Exibir código-fonte para Vento

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[[Imagem:La nevada, Francisco de Goya.jpg|thumb|300px|Ao longo da [[civilização]] humana, o vento inspirou a [[mitologia]], influenciou eventos [[História|históricos]] e [[guerra]]s, impulsionou [[transporte|meios de transporte]] e proporcionou uma [[Energia eólica|fonte de energia]] para o [[Trabalho (física)|trabalho mecânico]], [[eletricidade]] e [[recreação]]]]

'''Vento''' é o fluxo de gases em grande escala. Na superfície da [[Terra]], o vento consiste no movimento de [[ar]] em grande quantidade. No [[espaço sideral]], o [[vento solar]] é o movimento através do espaço de [[gases]] e [[Partícula carregada|partículas carregadas]] emitidas pelo [[Sol]], enquanto que o [[vento planetário]] é a [[desgaseificação]] de [[elementos químicos]] leves a partir da atmosfera de um planeta em direção ao espaço. Os ventos são geralmente classificados de acordo com a sua escala, [[rapidez]], tipos de forças que os provocam, regiões em que ocorrem e com o seu efeito. Os ventos de maior intensidade observados no [[sistema solar]] ocorrem em [[Neptuno (planeta)|Neptuno]] e [[Saturno (planeta)|Saturno]]. Os ventos têm várias características, entre as quais a sua [[velocidade]], a densidade dos gases envolvidos e a sua [[energia eólica]].

Em [[meteorologia]], os ventos são muitas vezes classificados de acordo com a sua intensidade e direção em que se movimentam. Os ventos súbitos de curta duração e elevada velocidade são denominados [[Lufada|rajadas]]. Os ventos fortes de duração intermédia (cerca de um minuto) são denominados [[borrasca]]s ou lufadas. Os ventos de longa duração [[Escala de Beaufort|têm vários nomes]] de acordo com a sua intensidade média, como brisa, vento forte, ventania, [[tempestade]] ou [[furacão]]. O vento ocorre em diferentes escalas, desde grandes correntes de tempestade que duram dezenas de minutos, até brisas localizadas geradas pelo aquecimento da massa terrestre que duram algumas horas, até ventos [[Mundo|globais]] que resultam das diferenças de absorção da [[energia solar]] entre as diferentes [[Classificação climática de Köppen-Geiger|regiões climatéricas da Terra]]. As duas principais causas da [[circulação atmosférica]] de grande escala são as diferenças de temperatura entre o [[equador]] e os [[Polo geográfico|polos]] e a rotação do planeta, ou [[força de Coriolis]]. Nos [[trópico]]s, a circulação de [[Depressão térmica|depressões térmicas]] sobre o terreno e os grandes [[planalto]]s podem criar fenómenos de [[monção]]. Nas regiões costeiras, o ciclo entre a [[brisa]] marítima e terrestre pode criar ventos locais. Em áreas de relevo acentuado, os ventos podem ser dominados pelas brisas de montanha e de vale.

Ao longo da [[civilização]] humana, o vento inspirou a [[mitologia]], influenciou eventos [[História|históricos]] e [[guerra]]s, impulsionou [[transporte|meios de transporte]] e proporcionou uma fonte de energia para o [[Trabalho (física)|trabalho mecânico]], [[eletricidade]] e [[recreação]]. O vento impulsionou a [[era das Descobertas]] e as grandes viagens marítimas pelos oceanos. Os [[Balão de ar quente|balões de ar quente]] utilizam o vento para deslocações curtas, enquanto as [[aeronave]]s tiram dele partido para reduzir o consumo de combustível. Em muitas regiões, os [[Vento dominante|ventos dominantes]] têm vários nomes locais devido aos seu impacto significativo no quotidiano.

Os ventos são capazes de transformar a superfície terrestre através de [[erosão eólica|erosão e sedimentação eólica]], dando origem a solos férteis para a [[agricultura]]. O vento é capaz de transportar ao longo de grandes distâncias a [[poeira]] dos grandes [[deserto]]s e as [[semente]]s de várias plantas, o que é fundamental para a sobrevivência de algumas espécies e das populações de [[inseto]]s. O vento também influencia a propagação de [[Incêndio florestal|incêndios florestais]]. Quando associado a baixas temperaturas, o vento tem um impacto negativo no [[gado]], afetando as reservas alimentares e as estratégias de caça e defesa dos animais.  As áreas de [[Windshear|cisalhamento de vento]] provocadas pelos fenómenos [[Tempo (meteorologia)|meteorológicos]] podem provocar situações perigosas para a aviação e os ventos fortes podem destruir ou danificar árvores e estruturas.

== Definição ==
=== Causas ===
{{Artigo principal|Pressão atmosférica|Circulação atmosférica}}
[[Imagem:Windbuchencom.jpg|thumb|O vento é causado por diferenças na pressão atmosférica, deslocando-se da área de maior pressão para a área de menor pressão. Estas diferenças são o resultado do aquecimento heterogéneo da atmosfera]]

O vento é a deslocação de gases atmosféricos em grande escala causada por diferenças na [[pressão atmosférica]]. Quando uma região da Terra aquece, a pressão atmosférica&nbsp;nessa região diminui e o ar eleva-se. Isto cria uma [[Força de gradiente de pressão|diferença na pressão atmosférica]], fazendo com que o ar envolvente, mais frio, se desloque da área de maior pressão (anticiclónica) para a área de menor pressão (ciclónica). Uma vez que a Terra se encontra em [[Rotação da Terra|rotação]] o ar é também deslocado pela [[força de Coriolis]], exceto exatamente na linha do [[equador]]. Em termos globais, os dois principais fatores dos padrões de vento em grande escala (a [[circulação atmosférica]]) são a diferença de temperatura entre o equador e os [[Polo geográfico|polos]] (a diferença de absorção de [[energia solar]] que provoca forças de [[impulsão]]) e a rotação do planeta. Fora dos [[trópico]]s e nas camadas superiores da atmosfera, os ventos de grande escala tendem a aproximar-se do [[Vento geostrófico|equilíbrio geostrófico]]. Perto da superfície terrestre, o [[atrito]] faz diminuir a velocidade do vento e faz com que os ventos soprem mais para o interior das áreas de baixas pressões.<ref>{{Citar web |url=http://www.infopedia.pt/$vento |título=Vento |autor=[[Infopédia]], Enciclopédia de Língua Portuguesa |publicado=[[Porto Editora]] |acessodata=6 de fevereiro de 2016}}</ref><ref>{{citar web|autor = JetStream|título= Origin of Wind|publicado= [[National Weather Service]] Southern Region Headquarters|ano= 2008|acessodata=2009-02-16 |url = http://www.srh.noaa.gov/jetstream//synoptic/wind.htm}}</ref> Uma teoria nova e controversa sugere que os gradientes atmosféricos são causados pela [[condensação]] de água induzida pelas florestas, o que provoca um ciclo de retroalimentação positiva em que as florestas atraem ar húmido a partir da costa marítima.<ref>{{citar periódico|último =Makarieva|primeiro =Anastassia|autor2 =V. G. Gorshkov, D. Sheil, A. D. Nobre, B.-L. Li|título=Where do winds come from? A new theory on how water vapor condensation influences atmospheric pressure and dynamics|periódico=Atmospheric Chemistry and Physics|data=Fevereiro de 2013 |volume=13|número=2|páginas=1039–1056|doi=10.5194/acp-13-1039-2013|url=http://www.atmos-chem-phys.net/13/1039/2013/acp-13-1039-2013.html|acessodata=2013-02-01|bibcode = 2013ACP....13.1039M}}</ref>

=== Terminologia ===
O "[[vento geostrófico]]" é o resultado do equilíbrio entre a força de Coriolis e a força do gradiente de pressão. Desloca-se paralelamente às [[isolinha|linhas isobáricas]] e aproxima-se da corrente de ar acima da [[camada limite atmosférica]] a altitudes intermédias.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|título=Geostrophic wind|publicado=American Meteorological Society|ano=2009|acessodata=2009-03-18|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=geostrophic-wind1|arquivourl=https://www.webcitation.org/6HWnXGJ3S?url=http://glossary.ametsoc.org/?id=geostrophic-wind1|arquivodata=2013-06-20|urlmorta=yes}}</ref> O "[[vento térmico]]" é a diferença no vento geostrófico entre dois níveis atmosféricos, e existe apenas numa atmosfera com [[Gradiente térmico|gradientes térmicos]] horizontais.<ref>{{citar web|autor= Glossary of Meteorology|ano= 2009|url= http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=thermal+wind&submit=Search|título= Thermal wind|publicado= American Meteorological Society|acessodata= 2009-03-18|arquivourl= https://web.archive.org/web/20110717205424/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=thermal+wind&submit=Search|arquivodata= 2011-07-17|urlmorta= yes}}</ref> O "vento ageostrófico" é a diferença entre o vento geostrófico e o vento real, a qual é responsável pelo ar que vai preenchendo os [[ciclone]]s ao longo do tempo.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=geostrophic+wind&submit=Search|título=Ageostrophic wind|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-18|arquivourl=https://www.webcitation.org/6HWnYkdzG?url=http://glossary.ametsoc.org/?p=1|arquivodata=2013-06-20|urlmorta=yes}}</ref> O "vento gradiente" é semelhante ao vento geostrófico, mas também inclui a [[Força inercial centrífuga|força centrífuga]].<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=gradient-wind1|título=Gradient wind|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-18|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080528193203/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=gradient-wind1|arquivodata=2008-05-28|urlmorta=yes}}</ref>

Os [[Vento catabático|ventos catabáticos]] são [[#Ventos de montanha|ventos de montanha]] que sopram ao longo das encostas em direção aos vales e planícies no sopé. Existem diversos nomes para os ventos catabáticos no mundo, dependendo da localização e de como se formam. Os ventos catabáticos secos e quentes, como o [[vento Föhn]] sopram no lado da montanha abrigado do vento dominante no caminho de uma depressão. Os ventos catabáticos frescos e geralmente secos, como o [[Bora (vento)|bora]], são provocados pela descida do ar frio e denso do topo. Quando a encosta é aquecida pelo sol, a brisa de montanha para, muda de direção e começa a soprar em direção ao topo. Estes ventos são conhecidos como [[Vento anabático|ventos anabáticos]].<ref>{{Citar web |url=http://www.weatheronline.co.uk/reports/wxfacts/Katabatic-winds.htm |título=Katabatic Winds |publicado=Weather Online |acessodata=6 de fevereiro de 2016}}</ref>

À medida que uma pessoa ou um veículo se descola, o vento percecionado nessa deslocação pode ser diferente do vento gerado pelas condições meteorológicas. Esta diferença tem consequências importantes. Neste contexto, distingue-se o vento real, o vento relativo e o vento aparente. O "vento real" é o vento que é sentido por um observador imóvel e consiste unicamente no ar que se desloca à sua volta. A sua direção e força podem ser medidos com um instrumento fixo e correspondem aos valores anunciados nos [[#Meteorologia|boletins meteorológicos]]. O sufixo "real" é utilizado no contexto da [[aviação]] e [[navegação]] para distinguir este vento de outras componentes do vento criadas pela velocidade (o vento aparente e o vento relativo). O "vento relativo" é o vento gerado pela deslocação do observador, sendo de igual intensidade e direção, mas sentido oposto, à [[velocidade relativa]] a que se desloca. É, por exemplo, o vento sentido num passeio de bicicleta quando não existe vento real. O "[[vento aparente]]" é o vento percecionado pelo observador em movimento e corresponde à [[Vetor (matemática)#Adição|soma vetorial]] do vento real e do vento relativo. Este termo é usado sobretudo na navegação à vela, em que o vento que impulsiona a vela depende não só da velocidade do vento real, mas também da própria velocidade do barco.<ref ="gazeta">{{Citar periódico |url=http://nautilus.fis.uc.pt/gazeta/revistas/30_2/vol30_2_Art01.pdf |título=Física Elementar da Navegação à Vela |autor=Sá, Nuno Barros e |jornal=Gazeta de Física |editora=Sociedade Portuguesa de Física |volume=30 |número=2 |páginas=4-14 |data=Julho de 2007}}</ref>

== Ventos constantes ==
{{Artigo principal|Vento dominante|Circulação atmosférica|}}

Existem três conjuntos de [[Vento dominante|ventos constantes]] que dominam a [[circulação atmosférica]] na Terra: os [[#Alísios|alísios]], os [[#Ventos do oeste|ventos de oeste]] e os [[#Ventos polares de este|ventos polares de este]]. Os alísios sopram de este e dominam as correntes que atravessam os trópicos da Terra em direção ao equador. Os [[ventos do oeste]] sopram de oeste e dominam as latitudes intermédias, entre os 35 e 60 graus. Os ventos polares sopram de este e dominam as regiões polares acima dos 60 graus de latitude. Os ventos são menos intensos perto da latitude da [[Alta subtropical|crista subtropical]], onde a [[humidade relativa]] da massa de ar é menor. Os ventos mais intensos sopram nas latitudes intermédias, onde o ar frio polar se encontra com o ar quente tropical.<ref>{{citar livro|url=http://books.google.com/?id=g3CbqZtaF4oC&pg=PA121|título=Encyclopedia of Deserts|autor =Michael A. Mares|página=121|acessodata=2009-06-20|ano=1999|publicado=University of Oklahoma Press|isbn=978-0-8061-3146-7}}</ref>

=== Alísios ===
{{Artigo principal|Alísios|Célula de Hadley}}
[[Imagem:Earth Global Circulation.jpg|thumb|Esquema da [[circulação atmosférica]]&nbsp;geral da Terra, dividida em três grandes células em cada hemisfério: a [[célula de Hadley]], entre os 0 e 30° de latitude e onde ocorrem os ventos [[#Alísios|alísios]]; a célula de Ferrel, entre os 30 e 60° de latitude e onde ocorrem os [[#Ventos do oeste|ventos do oeste]]; e a célula polar, acima dos 60º onde ocorrem os ventos polares de este]]
Os ventos [[alísios]] são os ventos predominantes nos [[trópico]]s. Estes ventos deslocam-se nas camadas inferiores da [[troposfera]]&nbsp;junto à superfície terrestre.<ref>{{citar web|título=trade winds|autor=Glossary of Meteorology|publicado=American Meteorological Society|ano=2000|acessodata=2008-09-08|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=trade-winds1|arquivourl=https://www.webcitation.org/618K90ekr?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=trade-winds1|arquivodata=2011-08-22|urlmorta=yes}}</ref> Os alísios sopram predominantemente a partir de nordeste no [[hemisfério Norte]] e de sudeste no [[hemisfério Sul]], das regiões tropicais em direção ao [[equador]], e são mais fortes durante o inverno.<ref name="Ralph">{{citar livro|autor =Ralph Stockman Tarr, Frank Morton McMurry|ano=1909|url=http://books.google.com/?id=OLMXAAAAIAAJ&pg=PA246|título=Advanced geography|publicado=W.W. Shannon, State Printing|página=246|acessodata=2009-04-15}}</ref> Estes ventos orientam a deslocação dos [[furacões tropicais]] que se formam nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico e se dirigem, respectivamente, para a América do Norte, Sudeste Asiático e África Ocidental. Transportam também a poeira dos desertos africanos através do Atlântico em direção ao [[mar das Caraíbas]] e parte da [[América do Norte]].<ref>{{citar web|autor =Joint Typhoon Warning Center|ano=2006|url=http://www.nrlmry.navy.mil/forecaster_handbooks/Philippines2/Forecasters%20Handbook%20for%20the%20Philippine%20Islands%20and%20Surrounding%20Waters%20Typhoon%20Forecasting.3.pdf|título=3.3 JTWC Forecasting Philosophies|publicado=[[United States Navy]]|acessodata=2007-02-11}}</ref><ref name="pooraq">{{citar web|autor =Science Daily|obra=Science Daily|data=1999-07-14|url=http://www.sciencedaily.com/releases/1999/07/990714073433.htm|título=African Dust Called A Major Factor Affecting Southeast U.S. Air Quality|acessodata=2007-06-10}}</ref> No esquema de circulação de ar da [[célula de Hadley]], os alísios próximos da superfície sopram em direção ao equador, enquanto que os ventos por cima deles sopram em direção aos polos. Estes ventos denominam-se contra-alísios e situam-se a mais de {{Fmtn|3000}} m de altura.<ref name="infopedia"/>

Os alísios do norte e do sul encontram-se numa zona envolvente ao equador denominada [[zona de convergência intertropical]].<ref>{{citar web|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=intertropical+convergence+zone&submit=Search|título=Intertropical Convergence Zone|autor=Glossary of Meteorology|publicado=American Meteorological Society|data=Junho de 2000|acessodata=9 de dezembro de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090602015342/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=intertropical%2Bconvergence%2Bzone&submit=Search|arquivodata=2009-06-02|urlmorta=yes}}</ref> Quando está situada numa região de [[#Monção|monção]], esta zona de baixas pressões e convergência de ventos denomina-se [[cavado de monção]].<ref>{{citar web|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=monsoon+trough&submit=Search|título=Monsoon Trough|autor=Glossary of Meteorology|publicado=American Meteorological Society|data=Junho de 2000|acessodata=9 de novembro de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090617192300/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=monsoon+trough&submit=Search|arquivodata=2009-06-17|urlmorta=yes}}</ref> Em ambos os hemisférios, por volta dos 30° de latitude o ar começa a descer em direção à superfície. Estas zonas são denominadas [[Alta subtropical|altas subtropicais]]. O ar que desce é relativamente seco porque, à medida que desce, a temperatura aumenta mas a [[humidade absoluta]] mantém-se constante, o que reduz a [[humidade relativa]] da massa de ar.<ref>{{Citar web|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=superior+air&submit=Search|título=Superior air|autor=Glossary of Meteorology|data=Junho de 2000|publicado=American Meteorological Society|acessodata=28 de outubro de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110606104219/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=superior+air&submit=Search|arquivodata=2011-06-06|urlmorta=yes}}</ref> À medida que atravessam as regiões tropicais em direção ao equador e recebem cada vez mais radiação solar direta, a massa de ar dos alísios vai ficando progressivamente mais quente. Os ventos que se formam sobre os continentes são mais secos e quentes do que os que se formam sobre os oceanos.<ref>{{citar web|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=tropical+air&submit=Search|título=Tropical air|autor=Glossary of Meteorology|data=Junho de 2000|publicado=American Meteorological Society|acessodata=28 de outubro de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20110606104145/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=tropical+air&submit=Search|arquivodata=2011-06-06|urlmorta=yes}}</ref> A única região na Terra onde não ocorrem ventos alísios é no norte do [[oceano Índico]].<ref>{{citar livro|url=https://books.google.com/books?id=-mwbAsxpRr0C&pg=PA406&dq=oxford+english+dictionary+origin+of+trade+wind#v=onepage&q=trade%20wind&f=false|título=Encyclopedia of world climatology|autor=John E. Oliver|página=128|ISBN=978-1-4020-3264-6|editora=Springer|ano=2005|acessodata=9 de novembro de 2009}}</ref>

