetas anões do Sistema Solar (''tamanhos em escala, distâncias fora de escala'').]]
[[Imagem:Terrestrial planet size comparisons.jpg|thumb|325px|Os planetas telúricos: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte (''tamanhos em escala, distâncias fora de escala'').]]
[[Imagem:Gas giants and the Sun (1 px = 1000 km).jpg|thumb|325px|Os quatro gigantes gasosos contra o Sol: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno (''tamanhos em escala, distâncias fora de escala'').]]
De acordo com as atuais definições da UAI, existem oito planetas no Sistema Solar. Em ordem crescente da distância do Sol, os planetas são:<ref> {{Citar periódico|titulo =The origin and evolution of the solar system|jornal =Astronomy & Geophysics|autor=Michael Woolfson|ano =2000 |volume =41 |numero =1 |paginas =1.12 |doi =10.1046/j.1468-4004.2000.00012.x |url =http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1046/j.1468-4004.2000.00012.x/abstract |idioma =en |acessodata =21 de fevereiro de 2014}}</ref>
# [[Imagem:Mercury symbol.svg|14px|{{unicode|☿}}]] '''[[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]]'''
# [[Imagem:Venus symbol.svg|14px|{{unicode|♀}}]] '''[[Vénus (planeta)|Vênus]]'''
# [[Imagem:Earth symbol.svg|14px|{{unicode|🜨}}]] '''[[Terra]]'''
# [[Imagem:Mars symbol.svg|14px|{{unicode|♂}}]] '''[[Marte (planeta)|Marte]]'''
# [[Imagem:Jupiter symbol.svg|14px|{{unicode|♃}}]] '''[[Júpiter (planeta)|Júpiter]]'''
# [[Imagem:Saturn symbol.svg|14px|{{unicode|♄}}]] '''[[Saturno (planeta)|Saturno]]'''
# [[Imagem:Uranus symbol.svg|14px|{{unicode|♅}}]] '''[[Urano (planeta)|Urano]]'''
# [[Imagem:Neptune symbol.svg|14px|{{unicode|♆}}]] '''[[Neptuno (planeta)|Netuno]]'''

Júpiter é o maior, com 318 vezes a massa da Terra, enquanto Mercúrio é o menor, com 0,055 massa da Terra.<ref>{{Citar web |url=http://www.iau.org/public/images/detail/iau0601a/ |título=The IAU draft definition of "planet" and "plutons" |publicado=International Astronomical Union (IAU) |língua=en |acessadoem=4 de janeiro de 2015}}</ref>

Os planetas do Sistema Solar podem ser divididos em categorias com base em sua composição:

* ''' [[Planeta telúrico|Terrestres ou Telúricos]]''': planetas similares à Terra, com corpos em sua maioria compostos de [[rocha]]s: Mercúrio, Vênus, Terra e Marte. A Terra é o maior e Mercúrio o menor planeta terrestre.<ref>{{citar web|url=https://www.nasa.gov/centers/goddard/news/topstory/2007/earthsized_planets.html|titulo="Os cientistas modelam uma cornucópia de planetas do tamanho da terra"|data=24 de janeiro de 2007|publicado=NASA, Centro de voo espacial Goddard|ultimo=Naeye|primeiro=Bob}}</ref>
* ''' [[Planeta gasoso|Gigantes gasosos]]''' (jovianos): planetas compostos em sua maior parte de materiais gasosos, substancialmente maiores do que os terrestres: Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Júpiter é o maior deles, com massa 318 vezes a da Terra, e Saturno o segundo, com 95 vezes a massa da Terra.<ref name="Guillot">The Interior of Jupiter, Guillot et al., in ''Jupiter: The Planet, Satellites and Magnetosphere'', Bagenal et al., editors, Cambridge University Press, 2004</ref>
* '''[[Gigantes de gelo]]''', contemplando Urano e Netuno, são uma subclasse dos gigantes gasosos, distinguindo-se desses por sua massa muito menor (apenas 14 e 17 vezes a da Terra); são compostos principalmente de materiais de baixo ponto de ebulição, como água, metano e amônia, com espessas atmosferas de hidrogênio e hélio.<ref name=icegiantatmospheres>{{citation | url=http://www8.nationalacademies.org/ssbsurvey/DetailFileDisplay.aspx?id=252&parm_type=PSDS |último =Hofstadter |primeiro =Mark |título=The Atmospheres of the Ice Giants, Uranus and Neptune |ano=2011 |publicado=US National Research Council |acessodata=18 de janeiro de 2015 |obra=White Paper for the Planetary Science Decadal Survey |páginas=1–2}}
</ref>

=== Atributos planetários ===
{| class="wikitable" style="margin: 1em auto 1em auto; text-align:center"
|- style="background:#ccf;"
|-
!
!|Nome
!|Diâmetro<br />equatorial{{Ref label|a|a|a}}
!|Massa{{Ref label|a|a|a}}
!|Semieixo maior ([[Unidade Astronômica|UA]])
!|[[Período orbital]]<br />(anos){{Ref label|a|a|a}}
!|[[Inclinação|Inclinação<br />com o equador do Sol]] (°)
!|[[Excentricidade orbital|Excentricidade<br />orbital]]<!--hyphen for small monitors-->
!|[[Período de rotação]]<br />(dias)
!|Satélites<br />naturais{{Ref label|c|c|c}}
!|[[Inclinação axial]] (°)
!|Aneis
!|[[Atmosfera]]
|-
! rowspan="4" style="background:#def;"|[[Planeta telúrico|Terrestres]]
| style="text-align:left"|Mercúrio
| 0,383
| 0,06
| 0,39
| 0,24
| 3,38
| 0,206
| 58,65
| 0
| 0,10
| não
| mínima
|-
| style="text-align:left"|Vênus
| 0,949
| 0,81
| 0,72
| 0,62
| 3,86
| 0,007
| −243,02
| 0
| 177,30
| não
| [[Dióxido de carbono|CO<sub >2</sub>]], [[Nitrogênio|N<sub>2</sub>]]
|-
| style="text-align:left"|Terra{{Ref label|b|b|b}}
| 1,000
| 1,00
| 1,00
| 1,00
| 7,25
| 0,017
| 1,00
| [[Lua|1]]
| 23,44
| não
| N<sub>2</sub>, [[Oxigênio|O<sub>2</sub>]]
|-
| style="text-align:left"|Marte
|0,532
| 0,11
| 1,52
| 1,88
| 5,65
| 0,093
| 1,03
| [[Satélites de Marte|2]]
| 25,19
| não
| CO<sub >2</sub>, N<sub>2</sub>, Ar
|-
! rowspan="4" style="background:#def;"|Gigantes gasosos
| style="text-align:left"|Júpiter
| 11,209
| 317,83
| 5,20
| 11,86
| 6,09
| 0,048
| 0,41
| [[Satélites de Júpiter|79]]
| 3,12
| [[Anéis de Júpiter|sim]]
| [[Hidrogênio|H<sub>2</sub>]], [[Hélio|He]]
|-
| style="text-align:left"|Saturno
| 9,449
| 95,16
| 9,54
| 29,45
| 5,51
| 0,054
| 0,44
| [[Satélites de Saturno|82]]
| 26,73
| [[ Anéis de Saturno|sim]]
| H<sub>2</sub>, He
|-
| style="text-align:left"|Urano
| 4,007
| 14,54
| 19,19
| 84,02
| 6,48
| 0,047
| −0,72
| 27
| 97,86
| [[Anéis de Urano|sim]]
| H<sub>2</sub>, He, [[methane|CH<sub>4</sub>]]
|-
| style="text-align:left"|Netuno
| 3,883
| 17,15
| 30,07
| 164,79
| 6,43
| 0,009
| 0,67
| 14
| 29,60
| [[Anéis de Netuno|sim]]
| H<sub>2</sub>, He, CH<sub>4</sub>
|-
! colspan=13 style="text-align: left; font-size: small; font-weight: normal; padding: 10px 4px 5px 4px;" | Legenda de cores: {{legend2|#DBFFDB|border=1px solid #8FFF8F|[[Planeta telúrico|planetas terrestres]]}}&nbsp;{{legend2|#FFEDDB|border=1px solid #FFC78F|[[Planeta gasoso|gigantes gasosos]]}}&nbsp;{{legend2|#DDEEFF|border=1px solid #8FC7FF|[[Gigante gelado|gigantes gelados]]}} (ambos são gigantes gasosos). <sup>(a)</sup>&thinsp;Para valores absolutos veja o artigo [[Terra]]
|}

