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Winteraceae

Como ler uma infocaixa de taxonomiaWinteraceae
Drimys winteri
Drimys winteri
Classificação científica
Reino: Plantae
Clado: Traqueófitas
Clado: Angiospermas
Clado: Magnoliideas
Ordem: Canellales
Família: Winteraceae
R.Br. ex Lindley
Gêneros
Belliolum

Bubbia
Drimys
Exospermum
Pseudowintera
Takhtajania
Tasmannia
Tetrathalamus
Zygogynum

Winteraceae é uma família de angiospermas que faz parte da ordem Canellales dentro das Magnoliídeas, composta por cerca de 65 espécies e cinco gêneros (Drimys, Pseudowintera, Takhtajania, Tasmannia e Zygogynum). Estão presentes em florestas úmidas, alto-montanas ou restritas a ambientes pantanosos[1]

Ocorrência no mundo

As Winteraceae são uma família associada essencialmente ao hemisfério sul e à flora antárctica e podem ser encontradas geralmente em regiões úmidas temperadas e subtropicais do hemisfério sul e também a altitudes mais elevadas nos trópicos úmidos, desde regiões tropicais a regiões temperadas da Malesia, ecozona da Oceânia, leste da Austrália, Nova Zelândia, Madagáscar e da região neotropical. Muitos dos membros da família são fragrantes e são utilizados na produção de óleos essenciais.

A maioria dos géneros está concentrada na Australásia e Malesia. O género Drymis pode ser encontrado na ecozona neotropical, desde o sul do México até às florestas subárcticas da América do Sul meridional. O género Takhtajania possui uma única espécie, T. perrieri, endémica de Madagáscar. Esta família desapareceu do registo fóssil de África há aproximadamente 24 milhões de anos.

A Drimys winteri é uma árvore esguia, nativa das florestas subpolares magelanicas e temperadas chuvosas valdivianas do Chile e Argentina. É cultivada como planta de jardim devido à sua casca cor de mogno-vermelho, pelas suas folhas verde brilhantes e conjuntos de flores branco e creme e de cheiro jasminado. A Tasmannia lanceolata, conhecida também como pimenta-da-Tasmânia, é também cultivada como um arbusto ornamental e cada vez mais para servir de condimento.

Morfologia

São plantas lenhosas, possuem óleos aromáticos e o pólen monoaperturado. A estrutura anatômica compõe-se inteiramente de traqueídeos longitudinais, parênquima axial, raios e com grandes pontoações[2]. As flores são pequenas, geralmente bissexuais e são carregadas em cachos. Eles têm de duas a seis sépalas, pétalas em duas ou mais séries, vários estames e um a vários carpelos[3]. A família é caracterizada pela ausência de elementos de vaso e por apresentar carpelos plicados, presentes apenas em traqueídeos e são caracteres utilizados por muito tempo para considerá-la uma das famílias mais primitivas dentre as angiospermas. Há evidências de que os traqueídeos oferecem algumas vantagens sobre os vasos do xilema, pois evitam o embolismo do xilema devido ao congelamento, isso permitiria retenção de folhas e alguma fotossíntese sobre as condições de inverno.

Relações filogenéticas

Análises filogenéticas posicionaram Winteraceae em Canellales como grupo-irmão de Canellaceae, família de espécies arbóreas que possuem elementos de vaso, sendo indicativo que a ausência pode ser um estado apomórfico e não plesiomórfico[4].

Ocorrência no Brasil

No Brasil é representada por apenas um gênero (Drimys), distribuído pela Caatinga, Cerrado e Mata Atlântica, não sendo uma espécie endêmica. Para grande parte dos autores sete espécies ocorreriam no Brasil, sendo elas a D. brasiliensis, D. angustifolia, D. granadensis, D. montana, D. retorta, D. roraimensis e D. winteri. Com base em observações de campo, pôde-se verificar que no Rio Grande do Sul, enquanto D. angustifolia floresce de julho a novembro com pico de floração em setembro, D. brasiliensis apresenta uma floração praticamente contínua ao longo do ano, com dois picos: janeiro-fevereiro e julho-setembro.

Distribuição geográfica de Winteraceae no Brasil

Marquínez (2009) e BFG (2015) reconhecem para o Brasil três espécies: D. brasiliensis com três subespécies [D. brasiliensis subsp. brasiliensis, D. brasiliensis subsp. subalpina Ehrend. & Gottsb. e D. brasiliensis subsp. sylvatica (A.St.-Hil.) Ehrend. & Gottsb.], D. angustifolia e D. roraimensis, em concordância com Ehrendorfer et al. (1979). As espécies brasileiras estão distribuídas geograficamente nas seguintes Regiões e Estados: Norte (Roraima), Nordeste (Bahia), Centro-Oeste (Distrito Federal) Sudeste (Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo) e no Sul (Paraná, Rio Grande do Sul e Santa Catarina)[5].


Espécies brasileiras

  • Drimys angustifolia Miers
  • Drimys brasiliensis Miers
  • Drimys brasiliensis Miers subsp. brasiliensis
  • Drimys brasiliensis subsp. subalpina Ehrend. & Gottsb.
  • Drimys brasiliensis subsp. sylvatica (A.St.-Hil.) Ehrend. & Gottsb.
  • Drimys brasiliensis var. campestris (A.St.-Hil.) Miers
  • Drimys brasiliensis var. montana (Miers) Hauman
  • Drimys brasiliensis var. ptaritepuiensis Steyerm.
  • Drimys brasiliensis var. retorta (Miers) A.C.Sm.
  • Drimys brasiliensis var. roraimensis A.C.Sm.
  • Drimys brasiliensis var. sylvatica (A.St.-Hil.) Miers
  • Drimys granadensis L.f.
  • Drimys granadensis var. axillaris A.St.-Hil.
  • Drimys granadensis var. campestris A.St.-Hil.
  • Drimys granadensis var. montana A.St.-Hil.
  • Drimys granadensis var. sylvatica A.St.-Hil.
  • Drimys montana (A.St.-Hil.) Miers
  • Drimys retorta Miers
  • Drimys roraimensis (A.C.Sm.) Ehrend. & Gottsb.
  • Drimys winteri J.R.Forst. & G.Forst.
  • Drimys winteri var. semiglobosa Dusén

Referências

Commons
O Commons possui imagens e outros ficheiros sobre Winteraceae
  1. Judd, W.S.; Campbell, C.S.; Kellogg, E.A. & Stevens, P.F. 1999. Plant systematics: A Phylogenetic Approach. Sinauer Associates, Sunderland, Massachussets. 464p.
  2. DE ABREU, DANIELA CLEIDE AZEVEDO et al. Caracterização morfológica de frutos e sementes de cataia (Drimys brasiliensis Miers.-Winteraceae). Embrapa Florestas-Artigo em periódico indexado (ALICE), 2005.
  3. WINTERACEAE. [S. l.], 2010. Disponível em: https://www.britannica.com/plant/Winteraceae. Acesso em: 13 nov. 2019.
  4. HERTZOG, Anelise et al. Winteraceae do Rio Grande do Sul, Brasil. Rodriguésia, [S. l.], p. 1-10, 9 nov. 2015. DOI 10.1590/2175-7860201667113. Disponível em: http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2175-78602016000100251. Acesso em: 9 nov. 2019.
  5. Winteraceae in Flora do Brasil 2020 em construção. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponível em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/reflora/floradobrasil/FB251>. Acesso em: 09 Nov. 2019

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