=== Ventos do oeste ===
{{Artigo principal|Ventos do oeste}}
[[Imagem:Map prevailing winds on earth.png|thumb|[[Vento dominante|Ventos dominantes]] na atmosfera terrestre. A amarelo: os [[alísios]], que sopram de este e dominam as regiões tropicais. A azul: os [[ventos do oeste]], dominantes nas latitudes intermédias, entre os 35 e 65 graus]]

Os [[ventos do oeste]] são os ventos dominantes nas [[latitude]]s intermédias, entre os 35 e 65 graus de latitude.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=westerlies1|título=Westerlies|publicado=American Meteorological Society|acessodata=15 de abril de 2009|arquivourl=https://www.webcitation.org/618KDWkuK?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=westerlies1|arquivodata=2011-08-22|urlmorta=yes}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.icbemp.gov/science/ferguson_42.pdf|título=Climatology of the Interior Columbia River Basin|autor=Sue Ferguson|data=2001-09-07|editora=Interior Columbia Basin Ecosystem Management Project|acessodata=12 de setembro de 2009|arquivourl=https://www.webcitation.org/618KDyfuS?url=http://www.icbemp.gov/science/ferguson_42.pdf|arquivodata=2011-08-22|urlmorta=yes}}</ref> No hemisfério norte, estes ventos sopram predominantemente a partir de sudoeste em direção ao equador, enquanto no hemisfério sul sopram predominantemente a partir de noroeste, também em direção ao equador.<ref name="Ralph"/> São mais fortes durante o [[inverno]], quando a pressão atmosférica nos polos é menor, e mais fracos durante o [[verão]], quando a pressão nos polos é maior.<ref name="natgeo">{{citar web|url=http://education.nationalgeographic.org/encyclopedia/wind/|título=Wind|publicado=[[National Geographic]]|acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref> Esta variação de intensidade deve-se ao [[ciclone polar]]. No inverno, à medida que a pressão atmosférica nos polos vai diminuindo e o ciclone atinge a sua intensidade máxima, os ventos de oeste aumentam de intensidade. À medida que o ciclone fica mais fraco durante o verão, os ventos de oeste diminuem também de intensidade.<ref>{{citar web |título=Stratospheric Polar Vortex Influences Winter Cold, Researchers Say |publicado=[[:en:American Association for the Advancement of Science|American Association for the Advancement of Science]] |data=3 de dezembro de 2001 |url=http://www.eurekalert.org/pub_releases/2001-12/uoia-spv120301.php |acessodata=3 de fevereiro de 2016}}</ref> Este aumento de velocidade dos ventos de oeste provoca a subida da temperatura nas latitudes intermédias. Quando a pressão é menor, o ar fresco dos polos desloca-se em direção ao equador, o que arrefece as latitudes intermédias.<ref>{{Citar web |autor=National Snow and Ice Data Center |data=2009 |url=http://nsidc.org/arcticmet/patterns/arctic_oscillation.html |título=The Arctic Oscillation |acessodata=3 de fevereiro de 2016}}</ref> Os ventos do oeste podem ser especialmente fortes no hemisfério sul, onde a menor quantidade de massa terrestre amplifica o fluxo de ar. Os ventos mais fortes nas latitudes intermédias situam-se nas proximidades de uma faixa conhecida como ''[[Roaring Forties]]'', entre os 40 e 50 graus de latitude a sul do equador.<ref>{{citar livro|autor=Stuart Walker|título=The sailor's wind|editora=W. W. Norton & Company|ano=1998|página=91|isbn=978-0-393-04555-0|url=http://books.google.com/?id=KLPQqMTbxIIC&printsec=frontcover&dq=Roaring+Forties++Shrieking+Sixties++westerlies#PPA86,M1}}</ref>

Os ventos do oeste têm um papel importante ao transportar os ventos e águas quentes equatoriais para as costas ocidentais dos continentes e em direção às [[regiões polares]].<ref name="DRIFT">{{citar web|autor=Barbie Bischof, Arthur J. Mariano, Edward H. Ryan|título=The North Atlantic Drift Current|ano=2003|editora=The National Oceanographic Partnership Program|acessodata=10 de setembro de 2008|url=http://oceancurrents.rsmas.miami.edu/atlantic/north-atlantic-drift.html}}</ref><ref>{{citar livro|autor=Erik A. Rasmussen, John Turner|título=Polar Lows|ano=2003|editora=Cambridge University Press|página=68}}</ref> Devido aos ventos persistentes de oeste, nas fronteiras polares das [[Alta subtropical|altas subtropicais]] do Atlântico e do Pacífico as [[Corrente oceânica|correntes oceânicas]] são conduzidas de forma semelhante em ambos os hemisférios.  Devido à diferença de força entre os ventos de oeste nos dois hemisférios, as correntes oceânicas do hemisfério norte são mais fracas do que as do hemisfério sul.<ref>{{citar periódico |autor=Wunsch, Carl |título=What Is the Thermohaline Circulation? |jornal=Science |data=8 de novembro de 2002 |páginas=1179–1181 |doi=10.1126/science.1079329 |volume=298 |número=5596 |url=http://www.sciencemag.org/cgi/content/summary/298/5596/1179 |pmid=12424356 }}</ref>

=== Ventos polares de este ===
{{Artigo principal|Célula polar}}
Os ventos polares ocorrem nas [[Célula polar|células polares]] e são ventos prevalentes frios e secos que sopram dos planaltos polares [[Polo Norte|norte]] e [[Polo Sul|sul]] em direção às regiões de baixa pressão nas latitudes dos ventos do oeste. Ao contrário dos ventos do oeste, estes ventos prevalentes sopram de este em direção a oeste e são muitas vezes fracos e irregulares.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=polar+easterlies&submit=Search|título=Polar easterlies|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-04-15|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bs8N1wF?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Devido ao menor ângulo de incidência solar, o ar frio acumula-se nos polos e cria áreas de elevada pressão na superfície, o que força o ar a deslocar-se em direção ao equador.<ref>{{citar web|autor=Michael E. Ritter|ano=2008|url=http://www.earthonlinemedia.com/ebooks/tpe_3e/circulation/global_scale_circulation.html|título=The Physical Environment: Global scale circulation|publicado=University of Wisconsin|acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref>

== Ventos periódicos ==
As [[#Brisa costeira|brisas]] e as [[#Monção|monções]] são ventos periódicos que sopram alternadamente numa direção e na direção inversa. Este tipo de ventos forma-se devido às diferenças entre o aquecimento dos oceanos e dos continentes.<ref name="infopedia">{{Citar web |url=http://www.infopedia.pt/$vento,3?uri=lingua-portuguesa/vento |título=Vento |autor=[[Infopédia]], Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora |acessodata=30 de janeiro de 2016}}</ref>

=== Monção ===
{{Artigo principal|Monção}}
[[Imagem:Monsoon clouds near Nagercoil.jpg|thumb|Aproximação de nuvens de [[monção]] na [[Índia]]. As monções são ventos periódicos que, na estação quente, sopram do mar em direção a terra e provocam o aumento significativo da quantidade de chuva]]
Uma monção é um vento periódico acompanhado por alterações de [[Precipitação (meteorologia)|precipitação]] que, na estação quente, sopra do mar em direção a terra – monção marítima, húmida e chuvosa – e, na estação fria, sopra de terra em direção ao mar – monção terrestre e seca.<ref>{{Citar web |url=http://www.infopedia.pt/dicionarios/lingua-portuguesa/mon%C3%A7%C3%A3o |título=Monção |autor=Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora |acessodata=2 de fevereiro de 2015}}</ref> Estes ventos têm a duração de vários meses e são causados pelo aquecimento assimétrico entre a terra e o mar.<ref>{{Citar periódico |último=Trenberth, K.E., Stepaniak, D.P., Caron, J.M., |ano=2000 |título=The global monsoon as seen through the divergent atmospheric circulation |periódico=Journal of Climate |número=13 |páginas=3969–3993}}</ref><ref>{{Citar periódico |url=http://journals.ametsoc.org/doi/full/10.1175/JCLI4089.1 |título=On Air–Sea Interaction at the Mouth of the Gulf of California |autor=Paquita Zuidema, Chris Fairall |jornal=Journal of Climate |volume=20 |número=9 |mês=Maio |ano=2007 |editora=American Meteorological Society}}</ref> Na maior parte das monções da estação quente, os ventos dominantes sopram de oeste e têm tendência a subir e provocar quantidades significativas de chuva, devido à [[condensação]]&nbsp;de vapor no ar em ascensão. No entanto, a intensidade e duração das chuvas não é uniforme de ano para ano. Por outro lado, nas monções de inverno os ventos dominantes sopram de este e têm tendência a divergir, diminuir de intensidade e provocar [[seca]]s.<ref>{{citar web |título=Monsoon |autor= [[Enciclopédia Britannica]] |url=http://www.britannica.com/eb/article-9053445/monsoon |acessodata=2 de fevereiro de 2016}}</ref>

Os principais sistemas de monção no mundo são as monções africana, asiática e australiana.<ref name=Rohli>{{citar livro |último=Rohli, Robert V., Vega, Anthony J.|ano=2011|título=Climatology |editora=Jones & Bartlett Learning |página=187 |isbn=978-0763791018|url=https://books.google.com/books?id=WhtZKBCv7NMC&pg=PA187}}</ref> O termo foi inicialmente usado na [[Índia]], [[Bangladexe]], [[Paquistão]] e países vizinhos para descrever os grandes ventos sazonais que sopravam de sudoeste a partir do [[oceano Índico]] e do [[mar Arábico]] e que levavam [[chuva]] intensa para a região.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|publicado=American Meteorological Society|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=monsoon&submit=Search|título=Monsoon|acessodata=2008-03-14|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bs4X7WQ?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> A progressão das monções em direção aos polos é acelerada pelo desenvolvimento de uma depressão térmica nos continentes asiático, africano e norte-americano durante os meses de maio a julho, e no continente australiano em dezembro.<ref>{{citar web|url=http://scied.ucar.edu/docs/why-monsoons-happen|título=Why Monsoons Happen|acessodata=8 de fevereiro de 2016|publicado=UCAR Center for Science Education}}</ref><ref>{{citar web|autor=Alex DeCaria|url=http://snowball.millersville.edu/~adecaria/ESCI344/esci344_lesson04_seasonal_mean_wind_fields.pdf|título=Lesson 4&nbsp;– Seasonal-mean Wind Fields|publicado=Millersville Meteorology|acessodata=3 de maio de 2008|data=2 de outubro de 2007}}</ref>

=== Brisa costeira ===
{{Artigo principal|Brisa}}
[[Imagem:Sea Land Breeze.svg|thumb|Regime de brisa nas regiões costeiras: durante o dia, o sol aquece o mar mais lentamente do que a terra, fazendo com que o ar fresco se desloque em direção a terra]]

Em regiões costeiras, as brisas marítimas e terrestres podem influenciar significativamente os ventos dominantes de determinada localidade. Como a água tem maior [[capacidade térmica]] do que a terra, o sol aquece o [[mar]] mais lentamente do que o terreno da costa.<ref>{{citar web|autor =Dr. Steve Ackerman|ano=1995|url=http://cimss.ssec.wisc.edu/wxwise/seabrz.html|título=Sea and Land Breezes|publicado=University of Wisconsin|acessodata=2006-10-24}}</ref> À medida que a temperatura da superfície do terreno aumenta, o ar por cima dela é aquecido através de [[condução térmica]]. Este ar quente é menos denso do que a envolvente, o que faz com que suba. Isto causa um [[gradiente de pressão]] de cerca de 2 [[Bar (unidade)|milibars]] entre o oceano e a terra. O ar fresco por cima do mar, que agora tem maior pressão, desloca-se em direção a terra, o que cria uma brisa fresca junto à costa. Quando os ventos de grande escala estão calmos, a força da brisa marítima é diretamente proporcional à diferença entre de temperatura entre a terra e o mar. No entanto, se existir vento costeiro superior a 8 nós (15 km/h) é pouco provável que se forme uma brisa marítima.<ref name="Jet"/>

Durante a noite a terra arrefece mais rapidamente do que o mar devido às diferenças de capacidade térmica. Esta alteração na temperatura faz com que a brisa marítima diurna se dissipe. Quando a temperatura do ar em terra se torna menor que a do mar e, consequentemente, a pressão atmosférica no mar se torna menor do que a da terra, forma-se uma brisa terrestre, desde que não existam ventos que a ela se oponham.<ref name="Jet">{{citar web|autor=JetStream: An Online School For Weather|ano=2008|url=http://www.srh.weather.gov/srh/jetstream/ocean/seabreezes.htm|título=The Sea Breeze|publicado=National Weather Service|acessodata=2006-10-24|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bs9mjqp?url=http://www.srh.weather.gov/srh/jetstream/ocean/seabreezes.htm|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref>

== Ventos locais ==
[[Imagem:Map_local_winds.png|thumb|Principais ventos locais no mundo. Os ventos locais são criados por condicionantes no terreno ou relevo de montanha]]
Os ventos locais são bastante influenciados pelos elementos de paisagem de superfície, principalmente pelo relevo, florestas, [[bosque]]s, [[savana]]s e edifícios. As árvores têm impacto direto nos ventos e na turbulência do ar, e indireto na deposição de poeiras, na temperatura, na evaporação, na mistura da coluna de ar e na regularidade do vento, o que é determinante, por exemplo, para a instalação de parques eólicos.<ref name="Kalnay">{{Citar periódico | autor=Kalnay, E; Cai, M. |mês = maio |ano=2003 |título=Impact of urbanization and land-use change on climate |jornal =[[Nature (revista)|Nature]] |volume=423 | páginas=528-531 |url= http://www.nature.com/nature/journal/v423/n6939/full/nature01675.html}}</ref> As florestas e os desertos podem diminuir ou aumentar, respetivamente, a velocidade do vento entre 5 e 15%.<ref>{{Citar periódico| autor=Vautard, Robert; nom2=Cattiaux, Julien; Yiou, Pascal; Thépaut, Jean-Noël; Ciais, Philippe |título=Northern Hemisphere atmospheric stilling partly attributed to an increase in surface roughness |jornal = Nature Geoscience |mês = outubro |ano= 2010 |volume = 3 |páginas= 756–761 |doi=10.1038/ngeo979| url=http://www.nature.com/ngeo/journal/v3/n11/abs/ngeo979.html}}</ref>

=== Ventos de montanha ===
[[Imagem:Vol d'onde.svg|thumb|Esquema das ondas de montanha. O vento que sopra em direção a uma montanha produz uma primeira oscilação (A). A segunda onda dá-se mais longe e mais alto. No topo das ondas formam-se [[Nuvem lenticular|nuvens lenticulares]]]]

Em terrenos de elevada altitude, o aquecimento do terreno é superior ao do ar envolvente à mesma altitude, o que cria uma depressão térmica sobre o terreno.<ref>{{citar web|autor =National Weather Service Forecast Office in [[Tucson, Arizona]]|ano=2008|url=http://www.wrh.noaa.gov/twc/monsoon/monsoon_whatis.php|título=What is a monsoon?|publicado=National Weather Service Western Region Headquarters|acessodata=2009-03-08}}</ref><ref>{{citar periódico|autor =Douglas G. Hahn, Syukuro Manabe|ano=1975|bibcode=1975JAtS...32.1515H|título=The Role of Mountains in the South Asian Monsoon Circulation|periódico=[[:en:Journal of Atmospheric Sciences]]|volume=32|número=8|páginas=1515–1541|doi=10.1175/1520-0469(1975)032<1515:TROMIT>2.0.CO;2|issn=1520-0469}}</ref> Em áreas de topografia acidentada, a circulação de vento entre a montanha e o [[vale]] é o fator que mais contribui para os ventos prevalentes. As colinas e os vales distorcem substancialmente o fluxo de ar, ao aumentar o atrito entre a atmosfera e a terra. Bloqueado pelas montanhas, o vento é defletido paralelamente à topografia, criando uma corrente de jato. Esta corrente é capaz de aumentar a força de ventos fracos até 45%.<ref>{{citar periódico|autor =J. D. Doyle|ano=1997|url=http://cat.inist.fr/?aModele=afficheN&cpsidt=2721180|título=The influence of mesoscale orography on a coastal jet and rainband|periódico=[[Monthly Weather Review]]|volume=125|número=7|páginas=1465–1488|doi=10.1175/1520-0493(1997)125<1465:TIOMOO>2.0.CO;2|issn=1520-0493|bibcode = 1997MWRv..125.1465D}}</ref> A geometria do relevo também altera a direção do vento.<ref name="Trex"/>