== Planetas extrassolares ==
{{Artigo principal|Exoplaneta}}
[[File:Exoplanet Discovery Methods Bar.png|thumb|upright=1.35|Exoplanetas, por ano de descoberta, até setembro de 2014.]]
Um planeta extrassolar é um planeta fora do Sistema Solar. Até 1º de março de 2021, há 4 687 planetas extrassolares confirmados em 3 463 sistemas, com 770 sistemas tendo mais de um planeta.<ref>{{citar web|url=http://exoplanetarchive.ipac.caltech.edu/cgi-bin/ExoTables/nph-exotbls?dataset=planets|arquivourl=https://archive.today/20121212212538/http://exoplanetarchive.ipac.caltech.edu/cgi-bin/ExoTables/nph-exotbls?dataset=planets|arquivodata=2012-12-12|título=Exoplanet Archive Planet Counts}}</ref><ref name="kepler1700">{{citar web |último1 =Johnson |primeiro1 =Michele |último2 =Harrington |primeiro2 =J.D. |título=NASA's Kepler Mission Announces a Planet Bonanza, 715 New Worlds |url=http://www.nasa.gov/ames/kepler/nasas-kepler-mission-announces-a-planet-bonanza/ |data=26-02-2014 |obra=[[NASA]] |acessodata=26-02-2014 }}</ref><ref>{{citar web|url=http://phl.upr.edu/projects/habitable-exoplanets-catalog|título=The Habitable Exoplanets Catalog - Planetary Habitability Laboratory @ UPR Arecibo|website=phl.upr.edu}}</ref>

No início de 1992, os radioastrônomos [[Aleksander Wolszczan]] e Dale Fran anunciaram a descoberta de dois planetas orbitando o [[pulsar]] [[Lich (estrela)|PSR 1257+12]].<ref name="Wolszczan">{{citar periódico|último1 = Wolszczan |primeiro1 = A. |bibcode=1992Natur.355..145W|último2 = Frail |primeiro2 = D. A. | doi = 10.1038/355145a0 |título= A planetary system around the millisecond pulsar PSR1257 + 12 |periódico= Nature | volume = 355 |número= 6356 |páginas= 145–147 |ano= 1992 | }}</ref> Esta descoberta foi confirmada e é geralmente considerada a primeira detecção definitiva de exoplanetas. Acredita-se que esses planetas de pulsar se tenham formado de remanescentes pouco usuais da [[supernova]] que produziu o pulsar, numa segunda rodada de formação planetária, ou então são os núcleos rochosos remanescentes de planetas gigantes que sobreviveram à supernova e depois decaíram para a órbita atual.

[[File:Size of Kepler Planet Candidates.jpg|thumb|upright=1.35|right|Tamanhos de candidatos a planeta “Kepler” – baseado em 2 740 candidatos orbitando 2 036 estrela desde 04/11/2013 (NASA).]]

A primeira descoberta confirmada de um planeta extrassolar orbitando uma estrela comum da sequência principal ocorreu em 6 de outubro de 1995, quando [[Michel Mayor]] e [[Didier Queloz]], da [[Universidade de Genebra]], anunciaram a detecção de um exoplaneta em torno de [[51 Pegasi]]. A partir daí e até a [[Kepler (sonda espacial)|missão Kepler]], a maior parte dos planetas extrassolares eram gigantes gasosos com massa comparável ou maior do que a de Júpiter, uma vez que eles eram detectados mais facilmente. O catálogo de candidatos a planetas Kepler consiste principalmente de planetas do tamanho de Netuno e menores, a até menores que Mercúrio.

Há tipos de planetas que não existem no Sistema Solar: [[superterra]]s e [[mininetuno]]s, que podem ser rochosos como a Terra ou uma mistura de voláteis e gás como Netuno – um raio de 1,75 vez o da Terra pode ser uma linha divisória entre os dois tipos de planeta.<ref>{{citar periódico|arxiv=1311.0329 |último1 =Lopez |primeiro1 =E. D. |último2 =Fortney |primeiro2 =J. J. |título=Understanding the Mass-Radius Relation for Sub-Neptunes: Radius as a Proxy for Composition |data=2013 |doi=10.1088/0004-637X/792/1/1 |volume=792 |número=1 |periódico=The Astrophysical Journal |página=1 |bibcode=2014ApJ...792....1L| }}</ref> Existem os [[Júpiter quente|Jupiteres quentes]], que orbitam muito próximo a suas estrelas e podem evaporar para se tornarem [[Planeta ctónico|planetas ctônicos]], que são os remanescentes de núcleos. Outro tipo possível são os [[Planeta de carbono|planetas de carbono]], que se formam em sistemas com proporção de carbono maior do que a do Sistema Solar.

Um estudo de 2012, analisando dados de [[microlente gravitacional]], estima uma média de 1,6 planeta ligado a cada estrela da Via Láctea.<ref name="nature.com"/>

Em 20 de dezembro de 2011, a equipe do [[Kepler (sonda espacial)|telescópio espacial Kepler]] registrou a descoberta dos primeiros planetas extrassolares do tamanho da Terra, [[Kepler-20e]]<ref name="Kepler20e-20111220">{{citar web |autor =NASA Staff |autorlink =NASA |título=Kepler: A Search For Habitable Planets – Kepler-20e |url=http://kepler.nasa.gov/Mission/discoveries/kepler20e/ |data=20-12-2011 |publicado=[[NASA]] |acessodata=2011-12-23 }}</ref> e [[Kepler-20f]],<ref name="Kepler20f-20111220">{{citar web |autor =NASA Staff |autorlink =NASA |título=Kepler: A Search For Habitable Planets – Kepler-20f |url=http://kepler.nasa.gov/Mission/discoveries/kepler20f/ |data=20-12-2011 |publicado=[[NASA]] |acessodata=2011-12-23 }}</ref> orbitando uma [[Análogo solar|estrela similar ao Sol]], [[Kepler-20]].<ref name="NASA-20111220">{{citar web|último =Johnson |primeiro =Michele |título=NASA Discovers First Earth-size Planets Beyond Our Solar System|url=http://www.nasa.gov/mission_pages/kepler/news/kepler-20-system.html|publicado=[[NASA]]|data=20-12-2011 |acessodata=2011-12-20}}</ref><ref name="Nature-20111220" /><ref name="NYT-20111220">{{citar jornal|último =Overbye |primeiro =Dennis |título=Two Earth-Size Planets Are Discovered |url=https://www.nytimes.com/2011/12/21/science/space/nasas-kepler-spacecraft-discovers-2-earth-size-planets.html|data=20-12-2011 |jornal=New York Times |acessodata=2011-12-21 }}</ref>

