Vipassanā (Pāli) ou vipaśyanā (Predefinição:Lang-sa; Predefinição:Lang-zh guān; Predefinição:Lang-bo, lhaktong; Wyl. lhag mthong) na tradição Budista significa insight na natureza da realidade, esta marcada pelas três características da existência.[1][2]
A dualidade samatha/vipassana é normalmente usada para discernir dois aspectos da meditação budista, respectivamente concentração-tranquilidade e investigação.
Vipassana também pode ser usado para referenciar as escolas Theravada de meditação que adotam esse aspecto como predominante na prática budista. A prática da meditação Vipassana na tradição Theravada terminou no século X, mas foi reintroduzida em Toungoo e Konbaung Burma no século XVIII,[3] com base em leituras contemporâneas do Sattaṭṭhāna sutta[4], Visuddhimagga e outros textos. Uma nova tradição desenvolvida nos séculos XIX e XX, centrada na visão nua em conjunto com samatha .[5] Tornou-se de importância central no movimento Vipassana [6] do século XX, desenvolvido por Ledi Sayadaw e U Vimala e popularizado por Mahasi Sayadaw, VR Dhiravamsa e S. N. Goenka.
No Theravada moderno, a combinação ou disjunção de vipassana e samatha é uma questão controversa. Enquanto os suttas Pali dificilmente mencionam vipassana, descrevendo-a como uma qualidade mental juntamente com samatha que se desenvolvem em conjunto e conduzem à libertação, o Abhidhamma Pitaka e os comentários descrevem samatha e vipassanā como duas técnicas separadas de meditação. O movimento Vipassanā favorece vipassanā sobre samatha, mas os críticos apontam que ambos são elementos necessários do treinamento budista.
Origens
O termo é referenciado no Canon Pali algumas vezes, normalmente em associação com samatha:
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A doutrina de ênfase maior em Vipassana teria surgido posteriormente no desenvolvimento inicial do budismo. No Sutta Pitaka o termo é visivelmente mais escasso que o termo Jhana, frequentemente usado para referir-se a meditação.[8] O Canon Pali nao possui nenhum registro de vipassana como uma pratica em especial, a palavra teria somente conotação de insight/entendimento de uma maneira geral, e posteriormente sido apropriada por diferentes pensadores e escolas de meditação.
A ênfase do insight era uma característica de escola Sthaviravāda, uma das escolas iniciais e que posteriormente deu origem à escola Theravada.
Meditação
Vipassana pode ser desenvolvido de várias maneiras, através de contemplações, introspecção, observação de sensações, observação analítica etc. Sempre tendo como meta o insight. As práticas podem variar entre as escolas e professores sendo, por exemplo, uma variante comum o grau de concentração necessário, que pode variar entre atenção simples (bare attention) à prática dos Jhanas.
Está presente tanto no Theravada quanto no Mahayana, embora o termo seja mais associado com o Theravada enquanto no Mahayana este aspecto está embutido em práticas como o Zazen e o Dzogchen.
Modernidade
Houve popularização crescente de meditações Vipassana nas últimas décadas. Alguns métodos em destaque são:
Mahasi Sayadaw
Popularizado pelo monge Birmanês Mahasi Sayadaw, coloca ênfase na concentração no momento presente e observação dos fenômenos.[9] Há ênfase na prática de retiros intensos e longos.
S.N. Goenka
Popularizado por S. N. Goenka, na linhagem de Sayagyi U Ba Khin e Ledi Sayadaw. Os centros fundados por Goenka se espalharam amplamente pelo mundo[10]. A técnica tem como base anapanasati (meditação na respiração) e observação das sensações do corpo.
Pa Auk Sayadaw.
Baseado no Visuddhimagga, o método de Pa Auk promove o desenvolvimento dos quatro Jhanas. O insight vem através da observação dos quatro elementos (terra, água, fogo e ar) através das sensações de solidez, fluidez, calor e movimento.
Tradição Tailandesa das florestas
Uma tradição monástica que influenciou amplamente o movimento moderno de meditação. Possui ênfase no uso de Kammathanas, sem uma técnica específica rígida. Propõe um balanço equilibrado entre samatha e vipassana, onde "Sabedoria desenvolve Samadhi e Samadhi desenvolve Sabedoria"[11]. Um dos mais proeminentes professores deste estilo foi Ajahn Chah.
Ver também
Referências
- ↑ Henepola Gunaratana, Mindfulness in plain English, Wisdom Publications, pg 21.
- ↑ http://casadedharmaorg.org/quem-somos/o-que-e-vipassana/ Casa de Dharma grupo de meditação em São Paulo
- ↑ Hannabuss, Stuart (setembro de 2004). «Encyclopedia of Buddhism2004300Editor‐in‐chief Robert E. Buswell. Encyclopedia of Buddhism. New York, NY: Macmillan 2004. , ISBN: 0 02 865718 7 $265 2 vols Also available as an e‐book, ISBN 0 02 865910 4». Reference Reviews. 18 (6): 12–13. ISSN 0950-4125. doi:10.1108/09504120410552426
- ↑ «SuttaCentral». SuttaCentral. Consultado em 30 de julho de 2019
- ↑ Chapman, Author David (7 de julho de 2011). «Theravada reinvents meditation». Vividness (em English). Consultado em 30 de julho de 2019
- ↑ McMahan, David L. (2008). The making of Buddhist modernism. Oxford: Oxford University Press. ISBN 9780199720293. OCLC 299382315
- ↑ http://www.acessoaoinsight.net/sutta/SNXLIII.2.php
- ↑ http://santifm.org/santipada/wp-content/uploads/2012/08/A_History_of_Mindfulness_Bhikkhu_Sujato.pdf A History of Mindfulness - Bhikkhu Sujato
- ↑ http://www.acessoaoinsight.net/arquivo_textos_theravada/satipatthana_vipassana.php Satipatthana Vipassana Insight através da Atenção Plena Por Venerável Mahasi Sayadaw
- ↑ https://www.dhamma.org/pt/index site oficial dos centros vipassana na tradição Goenka
- ↑ http://www.forestdhamma.org/ebooks/portuguese/pdf/Wisdom_Develops_Samadhi-portuguese.pdf Sabedoria desenvolve Samadhi - Acarya Maha Bua