Quando existe um [[Passo de montanha|passo]] na cadeia montanhosa, os ventos atravessam-no a uma velocidade considerável devido ao [[Princípio de Bernoulli]], que descreve a relação inversa entre velocidade e pressão. Depois de o atravessar, a corrente de ar pode continuar turbulenta e errática à medida que desce até terreno plano. Estas condições constituem um perigo para as aeronaves que aterram ou descolam.<ref name="Trex">{{citar web|autor=National Center for Atmospheric Research|ano=2006|url=http://www.ucar.edu/communications/quarterly/spring06/trex.jsp|título=T-REX: Catching the Sierra's waves and rotors|publicado=University Corporation for Atmospheric Research|acessodata=2006-10-21|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsBLfSs?url=http://www.ucar.edu/communications/quarterly/spring06/trex.jsp|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Estes ventos frescos que aceleram por entre os passos de montanha têm vários nomes regionais, como o [[Bora (vento)|bora]], [[tramontana]] ou [[mistral]]. Quando estes ventos sopram sobre o mar, aumentam a agitação das camadas superiores, o que transporta as águas ricas em nutrientes para a superfície e potencia a vida marinha.<ref name="Papa">{{citar web|url=http://daac.gsfc.nasa.gov/oceancolor/scifocus/oceanColor/papagayo.shtml|título=The Papaguayo Wind|autor=Anthony Drake|data=2008-02-08|publicado=[[NASA]] Goddard Earth Sciences Data and Information Services Center|acessodata=2009-06-16|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090614113851/http://daac.gsfc.nasa.gov/oceancolor/scifocus/oceanColor/papagayo.shtml|arquivodata=2009-06-14|urlmorta=yes}}</ref>

Em regiões montanhosas, a intensidade da distorção local da corrente de ar é maior. O terreno irregular produz turbulência e padrões de correntes imprevisíveis, como as [[Onda estacionária (meteorologia)|ondas estacionárias]], que podem ser sobrepostas por nuvens lenticulares. À medida que o ar se desloca sobre montanhas e velas, formam-se fortes [[Movimento vertical do ar|correntes ascendentes e descendentes]] e [[Turbilhonamento|turbilhões]]. A [[Precipitação (meteorologia)|precipitação]] orográfica geralmente ocorre no lado da montanha exposto ao vento. É causada pelo aumento em larga escala do movimento do ar húmido em circulação do lado de onde sopra o vento, o que provoca o arrefecimento [[gradiente adiabático|adiabático]] e [[condensação]] dessa humidade. Nas regiões montanhosas sujeitas a ventos frequentes, geralmente o lado exposto ao vento apresenta um clima mais húmido em relação ao lado abrigado do vento, um fenómeno que se denomina [[sombra de chuva]].<ref name="MT">{{citar web|autor =Dr. Michael Pidwirny|ano=2008|url=http://www.physicalgeography.net/fundamentals/8e.html|título=CHAPTER 8: Introduction to the Hydrosphere (e). Cloud Formation Processes|publicado=Physical Geography|acessodata=2009-01-01}}</ref> Os ventos descendentes, como o [[Vento Föhn|Föhn]], são quentes e secos.<ref>{{citar livro|publicado=Auckland University Press|ano=2003|acessodata=2009-06-21|url=http://books.google.com/?id=2Z3f8g18HPoC&pg=PA93|título=New Zealand Painting|autor =Michael Dunn|isbn=978-1-86940-297-6|página=93}}</ref>

== Fenómenos meteorológicos ==
No caso de [[Convecção atmosférica|nuvens convectivas]], como acontece nas [[trovoada]]s, não é a diferença de pressão que determina a direção do vento, mas sim a instabilidade do ar. A precipitação e a injeção de ar frio e seco nos níveis intermédios da atmosfera fazem com que as nuvens sejam pressionadas em direção ao solo, o que cria ventos descendentes que formam frentes localizadas de [[Lufada|rajada]].<ref>{{Citar web |url=http://www.com.univ-mrs.fr/~petrenko/LATEX/PUBLIC/Talk_Sirocco_Petrenko_nov08_Toulouse.pdf |título=L’impact de la circulation méso-échelle sur les échanges côte-large, |autor=Anne Petrenko |publicado=Universidade de Toulouse |data=25 de novembro de 2008 |acessodata=2 de fevereiro de 2015 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20160207044253/http://www.com.univ-mrs.fr/~petrenko/LATEX/PUBLIC/Talk_Sirocco_Petrenko_nov08_Toulouse.pdf |arquivodata=2016-02-07 |urlmorta=yes }}</ref>

=== Tornado ===
{{Artigo principal|Tornado}}
[[Imagem:F5 tornado Elie Manitoba 2007.jpg|thumb|direita|Tornado de intensidade F5 em [[Manitoba]] em 2007]]

Um [[tornado]] é uma coluna de ar em rotação em contacto simultâneo com a superfície da terra e a base de nuvens do tipo [[cumulonimbus|cúmulo-nimbos]] ou, em casos raros, [[cumulus|cúmulos]]. Os tornados são de dimensão variável e geralmente formam um [[funil]] de condensação cuja extremidade inferior está em contacto com a superfície e é envolta por uma nuvem de poeira e detritos.<ref name="Renno">{{citar periódico |autor = Renno, Nilton O. |título = A thermodynamically general theory for convective vortices |jornal = Tellus A |volume = 60 |número = 4 |páginas = 688–99 |editora = |data=Agosto de 2008 |url = http://vortexengine.ca/misc/Renno_2008.pdf |formato=PDF|doi = 10.1111/j.1600-0870.2008.00331.x |bibcode=2008TellA..60..688R}}</ref> Em média, as velocidades de vento dos tornados oscilam entre os 64 e os 180 km/h e percorrem vários quilómetros antes de se dissiparem. Em casos raros, podem atingir velocidades de vento de mais de 480 km/h e manter contacto com a superfície ao longo de mais de 100 km.<ref>{{citar web |url = http://www.spc.noaa.gov/faq/tornado| título = The Online Tornado FAQ | acessodata = 4 de fevereiro de 2016 | autor = Edwards, Roger| publicado = [[:en:Storm Prediction Center|Storm Prediction Center]]}}</ref> Um tornado pode constituir um perigo para seres humanos e para edificações.<ref>{{citar web| url = http://cswr.org/dow/DOW.htm| título = Doppler On Wheels| acessodata = 4 de fevereiro de 2016| editora = Center for Severe Weather Research| data = 2006| arquivourl = https://web.archive.org/web/20070205124033/http://www.cswr.org/dow/dow.htm| arquivodata = 2007-02-05| urlmorta = yes}}</ref><ref name="widest tornado">{{citar web|url= http://mattcuttsalerts.com/tornado-warnings/|título= Tornado Warnings infographic|acessodata= 2013-07-18|publicado= MCA|data= 2013-07-18|arquivourl= https://web.archive.org/web/20130716172215/http://mattcuttsalerts.com/tornado-warnings/|arquivodata= 2013-07-16|urlmorta= yes}}</ref> Embora sejam um dos mais destrutivos fenómenos meteorológicos, os tornados têm uma duração muito curta. Mesmo os de maior duração geralmente não ultrapassam uma hora, embora haja casos registados de duas horas ou mais.<ref name="Tornadoes2008">{{citar web |título=Tornadoes |url=http://www.windows.ucar.edu/tour/link=/earth/Atmosphere/tornado.html&edu=high |data=1 de agosto de 2008 |acessodata=4 de fevereiro de 2016 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20091012142147/http://www.windows.ucar.edu/tour/link%3D/earth/Atmosphere/tornado.html%26edu%3Dhigh |arquivodata=2009-10-12 |urlmorta=yes }}</ref>

=== ''Downburst'' ===
{{Artigo principal|Downburst}}
[[Imagem:Microburst_-_NOAA.jpg|thumb|Nos ''microbursts'' o ar desloca-se rapidamente em direção ao solo e espalha-se em todas as direções, produzindo ventos de elevada intensidade e perigosidade]]

Os ventos de ''[[downburst]]'' são um fenómeno meteorológico que se forma no interior de [[trovoada]]s quando ocorre acumulação suficiente de ar arrefecido pela chuva. Ao contrário dos ventos num tornado, os ventos de um ''downburst'' não são rotativos. O ar arrefecido, ao descer rapidamente e atingir o solo, espalha-se em todas as direções e produz ventos de grande intensidade. Os ''downbursts'' secos estão associados a trovoadas com muito pouca chuva, enquanto os ''downbursts'' húmidos são gerados por trovoadas com grande quantidade de chuva. Os ''microbursts'' são ''downbursts'' muito pequenos com ventos que se prolongam até 4 km do ponto de impacto, enquanto que os ventos dos ''macrobursts'' se prolongam por mais de 4 km.<ref name="micro">{{citar web|autor=Fernando Caracena, Ronald L. Holle, Charles A. Doswell |url=http://www.cimms.ou.edu/~doswell/microbursts/Handbook.html|título=Microbursts: A Handbook for Visual Identification|data=2002|acessodata=9 de julho de 2008}}</ref><ref name="Microburst">{{citar web|autor=Fernando Caracena, NOAA/Forecast Systems Laboratory|url=http://www-frd.fsl.noaa.gov/mab/microburst/micro_course.html|título=Microburst|acessodata=16 de janeiro de 2015|data=2015|arquivourl=https://web.archive.org/web/20141219103329/http://www-frd.fsl.noaa.gov/mab/microburst/micro_course.html|arquivodata=2014-12-19|urlmorta=yes}}</ref> Os ''derechos'' são formas de ventos ''downburst'' mais fortes caracterizados por tempestades de vento em linha reta.<ref name="noaa">{{citar web| url=http://www.spc.noaa.gov/misc/AbtDerechos/derechofacts.htm| título=About Derechos| publicado=[[:en:Storm Prediction Center|Storm Prediction Center]] | autor= Stephen F.| coautor=Corfidi, Robert H. Johns, Jeffry S. Evans | data=3 de dezembro de 2013 |acessodata=15 de janeiro de 2014}}</ref><ref name="EW">{{citar livro |título=Extreme Weather |autor=Mogil, H. Michael |ano=2007 |publicado=Black Dog & Leventhal Publisher |local=Nova Iorque |isbn=978-1-57912-743-5 |páginas=210–211 |acessodata=8 de agosto de 2009}}</ref> Os ''downbursts'' criam [[cisalhamento do vento]] e ''microbursts'', os quais são bastante perigosos para a aviação,<ref name="National1992">{{citar web|autor=[[National Aeronautics and Space Administration]]|url=http://oea.larc.nasa.gov/PAIS/Windshear.html|título=Making the Skies Safer From Windshear|data=Junho de 1992|acessodata=22 de outubro de 2006|arquivourl=https://web.archive.org/web/20060823125528/http://oea.larc.nasa.gov/PAIS/Windshear.html|arquivodata=2006-08-23|urlmorta=yes}}</ref> podem produzir ventos fortes de 5 a 30 minutos de duração, com velocidades até 75 m/s, e causar estragos semelhantes aos tornados. Os downbursts também ocorrem com muito mais frequência que os tornados.<ref name=columbia>{{citar web|autor=National Weather Service Forecast Office, Columbia, SC|título=Downbursts |url=http://www.erh.noaa.gov/cae/svrwx/downburst.htm| acessodata=29 de março de 2012|data=2010}}</ref>

=== Linha de instabilidade ===
{{Artigo principal|Linha de instabilidade}}
Uma [[linha de instabilidade]] é uma linha de trovoadas severas que se pode formar ao longo de uma [[frente fria]].<ref name="Glossary2009a">{{citar web|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=squall-line1|autor=Glossary of Meteorology|título=Squall line|ano=2009|acessodata=14 de junho de 2009|publicado=American Meteorological Society|arquivourl=https://web.archive.org/web/20081217175139/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=squall-line1|arquivodata=2008-12-17|urlmorta=yes}}</ref><ref name="Glossary2009b">{{citar web|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=prefrontal-squall-line1|autor=Glossary of Meteorology|título=Prefrontal squall line|ano=2009|acessodata=14 de junho de 2009|publicado=American Meteorological Society|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070817224959/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=prefrontal-squall-line1|arquivodata=2007-08-17|urlmorta=yes}}</ref> Estes fenómenos são geralmente caracterizados por elevada precipitação, [[granizo]], [[Raio (meteorologia)|raios]] frequentes, ventos de elevada intensidade em linha reta e, possibilidade de tornados ou [[Tromba de água|trombas de água]].<ref name="Office2008">{{citar web|autor=Office of the Federal Coordinator for Meteorology|ano=2008|url=http://www.ofcm.gov/slso/pdf/slsochp2.pdf|título=Chapter 2: Definitions|páginas=2–1|publicado=[[:en:NOAA|NOAA]]|acessodata=3 de maio de 2009|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090506002006/http://www.ofcm.gov/slso/pdf/slsochp2.pdf|arquivodata=2009-05-06|urlmorta=yes}}</ref> Com a exceção dos tornados, os ventos que causam mais estragos têm origem nas linhas de instabilidade.<ref name=Louisville>{{citar web|autor=National Weather Forecast Office, Louisville, KY|título=Structure and Evolution of Squall Line and Bow Echo Convective Systems|url=http://www.crh.noaa.gov/lmk/soo/docu/bowecho.php|publicado=NOAA|acessodata=29 de março de 2012|data=2010}}</ref>

=== Ciclones ===
{{Artigo principal|Ciclone tropical|Ciclone extratropical|Tempestade de vento europeia}}
[[Imagem:Cyclone Catarina from the ISS on March 26 2004.JPG|thumb|[[Ciclone tropical]] [[Ciclone Catarina|Catarina]] em 2004 com ventos de 176 km/h de velocidade]]

Os [[Ciclone tropical|ciclones tropicais]], ou tufões, podem causar ventos de intensidade muito elevada. Estes ventos são capazes de provocar prejuízos na [[vida marinha]] na superfície ou perto da superfície da água, como é o caso dos [[Recife de coral|recifes de coral]].<ref name="Dan2004">{{citar periódico |url=http://bbp.amnh.org/Newsletters/Issue3/hurricanes.html|título=Hurricanes and Coral Reef Communities|autor =Dan Brumbaugh|jornal=BBP in Brief|número=3|data=Outubro de 2004|acessodata=18 de agosto de 2009|editora=[[:en:American Museum of Natural History|American Museum of Natural History]]}}</ref> Os [[Ciclone extratropical|ciclones extra-tropicais]] mais severos estão na origem das [[Tempestade de vento europeia|tempestades de vento europeias]]&nbsp;que se desenvolvem a partir de ventos no [[Oceano Atlântico|Atlântico Norte]].<ref name="EuropeanWindstorms">{{citar web |url=http://www.pandowae.de/?q=en/node/36 |título=European Windstorms &#124; PANDOWAE |publicado=Pandowae.de |acessodata=5 de dezembro de 2009 |arquivourl=https://archive.is/20130211225215/http://www.pandowae.de/?q=en/node/36 |arquivodata=2013-02-11 |urlmorta=yes }}</ref> Estas tempestades ocorrem principalmente no outono e no inverno.<ref name="EuroWind">{{citar web|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=adiabatic-process1|título=Adiabatic process|acessodata=18 de agosto de 2009|ano=2009|publicado=American Meteorological Society|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071017213229/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=adiabatic-process1|arquivodata=2007-10-17|urlmorta=yes}}</ref>

=== Tempestades de areia ===
{{Artigo principal|Tempestade de areia}}

Uma [[tempestade de areia]] é uma forma pouco comum de tempestade de vento caracterizada pela existência de grande quantidade de areia ou partículas de poeira transportadas pelo vento.<ref name="Glossary_a">{{citar web |url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=DustStorm |título=AMS Glossary |publicado=Amsglossary.allenpress.com |acessodata=5 de dezembro de 2009 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20110606103837/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=DustStorm |arquivodata=2011-06-06 |urlmorta=yes }}</ref> As tempestades de poeira apresentam numerosos riscos. Devido à visibilidade reduzida, aumenta o risco de colisões entre veículos ou aeronaves. As partículas podem também diminuir a quantidade de [[oxigénio]]&nbsp;absorvida pelos [[pulmões]], podendo provocar [[asfixia]],<ref name="Duststorms">{{citar web |url=http://www.health.nsw.gov.au/environment/factsheets/Pages/dust-storms.aspx |título=Dust storms Factsheet - NSW Department of Health |publicado=Health.nsw.gov.au |acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref> ou provocar lesões nos olhos devido a abrasão.<ref name="DustStorm">{{citar web|url=http://www.nws.noaa.gov/om/brochures/duststrm.htm |título=Dust Storm Safety |publicado=Nws.noaa.gov |acessodata=5 de dezembro de 2009}}</ref>

=== Cisalhamento ===
{{Artigo principal|Cisalhamento do vento}}
[[Imagem:Cirrus clouds2.jpg|thumb|direita|Plumas de cristais de gelo de ''[[cirrus uncinus]]'' em que se observa as rápidas alterações de velocidade e direção provocadas pelo [[cisalhamento do vento]]]]