Aproximadamente uma em cada cinco estrelas similares ao Sol possuem planeta do tamanho da Terra na zona habitável, portanto a mais próxima seria esperada estar a até 12 anos-luz de distância da Terra.<ref name ="ucb1in5"/><ref name="earthsunhzprev">{{citar periódico|último1 =Petigura |primeiro1 =E. A.|último2 =Howard |primeiro2 =A. W.|último3 =Marcy |primeiro3 =G. W.|data=2013|título=Prevalence of Earth-size planets orbiting Sun-like stars|periódico=[[Proceedings of the National Academy of Sciences]]|arxiv= 1311.6806|bibcode= 2013PNAS..11019273P|doi=10.1073/pnas.1319909110|volume=110|número=48|páginas=19273–19278|pmid=24191033|pmc=3845182}}</ref> A frequência de ocorrência de tais planetas terrestres é uma das variáveis da [[equação de Drake]], que estima o número de [[Vida extraterrestre|civilizações inteligentes e comunicativas]] que existem na Via Láctea.<ref>{{citar jornal|último =Drake |primeiro =Frank |título=The Drake Equation Revisited |publicado=Astrobiology Magazine |data=2003-09-29 |url=http://www.astrobio.net/index.php?option=com_retrospection&task=detail&id=610 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110628180502/http://www.astrobio.net/index.php?option=com_retrospection&task=detail&id=610 |arquivodata=2011-06-28 |acessodata=2008-08-23}}</ref>

Há exoplanetas que estão muito mais próximos da sua estrela do que qualquer planeta do Sistema Solar está do Sol, e também há exoplanetas que estão muito mais distantes da sua estrela. Mercúrio, o planeta mais próximo do Sol, a 0,4 UA, leva 88 dias em uma órbita, mas as órbitas mais curtas conhecidas para exoplanetas levam apenas algumas horas. O sistema Kepler-1 possui cinco dos seus planetas em órbitas mais curtas do que a de Mercúrio, todos eles mais massivos do que Mercúrio. Netuno está a 30 UA do Sol e leva 165 anos para orbitá-lo, mas há exoplanetas que estão a centenas de UA de sua estrela e levam mais de mil anos para orbitá-la, como por exemplo [[1RXS J160929.1-210524|1RXS1609 b]].

== Objetos de massa planetária ==
{{Ver artigo principal|Planemo}}
Um objeto de massa planetária ou planemo<ref name="Weintraub2014">{{citation|primeiro1 =David A. |último1 =Weintraub |ano=2014 |página=226|título=Is Pluto a Planet?: A Historical Journey through the Solar System|publicado=Princeton University Press | isbn=978-1400852970| url=https://books.google.com/books?id=dW1_AwAAQBAJ&pg=PA226
}}</ref> é um objeto celeste com uma massa dentro da faixa da definição de planeta: suficientemente massivo para alcançar o equilíbrio hidrostático (tornar-se esférico por força de sua própria gravidade), porém não para sustentar a fusão do núcleo como uma estrela.<ref name=Basri_Brown_2006>{{citation|primeiro1 =G. |último1 =Basri|primeiro2 =E. M. |último2 =Brown|título=Planetesimals to Brown Dwarfs: What is a Planet?|periódico=Annual Review of Earth and Planetary Sciences| volume=34 |páginas=193–216 |data=maio de 2006| doi=10.1146/annurev.earth.34.031405.125058| bibcode=2006AREPS..34..193B|arxiv = astro-ph/0608417
 }}</ref><ref name=Stern_Levison_2002>{{citation|último1 =Stern |primeiro1 =S. Alan|último2 =Levison |primeiro2 =Harold F.
 |editor-nome1 =H. |editor-sobrenome1 =Rickman|título=Regarding the criteria for planethood and proposed planetary classification schemes|periódico=Highlights of Astronomy | volume=12|páginas=205–213 |data=2002|publicado=Astronomical Society of the Pacific|local=San Francisco, CA| bibcode=2002HiA....12..205S| isbn=978-1-58381-086-6
 | postscript=. See p. 208.| doi=10.1017/S1539299600013289
 |  }}</ref> Por definição, todos os planetas são ‘’objetos de massa planetária’’, mas o objetivo deste termo é descrever objetos que não se encaixem nas expectativas típicas de um planeta. Esses incluem planetas anões, que são arredondados por sua própria gravidade (mas não massivos o suficiente para limpar a sua órbita), satélites de massa planetária e planemos livres, que podem ter sido ejetados de um sistema ([[planeta interestelar]]) ou formados por colapso de nebulosa e não por acreção (às vezes chamadas subanãs marrons).

=== Planetas anões ===
{{Principal|Planeta anão}}
Um planeta anão é um objeto de massa planetária que não é nem um planeta verdadeiro nem um satélite natural; ele está em órbita direta de uma estrela, é suficientemente massivo para que sua gravidade o comprima em uma forma hidrostaticamente equilibrada (geralmente um esferoide), mas não limpou sua vizinhança de outros materiais em torno de sua órbita. Alan Stern, cientista planetário e investigador da New Horizons, que propôs o termo “planeta anão”, argumentou que a localização não deveria importar e que apenas atributos geofísicos deveriam ser levados em consideração, e que os planetas anões são, portanto, um subtipo de planetas. A UAI aceitou o termo (em vez do mais neutro “planetoide”), mas decidiu classificar os planetas anões como uma categoria separada de objeto.<ref>http://www.iau.org/static/resolutions/Resolution_GA26-5-6.pdf ''IAU 2006 General Assembly.'' International Astronomical Union. Retrieved janeiro 26, 2008.</ref>

=== Planetas órfãos ===
Várias [[Modelagem computacional|simulações por computador]] da formação de sistemas estelares e planetários sugeriram que alguns objetos de massa planetária seriam ejetados para o espaço interestelar.<ref>{{citar periódico|último =Lissauer|primeiro = J. J.|título= Timescales for Planetary Accretion and the Structure of the Protoplanetary disk|periódico= Icarus| volume= 69|páginas=249–265|ano=1987| doi=10.1016/0019-1035(87)90104-7}}</ref> Esses objetos são chamados “planetas órfãos” ou “[[Planeta interestelar|planetas interestelares]]”.