O [[cisalhamento do vento]], ou gradiente de vento, é uma súbita alteração na velocidade e direção do vento ao longo de um período relativamente curto de tempo e de espaço.<ref>{{citar web|autor=D. C. Beaudette|ano=1988|url=http://www.airweb.faa.gov/Regulatory_and_Guidance_Library/rgAdvisoryCircular.nsf/0/b3fb7dd636fb870b862569ba0068920b/$FILE/AC00-54.pdf|arquivourl=https://web.archive.org/web/20061014025906/http://www.airweb.faa.gov/Regulatory_and_Guidance_Library/rgAdvisoryCircular.nsf/0/b3fb7dd636fb870b862569ba0068920b/$FILE/AC00-54.pdf|arquivodata=2006-10-14|título=FAA Advisory Circular Pilot Wind Shear Guide via the Internet Wayback Machine|editora=Federal Aviation Administration|acessodata=18 de março de 2009|urlmorta=no}}</ref> O cisalhamento do vento pode ser dividido nas componentes vertical e horizontal. O cisalhamento horizontal ocorre nas [[Frente de ar|frentes de ar]] junto à costa,<ref name="DR">{{citar web|autor=David M. Roth|ano=2006|url=http://www.wpc.ncep.noaa.gov/sfc/UASfcManualVersion1.pdf|título=Unified Surface Analysis Manual|editora=[[:en:Hydrometeorological Prediction Center|Hydrometeorological Prediction Center]]|acessodata=22 de outubro de 2006}}</ref> enquanto que o cisalhamento vertical ocorre perto da superfície,<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2007|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/browse?s=e&p=14|título=E|editora=American Meteorological Society|acessodata=3 de junho de 2007|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsJwPt8?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/browse?s=e|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> embora também possa ocorrer nas camadas superiores da atmosfera perto das correntes de jato.<ref>{{citar web|publicado=BBC|ano=2009|url=http://bbc.co.uk/weather/features/understanding/jetstreams_uk.shtml|arquivourl=https://web.archive.org/web/20090214090842/http://bbc.co.uk/weather/features/understanding/jetstreams_uk.shtml|arquivodata=2009-02-14|título=Jet Streams in the UK|acessodata=20 de junho de 2009|urlmorta=no}}</ref> A ocorrência de cisalhamento é comum perto de ''[[#Downburst|microbursts]]'' e ''[[#Downburst|downbursts]]'' provocados por tempestades de [[trovoada]],<ref name="Cleghorn">{{citar web|autor=Cheryl W. Cleghorn|ano=2004|url=http://www.nasa.gov/centers/langley/news/factsheets/Windshear.html |título=Making the Skies Safer From Windshear|publicado=[[NASA]]|acessodata=4 de fevereiro de 2016|}}</ref> frentes de ar, áreas de correntes de jato de baixa intensidade, montanhas,<ref>{{citar web|autor=National Center for Atmospheric Research|publicado=University Corporation for Atmospheric Research Quarterly|data=2006|url=http://www.ucar.edu/communications/quarterly/spring06/trex.jsp|título=Catching the Sierra's waves and rotors|acessodata=21 de junho de 2009|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsBLfSs?url=http://www.ucar.edu/communications/quarterly/spring06/trex.jsp|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> edifícios,<ref>{{citar livro |autor=Hans M. Soekkha|url=http://books.google.com/?id=-siPJeF_nRYC&pg=PA229|título=Aviation Safety|isbn=978-90-6764-258-3|editora=VSP|ano=1997|página=229|}}</ref> [[aerogerador]]es,<ref>{{citar livro |autor=Robert Harrison |título=Large Wind Turbines |editora=John Wiley & Sons|local=Chichester|ano=2001|isbn=0-471-49456-9|página=30}}</ref> e barcos à vela.<ref>{{citar livro |autor = Ross Garrett |título=The Symmetry of Sailing|editora=Sheridan House|local=Dobbs Ferry|ano=1996|páginas=97–99|isbn=1-57409-000-3}}</ref>

O cisalhamento, tanto vertical como horizontal, tem um impacto significativo durante a aterragem e descolagem de aeronaves e pode provocar a perda súbita de velocidade, o que tem consequências potencialmente desastrosas.<ref>{{citar web|título=Wind Shear |url=http://www.skybrary.aero/index.php/Low_Level_Wind_Shear |publicado=Skybrary |acessodata=5 de fevereiro de 2016}}</ref><ref name="Cleghorn"/> Para além de também interferir com o movimento do [[som]],<ref>{{citar periódico |editora=Washington State Department of Transportation|url=http://www.wsdot.wa.gov/Research/Reports/000/033.1.htm|título=Ground Plane Wind Shear Interaction on Acoustic Transmission |versão=WA-RD 033.1|autor=Rene N. Foss|data=Junho de 1978}}</ref> o cisalhamento vertical intenso na [[troposfera]] pode inibir o desenvolvimento de [[Ciclone tropical|ciclones tropicais]].<ref>{{citar web|autor=University of Illinois|ano=1999|url=http://ww2010.atmos.uiuc.edu/(Gh)/guides/mtr/hurr/grow/home.rxml|título=Hurricanes|acessodata=6 de fevereiro de 2006}}</ref>

== Influência na natureza ==
Em [[Clima árido|climas áridos]], a principal fonte de [[erosão]] é o vento.<ref name="Erosion">{{citar web |autor=Vern Hofman, Dave Franzen |ano=1997 |url=http://www.ag.ndsu.edu/disaster/drought/emergencytillagetocontrolerosion.html |título=Emergency Tillage to Control Wind Erosion |editora=North Dakota State University Extension Service |acessodata=21 de março de 2009}}</ref> A circulação geral da atmosfera transporta partículas de poeira de pequena dimensão sobre os oceanos e ao longo de milhares de quilómetros em relação à sua origem.<ref name="Gobi">{{citar periódico |autor=James K. B. Bishop, Russ E. Davis, Jeffrey T. Sherman |ano=2002 |url=http://flameglo.lbl.gov/people/bishop/bishoppubs/SOLOseesDust817.pdf |título=Robotic Observations of Dust Storm Enhancement of Carbon Biomass in the North Pacific |jornal=Science |volume=298 |número=5594 |páginas=817–821 |doi=10.1126/science.1074961 |pmid=12399588 |bibcode=2002Sci...298..817B |acessodata=2016-02-02 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20100601154940/http://flameglo.lbl.gov/people/bishop/bishoppubs/SOLOseesDust817.pdf |arquivodata=2010-06-01 |urlmorta=yes }}</ref> Os [[inseto]]s migratórios são transportados pelos ventos predominantes,<ref>{{citar web|autor=Diana Yates|ano=2008|url=http://news.illinois.edu/news/08/0707birds.html|título=Birds migrate together at night in dispersed flocks, new study indicates|publicado=University of Illinois|acessodata=26 de abril de 2009}}</ref> enquanto que as [[ave]]s tiram partido das condições do vento de modo a voar ou planar.<ref name="bird flight"/>

=== Erosão eólica ===
{{Artigo principal|Erosão eólica}}
[[Imagem:Arbol_de_Piedra.jpg|thumb|direita|Formação rochosa no [[Andes|planalto andino]] da [[Bolívia]], esculpida pela erosão do vento]]
[[Imagem:Redsea sandstorm May13-2005.jpg|thumb|Transporte de poeira do [[deserto do Sara]] pelo vento através do [[mar Vermelho]]]]

A erosão pode ser o resultado da movimentação de materiais provocada pelo vento. Existem dois processos principais. Em primeiro, o vento provoca o levantamento de pequenas partículas ou detritos rochosos que são transportados para outra região. Isto é denominado deflação. Em segundo, estas partículas em suspensão podem embater contra objetos sólidos, o que causa erosão através de [[abrasão]]. A erosão eólica ocorre geralmente em áreas com pouca ou nenhuma vegetação e, na maior parte dos casos, em áreas onde a [[pluviosidade]] é insuficiente para permitir vegetação. Por exemplo, na formação de [[duna]]s de areia numa praia ou no deserto.<ref>{{citar web|autor=United States Geological Survey|ano=2004|url=http://geomaps.wr.usgs.gov/parks/coast/dunes/index.html|título=Dunes&nbsp;– Getting Started|acessodata=21 de março de 2009|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bxryl5I?url=http://geomaps.wr.usgs.gov/parks/coast/dunes/index.html|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref >

As tempestades de poeira afetam as plantações, pessoas, centros urbanos e até mesmo o [[clima]]. Existem várias denominações locais para os ventos associados com o transporte de sedimentos e tempestades de areia e de poeira. O vento Calima transporta poeira do [[deserto do Sara]] para as [[ilhas Canárias]].<ref>{{citar web |url=http://www.weatheronline.co.uk/reports/wind/The-Calima.htm |autor=Weather Online |ano=2009|acessodata=17 de junho de 2009 |título=Calima}}</ref> O [[harmatão]] transporta poeira durante o inverno para o [[golfo da Guiné]].<ref>{{citar periódico |título=Harmattan dust deposition and particle size in Ghana |autor=Henrik Breuning-Madsen, Theodore W. Awadzi |ano=2005 |jornal=Catena |volume=63 |número=1 |páginas=23–38 |doi=10.1016/j.catena.2005.04.001}}</ref> O [[siroco]] transporta poeira do [[norte de África]] para o [[Europa do Sul|sul da Europa]] devido ao movimento dos ciclones extratropicais ao longo do [[mar Mediterrâneo]].<ref>{{citar web |url=http://www.weatheronline.co.uk/reports/wind/The-Sirocco.htm |autor=Weather Online |ano=2009 |acessodata=17 de junho de 2009 |título=Sirocco}}</ref> O ''[[khamsin]]'' é um vento provocado pelos sistemas de tempestade primaveris em movimento na parte oriental do Mediterrâno, que fazem com que a poeira se desloque através do [[Egito]] e da [[península arábica]].<ref>{{citar web |publicado=BBC |título=The Khamsin |url=http://web.archive.org/web/20090313013034/http://www.bbc.co.uk/weather/features/understanding/khamsin.shtml|autor=Bill Giles|ano=2009|acessodata=17 de junho de 2009}}</ref> O ''[[shamal]]'' é provocado por frentes frias que levantam poeira para a atmosfera durante vários dias consecutivos e que afetam vários países do [[golfo Pérsico]].<ref>{{citar web |autor=Thomas J. Perrone|publicado=United States Navy|data=Agosto de 1979|url=http://www.nrlmry.navy.mil/forecaster_handbooks/WinterShamal/Toc.htm|título=Table of Contents: Wind Climatology of the Winter Shamal|acessodata=17 de junho de 2009}}</ref>

Os sedimentos fluviais transportados pelo vento dão origem a depósitos de um [[sedimento]] fino denominado [[loesse]].<ref>{{Citar web |url=http://www.infopedia.pt/$loess |título=Loesse |autor=[[Infopédia]], Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora |acessodata=27 de janeiro de 2015}}</ref> É um inerte homogéneo, geralmente sem [[Estrato geológico|estratificação]], poroso, friável, muitas vezes [[calcário]], fino, [[Silte|limoso]] e de tom amarelado.<ref>{{citar periódico |autor=F. von Richthofen |ano=1882 |título=On the mode of origin of the loess |jornal=Geological Magazine (Decade II)|doi=10.1017/S001675680017164X |volume= 9 |número=7|página=293–305}}</ref> Este sedimento geralmente ocorre na forma de um manto de grande dimensão que cobre áreas de centenas de quilómetros quadrados e dezenas de metros de espessura, frequentemente em encostas verticais ou de grande inclinação.<ref>{{citar livro|autor=K.E.K. Neuendorf, J.P. Mehl, Jr., J.A. Jackson|ano=2005|título=Glossary of Geology|editora=Springer|página=779|isbn=3-540-27951-2}}</ref> O loesse tende a desenvolver-se em solos ricos. Sob condições climatéricas favoráveis, as áreas de loesse estão entre as mais férteis no mundo para a prática de [[agricultura]].<ref>{{citar livro |autor=Arthur Getis |coautor=Judith Getis, Jerome D. Fellmann|título=Introduction to Geography, Seventh Edition |ano=2000 |editora=McGraw-Hil]|isbn=0-697-38506-X|página=99}}</ref> Uma vez que os depósitos de loesse são geologicamente instáveis por natureza e sofrem erosão muito rapidamente, é frequente os agricultores plantarem elementos de resistência à ação do vento, como árvores.<ref name="Erosion"/>

=== Influência nas plantas ===
[[Imagem:Epilobium hirsutum - Seed head - 1.jpg|thumb|Muitas plantas, como o [[Epilobium hirsutum|epilóbio-eriçado]], dependem da ação do vento para propagar as suas sementes]]
[[Imagem:Coarse woody debris 6407.JPG|direita|thumb|Nas [[floresta]]s, o derrube de árvores pelo vento cria aberturas no [[Dossel florestal|dossel]], o que aumenta a intensidade de luz no [[sub-bosque]]]]

A dispersão de [[semente]]s pelo vento (anemocoria) é uma das principais formas de disseminação de sementes. A dispersão pelo vento pode assumir uma de duas formas básicas: as sementes podem ser transportadas pela brisa ou, em alternativa, podem flutuar suavemente até ao solo.<ref>{{citar livro|autor=J. Gurevitch, S. M. Scheiner,G. A. Fox|ano=2006|título=Plant Ecology, 2nd ed|editora=Sinauer Associates, Inc., Massachusetts}}</ref> Os exemplos clássicos destes mecanismos de dispersão são o [[Taraxacum|dente-de-leão]], que têm um [[Papus (botânica)|papilho]] anexo às sementes e pode ser transportado ao longo de grandes distâncias, e o [[Acer (botânica)|ácer]], cujas sementes têm asas e flutuam até ao solo. Uma das desvantagens da dispersão pelo vento é que exige uma produção de sementes abundante para maximizar a probabilidade de uma semente aterrar num local adequado à [[germinação]].  Este mecanismo de dispersão apresenta também algumas desvantagens [[Evolução|evolutivas]]. Por exemplo, as ''[[asteraceae]]'' em ilhas tendem a apresentar menor capacidade de dispersão (maior massa da semente e menor papilho) em relação à mesma espécie no continente.<ref>{{citar periódico|autor=M. L. Cody, J. M. Overton|ano=1996|título=Short-term evolution of reduced dispersal in island plant populations|jstor=2261699|doi=10.2307/2261699|jornal=Journal of Ecology|volume= 84|páginas=53–61}}</ref> O uso do vento como mecanismo de dispersão é comum entre muitas espécies [[Erva daninha|daninhas]] ou [[Ruderal|ruderais]]. A [[anemofilia]] é um processo similar à anemocoria, com a diferença de ser o [[pólen]] a ser disperso pelo vento. Uma grande quantidade de famílias de plantas são dispersas desta forma, que é preferida quando os indivíduos das espécies de plantas dominantes se encontram concentrados em pouco espaço.<ref>{{citar livro |url=http://books.google.com/?id=isLXD8tZ5GMC&pg=PA88|título=Plant Breeding Systems|autor=A. J. Richards|editora=Taylor & Francis|ano=1997|isbn=978-0-412-57450-4|página=88}}</ref>

O vento também limita o crescimento das árvores. Em regiões costeiras e montanhas isoladas, a linha de árvores encontra-se muitas vezes a uma altitude muito inferior do que em sistemas montanhosos complexos, devido à maior exposição aos ventos fortes. Os ventos de altitude erodem o solo pouco espesso e causam estragos nos ramos e galhos das árvores.<ref>{{citar periódico|url=http://pubs.aina.ucalgary.ca/arctic/Arctic58-3-286.pdf|título=Wind-Conditioned 20th Century Decline of Birch Treeline Vegetation in the Swedish Scandes|jornal=Arctic |volume= 58|número= 3|ano= 2005|páginas=286–294|acessodata=20 de junho de 2009|autor=Leif Kullman}}</ref> O vento forte pode ainda derrubar ou arrancar árvores do solo, fenómeno que ocorre com maior frequência no lado da montanha exposto aos ventos ascendentes e em árvores de maior idade.<ref>{{citar periódico |doi=10.1139/X08-174 |título=Stand-replacing windthrow in the boreal forests of eastern Quebec |autor=Mathieu Bouchard, David Pothier, Jean-Claude Ruel|jornal=Canadian Journal of Forest Research|volume=39|número= 2|ano=2009|páginas=481–487}}</ref> As variedades costeiras de algumas plantas, como a ''[[Picea sitchensis]]'' ou [[Coccoloba uvifera|uva-da-praia]], são [[poda]]das naturalmente pelo vento e salitre na linha de costa.<ref>{{citar web |url=http://aggie-horticulture.tamu.edu/syllabi/308/Lists/Fourth%20Edition/Coccolobauvifera.pdf|autor=Michael A. Arnold|editora=Texas A&M University|título=Coccoloba uvifera|ano=2009|acessodata=20 de junho de 2009}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.nps.gov/redw/naturescience/plants.htm|título=Plants|autor=National Park Service|data=1 de setembro de 2006|publicado=Department of the Interior|acessodata=20 de junho de 2009}}</ref> O vento pode também provocar danos nas plantas através da abrasão de areias. Os ventos fortes transportam pequenos detritos minerais que arremessam pelo ar a velocidade entre os 40 e os 65 [[km/h]]. Estas areias causam rompem as células das plantas, tornando-as vulneráveis à evaporação e à seca. As plantas respondem a esta abrasão transferindo a energia necessária ao crescimento do [[caule]] e das [[Raiz|raízes]] para a reparação dos danos, voltando ao ritmo de crescimento normal ao fim de algumas semanas.<ref>{{Citar web |url=http://www.ars.usda.gov/is/pr/2010/100126.htm |título=ARS Studies Effect of Wind Sandblasting on Cotton Plants |autor=Don Comis |data=26 de janeiro de 2010 |publicado=USDA Agricultural Research Service |acessodata=28 de janeiro de 2016}}</ref>

=== Influência nos animais ===
[[Imagem:Phoenicopterus roseus flight (Walvis bay).jpg|thumb|Muitos insetos e [[Migração de aves|aves migratórias]] tiram partido do vento nas rotas de migração, o que lhes permite percorrer distâncias consideráveis de outra forma impossíveis]]

As [[ave]]s tiram partido das condições do vento de modo a voar ou planar.<ref name="bird flight">{{citar web|url=http://people.eku.edu/ritchisong/554notes2.html|título=BIO 554/754 Ornithology Lecture Notes 2&nbsp;– Bird Flight I|publicado=Eastern Kentucky University|autor=Gary Ritchison|data=4 de janeiro de 2009|acessodata=19 de junho de 2009}}</ref> A [[migração de aves]] inicia-se com vários grupos de aves dispersos ao longo de uma frente de grande dimensão que depois se vai estreitando em uma ou mais rotas. Os percursos das rotas migratórias seguem muitas vezes cadeias montanhosas ou linhas de costa, por vezes rios, e podem tirar partido das correntes de ar ascendentes ou de outros padrões de vento. Geralmente a rota é diferente consoante o sentido migratório.<ref name=newton>{{citar livro | autor=Newton, I.| ano=2008 |título=The Migration Ecology of Birds. |editora= Elsevier |isbn=978-0-12-517367-4}}</ref> No entanto, o vento forte pode também empurrar as aves para fora de rota e provocar a queda em massa de aves migratórias que por vezes é observada em regiões costeiras.<ref>{{citar periódico | url=http://rspb.royalsocietypublishing.org/content/270/Suppl_1/S8 | título=Bird orientation: compensation for wind drift in migrating raptors is age dependent | autor=Kasper Thorup,  Thomas Alerstam,  Mikael Hake, Nils Kjellén | jornal=Proc. Royal Soc. London B | ano=2003 | volume=270 | número=Suppl 1 | páginas=S8-S11 | doi=10.1098/rsbl.2003.0014 | pmid=12952622 | pmc=1698035}}</ref> Os insetos migratórios também beneficiam ou estão adaptados a determinados regimes de ventos, o que lhes permite percorrer grandes distâncias impossíveis de percorrer apenas com a sua força. Entre os insetos migratórios que beneficiam do vento estão as [[cigarra]]s, [[Gafanhoto-do-deserto|gafanhotos]] e as [[Abelha africanizada|abelhas africanizadas]].<ref>{{Citar web |url=https://www.agrireseau.net/Vigne-vin/documents/Lasnier_Ravageurs-vigne_f(2000)a.pdf |título=Les insectes ravageurs de la vigne au Québec |autor=Jacques Lasnier, Martin Trudeau, Noubar J. Bostanian, Charles Vincent, Henri Goulet, Laurent Lesage|publicado=Governo do Canadá |data=18 de agosto de 2000 |acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref> Geralmente, a migração tem um destino fixo, o que requer navegação e orientação precisas e correções constantes em relação aos ventos cruzados. Muitos insetos migratórios conseguem sentir a velocidade e direção do vento, fazendo as correções necessárias.<ref name="Srygley">{{Citar periódico |autor=Srygley, R.B., Oliveira, E.G. Dudley, R. |ano=1996 |título=Wind drift compensation, flyways, and conservation of diurnal, migrant Neotropical Lepidoptera. |jornal=Proceedings of the Royal Society of London |número=B 263 |páginas=1351–1357}}</ref>

O gado [[gado|bovino]] e [[Ovis aries|ovino]] é suscetível ao [[Índice de resfriamento|resfriamento pelo vento]], um fenómeno causado por uma conjugação de vento superior a 40 km/h e baixas temperaturas, que torna a proteção dos pêlos e da lã ineficaz.<ref>{{citar periódico|url=http://jas.fass.org/content/40/1/161.full.pdf|pmid=1110212|título=Wind Chill Effect for Cattle and Sheep|autor=D. R. Ames and L. W. lnsley|jornal=Journal of Animal Science|volume=40|número=1|ano=1975|páginas=161–165}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> Embora os [[pinguins]] possuam uma camada de [[gordura]] e [[pena]]s que os protege do frio da água e do ar, as barbatanas e pés apresentam menor imunidade. Na [[Antártida]], os [[Pinguim-imperador|pinguins-imperador]] [[Huddle|agrupam-se entre si]] para sobreviver ao vento gelado, alternando continuamente os membros no exterior do grupo. Este comportamento permite diminuir a perda de calor em 50%.<ref>{{citar web |url=http://www.antarctica.gov.au/about-antarctica/wildlife/animals/adapting-to-the-cold|título=Adapting to the Cold|autor=Australian Antarctic Division|acessodata=8 de fevereiro de 2016|publicado=Australian Government Department of the Environment, Water, Heritage, and the Arts Australian Antarctic Division}}</ref> Durante o inverno, as [[Ochotona|picas]] constroem uma vedação de seixos para impedir que as plantas e ervas armazenadas sejam levadas pelo vento.<ref>{{citar livro |url=http://books.google.com/?id=NLpXSf8WaQsC&pg=PA35|título=Feeding strategy |autor=Jennifer Owen |páginas=34–35|editora=University of Chicago Press|ano=1982|isbn=978-0-226-64186-7}}</ref> As antenas das [[barata]]s são extremamente sensíveis ao vento, o que as ajuda a antecipar ataques de potenciais [[predador]]es, como os [[sapo]]s.<ref>{{citar livro|url=http://books.google.com/?id=eNdUpgSOWMoC&pg=PA98|título=Neural mechanisms of startle behavior|autor=Robert C. Eaton|páginas=98–99|editora=Springer|ano=1984|isbn=978-0-306-41556-2|}}</ref> Os [[Cervus canadensis|alces]] têm um sentido apurado de olfato capaz de detetar potenciais predadores a favor do vento até uma distância de 800 metros.<ref>{{citar livro|url=http://books.google.com/?id=4PbEQvZJ6NQC&pg=PA161|título=The Ultimate Guide to Elk Hunting |autor=Bob Robb, Gerald Bethge, Gerry Bethge|páginas=161||ano=2000|editora=Globe Pequot|isbn=978-1-58574-180-9}}</ref> Um aumento da velocidade do vento acima de 15 km/h avisa as [[Gaivota-hiperbórea|gaivotas-hiperbóreas]] para aumentar a [[Forrageamento|forragem]] e ataques aéreos às [[uria]]s.<ref>{{citar periódico |jstor=176831|título=Wind and prey nest sites as foraging constraints on an avian predator, the glaucous gull|autor=H. G. Gilchrist, A. J. Gaston, J. N. M. Smith|jornal=Ecology|volume= 79|número= 7|páginas=2403–2414 |ano=1998|doi=10.1890/0012-9658(1998)079[2403:WAPNSA]2.0.CO;2}}</ref>

== Aproveitamento do vento ==
=== Energia ===
{{Artigo principal|Energia eólica}}
[[Imagem:Power County Wind Farm 002.jpg|thumb|Os [[aerogerador]]es dos [[Parque eólico|parques eólicos]] produzem [[eletricidade]] a partir da [[energia eólica]]]]

A deslocação de ar através de [[aerogerador]]es ou [[Vela (náutica)|velas]] tem o potencial de produzir [[energia mecânica]] significativa. Em [[moinho]]s ou no impulso de velas de navegação, esta energia mecânica é aproveitada diretamente. Mas o uso atual mais comum é na ativação de aerogeradores que transformam a energia mecânica em [[energia elétrica]]. A energia do vento é uma alternativa aos [[combustíveis fósseis]], de elevada disponibilidade, [[Energia renovável|renovável]], limpa, com reduzida ocupação do solo e cuja produção não emite [[gases de efeito de estufa]].<ref name="landuse">{{Citar periódico | autor = Fthenakis, V.; Kim, H. C. | doi = 10.1016/j.rser.2008.09.017 | título = Land use and electricity generation: A life-cycle analysis | jornal = Renewable and Sustainable Energy Reviews | volume = 13 | número = 6–7 | páginas = 1465 | ano = 2009 | pmid =  | pmc = }}</ref> Um [[parque eólico]] é constituído por um ou mais aerogeradores ligados à rede elétrica. Esta fonte de energia é pouco dispendiosa e, por vezes, com menores custos em relação às centrais de carvão ou gás natural.<ref>{{citar web |url=http://www.theguardian.com/environment/2014/oct/13/wind-power-is-cheapest-energy-unpublished-eu-analysis-finds|titulo=Wind power is cheapest energy, EU analysis finds|publicado=the guardian|acessodata=15 de outubro de 2014}}</ref><ref>{{Citar periódico |autor=David Richard Walwyn, Alan Coli Brent |título=Renewable energy gathers steam in South Africa |jornal=Renewable and Sustainable Energy Reviews |número=41 |ano=2015 |páginas=390–401 |doi=10.1016/j.rser.2014.08.049}}</ref> Embora o vento ''offshore'' seja mais forte e estável do que em terra e os parques eólicos marítimos tenham menor impacto visual, os custos de manutenção são significativamente maiores.<ref name="Wind Energy">{{citar periódico |autor=Gipe, Paul |título=The Wind Industry's Experience with Aesthetic Criticism |jornal=Leonardo|jstor=1575818|volume= 26|número=3|ano=1993|páginas=243–248|doi=10.2307/1575818}}</ref>

A energia eólica é bastante consistente de ano para ano, embora se verifiquem variações significativas ao longo de curtos intervalos de tempo, o que faz com que seja usada em conjunto com outras fontes de energia elétrica.<ref name="ieawind" >{{citar livro |url= http://www.ieawind.org/AnnexXXV/Meetings/Oklahoma/IEA%20SysOp%20GWPC2006%20paper_final.pdf |título= Design and Operation of Power Systems with Large Amounts of Wind Power |autor= Holttinen, Hannele |formato= PDF |editora= IEA Wind Summary Paper |editor= Global Wind Power Conference 18–21 |data= Setembro de 2006 |acessodata= 2016-02-02 |arquivourl= https://www.webcitation.org/61DCFd3dj?url=http://www.ieawind.org/AnnexXXV/Meetings/Oklahoma/IEA%20SysOp%20GWPC2006%20paper_final.pdf |arquivodata= 2011-08-25 |urlmorta= yes }}</ref> À data de 2015, cerca de 83 países em todo o mundo usavam a energia eólica para fornecimento da rede elétrica.<ref name=ren212011>{{citar web |url=http://germanwatch.org/klima/gsr2011.pdf |título=Renewables 2011: Global Status Report |autor=[[:en:REN21|Renewable Energy Policy Network for the 21st Century]] |ano=2011 |página=11 |acessodata=2016-02-02 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20130619200844/http://germanwatch.org/klima/gsr2011.pdf |arquivodata=2013-06-19 |urlmorta=yes }}</ref> Em dezembro de 2014, o total de capacidade de energia eólica instalada foi de {{formatnum:369553}} MW.<ref name="GWEC-2014">{{citar web |url=http://www.gwec.net/wp-content/uploads/2015/02/GWEC_GlobalWindStats2014_FINAL_10.2.2015.pdf |título=GWEC Global Wind Statistics 2014 |data=10 de fevereiro de 2015 |formato=PDF |publicado=GWEC}}</ref> A produção de energia eólica encontra-se em rápido crescimento e corresponde atualmente a 4% de todo o consumo de eletricidade no mundo.<ref name=wwea2014>{{citar livro |autor=The World Wind Energy Association |título=2014 Half-year Report |ano=2014|páginas=1–8 |editora=WWEA}}</ref>

=== Navegação ===
{{Artigo principal|Mareação|Veleiro|Navegação à vela|Navegação aérea}}
[[Imagem:Points of sail--English.jpg|thumb|Na [[mareação]], a configuração das velas numa embarcação permite navegar numa grande amplitude de direções, com a exceção da zona vermelha. No diagrama, o vento verdadeiro é constante ('''V<sub>T</sub>'''), enquanto que a velocidade do barco ('''V<sub>B</sub>''') e o vento aparente ('''V<sub>A</sub>''') variam conforme a direção]]

As velas são [[aerofólio]]s que aproveitam a corrente de ar fornecida pelo vento e o movimento da embarcação.<ref>{{citar web |url=http://web.mit.edu/2.972/www/reports/sail_boat/sail_boat.html |título=2.972 How A Sail Boat Sails Into The Wind |autor=Robin C. Evan |publicado=Web.mit.edu |acessodata=6 de fevereiro de 2010}}</ref><ref>{{citar web|url=http://www.animations.physics.unsw.edu.au/jw/sailing.html |título=The physics of sailing |publicado=Animations.physics.unsw.edu.au |acessodata=30 de junho de 2010}}</ref><ref name="how a sail works @">{{citar web|url=http://www.sailtheory.com/sail.html |título=how a sail works |publicado=Sailtheory.com |acessodata=30 de junho de 2010}}</ref> Para tirar partido do vento para gerar força, as velas funcionam de dois modos: um modo de empurrar e um modo de puxar. No modo de puxar, quando o barco está a favor do vento a força do cento simplesmente empurra a vela. A força em ação é fundamentalmente a [[resistência aerodinâmica]].<ref name="cal sailing">{{citar web |url=http://www.cal-sailing.org/images/stories/files/dinghy11.pdf |título=Introduction to Dinghy Sailing at the Cal Sailing Club |publicado=Cal Sailing Club |acessodata=25 de fevereiro de 2015}}</ref> No modo de puxar, quando o barco está contra o vento, o ar que sopra de lado é redirecionado em direção à [[popa]]. De acordo com a [[Leis de Newton#Terceira lei de Newton|terceira lei de Newton]], o ar sofre aceleração e a vela é impulsionada por uma força na direção oposta. Esta força provoca uma diferença de pressão entre os dois lados da vela, existindo uma região de baixa pressão na parte da frente da vela e uma região de alta pressão na parte de trás.<ref name="physics of sailing">{{citar web |título=The Physics of Sailing |url=http://newt.phys.unsw.edu.au/~jw/sailing.html|publicado=University of New South Wales|acessodata=6 de fevereiro de 2015}}</ref>

Apesar de existirem vários tipos de [[veleiro]]s, todos têm várias características em comum, como o [[Casco (navio)|casco]], [[Aparelho (náutica)|aparelho]] e [[mastro]], o qual sustenta as [[Vela (náutica)|velas]] que tiram partido da força do vento para impulsionar a embarcação.<ref>{{citar livro|autor =Ernest Edwin Speight and Robert Morton Nance|ano=1906|url=http://books.google.com/?id=JUw2AAAAMAAJ&dq=structure+of+sailing+ship&printsec=frontcover|título=Britain's Sea Story, B.C. 55-A.D. 1805|publicado=Hodder and Stoughton|página=30|acessodata=2009-03-19}}</ref> As viagens oceânicas a vela podem levar vários meses.<ref>{{citar jornal|autor =Brandon Griggs and Jeff King|data=2009-03-09|url=http://www.cnn.com/2009/TECH/03/09/plastic.bottle.boat/index.html|título=Boat made of plastic bottles to make ocean voyage|publicado=CNN|acessodata=2009-03-19}}</ref> Os perigos mais comuns na navegação marítima à vela são ficar parado devido à falta de vento<ref>{{citar livro|autor =Jerry Cardwell|ano=1997|url=http://books.google.com/?id=KeDCM93VtQsC&pg=PA110|título=Sailing Big on a Small Sailboat|publicado=Sheridan House, Inc|página=118|isbn=978-1-57409-007-9|acessodata=2009-03-19}}</ref> ou ser desviado da rota devido a tempestades ou ventos que não permitem ao barco avançar na direção desejada.<ref>{{citar livro|autor =Brian Lavery and Patrick O'Brian|ano=1989|url=http://books.google.com/?id=uH--DfZKzE4C&pg=PA191|título=Nelson's navy|publicado=Naval Institute Press|página=191|acessodata=2009-06-20|isbn=978-1-59114-611-7}}</ref> Uma tempestade violenta pode provocar um [[naufrágio]] e a perda de vidas.<ref>{{citar web|autor =Underwater Archaeology Kids' Corner|ano=2009|url=http://www.wisconsinhistory.org/shipwrecks/kids/sse.asp|título=Shipwrecks, Shipwrecks Everywhere|publicado=Wisconsin Historical Society|acessodata=2009-03-19}}</ref>

Em [[aeronave]]s [[aerodinâmica]]s que tiram partido do ar, o vento afeta a velocidade em terra.<ref>{{citar web|autor =Tom Benson|ano=2008|url=http://www.grc.nasa.gov/WWW/K-12/airplane/move2.html|título=Relative Velocities: Aircraft Reference|publicado=NASA Glenn Research Center|acessodata=2009-03-19}}</ref> Em [[Aeróstato|aeronaves mais leves que o ar]], o vento pode ter um papel significativo na sua deslocação ou [[rota no solo]].<ref>{{citar web|autor =[[Library of Congress]]|data=2006-01-06|url=http://www.loc.gov/exhibits/treasures/wb-dream.html|título=The Dream of Flight|acessodata=2009-06-20}}</ref> A velocidade do vento de superfície é geralmente o principal fator que determina as operações de voo em [[aeroporto]]s. As pistas dos [[aeródromo]]s são projetadas tendo em conta as direções de vento comuns na área onde se situam. Embora em determinadas circunstâncias possa ser necessário descolar com vento de cauda, geralmente o vento de proa é mais favorável. O vento de cauda aumenta a distância de descolagem necessária e diminui o gradiente de subida.<ref>{{citar web|publicado=Bristol International Airport|ano=2004|url=http://www.bristolairport.co.uk/upload/flight_paths.pdf|arquivourl=https://web.archive.org/web/20070508031807/http://www.bristolairport.co.uk/upload/flight_paths.pdf|arquivodata=2007-05-08|título=Flight Paths|acessodata=2009-03-19|urlmorta=yes}}</ref>

== Meteorologia ==
O vento é um dos principais elementos dos sistemas meteorológicos. O vento obtém energia na diferença de temperatura da atmosfera que, por sua vez, depende da insolação solar. No entanto, a superfície e a forma dos continentes da Terra são irregulares e a insolação depende não só da estação do ano mas também da presença ou não de nuvens. Assim, a previsão meteorológica do vento depende da interação de múltiplos fatores em cadeia – [[efeito dominó]] – como a relação com outros ventos, as diferenças de temperatura entre duas zonas geográficas ou entre duas camadas da atmosfera, da rotação da Terra, da gravidade, das condicionantes do relevo, etc. Por exemplo, um [[ciclone tropical]] que se forme no Atlântico pode deslocar-se para o [[golfo do México]] e dissipar-se na região dos [[Grandes Lagos da América do Norte]], afetando todos os ventos locais na sua trajetória. A origem deste ciclone pode dever-se a um desiquilíbrio gerado por um [[cavado]] de altitude proveniente do [[deserto do Sara]] que se deslocou para o Atlântico devido ao [[anticiclone dos Açores]]. A previsão do vento a vários dias é possível graças à resolução de [[Previsão numérica do tempo|equações primitivas atmosféricas]] das forças presentes levando em conta todos os fatores.<ref name="Bjerknes">{{Citar web |url=http://www.history.noaa.gov/stories_tales/bjerknes.html |título=The problem of Weather Prediction, as seen from the standpoints of Mechanics and Physics |autor=Wilhelm Bjerknes |publicado=National Oceanic and Atmospheric Administration| |acessodata=2 de fevereiro de 2010}}</ref>

=== Medição ===
[[Imagem:Anemometer 2745.JPG|thumb|[[Anemómetro]] de copo numa estação meteorológica remota]]
[[Imagem:Occluded mesocyclone tornado5 - NOAA.jpg|thumb|[[Tornado]] [[Mesociclone|mesociclónico]] em [[Oklahoma]]]]