=== Subanãs marrons ===
[[File:Artist's View of a Super-Jupiter around a Brown Dwarf (2M1207).jpg|thumb|Concepção artística de um [[superjúpiter]]orbitando a anã marrom [[2M1207]].<ref>{{citar web|título=Artist's View of a Super-Jupiter around a Brown Dwarf (2M1207)|url=http://www.spacetelescope.org/images/opo1605a/|acessodata=22-02-2016}}</ref>]]
{{Principal|Subanã marrom}}
As estrelas se formam por meio do colapso gravitacional de nuvens de gás, mas objetos menores também podem se formar a partir do colapso de nuvem. Objetos de massa planetária formados dessa forma são às vezes chamados subanãs marrons. As subanãs marrons podem ser objetos livres, como o [[Cha 110913-773444]]<ref name="Luhman">{{citar periódico|periódico=Astrophysical Journal |último1 =Luhman |primeiro1 =K. L. |autor2 =Adame, Lucía |autor3 =D'Alessio, Paola |autor4 =Calvet, Nuria |título= Discovery of a Planetary-Mass Brown Dwarf with a Circumstellar Disk |volume=635 |número=1 |páginas=L93 |doi=10.1086/498868 |data= 2005 |lay-url=http://www.nasa.gov/vision/universe/starsgalaxies/spitzerf-20051129.html |lay-source=NASA Press Release |lay-date=2005-11-29 |bibcode=2005ApJ...635L..93L|arxiv = astro-ph/0511807 | }}</ref> ou o OTS 44,<ref name=joergens2013_AA558>{{citar periódico|último1 =Joergens|primeiro1 =V.|display-authors=4|último2 =Bonnefoy|primeiro2 =M.|último3 =Liu|primeiro3 =Y.|último4 =Bayo|primeiro4 =A.|último5 =Wolf|primeiro5 =S.|último6 =Chauvin|primeiro6 =G.|último7 =Rojo|primeiro7 =P.|título=OTS 44: Disk and accretion at the planetary border|periódico=Astronomy & Astrophysics|volume=558|número=7|data=2013|doi=10.1051/0004-6361/201322432|bibcode=2013A&A...558L...7J|arxiv = 1310.1936|páginas=L7| }}</ref> ou orbitar um objeto maior, como o 2MASS J04414489+2301513.

Sistemas binários de subanãs marrons são teoricamente possíveis; acreditou-se inicialmente que Oph 162225-240515 seria um sistema binário com uma anã marrom de 14 massas de Júpiter e uma subanã marrom de 7 massas de Júpiter, mas observações posteriores revisaram as estimativas de massa para acima de 13 massas de Júpiter, o que classifica o par como [[anã marrom|anãs marrons]].<ref>{{citar periódico|título=The Wide Brown Dwarf Binary Oph 1622–2405 and Discovery of A Wide, Low Mass Binary in Ophiuchus (Oph 1623–2402): A New Class of Young Evaporating Wide Binaries? |periódico= Astrophysical Journal |autor =Close, Laird M. |volume=660 |número=2 |páginas=1492–1506 |doi=10.1086/513417 |data=2007 |arxiv=astro-ph/0608574 |bibcode=2007ApJ...660.1492C | display-authors=4 |último2 =Zuckerman |primeiro2 =B. |último3 =Song |primeiro3 =Inseok |último4 =Barman |primeiro4 =Travis |último5 =Marois |primeiro5 =Christian |último6 =Rice |primeiro6 =Emily L. |último7 =Siegler |primeiro7 =Nick |último8 =MacIntosh |primeiro8 =Bruce |último9 =Becklin |primeiro9 =E. E. | }}</ref><ref>{{citar periódico|último1 =Luhman |primeiro1 =K. L. |display-authors=4 |último2 =Allers |primeiro2 =K. N. |último3 =Jaffe |primeiro3 =D. T. |último4 =Cushing |primeiro4 =M. C. |último5 =Williams |primeiro5 =K. A. |último6 =Slesnick |primeiro6 =C. L. |último7 =Vacca |primeiro7 =W. D. |data=2007 |periódico=The Astrophysical Journal |título=Ophiuchus 1622–2405: Not a Planetary-Mass Binary |volume=659 |número=2 |páginas=1629–36 |doi=10.1086/512539 |bibcode=2007ApJ...659.1629L|arxiv = astro-ph/0701242 | }}</ref><ref>{{citar web | url=http://www.space.com/scienceastronomy/planet_photo_040910.html |título=Likely First Photo of Planet Beyond the Solar System |primeiro =Robert Roy |último =Britt |obra=Space.com |data=2004-09-10 |acessodata=2008-08-23}}</ref>

=== Planetas satélites ===
Alguns satélites grandes são de tamanho similar ou maiores do que [[Mercúrio (planeta)|Mercúrio]], como, por exemplo, as [[luas de Galileu]] e [[Titã (satélite)|Titã]], de Júpiter. [[Alan Stern]] argumentou que a localização não deveria importar e somente atributos geofísicos deveriam ser levados em conta na definição de um planeta, tendo proposto o termo ‘’planeta satélite’’ para um objeto do tamanho de um planeta orbitando outro planeta. Da mesma forma, objetos com tamanho de planetas no [[cinturão de asteroides]] ou no [[cinturão de Kuiper]] deveriam também ser planetas, de acordo com Stern.<ref>[http://news.discovery.com/space/should-large-moons-be-called-satellite-planets.html#post-a-comment Should Large Moons Be Called 'Satellite Planets'?]. Acessado em 27 de fevereiro de 2021.</ref>

=== Planetas capturados ===
[[Planeta interestelar|Planetas interestelares]] em [[Aglomerado estelar aberto|aglomerados estelares]] possuem velocidades similares às das estrelas e, portanto, podem ser recapturados. Eles tipicamente são capturados em órbitas largas entre 100 e 10<sup>5</sup> UA. A eficiência da captura decresce com o aumento do volume do aglomerado, e para um dado aglomerado ela aumenta com a massa da estrela primária. Ela praticamente independe da massa do planeta. Planetas isolados ou múltiplos podem ser capturados em órbitas arbitrariamente desalinhadas, não coplanares entre si ou com a rotação da estrela ou de um sistema planetário pré-existente.<ref>[https://arxiv.org/abs/1202.2362 On the origin of planets at very wide orbits from the re-capture of free floating planets], Hagai B. Perets, M. B. N. Kouwenhoven, 2012</ref>

== Atributos ==
Embora cada planeta possua características físicas únicas, existem alguns pontos em comum entre eles. Algumas dessas características, como anéis ou satélites naturais, até hoje foram observados somente no Sistema Solar, enquanto outras são também comumente observadas em planetas extrassolares.	
=== Características dinâmicas ===
==== Órbita ==== 
[[Imagem:TheKuiperBelt Orbits Pluto Ecliptic.svg|thumb|direita|A órbita de Netuno comparada à de Plutão. Note-se a elongação da órbita de Plutão em relação à de Netuno ([[Excentricidade orbital|excentricidade]]), bem como o seu grande ângulo em relação à eclíptica ([[inclinação]]).]]
De acordo com as definições atuais, todos os planetas devem girar em torno de estrelas; logo, quaisquer planetas órfãos são excluídos. No Sistema Solar, todos os planetas orbitam o Sol no mesmo sentido da rotação do Sol (anti-horário, para um observador sobre o polo norte do Sol). Pelo menos um planeta extrassolar, WASP-17b, foi descoberto numa órbita em sentido oposto ao da rotação da sua estrela.<ref>{{citar web|autor = D. R. Anderson ''et al.''|título= WASP-17b: an ultra-low density planet in a probable retrograde orbit| url = http://arxiv.org/abs/0908.1553v1|publicadopor= Cornell University Library|acessodata=13 de agosto de 2009}}</ref>