A direção do vento é geralmente expressa de acordo com a direção em que o vento tem origem. Por exemplo, o vento de [[nortada]] sopra do norte para sul.<ref name="HOWTOREAD">{{citar web|autor=JetStream|ano=2008|url=http://www.srh.weather.gov/srh/jetstream/synoptic/wxmaps.htm|título=How to read weather maps|publicado=National Weather Service|acessodata=2009-05-16|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsDeVx8?url=http://www.srh.weather.gov/srh/jetstream/synoptic/wxmaps.htm|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Os [[cata-vento]]s giram sobre si próprios para indicar a direção do vento.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary//search?id=wind-vane1|título=Wind vane|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-17|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsE9sOz?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary//search?id=wind-vane1|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> As [[Manga de vento|mangas de vento]], usadas principalmente em aeroportos, não só indicam a direção como também podem ser usadas para estimar a velocidade do vento de acordo com o ângulo da manga.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=wind+sock&submit=Search|título=Wind sock|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-17|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsEdzIx?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> A velocidade do vento é medida com [[anemómetro]]s, sendo os mais comuns os de copo e de hélice. Quando são necessárias medições de maior precisão, como em investigação científica, o vento pode ser medido pela velocidade de propagação de sinais [[ultrassom|ultrassónicos]] ou pelo efeito da ventilação na resistência de um arame aquecido.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=anemometer&submit=Search|título=Anemometer|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-17|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsF7dkZ?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Um outro tipo de anemómetro usa [[Tubo de Pitot|tubos de Pitot]] que tiram partido do diferencial de pressão entre um tubo interior e outro exterior expostos aos vento. A pressão dinâmica assim obtida é depois usada para calcular a velocidade do vento.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=pitot+tube&submit=Search|título=Pitot tube|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-17|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsFbsWN?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref>

Na generalidade do mundo, a medição da velocidade média do vento é feita a uma altura de 10 [[metro]]s e são registados os valores a cada intervalo de 10 minutos. Nos registos dos [[Estados Unidos]], o intervalo médio para ciclones tropicais é de 1 minuto,<ref name="NWSM Defs">{{citar web|autor =Tropical Cyclone Weather Services Program|título=Tropical cyclone definitions|url=http://www.weather.gov/directives/sym/pd01006004curr.pdf|formato=PDF|data=2006-06-01|acessodata=2006-11-30|publicado=National Weather Service}}</ref> e de 2 minutos para as restantes observações meteorológicas.<ref name="fmh1">Office of the Federal Coordinator for Meteorology. [http://www.ofcm.gov/fmh-1/pdf/M-APNDXA.pdf Federal Meteorological Handbook No. 1&nbsp;– Surface Weather Observations and Reports September 2005 Appendix A: Glossary.] {{Wayback|url=http://www.ofcm.gov/fmh-1/pdf/M-APNDXA.pdf |date=20051026173019 }} Retrieved 2008-04-06.</ref> Na [[Índia]], os relatórios da velocidade sustentada do vento têm por base um intervalo de três minutos.<ref>{{citar livro|autor =Sharad K. Jain, Pushpendra K. Agarwal, Vijay P. Singh|ano=2007|url=http://books.google.com/?id=ZKs1gBhJSWIC&pg=RA1-PA187|título=Hydrology and Water Resources of India|publicado=Springer|página=187|acessodata=2009-04-22|isbn=978-1-4020-5179-1}}</ref> Conhecer e especificar o intervalo de tempo é fundamental, uma vez que a velocidade sustentada do vento a um minuto é geralmente 14% maior do que a dez minutos.<ref>{{citar web|autor =Jan-Hwa Chu|ano=1999|url=http://www.nrlmry.navy.mil/~chu/chap6/se200.htm|título=Section 2. Intensity Observation and Forecast Errors|publicado=[[United States Navy]]|acessodata=2008-07-04}}</ref>

Na observação dos ventos a alturas elevadas são usadas [[radiossonda]]s, que permitem determinar a velocidade através do rastreio da sonda por [[GPS]], [[LORAN|navegação rádio]] ou [[radar]].<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1&query=rawinsonde&submit=Search|título=Rawinsonde|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-17|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsGzSc5?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?p=1|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Em alternativa, é também possível registar o movimento do [[balão meteorológico]] que sustenta a sonda a partir do solo usando [[teodolito]]s.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=pilot-balloon-observation1|título=Pibal|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-17|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsHT1n4?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=pilot-balloon-observation1|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Entre as técnicas de [[deteção remota]] para a observação do vento estão o [[Sodar|SODAR]], [[LIDAR|lidares]] [[Efeito Doppler|Doppler]] e [[radar]]es, os quais permitem medir o efeito Doppler da [[radiação eletromagnética]] [[Dispersão (física)|dispersa]] ou [[Reflexão (física)|refletida]] nas partículas ou moléculas da atmosfera. Os radares permitem também medir a intensidade da agitação oceânica a partir de aviões, que pode ser usada para estimar a velocidade do vento.<ref>{{Citar periódico |autor=Khan, Komal Saifullah; Tariq, Muhammad |url=http://www.ncbi.nlm.nih.gov/pmc/articles/PMC4279582/ |jornal=Sensors |volume=14 |número=11 |página=22140 |ano=2014 |doi=10.3390/s141122140}}</ref>

A rajada de vento mais intensa de que há registo ocorreu na [[ilha de Barrow]] na costa [[Austrália|australiana]], tendo atingido os 408 km/h durante o ciclone tropical Olivia em 10 de abril de 1996. O recorde anterior, de 372 km/h, tinha sido registado no [[Monte Washington (Nova Hampshire)]] em 12 de abril de 1934.<ref>{{citar web |título=Info note No.58&nbsp;— World Record Wind Gust: 408&nbsp;km/h |url=http://www.wmo.int/pages/mediacentre/infonotes/info_58_en.html |data=22 de janeiro de 2010 |publicado=World Meteorological Association |acessodata=2016-02-02 |arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsHwtQJ?url=http://www.wmo.int/pages/mediacentre/infonotes/info_58_en.html |arquivodata=2012-06-22 |urlmorta=yes }}</ref>

=== Representação cartográfica ===
[[Imagem:Colorado low circulation.png|thumb|[[Mapa meteorológico]] em que a velocidade e direção do vento são indicados por setas de vento. Cada linha completa na seta corresponde a 10 nós e cada triângulo a 50 nós]]
Os [[Mapa meteorológico|mapas meteorológicos de superfície]] geralmente representam a direção e velocidade do vento através de setas de vento. Nestes símbolos, a velocidade é indicada através de linhas ou triângulos na extremidade da seta:
* Cada meia linha representa 5 nós (9,3 km/h) de vento;
* Cada linha completa representa 10 nós (19 km/h) de vento;
* Cada triângulo preenchido representa 50 nós (93 km/h) de vento.<ref>{{citar web|obra=Hydrometeorological Prediction Center|ano=2009|url=http://www.wpc.ncep.noaa.gov/html/stationplot.shtml|título=Decoding the station model|publicado=National Centers for Environmental Prediction|acessodata=2007-05-16}}</ref>

A direção das setas é representada de acordo com a direção do vento. Por exemplo, um vento que sopre de nordeste será representado com uma linha que se prolonga do círculo em direção a nordeste. Na extremidade nordeste desta linha encontram-se as linhas ou triângulos.<ref name=autogenerated1>{{citar web|url=http://www.srh.weather.gov/srh/jetstream/synoptic/wxmaps.htm|título=How to read weather maps|ano=2008|obra=JetStream|publicado=National Weather Service|acessodata=2009-06-27|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsDeVx8?url=http://www.srh.weather.gov/srh/jetstream/synoptic/wxmaps.htm|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> A representação das setas de vento num mapa permite determinar [[Isolinha|isotacas]] – linhas de igual velocidade do vento. As isotacas são especialmente úteis no diagnóstico da localização das [[correntes de jato]] nos mapas de pressão atmosférica, e situam-se geralmente acima dos 300&nbsp;hPa.<ref>{{citar livro|autor =Terry T. Lankford|ano=2000|url=http://books.google.com/?id=kSSn7vPgmUQC&pg=PT187|título=Aviation Weather Handbook|publicado=[[McGraw-Hill Professional]]|isbn=978-0-07-136103-3|acessodata=2008-01-22}}</ref>

As [[Rosa dos ventos (meteorologia)|rosas dos ventos]] são ferramentas gráficas usadas pelos meteorologistas para representar de forma sucinta como é que a velocidade e direção do vento são geralmente distribuídas numa determinada localização. Representada sobre um [[Coordenadas polares|sistema de coordenadas polares]], uma rosa dos ventos mostra quão frequentes são os ventos que sopram de uma direção em particular. O comprimento de cada eixo à volta do círculo é proporcional à frequência com que o vento sopra de determinada direção ao longo de determinado intervalo de tempo. Cada círculo concêntrico representa uma frequência, desde o zero no centro e aumentando na direção dos círculos exteriores. As rosas dos ventos podem representar ainda outros dados; por exemplo, cada eixo pode ter atribuído um código de cores de acordo com o intervalo da direção do cento. As rosas dos ventos geralmente usam 8 ou 16 [[Ponto cardeal|pontos cardeais]], embora algumas possam apresentar 32 subdivisões.<ref>{{Citar web |autor=Jan Curtis |data=2007 |url=http://www.wcc.nrcs.usda.gov/climate/windrose.html |título=Wind Rose Data |publicado=Natural Resources Conservation Service |acessodata=26 de abril de 2009}}</ref>

=== Escalas de força do vento ===
{{VT|Escala de Beaufort|Escala de ciclones tropicais|Análise meteorológica de superfície}}

A [[escala de Beaufort]] oferece uma descrição empírica da velocidade do vento com base na observação das condições do mar. Era inicialmente dividida em treze níveis, tendo sido aumentada para 17 níveis na década de 1940.<ref name="Beaufort">{{citar livro|autor =Walter J. Saucier|ano=2003|url=http://books.google.com/?id=CM99-uKpR00C&pg=PA407|título=Principles of Meteorological Analysis|publicado=Courier Dover Publications|isbn=978-0-486-49541-5|acessodata=2009-01-09}}</ref> Existem vários termos para diferenciar os ventos de acordo com a sua velocidade média como aragem, vento forte, temporal ou [[furacão]]. Na escala de Beaufort, o vento forte, por exemplo, é definido como o vento de velocidade média entre 28 e {{nowrap|33 [[Nó (unidade)|nós]]}} e o vento muito forte entre 34 e {{nowrap|40 nós}}.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/browse?s=G&p=1|título=G|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-18|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsMJ6Wm?url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/browse?s=G|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Um temporal desfeito apresenta ventos de {{convert|sp=us|56|kn|km/h}} a {{convert|sp=us|63|kn|km/h}}.<ref>{{citar web|autor=Glossary of Meteorology|ano=2009|url=http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=storm1|título=Storm|publicado=American Meteorological Society|acessodata=2009-03-18|arquivourl=https://web.archive.org/web/20071015220345/http://amsglossary.allenpress.com/glossary/search?id=storm1|arquivodata=2007-10-15|urlmorta=yes}}</ref> No entanto, a terminologia para os [[Ciclone tropical|ciclones tropicais]] é diferente de região para região. A maior parte das regiões oceânicas usa a velocidade média do vento para determinar a categoria de um ciclone. A tabela seguinte resume as classificações usadas pelos [[Centro Meteorológico Regional Especializado|centros meteorológicos regionais especializados]]:

{| class="wikitable" border="1" style="font-size:88%;"
|-
! colspan=4 style="background: #ddd;"|{{nowrap|'''[[Escala de Beaufort]]'''}}<ref>{{Citar web |url=http://websig.hidrografico.pt/www/content/produtos/HISkipper/EscalaBeaufort_EscalaDouglas.pdf |2= |título=Escala de Beaufort e escala Douglas correspondente |autor=Instituto Hidrográfico Português |acessodata=16 de outubro de 2015 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20150404040142/http://websig.hidrografico.pt/www/content/produtos/HISkipper/EscalaBeaufort_EscalaDouglas.pdf |arquivodata=2015-04-04 |urlmorta=yes }}</ref><ref>{{citar web|autor=Coastguard Southern Region|ano=2009|url=http://web.archive.org/web/20081118065856/http://www.coastguardsouth.org.nz/the-beaufort-wind-scale-xidc26479.html|título=The Beaufort Wind Scale|acessodata=18 de março de 2009}}</ref><ref name="Beaufort"/>
! colspan=6 style="background: #ddd;"|'''Escalas de classificação de ciclones tropicais <small>(valores com média temporal de 10 min.)</small>'''
|-
 ! rowspan=2 |N.º
 ! colspan=2 |Velocidade
 ! rowspan=2 |Designação
 ! rowspan=2 |Oceano Índico Norte<br />[[Departamento Meteorológico da Índia|IMD]]
 ! rowspan=2 |Oceano Índico Sudoeste<br />[[Météo-France|MF]]
 ! rowspan=2 |Região australiana<br />Pacífico Sul<br /> [[Bureau of Meteorology|BoM]], [[Agência Meteorológica, Climatológica e Geofísica da Indonésia|BMKG]], [[Serviço Meteorológico de Fiji|FMS]], [[Serviço Meteorológico de Nova Zelândia|MSNZ]]
 ! rowspan=2 |Pacífico Noroeste<br />[[Agência Meteorológica do Japão|JMA]]
 ! rowspan=2 |Pacífico Noroeste<br />[[Joint Typhoon Warning Center|JTWC]]
 ! rowspan=2 |Pacífico Nordeste e Atlântico Norte<br />[[Centro Nacional de Furacões|NHC]] & [[Centro de Furacões do Pacífico Central|CPHC]]
|-
! width="50px;" | [[Nó (unidade)|nós]]
! width="50px;" | [[km/h]]
|-
| 0
| <1
| <1
| Calma
|rowspan=5| Depressão
|rowspan=7| Perturbação tropical
|rowspan="8"| Baixa tropical<br />Depressão tropical
|rowspan="8"| Depressão tropical
|rowspan="8"| Depressão tropical
|rowspan="8"| Depressão tropical
|-
| 1
| 1–3
| 1–5
| Aragens<br /><small>''Light air''</small>
|-
| 2
| 4–6
| 6–11
| Fraco<br /><small>''Light breeze''</small>
|-
| 3
| 7–10
| 12–18
| Bonançoso<br /><small>''Gentle breeze''</small>
|-
| 4
| 11–16
| 19–30
| Moderado<br /><small>''Moderate breeze''</small>
|-
| 5
| 17–21
| 31–39
| Fresco<br /><small>''Fresh breeze''</small>
| rowspan=2| Depressão
|-
| 6
| 22–27
| 40–50
| Muito fresco<br /><small>''Strong breeze''</small>
|-
| 7
| 28–33
| 51–61
| Forte<br /><small>''Moderate gale''</small>
| Depressão profunda
| Depressão tropical
|-
| 8
| 34–40
| 62–74
| Muito forte<br /><small>''Fresh gale''</small>
|rowspan=2| Tempestade ciclónica
|rowspan=2| Tempestade tropical moderada
|rowspan=2| Ciclone tropical (1)
|rowspan=2| Tempestade tropical
|rowspan=4| Tempestade tropical
|rowspan=4| Tempestade tropical
|-
| 9
| 41–47
| 75–87
| Tempestuoso<br /><small>''Strong gale''</small>
|-
| 10
| 48–55
| 88-100
| Temporal<br /><small>''Whole gale''</small>
|rowspan=2| Tempestade ciclónica intensa
|rowspan=2| Tempestade tropical intensa
|rowspan=2| Ciclone tropical (2)
|rowspan=2| Tempestade tropical intensa
|-
| 11
| 56–63
| 101–117
| Temporal desfeito<br /><small>''Storm''</small>
|-
|| 12
| 64–72
|rowspan=8| >118
|rowspan=8| Furacão<br /><small>''Hurricane''</small>
|rowspan=7| Tempestade ciclónica muito intensa
|rowspan=3| Ciclone tropical
|rowspan=2| Ciclone tropical intenso (3)
|rowspan=8| Tufão
|rowspan=6| Tufão
|| Furacão (1)
|-
||13
| 73–85
| Furacão (2)
|-
||14
| 86–89
|rowspan=3| Ciclone tropical intenso (4)
|rowspan=2| Grande furacão (3)
|-
||15
| 90–99
|rowspan=3| Ciclone tropical intenso
|-
||16
| 100–106
|rowspan=3| Grande furacão (4)
|-
| rowspan=3|17
| 107–114
|rowspan=3| Ciclone tropical intenso (5)
|-
| 115–119
|rowspan=2| Ciclone tropical muito intenso
|rowspan=2| Super tufão
|-
| >120
| Super tempestade ciclónica
| Grande furacão (5)
|}

== Sociedade e cultura ==
=== História ===
Existem evidências que já em {{AC|300|x}} os [[cingaleses]] de [[Anuradapura]] e de outras cidades do [[Sri Lanca]] tiravam partido dos ventos de monção para alimentar furnaças, elevando-as a uma temperatura de {{Fmtn|1200}} °C.<ref>{{citar periódico|autor =G. Juleff|título=An ancient wind powered iron smelting technology in Sri Lanka|doi=10.1038/379060a0|bibcode=1996Natur.379...60J|periódico=Nature|volume= 379|número=3|páginas=60–63|ano= 1996}}</ref> Os primeiros [[moinhos de vento]] foram construídos no {{séc|VII}} em [[Sistão]], no [[Afeganistão]]. Tratava-se de moinhos de [[Eixo cardã|eixo]] vertical longo, com pás de formato retangular.<ref>{{citar livro|autor =Ahmad Y Hassan, Donald Routledge Hill|ano=1986|título=Islamic Technology: An illustrated history|página= 54|publicado=[[Cambridge University Press]]|isbn=0-521-42239-6}}</ref> Constituídos por seis a doze velas de lona, estes moinhos eram usados para moer [[milho]] e captar água, principalmente na produção de [[farinha]] e [[cana-de-açúcar]].<ref>{{citar livro|autor=Donald Routledge Hill|título=Mechanical Engineering in the Medieval Near East|editora=Scientific American|data=Maio de 1991|páginas=64–69}}</ref> No norte da Europa, a partir do {{séc|XII}} começaram a ser usados de forma extensiva moinhos de eixo horizontal para a moagem de farinha, muitos deles ainda hoje existentes. A [[energia eólica de alta altitude]], que usa ligações por cabo em vez de torres assentes no terreno, é atualmente o foco de várias empresas energéticas a nível mundial.<ref>{{citar periódico |autor=Dietrich Lohrmann|título=Von der östlichen zur westlichen Windmühle |jornal=Archiv für Kulturgeschichte |volume= 77 |número= 1|ano=1995|páginas=1–30|doi=10.7788/akg.1995.77.1.1}}</ref>

==== Influência em eventos históricos ====
[[Imagem:Invincible_Armada.jpg|thumb|O vento influenciou de forma decisiva vários conflitos históricos, como em 1588, quando salvou a [[Inglaterra]] de uma invasão da [[Armada Invencível]] espanhola]]
Muitos ventos influenciaram de forma decisiva conflitos e eventos históricos. [[Kamikaze (tufão)|Kamikaze]] é um termo japonês, geralmente traduzido como "vento divino", que se acredita ser uma dádiva dos deuses. Acredita-se que tenha sido usado pela primeira vez para descrever um conjunto de tufões que se diz terem salvo o Japão de duas frotas [[Império Mongol|mongóis]] lideradas por [[Cublai Cã]] {{nwrap|r.|1260|1294}} que [[Invasões mongóis do Japão|atacaram o Japão em 1274 e 1281]].<ref>{{citar web|autor =History Detectives|ano=2008|url=http://web.archive.org/web/20081025121023/http://www.pbs.org/opb/historydetectives/investigations/405_kamikaze.html|título=Feature&nbsp;– Kamikaze Attacks|publicado=[[Public Broadcasting Service|PBS]]|acessodata=2009-03-21}}</ref> O ''vento protestante'' é um termo para designar a tempestade que em 1588 salvou a [[Inglaterra]] de uma invasão da [[Armada Invencível]] de [[Filipe II de Espanha]], em que o vento teve um papel determinante,<ref>{{citar livro|url=http://books.google.com/?id=O6-ba7yu2OcC&pg=PA229|título=The Spanish Armada|autor =Colin Martin, Geoffrey Parker|acessodata=2009-06-20|páginas=144–181|publicado=Manchester University Press|ano=1999|isbn=978-1-901341-14-0}}</ref> os os ventos favoráveis que permitiram a [[Guilherme III]] invadir Inglaterra em 1688.<ref>{{citar periódico|autor =S. Lindgrén and J. Neumann|ano=1985|doi=10.1175/1520-0477(1985)066<0634:GHETWS>2.0.CO;2|título=Great Historical Events That Were Significantly Affected by the Weather: 7, "Protestant Wind"—"Popish Wind": The Revolusion of 1688 in England|bibcode=1985BAMS...66..634L|volume= 66|número= 6|periódico=Bulletin of the American Meteorological Society|páginas=634–644}}</ref> Durante a [[Campanha do Egito]] de [[Napoleão Bonaparte]], os soldados franceses foram detidos e sufocados pelo vento ''[[khamsin]]''.<ref>{{citar livro|autor =Nina Burleigh|ano=2007|título=Mirage|publicado=Harper|página=135|isbn=978-0-06-059767-2}}</ref> Durante a [[Campanha Norte-Africana]] da [[Segunda Guerra Mundial]], tanto as forças aliadas como alemãs foram forçadas a interromper batalhas também devido ao ''khamsin''. As próprias tempestades criavam perturbações elétricas que inutilizavam as [[bússola]]s.<ref>{{citar livro|autor =Jan DeBlieu|ano=1998|título=Wind|publicado=Houghton Mifflin Harcourt|isbn=978-0-395-78033-6|página=57}}</ref>

==== Era das descobertas ====
[[Imagem:Map of Portuguese Carreira da India.gif|thumb|As rotas de navegação da [[Era dos Descobrimentos]] eram calculadas para contornar e tirar partido dos [[#Ventos predominantes|ventos predominantes]]]]
{{Artigo principal|Era das Descobertas|Volta do mar}}
Foi o vento que permitiu a realização das grandes viagens de exploração da [[Era dos Descobrimentos]] a partir do {{séc|XV}}. Um dos mais significativos avanços tecnológicos da época foi a introdução da [[caravela]] pelos portugueses em meados do {{séc|XV}}, uma embarcação pequena mas capaz de navegar na direção do vento de forma mais eficaz do que qualquer outro barco na Europa na época.<ref>{{citar livro |autor=Boxer, Charles Ralph|título=The Portuguese Seaborne Empire 1415–1825|editora=Hutchinson|ano=1969|isbn=0-09-131071-7|url=https://books.google.com/?id=BChmAAAAMAAJ|página=29}}</ref> A importância dos [[#Alísios|ventos alísios]] para a navegação em ambos os hemisférios era já conhecida pelos navegadores portugueses do {{séc|XVI}}.<ref>{{citar livro |url=https://books.google.com/books?id=w47gOifvK6EC&pg=PA38&lpg=PA38&dq=knowledge+of+atlantic+winds+and+currents+history#v=onepage&q=&f=false|título=Years of This Land - A Geographical History of the United States |autor=Hermann R. Muelder |página=38|editora=Read Books|ano=2007|ISBN=978-1-4067-7740-6}}</ref> As embarcações da [[carreira da Índia]] com passagem pelo [[cabo da Boa Esperança]] deslocavam-se pelo Atlântico em direção ao [[Brasil]], tirando partido dos alísios que sopram de nordeste. Perto dos 30° de latitude sul, os pilotos alteravam a rota em direção a este tirando partido dos [[#Ventos de oeste|ventos de oeste]]. Na viagem de regresso, a navegação era feita ao largo da costa de África, a favor do vento, tirando partido dos alísios que sopram de sudeste. Na passagem pela [[Guiné Bissau|Guiné]], navegavam ao largo até aos [[Açores]] para contornar os ventos de nordeste e facilitar o regresso a Portugal. Esta técnica de navegação veio a ficar conhecida por [[volta do mar|volta do mar largo]].<ref>{{Citar web |url=http://cvc.instituto-camoes.pt/ciencia/d28.html |título=Volta da Mina |publicado=[[Instituto Camões]] |autor=Dicionário de Ciência em Portugal |acessodata=3 de fevereiro de 2015}}</ref>

No Pacífico, a circulação de vento só foi conhecida pelos europeus a partir da viagem de [[Andrés de Urdaneta]] em 1565.<ref name="pg18">{{citar livro |url=https://books.google.com/books?id=0Z26YL407SkC&pg=PA152&lpg=PA152&dq=sailing+historic+use+of+trade+winds+book#v=onepage&q=&f=false|autor=Derek Hayes|título=Historical atlas of the North Pacific Ocean: maps of discovery and scientific exploration, 1500-2000|página=18|editora=Douglas & McIntyre|ano=2001|acessodata=8 de novembro de 2009|ISBN=978-1-55054-865-5}}</ref> Durante a época de ouro da navegação à vela, o padrão de [[#Ventos constantes|ventos constantes]] fazia com que determinados pontos do globo fossem de fácil ou difícil acesso, o que teve um impacto significativo na construção dos impérios europeus e, por sua vez, na geografia política moderna. Por exemplo, os [[Galeão de Manila|galeões de Manila]] não eram capazes de navegar contra o vento.<ref name="pg18"/> A partir do {{séc|XVI}}, a [[rota clipper]] estabelecia a ligação mais rápida entre a [[Europa]], o [[Extremo Oriente]], [[Austrália]] e [[Nova Zelândia]]. Os ''[[Clipper (veleiro)|clippers]]'' percorriam o planeta de ocidente para oriente ao longo do [[Oceano Antártico|oceano austral]] de modo a tirar partido dos ventos fortes nos ''[[Roaring Forties]]'', por volta do paralelo 40. A idade de ouro da navegação à vela terminou em meados do {{séc|XIX}} com o aparecimento dos [[Barco a vapor|navios a vapor]].<ref name=hos">{{Citar web |url=http://www.historyofships.net/ship-history/history-of-maritime/ |título=Maritime History and Facts |publicado=History of Ships |acessodata=6 de fevereiro de 2016}}</ref>

=== Mitologia e religião ===
[[Imagem:Ogata Korin, Wind God2.jpg|thumb|[[Fujin]], deus do vento na [[mitologia japonesa]]]]

Em muitas culturas, o vento é personificado na forma de um ou mais deuses do vento ou explicado enquanto fenómeno [[sobrenatural]]. Na [[mitologia grega]], os deuses do vento eram [[Bóreas]], [[Noto (vento)|Noto]], [[Euro (vento)|Euro]] e [[Zéfiro]].<ref name="Jordan"/> [[Éolo]] é, de acordo com várias interpretações, o regente o o guardião dos quatro ventos. [[Astreu]] é a divindade associada ao nascer do sol que, juntamente com [[Eos]], a deusa do nascer do sol, gerou os quatro ventos. Os [[Grécia Antiga|antigos gregos]] também observavam as condições do vento, como é evidenciado pela [[Torre dos Ventos]] em [[Atenas]].<ref name="Jordan"/> Os ''venti'' são os [[Religião da Roma Antiga|deuses romanos]] dos ventos.<ref>{{citar web|autor =Theoi Greek Mythology|ano=2008|url=http://www.theoi.com/Titan/Anemoi.html|título=Anemi: Greek Gods of the Winds|publicado=Aaron Atsma|acessodata=2009-04-10}}</ref>

Na [[Índia]], [[Vayú]] é o deus [[hindu]] do vento.<ref>{{citar web|autor =Laura Gibbs, Ph.D|data=2007-10-16|url=http://www.mythfolklore.net/india/encyclopedia/vayu.htm|título=Vayu|publicado=Encyclopedia for Epics of Ancient India|acessodata=2009-04-09}}</ref><ref name="Jordan">{{citar livro|autor =Michael Jordan|título=Encyclopedia of Gods: Over 2, 500 Deities of the World |publicado=Facts on File|local=New York|ano=1993|páginas=5, 45, 80, 187–188, 243, 280, 295|isbn=0-8160-2909-1}}</ref> [[Fujin]] é o deus japonês dos ventos e um dos mais antigos deuses [[Xintoísmo|xintoístas]]. De acordo com a mitologia, Fujin esteve presente na criação do mundo e libertou a Terra do nevoeiro ao soltar os ventos do seu alforge.<ref>{{citar livro|autor =John Boardman|título=The Diffusion of Classical Art in Antiquity|ano= 1994|publicado= [[Princeton University Press]]|isbn=0-691-03680-2}}</ref> Na [[mitologia nórdica]], [[Njord]] é o deus do vento.<ref name="Jordan"/> Existem também quatro ''[[Anões (mitologia)|dvärgar]]'' chamados Norðri, Suðri, Austri e Vestri que personificam os quatro ventos.<ref>{{citar livro|autor =Andy Orchard|ano=1997|título=Dictionary of Norse Myth and Legend|publicado=Cassel|isbn=978-0-304-36385-8}}</ref> Na [[mitologia eslava]], [[Stribog]] é o deus dos ventos, céu e terra, e o ancestral dos ventos dos oito pontos cardeais.<ref name="Jordan"/>

=== Desporto ===
[[Imagem:J-24 yacht racing, Sydney Harbour.jpg|thumb|O vento é um elemento fundamental em vários desportos de competição ou atividades de lazer, como a [[Vela (desporto)|vela]], ''[[windsurf]]'', ''[[kitesurf]]'' [[parapente]], [[asa-delta]], [[balonismo]] ou o lançamento de [[Papagaio de papel|papagaios de papel]]]]
O vento é um elemento de destaque em vários desportos e atividades de lazer populares, como a [[asa-delta]], [[balonismo]], [[Papagaio de papel|papagaios de papel]], ''[[snowkite]]'', ''[[kitesurf]]'', [[parapente]], [[navegação à vela]] ou ''[[windsurf]]''. A [[Vela (desporto)|vela]] é um [[desporto náutico]] recreativo ou competitivo que usa a força do vento para deslocar embarcações na água, sendo possível o movimento a favor do vento ou com vento lateral. Atualmente, predominam as embarcações pequenas e existem três tipos de competições: as junto à costa, as que são realizadas ao largo e as travessias oceânicas. A vela é um [[desporto olímpico]].<ref>{{Citar web|url=http://www.infopedia.pt/$vela|título=Vela|autor=[[Infopédia]], Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora|acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref> O ''windsurf'' é um desporto surgido na década de 1970 que conjuga características da vela e do ''[[surf]]''. Uma prancha de ''windsurf'' é constituída por uma prancha à qual é fixo um mastro com uma vela e uma retranca que permite ao velejador manobrar o equipamento. A base onde o mastro se apoia é de rotação livre, o que permite ao desportista tirar partido do impulso vento, de forma muito idêntica à navegação à vela.<ref>{{Citar web |url=http://www.britannica.com/topic/windsurfing |título=Windsurfing |autor=[[Enciclopédia Britannica]] |acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref> O ''[[kitesurf]]'' é uma variante do ''windsurf'', mas em que a força do vento é aproveitada não por uma vela, mas por uma estrutura em asa semelhante à do [[parapente]].<ref>{{Citar web|url=http://www.priberam.pt/dlpo/kitesurf|título=Kitesurf|publicado=[[Priberam]], Dicionário de Língua Portuguesa da Porto Editora|acessodata=8 de fevereiro de 2015}}</ref> O [[paraquedismo]] consiste no salto de alevada altitude, geralmente a partir de um avião, usando um [[paraquedas]] de material leve e flexível.<ref>{{Citar web|url=http://www.infopedia.pt/$para-quedismo?uri=lingua-portuguesa/paraquedismo|título=Paraquedismo|autor=[[Infopédia]], Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora|acessodata=8 de fevereiro de 2016}}{{Ligação inativa|1={{subst:DATA}} }}</ref> O [[parapente]] é um desporto surgido a partir do paraquedismo, mas que permite voos muito mais longos e controlados devido a uma asa mais comprida e estreita que tira partido das correntes ascendentes. Ao contrário do paraquedismo, a deslocação pode ser iniciada num declive do solo.<ref>{{Citar web|url=http://www.infopedia.pt/$parapente|título=Parapente|autor=[[Infopédia]], Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora|acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref>

O lançamento de [[papagaio de papel|papagaios de papel]], ou ''kiting'', é uma atividade recreativa com numerosas variantes. Um papagio é um objeto mais pesado que o ar constituído por asas, tirantes e pegas. As asas usam a força do vento para criar [[arrasto]] e [[Sustentação (aerodinâmica)|sustentação]]. A sustenação que mantém o papagaio no ar é gerada pela passagem do ar pelas asas, que cria baixa pressão na parte inferior e alta pressão na parte superior. A interação com o vento também cria arrasto horizontal na direção do vento e a manobra dos tirantes permite orientar o papagaio no ângulo correto.<ref>{{citar web|url=http://www.grc.nasa.gov/WWW/K-12/airplane/kite1.html |título=Forces on a kite |autor=[[NASA]] |acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref><ref>{{Citar livro |título = The Magnificent Book of Kites: Explorations in Design, Construction, Enjoyment & Flight|autor = Eden, Maxwell|editora = Sterling Publishing Company, Inc.|ano = 2002|isbn = 9781402700941|local = Nova Iorque|página = 18}}</ref> O [[balonismo]] é uma modalidade que usa [[Balão de ar quente|balões de ar quente]]. Existem duas variantes: o balão cativo, que é fixo a um cabo, e o balão livre que tira partido do vento para realizar deslocações ao longo de distâncias consideráveis. O balão é constituído por um envelope em ''[[nylon]]'', um cesto e um queimador que permite controlar a altitude.<ref>{{Citar web|url= http://www.infopedia.pt/$balonismo|título=Balonismo|autor=[[Infopédia]], Enciclopédia de Língua Portuguesa da Porto Editora|acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref>

=== Prejuízos materiais ===
[[Imagem:Tacoma Narrows Bridge destruction.ogv|thumb|Colapso da [[Ponte de Tacoma Narrows]] em 1940 devido à ação do vento]]
Os ventos de forte intensidade podem provocar estragos de natureza variável. Embora pouco frequentes, as rajadas de elevada intensidade podem fazer com que as [[Ponte pênsil|pontes suspensas]] balancem e, caso a frequência do vento seja idêntica à do balanço, podem fazer com que a ponte seja destruída, como aconteceu na [[Ponte de Tacoma Narrows]] em 1940.<ref>{{citar livro |autor=T. P. Grazulis|ano=2001|url=http://books.google.com/?id=N6Tiz_7VmJoC&pg=PA127|título=The tornado|editora=University of Oklahoma Press|páginas=126–127|isbn=978-0-8061-3258-7}}</ref> Até mesmo velocidades como 43 km/h podem provocar cortes no fornecimento de energia devido à ação dos ramos nas linhas de alta tensão.<ref>{{citar livro |autor=Hans Dieter Betz, Ulrich Schumann, Pierre Laroche|ano=2009|url=http://books.google.com/?id=U6lCL0CIolYC&pg=PA187|título=Lightning: Principles, Instruments and Applications|publicado=Springer|páginas=202–203|isbn=978-1-4020-9078-3|}}</ref>

Embora não seja possível garantir que determinada espécie de árvore é capaz de resistir a ventos ciclónicos, quanto mais profundas são as raízes, mais resistente é a árvore ao arranque e quanto menos profundas mais frágil é a planta à ação do vento, como é o caso do [[eucalipto]] ou [[Persea americana|abacateiro]].<ref>{{citar web |autor=Derek Burch|url=http://edis.ifas.ufl.edu/EP042|título=How to Minimize Wind Damage in the South Florida Garden|publicado=[[University of Florida]]|data=2006-04-26|acessodata=2009-05-13}}</ref> Os ventos de força ciclónica podem provocar estragos substanciais em habitações móveis, danos estruturais em fundações, partir janelas e até mesmo remover parte da pintura de automóveis.<ref name="boulder">{{citar web|url=http://www.ucar.edu/communications/factsheets/winds.html|acessodata=16 de junho de 2009|data=10 de abril de 2000|autor=Rene Munoz|publicado=University Corporation for Atmospheric Research|título=Boulder's downslope winds|arquivourl=https://www.webcitation.org/68bsChh6S?url=http://www.ucar.edu/communications/factsheets/winds.html|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> Os ventos de velocidade superior a 250 km/h podem provocar a destruição total de habitações e danos significativos em edifícios de grandes dimensões, enquanto que os de velocidade superior a 324 km/h podem causar a destruição total de estruturas feitas pelo Homem. A [[escala de furacões de Saffir-Simpson]] e a [[Escala Fujita melhorada]] foram criadas para ajudar a estimar a velocidade do vento a partir dos estragos causados por ventos fortes relacionados com os ciclones e [[tornado]]s tropicais e vice-versa.<ref name="NHC SSHS">{{citar web|autor=National Hurricane Center|título=Saffir-Simpson Hurricane Scale Information|publicado=National Oceanic and Atmospheric Administration|data=22 de junho de 2006|url=http://www.nhc.noaa.gov/aboutsshs.shtml|acessodata=25 de fevereiro de 2007}}</ref><ref name="EF SPC">{{citar web|título=Enhanced F Scale for Tornado Damage|autor=Storm Prediction Center|url=http://www.spc.noaa.gov/efscale/ef-scale.html|data=1 de fevereiro de 2007|acessodata=13 de maio de 2009}}</ref>