O período de uma revolução de um planeta em sua órbita é conhecido como o seu [[período orbital|período sideral]] ou [[ano]].<ref name="young">{{citar livro|primeiro =Charles Augustus|último =Young|ano=1902|título=Manual of Astronomy: A Text Book|publicadopor=Ginn & company|páginas=324–7}}</ref> Um ano de um planeta depende da sua distância para a sua estrela; quanto mais longe um planeta está da sua estrela, não apenas ele terá maior distância para percorrer, como também menor será sua velocidade, pois ele será menos afetado pela [[gravidade]] da estrela. Como nenhuma órbita de planeta é perfeitamente circular, a distância varia ao longo do ano. A maior aproximação para a sua estrela é chamada o seu [[periastro]] ([[periélio]] no Sistema Solar), enquanto a maior separação é chamada [[apoastro]] ([[afélio]]). À medida que um planeta se aproxima do periastro, sua velocidade aumenta pela transformação da energia potencial gravitacional em energia cinética, da mesma forma como um objeto em queda livre na Terra ganha velocidade à medida que cai; quando o planeta atinge o apoastro, sua velocidade diminui, da mesma forma como um objeto atirado para cima na Terra perde velocidade quando se aproxima do ápice da sua trajetória.<ref>{{citar livro|autor1=Dvorak, R.|autor2=Kurths, J.|autor3=Freistetter, F.|ano=2005|título=Chaos And Stability in Planetary Systems|publicadopor=Springer|local=New York|isbn=3540282084}}</ref>

A órbita de cada planeta é definida por um conjunto de [[elementos orbitais|elementos]]:

• A [[excentricidade orbital|excentricidade]] de uma órbita descreve quão alongada ela é. Planetas com baixa excentricidade têm órbitas mais circulares, enquanto planetas com alta excentricidade têm órbitas mais elípticas. Os planetas do Sistema Solar têm excentricidades muito baixas e, portanto, órbitas quase circulares.<ref name="young"/> Cometas e objetos do Cinturão de Kuiper, assim como vários planetas extrassolares, têm excentricidades muito altas, logo órbitas fortemente elípticas.<ref>{{citar periódico|título=Eccentricity evolution of giant planet orbits due to circumstellar disk torques|autor1=Moorhead, Althea V.|autor2=Adams, Fred C.|periódico=Icarus|ano=2008|volume=193|página=475|doi=10.1016/j.icarus.2007.07.009|id={{arxiv|0708.0335}}}}</ref><ref>{{citar web|título=Planets – Kuiper Belt Objects|obra=The Astrophysics Spectator|data=2004-12-15| url=http://www.astrophysicsspectator.com/topics/planets/KuiperBelt.html|acessodata=2008-08-23}}</ref>
* O [[semieixo maior]] é a distância de um planeta até a metade do maior diâmetro da sua órbita elíptica (ver imagem). Esta distância não é igual ao apoastro, porque nenhuma órbita de planeta tem a estrela no seu centro.<ref name="young"/>
* A inclinação de um planeta indica o quanto sua órbita está acima ou abaixo de um plano de referência. No Sistema Solar, o plano de referência é o plano da órbita da Terra, chamado [[eclíptica]]. Para planetas extrassolares, o plano, conhecido como ‘’’plano celeste’’’, é o plano da linha de visão do observador a partir da Terra.<ref>{{citar livro| url=http://astrowww.phys.uvic.ca/~tatum/celmechs.html|título=Celestial Mechanics|ano=2007|capítulo=17. Visual binary stars|primeiro =J. B.|último =Tatum|acessodata=2008-02-02|publicadopor=Personal web page}}</ref> Os oito planetas do Sistema Solar estão todos muito próximos da eclíptica, enquanto cometas e objetos do Cinturão de Kuiper, como Plutão, estão a ângulos muito maiores em relação a ela.<ref>{{citar periódico|título=A Correlation between Inclination and Color in the Classical Kuiper Belt|último =Trujillo|primeiro =Chadwick A.|coautor=Brown, Michael E.|periódico=Astrophysical Journal|ano=2002|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/2002ApJ...566L.125T| volume=566|páginas=L125|doi=10.1086/339437}}</ref> Os pontos em que um planeta atravessa acima e abaixo o seu plano de referência são chamados [[Nodo orbital|nós ascendente e descendente]].<ref name="young"/> A [[longitude do nó ascendente]] é o ângulo entre a longitude zero do plano de referência e o nó ascendente do planeta. O argumento do periastro (ou periélio no Sistema Solar) é o ângulo entre o nó ascendente do planeta e a sua maior aproximação da estrela.<ref name="young"/>

==== Inclinação axial ====
[[Imagem:AxialTiltObliquity-pt.png|thumb|direita|A inclinação axial da Terra é de cerca de 23,4°. Ela oscila entre 22,1° e 24,5°, num ciclo de 41 mil anos e atualmente está decrescendo.]]
Os planetas também têm graus variados de [[inclinação axial]]: eles estão a um determinado ângulo do plano do equador das suas estrelas. Isto faz variar a quantidade de luz recebida em cada hemisfério ao longo do ano; quando o hemisfério norte não está voltado para a sua estrela, o hemisfério sul aponta para ela, e vice-versa. Cada planeta possui, portanto, [[estações do ano]]: mudanças no clima ao longo do ano. O momento em que cada hemisfério está mais distante ou mais próximo da sua estrela é chamado [[solstício]]. Cada planeta tem dois no curso de um ano; quando um hemisfério tem o seu solstício de verão (o dia é mais longo), o outro tem o seu solstício de inverno (o dia é mais curto).<ref name=Weather/>

A quantidade variável de luz e calor recebida em cada hemisfério cria mudanças anuais nos padrões de clima em cada metade do planeta. A inclinação axial de Júpiter é muito pequena, portanto sua variação sazonal é mínima. Urano, por outro lado, tem uma inclinação axial tão extrema que ele está virtualmente de lado, o que significa que os seus hemisférios estão sempre iluminados ou sempre na escuridão na época dos seus solstícios.<ref name=Weather>{{citar web|último =Harvey|primeiro =Samantha|data=2006-05-01|url=http://solarsystem.nasa.gov/scitech/display.cfm?ST_ID=725|título=Weather, Weather, Everywhere?|publicadopor=NASA|acessodata=2008-08-23}}</ref> Entre os planetas extrassolares, as inclinações axiais não são conhecidas com certeza, embora se acredite que a maior parte dos Jupiteres quentes tenha inclinação axial desprezível ou nula, como resultado da proximidade com as suas estrelas.<ref>{{citar periódico|título=Obliquity Tides on Hot Jupiters|autor1=Winn, Joshua N.|autor2=Holman, Matthew J.|periódico=The Astrophysical Journal|ano=2005| doi=10.1086/432834| volume=628|páginas=L159}}</ref>

==== Rotação ====
Os planetas giram em torno de eixos invisíveis que passam pelos seus centros. O [[período de rotação]] de um planeta é chamado o seu [[dia]]. A maioria dos planetas no Sistema Solar gira no mesmo sentido em que orbita o Sol, que é anti-horário, para um observador acima do [[polo norte]] do Sol. Exceções são Vênus<ref>{{citar periódico|título=Rotation of Venus: Period Estimated from Radar Measurements|autor1=Goldstein, R. M.|autor2=Carpenter, R. L.|ano=1963|periódico=Science|volume=139|página=910|doi=10.1126/science.139.3558.910 |pmid=17743054 |número=3558}}</ref> e Urano,<ref>{{citar web|título=Rotational properties of Uranus and Neptune|primeiro =M. J. S.|último =Belton|coautor=Terrile R. J.|obra=In its Uranus and Neptune|ano=1984|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1984urnp.nasa..327B|página=327|editor=Bergstralh, J. T.|acessodata=2008-02-02}}</ref> que giram no sentido horário, embora a extrema inclinação axial de Urano leve a diferentes convenções sobre qual dos seus polos é o "norte" e, portanto, se o planeta está girando no sentido horário ou anti-horário.<ref>{{citar livro|título=The Outer Worlds; Uranus, Neptune, Pluto, and Beyond|páginas=195–206|ano=2006|primeiro =Michael P.|último =Borgia|publicadopor=Springer New York}}</ref> Entretanto, qualquer que seja a convenção usada, Urano tem rotação [[Movimento prógrado e retrógrado|retrógrada]] em relação a sua órbita.<ref>{{citar livro|autor =Bergstralh, Jay T.|autor2 =Miner, Ellis|autor3 =Matthews, Mildred|título=Uranus|data=1991|páginas= 485–486|isbn=0-8165-1208-6}}</ref>

A rotação de um planeta pode ser induzida por vários fatores durante a sua formação. Um [[momento angular]] resultante pode ser induzido pelas contribuições individuais de momentos angulares de objetos acretados. A acreção de gás pelos gigantes gasosos também pode contribuir para o momento angular. Finalmente, nos últimos estágios da formação do planeta, um [[processo estocástico]] de acreção protoplanetária pode alterar randomicamente o eixo de rotação de um planeta.<ref name=araa31>{{citar periódico|título=Planet formation|último =Lissauer|primeiro =Jack J.|periódico=Annual review of astronomy and astrophysics|volume=31 (A94-12726 02–90)|páginas=129–174|ano=1993|doi=10.1146/annurev.aa.31.090193.001021|bibcode=1993ARA&A..31..129L}}</ref>

Há uma grande variação na duração de um dia entre os planetas, com Vênus levando 243 dias terrestres para dar uma volta e os gigantes gasosos apenas algumas horas.<ref>{{citar web|título=Planet tables|url=http://www.astronomynotes.com/tables/tablesb.htm|primeiro =Nick|último =Strobel|publicadopor=astronomynotes.com|acessodata=2008-02-01}}</ref> Os períodos rotacionais de planetas extrassolares não são conhecidos, entretanto, para os Jupiteres quentes, sua proximidade para as suas estrelas significa que estão em [[acoplamento de maré]] (suas órbitas estão sincronizadas com suas rotações). Isto significa que eles somente mostram uma face para as suas estrelas, ficando um lado em dia perpétuo e o outro em noite perpétua.<ref>{{citar periódico|título=Magnetically-Driven Planetary Radio Emissions and Application to Extrasolar Planets|último =Zarka|primeiro =Philippe|coautor=Treumann, Rudolf A.; Ryabov, Boris P.; Ryabov, Vladimir B. |ano=2001|periódico=Astrophysics & Space Science|volume=277|página=293|doi = 10.1023/A:1012221527425}}</ref>

==== Dominância orbital ====
A característica dinâmica definidora de um planeta é que ele tenha [[Dominância orbital|limpado a sua vizinhança]]. Um planeta que limpou a sua vizinhança acumulou massa suficiente para agrupar ou afastar todos os [[planetesimal|planetesimais]] na sua órbita. Com efeito, ele orbita a sua estrela isoladamente, em oposição a compartilhar a órbita com uma multidão de objetos de tamanho similar. Esta característica foi estabelecida como parte da definição oficial de planeta da UAI em agosto de 2006. O critério exclui corpos planetários como [[Plutão]], [[Éris]] e [[Ceres (planeta anão)|Ceres]] da lista de planetas habilitados, fazendo deles [[planeta anão|planetas anões]].<ref name=IAU /> Embora até o momento este critério somente se aplique ao Sistema Solar, alguns sistemas extrassolares jovens foram encontrados nos quais as evidências sugerem que a dominância orbital está acontecendo dentro dos discos estelares.<ref>{{citar web|título=The Total Number of Giant Planets in Debris Disks with Central Clearings|data=2007-07-12|autor1=Faber, Peter|autor2=Quillen, Alice C. |obra=Department of Physics and Astronomy, University of Rochester|url=http://arxiv.org/abs/0706.1684|acessodata=2008-08-23}}</ref>

=== Características físicas ===
==== Massa ====
Uma característica física definidora de um planeta é que ele tenha massa suficiente para que a força de sua própria gravidade domine as [[Eletromagnetismo|forças eletromagnéticas]] que unem a sua estrutura física, levando a um estado de [[equilíbrio hidrostático]]. Isto efetivamente significa que todos os planetas são esféricos ou esferoidais. Até uma determinada massa, um objeto pode ter uma forma irregular, mas a partir deste ponto, que varia em função da sua composição química, a gravidade começa a puxar o objeto em direção ao seu centro de massa, até que ele colapsa, tornando-se uma esfera.<ref>{{citar web|título=The Dwarf Planets|url=http://www.gps.caltech.edu/~mbrown/dwarfplanets/|autorlink =Michael E. Brown|último =Brown|primeiro =Michael E.|obra=California Institute of Technology|ano=2006|acessodata=2008-02-01}}</ref>

A massa é também o primeiro atributo pelo qual os planetas se distinguem das [[estrela]]s. O limite superior de massa para planetas é aproximadamente 13 vezes a massa de Júpiter (MJ) para objetos com [[abundância natural]] semelhante ao Sol, a partir do que ele ganha condição favorável para a [[fusão nuclear]]. Além do Sol, nenhum objeto com tal massa existe no Sistema Solar, mas há planetas extrassolares neste limite. Não há uma concordância universal para o limite de 13 MJ, e a Enciclopédia de Planetas Extrassolares inclui objetos de até 60 MJ,<ref>[http://www.scientificamerican.com/article.cfm?id=exoplanet-catalogue How One Astronomer Became the Unofficial Exoplanet Record-Keeper], www.scientificamerican.com</ref> enquanto o Exoplanet Data Explorer considera até 24 massas de Júpiter.<ref>[http://xxx.lanl.gov/abs/1012.5676 The Exoplanet Orbit Database], Jason T Wright, Onsi Fakhouri, Geoffrey W. Marcy, Eunkyu Han, Ying Feng, John Asher Johnson, Andrew W. Howard, Jeff A. Valenti, Jay Anderson, Nikolai Piskunov</ref>

O menor planeta conhecido, excluindo planetas anões e satélites, é PSR B1257+12A, um dos primeiros planetas extrassolares descobertos, que foi encontrado em 1992 em órbita de um [[pulsar]]. Sua massa é aproximadamente a metade da de Mercúrio.<ref name="Encyclopaedia" /> O menor planeta conhecido orbitando uma estrela da sequência principal que não o Sol é [[Kepler-37b]], com massa (e raio) ligeiramente maior do que a da [[Lua]].