O vento tem também influência nos incêndios florestais. Durante o dia, a menor humidade, a maior temperatura e a maior velocidade do vento fazem com que a madeira arda a maior velocidade.<ref>{{citar periódico |url=http://www.fs.fed.us/pnw/pubs/journals/pnw_2004_costa001.pdf|autor=Feranando de Souza Costa, David Sandberg|formato=PDF|título=Mathematical model of a smoldering log|doi=10.1016/j.combustflame.2004.07.009|jornal=Combustion and Flame|número= 3|volume=139|ano=2004|páginas=227–238 [228]}}</ref> A [[radiação solar]] aquece o solo, criando correntes de ar em direção ao topo da montanha. Quando anoitece e o solo arrefece, as correntes mudam de sentido em direção ao sopé. Os incêndios são condicionados por estes ventos e muitas vezes deslocam-se acompanhando as corresntes de ar pelas montanhas e pelos vales.<ref>{{citar livro|url=http://www.nifc.gov/PUBLICATIONS/communicators_guide/4%20Communication.PDF|formato=PDF|título=NWCG Communicator's Guide for Wildland Fire Management: Fire Education, Prevention, and Mitigation Practices, Wildland Fire Overview|autor=National Wildfire Coordinating Group|data=8 de fevereiro de 2007|página=5}}</ref>

A [[Escala Fujita melhorada]] (Escala EF) classifica a força dos tornados nos Estados Unidos com base nos prejuízos por eles provocados:
{| class="wikitable" style="font-size:88%;"
|- style="text-align:center; background:gainsboro;"
| rowspan="2"|'''Escala'''
| colspan="2"|'''Velocidade do vento'''
| rowspan="2"|'''Frequência relativa'''
| rowspan="2" colspan="2"|'''Potenciais prejuízos'''
|- style="text-align:center; background:gainsboro;"
|| '''mph'''
|| '''km/h'''
|-
| align="center" bgcolor="#00faf4" width=6%|'''EF0''' {{Âncora|EF0}}
| style="text-align:center; width:6%;"| 65–85 || style="text-align:center; width:6%;"| 105–137 || style="text-align:center; width:6%;"| 53,5%
| Poucos ou nenhuns.

Levantamento do revestimento de alguns telhados; alguns danos em caleiras ou no revestimento de paredes; ramos arrancados das árvores; tombamento de algumas árvores de raízes pouco profundas.

Os tornados confirmados de que não tenham sido comunicados prejuízos (por exemplo, aqueles que ocorrem em campo aberto) são sempre classificados EF0.
| [[Imagem:EF0 tornado damage example (1).jpg|110px|Exemplo de prejuízos para EF0]]
|-
| align="center" bgcolor="#ffffcc" |'''EF1''' {{Âncora|EF1}}
| style="text-align:center;"| 86–110 || style="text-align:center;"| 138–178 || style="text-align:center;"| 31,6% || Moderados.

Levantamento significativo do revestimento de telhados; caravanas tombadas ou com prejuízos graves; portas exteriores arrancadas; janelas e vidros partidos.
| [[Imagem:EF1 tornado damage example.jpg|110px|Exemplo de prejuízos para EF1]]
|-
| align="center" bgcolor="#ffe775" |'''EF2''' {{Âncora|EF2}}
| style="text-align:center;"| 111–135 || style="text-align:center;"| 179–218 || style="text-align:center;"| 10,7% || Consideráveis.

Telhados de construção sólida arrancados; fundações de casas em madeira afetadas; caravanas completamente destruídas; tombamento de árvores de grande porte; projeção de objetos leves; automóveis são levantados do chão.
| [[Imagem:EF2 tornado damage example (1).jpg|110px|Exemplo de prejuízos para EF2]]
|-
| align="center" bgcolor="#ffc140" |'''EF3''' {{Âncora|EF3}}
| style="text-align:center;"| 136–165 || style="text-align:center;"| 219–266 || style="text-align:center;"| 3,4% || Graves.

Destruídos andares completos de casas de construção sólida; prejuízos graves em edifícios de grande dimensão, como centros comerciais; capotamento de comboios; árvores descascadas; automóveis pesados levantados do chão e projetados; estruturas com fundações fracas severamente destruídas.
| [[Imagem:EF3 tornado damage example.jpg|110px|Exemplo de prejuízos para EF3]]
|-
| align="center" bgcolor="#ff8f20" |'''EF4''' {{Âncora|EF4}}
| style="text-align:center;"| 166–200 || style="text-align:center;"| 267–322 || style="text-align:center;"| 0,7% || Extremamente graves.

Casas de construção sólida são completamente arrasadas; automóveis e outros objetos de grande dimensão são projetados.
| [[Imagem:EF4 tornado damage example.jpg|110px|Exemplo de prejuízos para EF4]]
|-
| align="center" bgcolor="#ff6060" |'''EF5''' {{Âncora|EF5}}
| style="text-align:center;"| >200 || style="text-align:center;"| >322 || style="text-align:center;"| <0,1% || Destruição total.

Casas de construção sólida são completamente arrasadas e as fundações deslocadas; as estruturas de betão armado são destruídas; os edifícios mais altos desmoronam ou apresentam deformações estruturais graves.
| [[Imagem:EF5 tornado damage example.jpg|110px|Exemplo de prejuízos para EF5]]
|}

== No espaço ==
[[Imagem:Jupiter from Voyager 1.jpg|thumb|No planeta [[Júpiter (planeta)|Júpiter]] os ventos podem atingir velocidades de 100 m/s e fazem deslocar os gases da atmosfera]]
O [[vento solar]] é significativamente diferente do vento terrestre, uma vez que tem origem no [[sol]] e é constituído por partículas carregadas que escaparam da [[Atmosfera estelar|atmosfera solar]]. O [[vento planetário]] é constituído por gases leves que escaparam das atmosferas dos planetas. Ao longo do tempo, o vento planetário pode alterar radicalmente a composição dessas atmosferas. A maior velocidade de vento alguma vez registada ocorreu no [[disco de acreção]] do [[buraco negro]] [[IGR J17091-3624]], a uma velocidade de aproximadamente {{formatnum:32000000}}&nbsp;km/h, o que corresponde a 3% da [[velocidade da luz]].<ref>{{citar web|url=http://chandra.harvard.edu/press/12_releases/press_022112.html|título=Chandra Finds Fastest Winds from Stellar Black Hole|publicado=NASA|autor=Ashley King et al|acessodata=27 de setembro de 2012|data=21 de fevereiro de 2012}}</ref>

=== Noutros planetas ===
Em [[Vénus (planeta)|Vénus]], os fortes ventos de 300 km/h fazem com que as camadas superiores das nuvens completem uma rotação em volta do planeta a cada quatro a cinco dias terrestres.<ref>{{citar periódico |título = Cloud-tracked winds from Pioneer Venus OCPP images |autor=W. B. Rossow, A. D. del Genio, T. Eichler|jornal = Journal of the Atmospheric Sciences|volume=47|número=17|páginas=2053–2084|ano=1990|doi=10.1175/1520-0469(1990)047<2053:CTWFVO>2.0.CO;2 |issn = 1520-0469|bibcode =1990JAtS...47.2053R}}</ref> Quando os polos de [[Marte (planeta)|Marte]] ficam expostos à luz solar após o inverno, o [[dióxido de carbono]] congelado [[Sublimação|sublima-se]], criando ventos fortes que varrem as regiões polares a velocidades de até 400 km/h, transportando uma quantidade significativa de poeira e vapor de água.<ref name="clouds">{{citar web|data=13 de dezembro de 2004|título=Mars Rovers Spot Water-Clue Mineral, Frost, Clouds|url=http://marsrovers.jpl.nasa.gov/gallery/press/opportunity/20041213a.html|autor=NASA|acessodata=17 de março de 2006}}</ref> Em [[Júpiter (planeta)|Júpiter]], em zonas de correntes de jato são comuns velocidades de vento de 100 metros por segundo.<ref>{{citar livro |autor=A. P. Ingersoll, T. E. Dowling, P. J. Gierasch, G. S. Orton, P. L. Read, A. Sanchez-Lavega, A. P. Showman, A. A. Simon-Miller, A. R. Vasavada|url=http://www.lpl.arizona.edu/~showman/publications/ingersolletal-2004.pdf|formato=PDF|título=Dynamics of Jupiter's Atmosphere|editora=Lunar & Planetary Institute|data=julho de 2003}}</ref> Os ventos de [[Saturno (planeta)|Saturno]] estão entre os mais velozes do sistema solar. A sonda [[Cassini–Huygens]] registou picos de contralísios de aproximadamente 375 metros por segundo.<ref>{{citar periódico |título=Cassini Imaging Science: Initial Results on Saturn's Atmosphere|ano=2005|jornal=Science|volume=307|páginas=1243–1247|doi=10.1126/science.1107691|autor=C.C. Porco|pmid=15731441|número=5713|bibcode = 2005Sci...307.1243P}}</ref> Em [[Urano (planeta)|Urano]], os [[Clima de Urano#Ventos|ventos]] do hemisfério norte atingem velocidades de 240 metros por segundo perto dos 50° de latitude.<ref name="Sromovsky & Fry 2005">{{citar periódico | doi = 10.1016/j.icarus.2005.07.022 |autor= L. A. Sromovsky , P. M. Fry |ano= 2005 |título = Dynamics of cloud features on Uranus |jornal = Icarus | volume = 179 |número = 2 |páginas= 459–484| bibcode = 2005Icar..179..459S}}</ref><ref name="Hammel de Pater et al. Uranus in 2003, 2005">{{citar periódico | doi = 10.1016/j.icarus.2004.11.012 |ano = 2005|autor=H.B. Hammel, I. de Pater, S. Gibbard, G.W. Lockwoodd, K. Rages |título = Uranus in 2003: Zonal winds, banded structure, and discrete features |jornal = Icarus |volume = 175 |número = 2 |páginas = 534–545 |url = http://www.llnl.gov/tid/lof/documents/pdf/316112.pdf |formato = PDF | bibcode = 2005Icar..175..534H}}</ref><ref name="Hammel Rages et al. 2001">{{citar periódico |doi = 10.1006/icar.2001.6689 |ano = 2001|autor=H.B. Hammel, K. Rages, G.W. Lockwoodd, E. Karkoschka, I. de Pater |título = New Measurements of the Winds of Uranus |jornal = Icarus |volume = 153 |número = 2 |páginas = 229–235 | bibcode = 2001Icar..153..229H}}</ref> No topo das nuvens de [[Neptuno (planeta)|Neptuno]], a velocidade dos ventos prevalentes varia entre 400 m/s no equador e 250 m/s nos pólos.<ref name=elkins-tanton>{{citar livro |autor=Linda T. Elkins-Tanton |ano=2006 |título=Uranus, Neptune, Pluto, and the Outer Solar System |editora=Chelsea House |local=Nova Iorque|páginas=79–83|isbn=0-8160-5197-6}}</ref> Nos 70º de latitude sul, as correntes de jato de alta velocidade deslocam-se a 300 m/s.<ref name="Lunine 1993">{{citar periódico | doi = 10.1146/annurev.aa.31.090193.001245 | autor=Jonathan I. Lunine | ano = 1993 | título = The Atmospheres of Uranus and Neptune | jornal = Annual Review of Astronomy and Astrophysics | volume = 31| páginas = 217–263 | bibcode = 1993ARA&A..31..217L}}</ref>

=== Vento solar ===
{{Artigo principal|Vento solar}}
[[Imagem:Polarlicht gerade.jpg|thumb|As [[auroras polares]] ocorrem devido à interação do [[#Vento solar|vento solar]] com a [[magnetosfera]] da Terra]]

O [[vento solar]] não é constituído por ar, mas sim por uma [[Corrente elétrica|corrente de partículas carregadas]] – um [[plasma]] – projetadas da [[Atmosfera estelar|camada superior]]&nbsp;da atmosfera do Sol à velocidade de 400 quilómetros por segundo. Esta corrente consiste fundamentalmente em [[eletrões]] e [[protões]] com energia de aproximadamente 1 [[Eletrão-volt|keV]] e de temperatura e velocidade variável ao longo do tempo. Estas partículas conseguem escapar à [[gravidade]] do Sol devido à elevada temperatura da [[coroa solar]]<ref>{{citar web|autor=David H. Hathaway|ano=2007|url=http://solarscience.msfc.nasa.gov/SolarWind.shtml|título=The Solar Wind|publicado=National Aeronautic and Space Administration Marshall Space Flight Center|acessodata=19 de março de 2009}}</ref> e à elevada quantidade de [[energia cinética]] que as partículas ganham através de um processo que ainda não é totalmente compreendido. O vento solar cria a [[heliosfera]], uma vasta região no [[meio interestelar]] que envolve o [[sistema solar]].<ref>{{citar web|autor=Robert Roy Britt|título=A Glowing Discovery at the Forefront of Our Plunge Through Space|publicado=SPACE.com|url=http://www.space.com/scienceastronomy/solarsystem/heliosphere_shock_000315.html |data=15 de março de 2000|arquivourl=https://web.archive.org/web/20080716200018/http://www.space.com/scienceastronomy/solarsystem/heliosphere_shock_000315.html |arquivodata=16 de julho de 2008}}</ref> Os planetas requerem grandes [[Campo magnético|campos magnéticos]] de modo a diminuir a [[ionização]] da parte superior da atmosfera provocada pelo vento solar.<ref name="Dvorak">{{citar livro |autor=Rudolf Dvořák |ano=2007|url=http://books.google.com/?id=lbIlI6gMNAYC&pg=PA140|título=Extrasolar Planets|editora=Wiley-VCH|páginas=139–140|isbn=978-3-527-40671-5}}</ref> Entre os outros fenómenos causados pelo vento solar estão as [[Tempestade geomagnética|tempestades geomagnéticas]], capazes de desativar redes elétricas na Terra,<ref>{{citar periódico |autor=John G. Kappenman|jornal=Earth in Space|ano= 1997|título=Geomagnetic Storms Can Threaten Electric Power Grid|volume= 9|número= 7|páginas=9–11||url =http://web.archive.org/web/20080611174103/http://www.agu.org/sci_soc/eiskappenman.html|display-authors=etal}}</ref> as [[Aurora polar|auroras polares]]<ref>{{citar web|autor=T. Neil Davis|data=22 de março de 1976|url=http://www.gi.alaska.edu/ScienceForum/ASF0/015.html|título=Cause of the Aurora|publicado=Alaska Science Forum|acessodata=19 de março de 2009|arquivourl=https://www.webcitation.org/68byFPjaN?url=http://www2.gi.alaska.edu/ScienceForum/ASF0/015.html|arquivodata=2012-06-22|urlmorta=yes}}</ref> e as caudas de plasma dos [[cometa]]s, as quais apontam sempre na direção oposta ao Sol.<ref>{{citar web|publicado=National Aeronautics and Space Administration|url=http://solarsystem.nasa.gov/planets/comets/indepth|título=Comets:In depth|acessodata=8 de fevereiro de 2016}}</ref>

=== Vento planetário ===
{{Artigo principal|Escape atmosférico}}

O vento na parte superior da atmosfera de um planeta permite que os elementos químicos leves, como o [[hidrogénio]], se desloquem para cima em direção à [[exosfera]]. Aí, esses gases podem atingir a [[velocidade de escape]] e entrar no [[espaço sideral]] sem afetar outras partículas de gases. Este tipo de perda de gases de um planeta em direção ao espaço é denominado [[vento planetário]].<ref>{{citar web|autor=Ruth Murray-Clay|ano=2008|url=http://www.bu.edu/csp/NESSC/NESSC_Oct_08/murrayclay_nessc.pdf|arquivourl=https://www.webcitation.org/5ilOx5wHu?url=http://www.bu.edu/csp/NESSC/NESSC_Oct_08/murrayclay_nessc.pdf|arquivodata=2009-08-04|título=Atmospheric Escape Hot Jupiters & Interactions Between Planetary and Stellar Winds|publicado=Boston University|acessodata=5 de maio de 2009|urlmorta=yes}}</ref> Ao longo do [[Escala de tempo geológico|tempo geológico]], este processo faz com que os planetas ricos em água, como a Terra, evoluam para planetas como [[Vénus (planeta)|Vénus]].<ref>{{citar periódico |autor=E. Chassefiere|ano=1996|título=Hydrodynamic escape of hydrogen from a hot water-rich atmosphere: The case of Venus|jornal=Journal of geophysical research|volume= 101|número=11|páginas=26039–26056 |doi=10.1029/96JE01951|bibcode=1996JGR...10126039C}}</ref>

== Ver também ==
* [[Climatologia]]
* [[Onda oceânica de superfície]]
* [[Ventos no Brasil]]

{{Referências|col=2}}

== Ligações externas ==
{{Correlatos
|commonscat  =Wind
|wikcionario =vento
|wikiquote   =Vento
}}
* [http://irena.masdar.ac.ae/?map=103 Atlas Global de Ventos], International Renewable Energy Agency

{{Portal3|Meteorologia}}
{{Controle de autoridade}}
{{Categorização AD e AB de outras wikis}}

[[Categoria:Ventos| ]]
{{artigo destacado}}