==== Diferenciação interna ====
[[Imagem:Jupiter interior.png|thumb|Ilustração do interior de Júpiter, com um núcleo rochoso coberto por uma espessa camada de hidrogênio metálico.]]
Todo planeta iniciou sua existência em um estado inteiramente fluido; no início da formação, os materiais mais densos e pesados migraram para o centro, deixando os mais leves perto da superfície. Cada um, portanto, tem o interior [[diferenciação planetária|diferenciado]], consistindo de um [[núcleo terrestre|núcleo planetário]] denso, cercado de um [[manto]] que é ou era fluido. Os planetas terrestres são selados com [[crosta]]s duras,<ref name=terrestrial>{{citar web|título=Planetary Interiors|obra=Department of Physics, University of Oregon|url=http://abyss.uoregon.edu/~js/ast121/lectures/lec16.html|acessodata=2008-08-23}}</ref> mas nos gigantes gasosos o manto simplesmente se dissolve nas camadas superiores de nuvens. Os planetas terrestres possuem núcleos de elementos como ferro e níquel e mantos de [[silicato]]s. Acredita-se que Júpiter e Saturno possuam núcleos de rocha e metal, cercados de mantos de [[hidrogênio metálico]].<ref>{{citar livro|primeiro =Linda T.|último =Elkins-Tanton|ano=2006|título=Jupiter and Saturn|publicadopor=Chelsea House|local=New York|isbn=0-8160-5196-8}}</ref> Urano e Netuno, que são menores, possuem núcleos rochosos, cercado de mantos de água, [[amônia]], [[metano]] e outros "gelos" (substâncias voláteis com pontos de fusão acima de 100 K).<ref>{{citar periódico|último =Podolak|primeiro =M.|coautor=Weizman, A.; Marley, M.|título=Comparative model of Uranus and Neptune|periódico=Planet. Space Sci.|volume=43|número=12|páginas=1517–1522|ano=1995| url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1995P%26SS...43.1517P|doi=10.1016/0032-0633(95)00061-5}}</ref> A ação dos fluidos internos aos núcleos dos planetas cria um [[Teoria do dínamo|geodínamo]], que gera um [[campo magnético]].<ref name=terrestrial />

==== Atmosfera ====
[[Imagem:Top of Atmosphere.jpg|thumb|[[Atmosfera da Terra]].]]
Todos os planetas do Sistema Solar têm [[atmosfera]]s, uma vez que suas grandes massas tornam a gravidade suficientemente forte para manter partículas gasosas próximas à superfície. Os gigantes gasosos maiores têm massa suficiente para manter grandes quantidades dos gases leves [[hidrogênio]] e [[hélio]], enquanto os planetas menores perdem esses gases para o [[Espaço sideral|espaço]].<ref>{{citar periódico|último =Sheppard|primeiro =Scott S.|coautor=Jewitt, David; Kleyna, Jan|título=An Ultradeep Survey for Irregular Satellites of Uranus: Limits to Completeness|periódico=The Astronomical Journal| volume=129|páginas=518–525|ano=2005| doi=10.1086/426329|id={{arxiv|astro-ph|0410059v1}}}}</ref> A composição da atmosfera da Terra é diferente da dos outros planetas porque os diversos processos da [[vida]] que ocorreram no planeta introduziram [[oxigênio]] molecular livre.<ref name=zeilik>{{citar livro|último =Zeilik|primeiro =Michael A.|coautor=Gregory, Stephan A.|título=Introductory Astronomy & Astrophysics|edição=4th|ano=1998|publicadopor=Saunders College Publishing|isbn=0030062284|página=67}}</ref>

As atmosferas planetárias são afetadas pelos variados graus de energia recebida tanto do Sol quanto dos seus interiores, levando à formação de [[tempo (meteorologia)|sistemas climáticos]] dinâmicos, como os [[Ciclone tropical|furacões]] (na Terra), [[Tempestade de areia|tempestades de areia]] em escala planetária (em Marte), um anticiclone do tamanho da Terra em Júpiter (chamado a [[Atmosfera de Júpiter|Grande Mancha Vermelha]]) e [[Grande Mancha Escura|buracos na atmosfera]] (em Netuno).<ref name=Weather /> Pelo menos em um planeta extrassolar, o [[HD 189733 b]], foi identificado um sistema climático similar à Grande Mancha Vermelha, mas duas vezes maior.<ref name="knutson">{{citar periódico|último =Knutson|primeiro =Heather A.|coautor=Charbonneau, David; Allen, Lori E.; Fortney, Jonathan J.|título=A map of the day-night contrast of the extrasolar planet HD 189733b|periódico=Nature|ano=2007|volume=447|página=183|doi=10.1038/nature05782|laysummary=http://www.cfa.harvard.edu/press/2007/pr200713.html|laysource=Center for Astrophysics press release|laydate=2007-05-09|pmid=17495920|número=7141}}</ref>

Foi observado que os Jupiteres quentes perdem suas atmosferas para o espaço devido à radiação estelar, tal qual as caudas dos cometas.<ref>{{citar web|autor1=Weaver, D.|autor2=Villard, R.|url=http://hubblesite.org/newscenter/archive/releases/2007/07/full/|título=Hubble Probes Layer-cake Structure of Alien World's Atmosphere|obra=University of Arizona, Lunar and Planetary Laboratory (Press Release)|data=2007-01-31|acessodata=2008-08-23}}</ref><ref>{{citar periódico|periódico=Nature|último =Ballester|primeiro =Gilda E.|coautor=Sing, David K.; Herbert, Floyd|título=The signature of hot hydrogen in the atmosphere of the extrasolar planet HD 209458b|volume=445|página=511|ano=2007|doi=10.1038/nature05525|pmid=17268463|número=7127}}</ref> Esses planetas podem ter grandes diferenças na temperatura entre os seus lados de dia e de noite, o que produz ventos supersônicos;<ref>{{citar periódico|último =Harrington|primeiro =Jason|coautor=Hansen, Brad M.; Luszcz, Statia H.; Seager, Sara|título=The phase-dependent infrared brightness of the extrasolar planet Andromeda b|periódico=Science|volume=314|página=623|ano=2006|doi=10.1126/science.1133904|laysummary=http://www.nasa.gov/vision/universe/starsgalaxies/spitzer-20061012.html|laysource=NASA press release|laydate=2006-10-12|pmid=17038587|número=5799}}</ref> no entanto, os lados de dia e de noite do HD 1889733 b parecem ter temperaturas muito similares, indicando que a atmosfera efetivamente redistribui a energia da estrela em torno do planeta.<ref name="knutson" />

==== Magnetosfera ====
[[Imagem:Structure of the magnetosphere-pt.svg|thumb|esquerda|upright=1.3|Representação esquemática da [[Campo magnético terrestre|magnetosfera da Terra]].]]
Uma característica importante dos planetas são seus [[Momento magnético|momentos magnéticos]] intrínsecos, que dão origem a [[magnetosfera]]s. A presença de um campo magnético indica que o planeta ainda é geologicamente ativo. Em outras palavras, planetas magnetizados possuem fluxos de materiais [[Resistividade|condutores elétricos]] em seu interior, gerando os campos magnéticos. Esses campos modificam significativamente a interação entre o planeta e o vento solar. Um planeta magnetizado cria uma cavidade no vento solar no seu entorno, chamada magnetosfera, que o vento solar não consegue penetrar. A magnetosfera pode ser muito maior do que o próprio planeta. Em contraste, planetas não magnetizados têm somente pequenas magnetosferas induzidas pela interação da [[ionosfera]] com o vento solar, que não é capaz de proteger efetivamente o planeta.<ref name=Kivelson2007/>

Dos oito planetas do Sistema Solar, apenas Vênus e Marte carecem de um campo magnético,<ref name=Kivelson2007/> enquanto a lua [[Ganimedes (satélite)|Ganimedes]], de Júpiter, possui um. Dos planetas magnetizados, o campo de Mercúrio é o mais fraco, mal conseguindo defletir o [[vento solar]]. O campo magnético de Ganimedes é várias vezes maior, enquanto o de Júpiter é o maior do Sistema Solar, tão forte que representa um sério risco para a segurança de futuras missões tripuladas para as suas luas. A força dos campos magnéticos dos outros planetas gigantes é aproximadamente similar à da Terra, mas os seus momentos magnéticos são significativamente maiores. Os campos magnéticos de Urano e Netuno são fortemente inclinados em relação ao eixo rotacional e deslocados do centro do planeta.<ref name=Kivelson2007>{{citar livro|último =Kivelson|primeiro =Margaret Galland|coautor=Bagenal, Fran|capítulo=Planetary Magnetospheres|título=Encyclopedia of the Solar System|ano=2007|publicadopor=Academic Press|editor= Lucyann Mcfadden, Paul Weissman, Torrence Johnson|isbn=9780120885893|página=519}}</ref>

Em 2004, uma equipe de astrônomos no Havaí observou um planeta extrassolar em torno da estrela HD 179949 que parecia estar criando uma mancha na superfície da sua estrela. A equipe lançou a hipótese de que a magnetosfera do planeta estava transferindo energia para a superfície da estrela, aumentando sua já alta temperatura de {{Fmtn|7760}} °C em mais 400 °C.<ref>{{citar web|título=Magnetic planet|primeiro =Amanda|último =Gefter|obra=Astronomy|data=2004-01-17 |url=http://www.astronomy.com/asy/default.aspx?c=a&id=2090|acessodata=2008-01-29}}</ref>

=== Características secundárias ===
[[Imagem:Unraveling_Saturn's_Rings.jpg|thumb|Os [[anéis de Saturno]].]]

Vários planetas ou planetas anões no Sistema Solar, como Netuno e Plutão, têm períodos orbitais que estão em [[ressonância orbital]] entre si ou com corpos menores (isto também é comum em sistemas de satélites). Todos, com exceção de Mercúrio e Vênus, têm [[Satélite natural|satélites naturais]], frequentemente chamados de "luas". A Terra tem um, Marte dois e os gigantes gasosos têm numerosas luas, em sistemas planetários complexos. Muitas luas de gigantes gasosos têm características similares aos planetas terrestres e planetas anões e algumas têm sido estudadas como possíveis locações para a vida (especialmente [[Europa]]).<ref name=Grasset2000>{{citar periódico|último = Grasset|primeiro =O.|coautor=Sotin C.; Deschamps F.|título= On the internal structure and dynamic of Titan|ano= 2000|periódico= Planetary and Space Science|volume = 48|páginas= 617–636|doi=10.1016/S0032-0633(00)00039-8}}</ref><ref name=Fortes2000>{{citar periódico|periódico= Icarus|volume= 146|número= 2|páginas= 444–452|ano= 2000|doi = 10.1006/icar.2000.6400|título= Exobiological implications of a possible ammonia-water ocean inside Titan|autor = Fortes, A. D.}}</ref><ref>{{citar jornal|primeiro =Nicola|último =Jones |data=2001-12-11|obra=New Scientist Print Edition|url=http://www.newscientist.com/article.ns?id=dn1647|título=Bacterial explanation for Europa's rosy glow|acessodata=2008-08-23}}</ref>

Os quatro gigantes gasosos são também orbitados por [[Anel planetário|anéis planetários]] de tamanhos e complexidades variados. Os anéis são compostos principalmente de poeira e material particulado, mas podem abrigar [[Anéis de Saturno|pequenas luas]] cuja gravidade formata e mantém a sua estrutura. Embora a origem dos anéis planetários não seja conhecida com precisão, acredita-se que eles sejam resultado de satélites naturais que tenham caído abaixo do [[limite de Roche]] dos seus planetas e foram desintegrados pela [[força de maré]].<ref>{{citar periódico|autor1=Molnar, L. A.|autor2=Dunn, D. E.|título=On the Formation of Planetary Rings|periódico=Bulletin of the American Astronomical Society|ano=1996|volume=28|páginas=77–115|url=http://adsabs.harvard.edu/abs/1996DPS....28.1815M}}</ref><ref>{{citar livro|primeiro =Encrenaz|último =Thérèse|ano=2004|título=The Solar System|edição=Third|páginas=388–390|publicadopor=Springer|isbn=3540002413}}</ref>

Não foram observadas características secundárias em planetas extrassolares. Entretanto, acredita-se que a sub[[anã marrom]] [[Cha 110913-773444]], que foi descrita como um planeta órfão, seja orbitada por um pequeno [[disco protoplanetário]]<ref name="Luhman" /> e foi mostrado que a subanã marrom OTS 44 está cercada por um disco protoplanetário substancial de pelo menos dez massas terrestres.<ref name=joergens2013_AA558 />

== Ver também ==
* [[Acreção (astrofísica)|Acreção]]
* [[Planeta anão]]
* [[Exoplaneta]]
* [[Corpo menor do sistema solar]]
* [[Plutão]]
* [[Software simulador de planetário]]
* [[Terraformação]]

== Notas ==
*{{Tradução/ref|en|Planet}}

{{referências}}

== Ligações externas ==
{{correlatos
|commonscat=Planets
|wikiquote=Planeta
|wikcionário=planeta
}}
* {{link|en|2=http://www.iau.org/static/resolutions/Resolution_GA26-5-6.pdf|3=Resoluções da União Astronômica Internacional acerca da definição de planeta e outros}}
* {{link|en|2=http://www.iau.org|3=União Astronômica Internacional}}
* {{link|en|2=http://www.sky-pics.net/|3=Fotos do sistema solar}}

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